Fidélis, reproduzido da revista O Cruzeiro. |
Ña data de amanhã, em 17 de junho de
1966, a Seleção Brasileira embarcava, no aeroporto do Galeão, no Rio de
Janeiro, para buscar o "tri". Grande número de torcedores foi
despedir-se dos atletas, mas a rapaziada levava na bagagem uma tremenda bola
murcha. Culpa da Confederação Brasileira de Desportos-CBD, que convocou
47 jogadores para os treinos, a fim de atender os cartolas.
O primeiro a chegar ao aeroporto foi o lateral-direito Fidélis, do
Bangu, clube do supervisor Carlos Nascimento, que provocou a dispensa do melhor
jogador da posição, Carlos Alberto Torres. Saudado, festivamente, pelos
presentes, o banguense aproveitou para ir à praia, ao lado, jogar um flor na
água e ter sorte.
No festejado “embarque para o tri” estiveram presentes diversos
cartolas, entre eles os presidentes Luís Murgel, do Fluminense, Nei Cidade
Palmeiro, do Botafogo, Veiga Brito, do Flamengo e outros nomes de peso em seus
clubes, como o vascaíno Antônio Calçada, o alvinegro Otávio Pinto Guimarães, o
tricolor Dílson Guedes, o treinador botafoguense Admildo Chirol, junto com os
jogadores Dimas e Mura, só para citar poucos. A balbúrdia no aeroporto era
tanta, que os jogadores paulistas, chegados ao Rio em um voo especial, tiveram
de ficar na sala destinada aos passageiros em trânsito. Até o comandante
Bungner, o piloto que transportara as seleções de 58 e 62, virou estrela, muito
filmado e solicitado para fotos.
Gerson e Jairzinho reproduzidos de capa da Revista do Esporte |
O zagueiro vascaíno Fontana revelava a promessa de doar Cr$ 1 milhão de cruzeiros a uma instituição de caridade, caso voltasse tri. Já o tricolor Altair jurava não ter feito promessas. Preferia colar na esposa. Ao contrário dele, o volante tricolor Denílson, entre um autógrafo e outro, não escondia ter aceso velas, diariamente, para Nossa Senhor do Rosário ajudá-lo.
Durante confusão durante o embarque, Amarildo perdeu uma maleta de mão.
Uma faixa, com letras berrantes, escrito “Avante Brasil. Vai dar Zebra em
Londres”, deu zebra foi para o atacante. Mais sorte tivera Tosão, que
conseguira fazer uma ligação telefônica, se recusando a dizer para quem.
Enquanto isso, Alcindo sofria com os caçadores de suvenir, que queriam a sua
gravata. Evidentemente, que Pelé foi o mais saudado. Mas ninguém conseguiu
chegar perto dele.
Malandro, o “xerifão” cruzmaltino Brito aproveitou o clima de euforia, para discutir renovação de contrato com os cartolas de São Januário. Enquanto isso, Helena, a mulher do lateral Rildo, contava que era a primeira vez que ela comparecia a um embarque do marido.
Malandro, o “xerifão” cruzmaltino Brito aproveitou o clima de euforia, para discutir renovação de contrato com os cartolas de São Januário. Enquanto isso, Helena, a mulher do lateral Rildo, contava que era a primeira vez que ela comparecia a um embarque do marido.
De acordo com empregados da Varig, a delegação levava 825 quilos em bagagem. Só o roupeiro Aristides juntara 1.200 travas de chuteiras, altas e médias. O Boeing 707, para o voo 834, da Varig, levando 27 jogadores, quando só poderia inscrever 22 no Mundial, deveria partir às 22h30. Teve saída antecipada, para as 22h, mas só decolou às 22h35. O primeiro a chegar ao aeroporto foi Carlos Nascimento, e João Havelange, o presidente da CBD, o último a embarcar. De carona, viajou, também, o árbitro Armando Marques, muito saudado pelos torcedores.
Garrincha e Pelé reproduzidos da revista Manchete |
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