Vasco

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terça-feira, 19 de junho de 2018

NO MUNDO DA COPA - O HOMEM DA MALA

  Zagallo disse, certa vez, que, durante a viagem para a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a numeração das camisas dos atletas seguia a das malas de cada um, e que Pelé carregava a 10. No entanto, o que ficou para a história foi que a comissão técnica da Seleção Brasileira esquecera de enviar os números da rapaziada à FIFA, tendo o uruguaio Lorenzo Vilizio, membro do comitê organizador do Mundial, numerado os canarinhos, por conta própria, sem fazer nenhuma consulta à então Confederação Brasileira de Desportos.
Verdade, ou não, o certo foi que Pelé consagrou a camisa 10, que passou a ser a do craque do time. Mas, nem sempre, ele foi o 10 da Seleção. Em sua estréia, no dia 7 de setembro de 1957, enfrentando os argentinos, no Maracanã, pela Copa Rocca, vestiu a camisa 13, substituindo o também santista Emanuelle Del Vecchio.
Foto reproduzida do arquivo da Tocida do Santos no DF-SanBrasília
Naquele clássico do futebol sul-americano, o time canarinho perdeu, por 2 x 1, diante de 60 mil pagantes, mas Pelé deixou o seu gol na rede dos “hermanos”, aos 22 minutos do segundo tempo – Labruna, aos 14 da aprimeira etapa, e Juarez, aos 23 da segunda, deram a vitória aos visitantes.
Pelé poderia ter começado a partida, com a 10, pois a torcida carioca, que gostara das exibições daquele garoto, de 17 anos, pelo Combinado Vasco-Santos, pela Taça Morumbi, meses antes, pedia a sua escalação. O técnico Sílvio Pirillo, embora tendo o mérito de lançar o jovem centroavante palmeirense Mazzola e dar ao cruzmaltino Bellini a braçadeira de capitão, só o mandou pro jogo a um minuto do segundo tempo.

Na estreia de Pelé, com a 13, a Seleção, usando camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos, formou com: Castilho; Paulinho de Almeida, Bellini, Jadir e Oreco; Zito (Urubatão) e Luisinho; Maurinho, Mazzola (Moacir), Del Vecchio (Pelé) e Tite. O árbitro foi o austríaco Erwin Hieger e, no lance do gol brasileiro, o flamenguista Moacir lançou, Pelé recebeu a bola bem próximo ao goleiro Carrizo e, com o pé direito, chutou a pelota à esquerda do grande arqueiro portenho (foto).
Quase três anos depois, em 6 de maio de 1960, Pelé não foi o 10 da Seleção, novamente com camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos. Num amistoso no estádio Zamalek, no Cairo, diante de 35 mil pagantes, ele usou a 9, enquanto a 10 ficou com o botafoguense Quarentinha, que marcou dois gols – Garrincha fez o outro, dos 3 x 0 sobre o Egito, em partida apitada pelo italiano Vicenzo Orlandini. Novamente, Bellini era o capitão e os canarinhos foram: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Vitor e Nílton Santos (Altair); Zito e Chinesinho; Garrincha (Julinho), Pelé (Almir), Quarentinha e Pepe.
Da terceira vez em que o “Rei do Futebol” não foi o camisa 10 canarinho, ele voltou a usar a 13. Ocorreu em 26 de abril de 1970, durante os preparativos para a primeira Copa do Mundo do México – a segunda foi em 1986. O treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, seu colega do ataque das Copas de 1958 e 62, queria experimentar novas opções ofensivas na Seleção, e entregou a camisa mais famosa do mundo ao cruzeirense Tostão, no empate, por 0 x 0, com um time que não era o principal da Bulgária, no Pacaembu. A Seleção Brasileira daquele dia foi: Félix; Carlos Alberto, Brito, Joel Camargo e Marco Antônio; Clodoaldo (Rivelino) e Gérson; Jairzinho, Roberto Miranda, Tostão (Pelé) e Paulo César (Edu).

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