Durante os inícios da década-1960, a Rádio Excelsior, de Salvador,
mantinhaum personagem criado pela segunda metade da década anterior, o Zé
Veneno, que sacaneava todo mundo no futebol baiano. Entrava no ar ao som
de “Eu sou terrível”, um dos maiores
sucesso de Roberto Carlos, e garantia grande audiência em qualquer horário que
fosse escalado. Para os ouvintes, o “tal“ seria o narrador França Teixeira, que
ficou popularíssimo e elegeu-se deputado federal – hoje, é conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado da Bahia.
Certa vez, o Zé Veneno excedeu: anunciou que o Esporte Clube Bahia, dono
de não menos do que 70% da torcida estadual, estava acertando com o “Rei Pelé”
para o “Camisa Dez” passar um tempo envergando a sua gloriosa jaqueta. O
Teixeira aproveitou-se de uma declaração do atleta, de que adorava visitar a
Bahia e que mantinha negócios em sociedade como empresário Alfredo Saad, o
presidente do clube baiano.
A audiência do programa estava pra lá da estrastofera e a torcida do
Bahia já comemorava a “contratação” do Pelé. Jornais montaram a foto do “Rei”
vestindo a camisa do “Esqudrão Tricolor de Aço” e, dali por diante, nã se falou
em outra coisa na capital soteropolitana. Até o Senhor do Bonfim ficou em
segundo plano. Diante de tantas audiência e expectativa dos torcedores, o
narrador França Teixeira armou com o presidente do Bahia (Saad ficou entre
1970/1971) um telefonema ao Pelé, durante o programa do meio-dia, para o “Rei”
não desmentir nada, enrolar o que pudesse.
Montagem reproduzida de htpps//www.ibahia.com - agradecimento
Saad achou a ídeia ótima, pois
lhe daria muitas graças juto à torcida Com tudo combinado, combinadinho,
amarradinho, para aumentar a sacanagem, o Teixeira conseguiu jogar, também, no
lance, o presidete do Santos (1945 a 1971), o então deputado federal Athiê
Jorge Curi,que não dispenssava nenhum espaço na imprensa nacional.
Evidentemente, ele pulou daqui, dali e não desmentiu e em confirmando nada,
como seria de se esperar. Até ali ia tudo bem. O jogo virou, no enanto, quando
o Pelé pegou o lance no bico da meia-lua da grande área e chutou pra fora.
Disse que vinha batendo um papo com o
presidente do Bahia e o chamou por
Osório Vilas Boas, esquecendo-se de que o cargo era do seu amigo Alfredo Saad
(1970/1971). Foi, então, que a galera
sacou que, saindao da Rádio Excelsior, aquilo só poderia ser mais uma do Zé
Veneno, que tentou salvar o lance na pequena área, dizendo tratar-se de
brincadeira de primeiro de abril - um primeiro de abril bastante atrasado, pois
já era sete de agosto e, no dia seguinte, Bahia e Santos jogaram, pelo
Campeonato Brasileiro, e ficarasm em cima do muro: 0 x 0, na Fonte Nova.
Mas sacanagem maior a torcida do Bahia havia enfrentado no 16 de novembro de 1969, na mesma Fonte Nova. Naquela dia era um domingão e o Pelé iria enfrentar o Tricolor de Aço entrando no gramado com 999 gols já marcados. Só o treinador do time da casas, o paraguaio Fleitas Solich, torcia para a sua rapaziada. O presidente do Bahia, Osório Villas-Boas, faslava, abertamente que queria ver “Bahêa” levando o “Gol Mil do Rei do Futebol” e garantias que toda a Bahia faria festas. Como ele pensavam os 36 mil pagantes, e até torciam para o árbitro Arnaldo César Coelho-RJ arrumar um plênalti madrake para o esperado tento sair.
Aos
17 minutos do primerio tempo, o Pelé (foto) teve a grande chance de sacudir a rade.
Recebeu a bola na entrada da área, tabelou, avançou e a pelota
tocou no braço de um dos zagueiros do Bahia, sem o árbitro ver (ou fazer que
não viu). Lá pelas tantas, ele fez um giro de corpo, limpou o lance, dominou a
bola diante do goleiro Jurandir e, com o pé direito, tentou executá-lo. A bola
ia entrando, quando o zagueiro Nildon, com o pé esquerdo, salvou o lance - e
foi vaiado pela própria torcida do Bahia. No dia seguinte, o “Rei” falava ao Zé
Veneno, no programa da Rádio Excelsior: “Não avisaram aos jogadores do Bahia que era pra eu fazer o
gol, entende, entende!”
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