Ela é visitada por gente das mais diferentes
atividades sociais. De ídolos do futebol a chefes de governo, um respeito que, no próximo outubro, atingirá
três séculos.
Reprodução de santinho confeccionado por Anna Rebello |
A história da mais popular santa brasileira
começa por uma puxada de saco ao Conde de Assumar, general e governador das províncias unidas de São
Paulo e Minas Gerais. O homem atendia por Don Pedro de Almeida Portugal e era
louco por uma peixada.
Entre 17 e 31 de outubro de 1717, o tal
passaria por Guaratinguetá, na rota São Paulo-Minas, e os puxa-sacos da Câmara
local progamaram oferecer-lhe uma peixada inesquecível. Todos os pescadores
das redondezas pegaram os seus anzóis, mas os peixes não queriam nada
com o apetite do Conde. Então, três deles, Felipe Pedroso, Domingos Garcia e
João Alves, colocaram a fé a serviço da puxassaquice e rezaram pedindo peixe na
rede.
Deu
certo. João Alves pescou uma imagem de uma santa sem cabeça e, depois, uma
cabeça que encaixou-se, perfeitamente, ao corpo. Da terceira vez, sobraram
peixes. Estava garantida a peixada do general-governador.
Missão
cumprida, Domingos, João e Felipe levaram a imagem para Morro dos Coqueiros,
onde residiam, tendo o último ficado encarregado de guarda-la. Após passar o
encargo ao filho Atanásio, este preparou-lhe um altar, acendeu velas e começou
a chamar a moçada para rezar aos pés da santa pelas noites dos sábados.
Numa
dessas rezações, as velas se apagaram, sem ventos por perto. Enquanto a turma
providenciava fogo, voltaram a acender, sozinhas. Milagre?
E mais outros e outros vieram,
segundo a moçada, como o salvamento de um homem que rezou e pediu à Nossa
Senhora do Morro dos Coqueiros para não se engolido por uma onça, que teria
ficado mansinha. Não era história de pescador, mas de caçador.
O
mais impressionante teria ocorrido com um escravo que seria executado, mas, ao
implorar pela sua vida à santa, as correntes que prendiam os seus pés se
partiram e ele foi libertado.
Com
milagres e mais milagres rolando em Morro dos Coqueiros, começou a pintar gente
de todas as bandas e o altarzinho virou capela, que virou igreja, fazendo a vila dos pescadores virar cidade – que só
poderia ter o nome de Aparecida e tornou-se a capital espiritual do
Brasil.
O Papa Francisco, também rezou junto à santa. Reprodução de www.cançaonova.com.br Agradecimento. |
Foi o suficiente para o seu templo protestante ser cercado. Os católicos queriam linchá-lo, obrigando a polícia local a pedir reforço em Taubaté.
Levaram cães e fizeram cordão de isolamento para salvar o homem, que desapareceu, para sempre, tornando-se um senhor desaparecido.
Mas o pior ainda viria. Em uma tarde, Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos, o primeiro
cardeal de Aparecida, notou que uma moça tirando os sapatos, as meias e o
vestido. Chamou o Padre Galvão, que a impediu de ficar nua dentro da basílica.
A fiel, aos 17 de idade, tentava mostrar-se nua diante da santa, pagando promessa dos seus país, que a tiveram desenganada pelos médicos.
A fiel, aos 17 de idade, tentava mostrar-se nua diante da santa, pagando promessa dos seus país, que a tiveram desenganada pelos médicos.
Os arqueólogos nunca descobriram como foi
feita a imagem de Nossa Senhora Aparecida, mesmo tendo constatado que havia na
região do Rio Paraíba índios bons escultores em terracota, material do qual foi
feita a imagem.
Há
três hipóteses para a Nossa Senhora ir parar no fundo de um rio: teria sido
jogada por seus primeiros donos, por ter-se quebrado, acidentalmente; fora arrastada para lá por enchentes que
invadiram a casa dos proprietários originais, e teria sido atirada ao rio por intermédio de
ateus. O que importa e que todo o Brasil lhe pede: “Me de a sua benção, Nossas
Senhora Aparecida!”
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