O
Brasil é um país que se repete muito. Inclusive, nas gírias baianas. Por
exemplo, “campado”, sinônimo de “tá lascado, tá frito, tá na pior”, muito usado
na década-1960, está de volta. Vejamos
no parágrafo abaixo.
Digamos
que a recente eleição presidencial do Vasco da Gama, de certa forma, lembre a
República brasileira. Longe, evidentemente, de comparar Eurico Mirnda, Júlio
Brant e Alexandre Campello com Getúlio
Vargas, o general Eurico Dutra e o brigadeiro Eduardo Gomes. Oxente!
Como rola isso? Primeiramente, o rolo começou na Bahia, por
terem achado o Brasil, por lá, oficialmente, em 1.500.
Passados, 517 temporadas, Eurico e Brant foram às urnas, e o primeiro
saiu do furdunço declarando-se dono da
capitania hereditária de São Januário. No meio do caminho, rolaram acusações de
irregularidades cometidas pelo situacionista, depositadas numa tal de “urna 7”. Este, no entanto, continuou sentado em sua
velha cadeira de cacique da Colina.
Eurico Dutra virou o jogo com a providencial ajuda de Getúlio...... |
Coincidentemente, de 1930 para cá, o Vasco e a
República passaram por golpes, contragolpes, deposições, renúncias, enfim, mil
armações. Se Getúlio Vargas teve 15 temporadas ininterruptas no poder, Eurico
chegou a 12. Ajudando a eleger Campello, chegará a 15, também. Semelhança?
Pois
bem! Enquanto Vargas impôs o seu Estado
Novo que começara durante o auge do nazismo e do fascismo, na década-1940, os
vascaínos viveram grandes momentos pela época da Ditadura dos nossos generais-presidentes,
vencendo um Campeonato Brasileiro (1974) e três Estaduais (1970/77/82), além de
um Toneio-Rio-São Paul (1966) – antes, na era getulista, havia sido campeão
sul-americano.
Veio um dia, então, em que Eurico caiu e o
“ex-matador” e ainda maior ídolo da torcida vascaína, Roberto Dnamite, o
expulsou de São Januário, por oito temporadas. Este mesmo dia foi vivido por
Getúlio, por culpa de um complô envolvendo até o general Góes Montiero, seu velho colaborador.
Enquanto Getúlio dançava, os “coronéis” Juracy
Magalhães, Juarez Távora e Virgílio de Melo Franco armavam uma contra-dança
para um sujeito “bonito e solteiro” aglutinar forças contra o Estado Novo. Até
que o carinha começou a emplacar, lotando comícios, enquanto o adversário Eurico falava para quatro moscas e duas formigas.
Pressionado a retirar a sua andidatura, entre
outros, pelo governador mineiro Benedito Valadares, o general foi duro,
como um mato grosso: “Não pedi para entrar nisso, agora não saio”. E Getúlio
foi obrigado a apoia-lo. Além de um futuro deptuado (pelo PTB) Hugo Borghi ter
tido a santa picaretagem (para a turma dele) de espalhar que o brigadeiro dispensava os votos dos marmiteiros – entenda-se, trabalhadores pobres.
...e Eurico Miranda passou a rasteira em Brant via Campello. |
Rola a bola e Brant desentendeu-se com Alexandre Campelo, que seria seu vice, a poucos dias do pleito. Este este costurou o apoio da turma do Eurico, o do charuto, e virou a dança, com um golpe de mestre (para a sua patota) .
Qualquer
coincidência com a semelhança é mera realidade. Vasco da Gama e República ‘brasuca’ estão nessa. Os Eurico
que o digam. Um foi eleito com a ajuda
de um ditador e o outro ditou a eleição de um sem chance – deixaram, na história, Gomes e Brant “campados”.
FOTO DUTRA 'DIVUGAÇÃO' E EURICO WWW.NETVSCO.COM.BR
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