Zezé Moreira também comandou a Seleção Brasileira. Foto reproduzida de www.ludopedio.com.br |
Venceu a seleção da então Alemanha Oriental (3 x 2) e goleou o Flamengo (4 x 1). Em seguida, saiu vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo –17 jogos, 16 pontos, 7 vitórias, 3 empates, 6 pisadas, 24 gols pró e 22 contra –, sem cair ante nenhuma equipe carioca – 2 x 1 e 1 x 1 Fluminense: 4 x 2 e 1 x 0 Botafogo; 0 x 0 e 1 x 0 Flamengo, e 4 x 0 América.
Realmente, dava para
animar. A campanha mereceu foto de time posado e chamada na capa do Nº 328, de 19.06.1965 da Revista
do Esporte", única semanal de" circulação nacional, estampando: “Vasco de Zezé
Moreira vai pra cabeça”.
No texto da matéria, avisava: “O Vasco da Gama encara com o maior otimismo os...(compromissos) que terá nesta temporada, como Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, por exemplo. Isso porque o time ganhou confiança...e passou a jogar certinho...A crença geral, entre os dirigentes e torcedores...é que o Vasco de Zezé Moreira vai mesmo pra cabeça neste ano.”
No texto da matéria, avisava: “O Vasco da Gama encara com o maior otimismo os...(compromissos) que terá nesta temporada, como Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, por exemplo. Isso porque o time ganhou confiança...e passou a jogar certinho...A crença geral, entre os dirigentes e torcedores...é que o Vasco de Zezé Moreira vai mesmo pra cabeça neste ano.”
ADIANTE, a revista destacava que, mesmo não tendo feito “contratações sensacionais...dispõe de um punhado de craques...”. E citava Gainete, Ita, Levs, Miltão, Pedro Paulo (goleiros), Joel Felício, Brito, Caxias, Barbosinha, Fontana , Pereira (zagueiros), Maranhão, Oldair, Lorico (meio-campistas), Luizinho Goiano, Mário “Tilico”, Arquem, Saulzinho e Célio, “com justiça, a estrela da ofensiva”. Dizia ainda o texto que havia jogadores que vinham aparecendo com destaque entre juvenis e aspirantes, “todos entrosados nas táticas e esquemas de Zezé Moreira”.
A revista jogou o Vasco pra cima, mas a “Turma
da Colina” fez um fraco Estadual, terminando em quinto lugar – 14 jogos, 15
pontos, 7 vitórias, um empate, 6 escorregadas, 24 gols pró e 17 contra. Nestas,
o “Almirante”, que era cabeludo, não foi pra cabeça, mas para a careca de Seu
Zezé.
Este time terminou o Torneio Rio-São Paulo-1966 em primeiro lugar, mágica de Zezé Moreira Foto da revista 'Futebol e Outros Esportes". |
SAÍDA – Zezé Moreira acertou a sua saída de
São Januário após perder, por 0 x 3, do América.
Muito aborrecido, porque o seu
time só perdia, ou empatava, durante sete rodadas do Campeonato Carioca, ele
não aceitou mais aquele insucesso.
Durante a “madruga”
da sexta-feira 11 de novembro, deixou acertado o seu fim de ciclo na
Colina, em demoradas conversações com o vice-presidente vascaíno, Antônio
Calçada.
O Vasco havia vencido, pela última vez, pela
sexta rodada do primeiro turno, nos 2 x 1 Campo Grande. Chegando aos empates,
ambos por 0 x 0, com Flamengo e Bangu,
ele desgostou-se, completamente, com a conduta do time, que levavas a torcida
cruzmaltina a vaiá-lo. O limite da paciência de Zezé foi a derrota, por 1 x 2,
ante o Fluminense, que atuava com 10 atletas. Ele insistiu pela sua saída, mas
a diretoria vascaína não queria vê-lo embora.
A seguir, veio a derrota, por 1 x 2, frente ao
Botafogo. Novamente, Zezé Moreira insistiu junto ao presidente João Silva e ao
vice Calçada para sair, alegando que “algo está errado e, talvez, a minha saída
traga benefícios para a equipe”, frase anotada pela Revista do Esporte Nº 405.
Mais uma vez, Zezé foi dissuadido da sua intenção. Veio, então, uma nova derrota,
para o Bonsucesso, dentro de São Januário, por 1 x 2. Mais uma vez, o seu
pedido de demissão foi recusado, mesmo com os torcedores pedindo a sua saída e
de alguns jogadores.
Zezé (segundo a esquerda) levou o Vasco à conquista da Taça Vicking, em foto do álbum do ex-goleador Célio Taveira, que a segura |
Zezé Moreira sentia-se já sem ambiente
propício para trabalhar. João Silva disse-lhe não ter nenhuma queixa do seu
trabalho e só o liberava para ele sair de cabeça erguida, sem mais apupos de
torcedores. Com salário mensal de Cr$ 2, 5 milhões de cruzeiros, Zezé dispensou
qualquer tipo de indenização financeira. No dia 12, pela manhã do sábado, João
Silva foi ao treino e, com lágrimas rolando,
comunicou aos jogadores a saída do treinador.
Antônio Calçada também
chorou e a maior parte dos atletas ficou muito emocionada, principalmente
Danilo Menezes, Mendes, Célio, Zezinho, Ari e Fontana, que também derramaram
lágrimas. Zezé foi substituído pelo ex-zagueiro Ely do Amparo. No dia 16 de
novembro, os jogadores o convocaram a comparecera a uma churrascaria, onde o
homenagearam com uma placa de prata e fizeram as despedidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário