O fato foi uma beleza para a revista “O Cruzeiro”, que
adorava escândalos. E seu editor sapecou em suas páginas que o craque cruzmaltino
havia raptado a moça, anunciada por Zelinda Tojay. Esta, conforme o fuxico da semanária carioca,
malmente descera do trem, na Central do Brasil, em companhia de uma tia, fora
abordada por policiais que a reconheceram. E a convidaram a visitar uma “delega”.
Ao chegar à Polícia, Zelinda já se deparou com a
presença do Seu Alcides, que a acusava de ter sido a responsável por todo
aquele rolo que fizera os “home” saírem à procura de Danilo, tido por raptor.
Alcides, nervoso, fez um histórico da vida sentimental do “Príncipe” e garantira que o carinha fora “enfeitiçado pela vassoura da bruxa de Zelinda”.
Quando Danilo adentrou ao recinto da Delegacia de
Vigilância da Polícia, o clima ficou do jeito que o diabo gosta. Ele desmentiu
as acusações que o pai fizera à moça e revoltou o Seu Alcides, que bateu: “Você não é um homem,
mas um covarde”.
Bola pererecando no meio do campo, para encerrar
aquela contenda, o jeito foi o delegado partir para o tradicional jeitinho
brasileiro, pedindo ao pai para perdoar o filho e aprender a amar a nora. No TJD
de sua cachola, Danilo não aparecia como detentor de problemas mentais. E,
pelas suas investigações, muito menos tendo sido induzido por alguém a usar argola
em um dos dedos. Logo, o seu casamento não poderia ser anulado.
Lá de cima do céu a Colina, São Januário, coçava a cuca
e pensava: “Que rolo estes vascaínos me arrumam” – se não pensou, deveria ter
pensado.
COLABORAÇÃO DE MAURO PRAIS - AGRADECIMENTO
COLABORAÇÃO DE MAURO PRAIS - AGRADECIMENTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário