O diretor-provedor do Bauru Atlético Clube, João Fernandes, achava que não poderia haver time pior do que o dele. Até que, um dia, perdeu a paciência. Mandou toda sua rapaziada embora e colocou um anúncio no "Diário de Bauru", convocando garotos, de 8 e 16 anos, para formar uma equipe infanto-juvenil. Só para a primeira peneira pintou uma centena deles, dos quais o treinador Valdemar de Brito – meia–direita da seleção brasileira de 1934 – encontrou 25 com jeito pra a coisa, entre eles um pirralhinho que fez o diabo com a bola. Pronto! Estava nascendo o Baquinho e Pelé.
O time de João Fernandes estreou em 29 de outubro de 1953, empatando, por 3 x 3, com o Gérson Franca Futebol Clube. No segundo jogo, sapecou 21 x 0 no São Paulo – time amador de Bauru –, com sete gols de Pelé. No ano seguinte, o Baquinho conquistou o título da Liga Bauruense de Futebol, com seis rodadas de antecedência, num ano em que jogou 33 vezes, marcando 148 gols, média de 4,5 por jogo. O presente da garotada foi jogar na capital, contra o Flamengo, da Vila Mariana, na preliminar de Araraquarense x América de São José do Rio Preto. Resultado: 12 x 1 para o Baquinho, com seis gol de Pelé.
Foto do álbum de Pérsio, o cara que etá com a rede na cabeça. Pelé é o segundo agachado, sentado na bola, da esquerda para a direita |
Em 1955, o Baquinho foi bi bauruense, mas em 56 acabou. De sua parte, Pelé entrou para o futebol de salão. Por pouco tempo, pois Valdemar de Brito o levou para o Santos, das estrelas Pagão, Del Vecchio, Jair Rosa Pinto e Zito.
No mesmo ano, o futuro "Rei do Futebol" marcaria aquele que é considerado o seu “gol marco zero”, no dia 7 de setembro, contra o Corinthians, de Santo André-SP, num amistoso em que o Santos goleou, por 7 x 1. Ainda naquele 1965, ele faria outro gol, em 15 de novembro, nos 4 x 2 sobre o Jabaquara.
No mesmo ano, o futuro "Rei do Futebol" marcaria aquele que é considerado o seu “gol marco zero”, no dia 7 de setembro, contra o Corinthians, de Santo André-SP, num amistoso em que o Santos goleou, por 7 x 1. Ainda naquele 1965, ele faria outro gol, em 15 de novembro, nos 4 x 2 sobre o Jabaquara.
Viria, então, 1957, e Pelé encantaria o Maracanã, vestindo a camisa do Vasco, que formara um combinado, com o Santos, para disputar um torneio internacional, a aça Morumbi, reunindo, ainda, Flamengo, São Paulo, o Dínamo, de Moscou, e Os Belenenses, de Portugal. No dia 19 de junho, ele marcaria três gols do combinado – primeiros tentos internacionais –, nos 6 x 1 sobre os portugueses. Depois, mais um, no 1 x 0 sobre os então soviéticos (22.06); outro, no 1 x 1, com o Flamengo (26.06), e ainda mais outro, no 1 x 0, sobre o São Paulo (29.06).
Quando setembro chegou, “outro 7 de setembro” pintou na vida de Pelé. Um ano após marcar o seu primeiro gol santista, ele balançou as redes, pela primeira vez, com a camisa da Seleção Brasileira. Foi durante o primeiro jogo válido pela Copa Roca, no Maracanã, contra a Argentina, diante de 60 mil pagantes.
Para formar um time, o treinador Sílvio Pirillo tivera problemas na convocação, pois os clubes faziam seus caixas, na época, excursionando ao exterior, e não queriam ceder as suas estrelas. O Botafogo, por exemplo, negou Nilton Santos, Garrincha e Didi, enquanto o Flamengo não cedeu Dida e Dequinha. Então, Pirillo resolveu apostar em dois garotos que vinham arrasando, Pelé, no Santos, e Mazzola, no Palmeiras. De quebra, entregou ao vascaíno Bellini a braçadeira de capitão.
Para formar um time, o treinador Sílvio Pirillo tivera problemas na convocação, pois os clubes faziam seus caixas, na época, excursionando ao exterior, e não queriam ceder as suas estrelas. O Botafogo, por exemplo, negou Nilton Santos, Garrincha e Didi, enquanto o Flamengo não cedeu Dida e Dequinha. Então, Pirillo resolveu apostar em dois garotos que vinham arrasando, Pelé, no Santos, e Mazzola, no Palmeiras. De quebra, entregou ao vascaíno Bellini a braçadeira de capitão.
A princípio, a Seleção mostrou-se desconjuntada. Sua defesa não atuava compacta, o meio-de-campo tinha Zito sobrecarregado e, na frente, os pontas Maurinho (São Paulo) e Tite (Santos) eram figuras decorativas. Mais organizados, os argentinos ainda tinham o grande Labruna, que abriu o placar, aos 14 minutos, ao receber um passe, de calcanhar, de Herrera, e bater por baixo do goleiro Castilho (Fluminense).
Era preciso mudar. No intervalo, a torcida que se lembrava das atuações de Pelé pelo combinado Vasco-Santos passou a gritar pelo nome do garoto. Pirillo estava nos vestiários e não ouviu. Mas tivera a mesma intuição. Para o segundo tempo, tirou o centroavante Del Vecchio (Santos) e mandou a campo o “pirralho”,de 17 anos. E não deu outra. Com um minuto, Pelé empatou o jogo. Moacir (Flamengo) lançou, Pelé recebeu o passe e, de pé direito, com uma cama impressionante para um garoto de 17 anos, colocou a bola à esquerda da “lenda argentina” Nestor Carrizo.
Reprodução de www.cbf.com.br |
Com Pelé, a seleção subiu de produção, mas ele sozinho não foi capaz de impedir que os argentinos vencessem, por 2 x 1, devido a um erro do goleiro Castilho (Fluminense), que errou numa reposição de bola, para o lateral-esquerdo Oreco (Corinthians). Surpreso, Bellini ficou parado.
De posse do “presente”, Labruna só fez repassá-lo a Juárez, que desempatou, aos 38 minutos: Argentina 2 x 1, numa tarde em que o maior cronista esportivo brasileiro da época, Nélson Rodrigues, nem citou Pelé em seu artigo sobre o jogo, na Manchete Esportiva
De posse do “presente”, Labruna só fez repassá-lo a Juárez, que desempatou, aos 38 minutos: Argentina 2 x 1, numa tarde em que o maior cronista esportivo brasileiro da época, Nélson Rodrigues, nem citou Pelé em seu artigo sobre o jogo, na Manchete Esportiva
Três dias depois, no Pacaembu, em São Paulo, diante de 70 mil pagantes, Pelé faria a sua segunda partida e marcaria o seu segundo gol pela seleção brasileira, recebendo passe de Mazzola, que marcara o segundo da vitória, por 2 x 0, na segunda partida contra os argentinos, pela Copa Roca. Como o Brasil tivera melhor saldo de gols, Pelé começou a sua vida canarinha logo como campeão – há 50 anos.
FICHA TÉCNICA - - Data 7.09.1957; Brasil 1 x 2 Argentina; Local: Maracanã; Árbitro Erwin Hieger (Áustria); Público: 60 mil pagantes, Gols: Labruna e Juárez (Arg) e Pelé (Bra). Seleção Brasileira: Castilho; Paulinho de Almeida, Bellini e Jadir. Oreco e Zito (Urubatão), Maurinho, Luisinho, Mazzola (Moacir), Del Vecchio (Pelé) e Tite. Técnico: Sívlio Pirillo. Argentina: Carrizo; Pizarro, Vairo e Giansera; Néstor Rossi (Guid) e Urriolabetia; Corbatta, Herrera (Antonio), Juárez (Blanco), Labruna e Moyano. Técnico: Guillermo Satábile.
OBS: ESTA MATÉRIA FOI FEITA POR ENTREVISTA COM PÉRSIO.
OBS: ESTA MATÉRIA FOI FEITA POR ENTREVISTA COM PÉRSIO.
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