A
tomada do poder ao presidente João Goulart, entre
31 de março e o 1 de abril de 1964,
deixou o brasileiro, na virada para 1965, com muita expectativa para o que viria por
ali.
Embora
os militares preferissem falar de “revolução”, na verdade, oque houve foi um conjunto de
acontecimentos que levaram ao golpe civil-militar, tendo em vistas que os
tanques e metralhadoras tiveram o suporte dos maiores proprietários rurais, da burguesia industrial paulista, de grande parte da classe média urbana e da igreja católica.
Pelos botecos e
esquinas, indagava-se no que iria dar a vida dos nomes mais representativos do
país naquele momento. Por sinal, são nesses momentos imperdíveis que surgem pessoas os caras com
poderes extracotidianos avisando: anote aí em sua caderneta, que vai rolar.
Pois bem! Para o
presidente Castelo Branco, previram que ele esfacelaria todas as correntes políticas que lhe contrariassem. Acertaram, mas não se tinha como errar, pois os seus canhões eram
muito mais fortes. Erraram, no entanto, quando previram uma contra-revolução,
em outubro, com lutas e trocas de tiros pelo meio das ruas.
Jânio Quadros (acima) e Carlos Lacerda |
Nesse caso, os indivíduos que viam o futuro deveriam estar com lunetas bastantes gastas. Muito provável, como o fizeram, também, no caso do ex-presidente Jânio Quadros. Viram a sua estrela (dele) voltando a brilhar, livre da suspensão dos seus direitos políticos - foram bater um “córner” e chutarem a bandeirinha de escanteio.
O mesmo foi visto na bola de cristal que mostrava o futuro do
governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda. No março daquele 1965, quando o
seu pedaço estava em festa, quatrocentão, ele sofreria um atentado. Com
certeza, bola de cristal com vidro quebrado, ou os “atentadistas” eram os
mesmos que atentariam contra Costa e Silva - faz sentido?
Enquanto isso, os
astros não erravam o destino do “Pai de Brasília”, o ex-presidente Juscelino
Kubitscheck. Não acenavam com nada favorável aos seus planos políticos, de uma
futura volta ao poder, pelo primeiro semestre de 1965 – acertaram, para sempre.
Mane Garrincha |
Nessa onda, o previsto para Mané Garrincha foi que ele poderia jogar como nos velhos e gloriosos tempos, até julho. Depois, penduraria as chuteiras - bolas foríssima. O “Torto” já era mesmo e, até o final da década-1960, ainda tentou ser o que tinha sido, sem mais poder sê-lo.
Quanto ao “Rei Pelé”, previu-se um 1965 de triunfos – na
mosca. Foi campeão paulista e da Taça Brasil. Mas chutaram pra fora quando
previram que ele se casaria em 1967. Teve pressa e colocou argola num dedo, em
1966 – pela primeira vez. Depois, armou mais duas tabelinhas e emplacou em 1994
e em 2016 – o astro da bola é astro também no altar.
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