Vasco

Vasco

quarta-feira, 24 de junho de 2020

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRSILIENSE. INÍCIOS SEM ASTROS E NEM GLÓRIAS

  O futebol candango dos inícios não poderia ser diferente. Enquanto se construía a nova capital brasileira, a rapaziada formava times em repartições públicas e empresas construtoras, sem craques e nem sonhos de glórias.  Mesmo assim, o movimento gerou a Liga Independente do Futebol de Brasília, reunindo times do Plano Piloto e de cidades satélites, principalmente de Taguatinga onde havia duas boas equipes, o Brasília e o Flamengo.

 Na Vila Planalto e adjacências surgiram equipes chamadas, entre outras, por Carioca, Nacional, Defelê, Pederneiras, Guará, Rabelo, Cruzeiro, Coenge, Guanabara e Grêmio Brasiliense, que tiveram por instante máximo o Defelê incluído na Taça Brasil-1967, a disputa dos campeões estaduais, para enfrentar time de Mato Grosso – venceu por aqui e perdeu por lá. 

Pouco depois daquela aventura, Defelê, Rabelo e Guará tiraram o pé da pelota e, numa segunda etapa, vieram Piloto, criado dentro da Transporte Coletivo Brasilense-TCB; Ceub, organizado por turma universitária; Gráfica, inventado dentro da gráfica do Senado, e Jaguar, entre outros. Mas o campeonato era amador e não empolgava, chegando-se a ter só um torcedor (pagou Cr$ 2 cruzeiros pelo ingresso) pra assistir Jaguar x Carioca.

Quem fora o tal sujeito? Segundo o treinador do Jaguar, Eurípedes Bueno, chamava-se Carlinhos “e ia a todos os nossos jogos”, afirmou ao Jornal de Brasília. Mas um outro torcedor contestou: Marco Aurélio “Batidão” (nome do seu botequim) que dizia-se ter sido “o cara” e até deu entrevista em jornal. Mesmo sem público e sem craques, a Federação Desportiva de Brasília partiu para a construção do Estádio Nacional, depois renomeado Pelezão (Edson Arantes do Nascimento).

  Chegada a década-1970 , além do tri  da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do México, o torcedor brasileiro motivou-se mais com a criação da Loteria Esportiva. E não foi que a logo apelidada Loteca incluiu dois times candangos em um dos seus testes? Deixou o apostador tonto, por não saber nada de um futebol  inexpressivo, ignorado pelo país inteiro. Mas não adiantou reclamar. Piloto x Planalto fizeram o Jogo 6 do Teste Nº 16, em 19/20 de setembro daquele 1970. Para a revista Placar – Nº 27, de 18.09.1970 -, de circulação nacional, primeira e única a noticiar sobre times incluídos nos testes lotéricos, o futebol do DF era “peladas jogadas durante o descanso do almoço dos candangos, nas construtoras, que davam nomes aos times” - exagero. Não era bem assim.

 Rola a bola e o tempo, e mais e mais times candangos foram entrando nos volantes lotéricos esportivos, para mais e mais desespero dos apostadores. Quando a Loteria estava perto dos mil testes, colocaram Sobradinho x Gama no Jogo 7 do Teste 968, de 8/9/10 de julho de 1989. A turma do Periquitão achou de motivar a partida citando que seria a 35ª participação do “Gamão do Povão” na Loteca e deveria ser comemorada com uma grande vitória”.

 Vencer o Sobradinho (Coluna 1), na casa deste, não seria tarefa fácil para o Gama, que havia empacado em seus quatro últimos jogos  - 11.06.1989 -  0 x 3 Taguatinga; 16.06 - 1 x 1 Ceilândia; 25.06 - 1 x 1 Brasília; 02.07 – 1 x 2 Guará –,  enquanto o Leão da Serra tinha  retrospecto melhor – 3 x 2 Ceilândia – 11.06.1989; 18.06 - 2 x 0 Taguatinga; 25.06 – 0 x 0 Tiradentes; 02.07 – 2 x 2 Planaltina. Isso, no entanto, não valia nada para os gamenses, que tinha um outro argumento para o apostador: o Sobradinho, em 26 jogos da Loteca, perdera metade (13) - empatara 11 e só vencera duas -, enquatoo Gama “iria para a vitória camisa 10”,  cartando 9 vitórias alviverdes – além de 14 empates e 11 derrotas lotÉricas.  

 Jogo disputado, rolou a coluna do meio, com 2 x 2 no placar.   Já que não comemorara a  ‘Vitória Camisa 10”, a turma gamense queria farra assim mesmo: comemorou o “Empate Camisa 15” – valeu a promoção!                

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário