
O único Russo que se dava bem por aqui tinha procedência da Ilha do Governador,
onde era juvenil da Portuguesa e fora buscado pelo Vasco da Gama para reforçar a
sua zaga.
Zagueiro que brigou por vaga, com Barbosinha,
no time do treinador Paulo Amaral (até março de 1962), Russo viu a concorrência
pela posição aumentar, em 1963, quando o novo chefe, Jorge Vieira, teve,
também, o vigoroso xerifão Fontana para a chamada quarta-zaga.
O Vasco da Gama vivia uma fase de
entressafra, sem glórias desde 1958, quando ganhara o Campeonato Carioca e o
Torneio Rio-São Paulo, este uma espécie de Brasileirão da época. Por ali,
Balduíno Ferreira, o Russo, estava nos grupos que venceram os Torneios
Pentagonal do México e Quadrangular de Santiago do Chile, ambos em 1963 e
invictos.
Durante a disputa mexicana, de 10 a 31 de
janeiro, Jorge Vieira deixou Russo no banco dos reservas. Só lançou no amistoso
que antecedeu ao Pentagonal, entrando na vaga de Viladônega. No Chile, de 31
de março a 14 de abril, porém, deu-lhe a vaga que vinha sendo de
Barbosinha nos dois jogos finais, 3 x 1 Colo Colo-CHI e 2 x 2
Universidad de Chile – Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Russo e Dario
foi a defensiva. Foi o único título do Russo vascaíno, tendo em vistas que não
entrou em campo no México. Em 1964, ele não aparecia mais nas escalações da
rapaziada de São Januário.
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Russo pernambucano reproduzido de www.netvasco |
Enquanto isso, se lugar de russo morar é
na Rússia, foi o que fez o outro Russo, o registrado, em cartório da
pernambucana Recife, por Ricardo Soares Florêncio. Vascaíno entre 2003 e 2004,
com 51 jogos e um gol, ele trocou São Januário por Moscou, para defender o Spartak.
Cria do Sport Recife, que cedeu ao Vasco os
craques Ademir Menezes, Vavá, Almir Pernambuquinho, Leonardo e Juninho
Pernambucano, o lateral direito Russo chegou à Seleção Brasileira, quando
defendia o Vitória da Bahia, em 1997. Poderia ter disputado vaga à segunda Copa do
Mundo da França. Tanto que foi convocado para os primeiros amistosos canarinhos de 1998. Mas muitas noitadas, mulheradas e bebidas tiram-lhe a chance, como confessou,
tempos depois.
O rol dos Russos poderia caber mais um: Russinho. Mas como a grafia e a pronúncia são diferentes, não seria
forçação de barra?
Em todo o caso, Russinho foi Moacir Siqueira de
Queirós, carioca vivido entre 18 de dezembro de 1902 e 18 de abril de 1992. Esteve vascaíno de 1924 a 1934, fazendo fama e merecendo música de Noel Rosa - “Quem dá mais?".
Russinho foi um dos
representantes vascaínos na I Copa do Mundo, em 1930, no Uruguai. Ficou campeão carioca-1924/1929/1934. Mais: principal artilheiro dos Estaduais-1929
(23 gols) e 1931 (17 gols). Também, foi eleito melhor jogador
vascaíno das temporadas -1924/1925/1926/1927/1928/1929/1930.
É o quinto maior goleador da Turma da Colina, com 225 bolas nas redes - ficou russo para os goleiros.
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