Vasco

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quarta-feira, 17 de junho de 2020

XARAZADA DE DOIS VIL(L)A E UM DONIGA


 Eles eram xarás - ou quase. Questão de grafia. O primeiro, o uruguaio que era Villadoniga Segundo, pode ser considerado o original - vascaíno entre 1937 a 1942 - , pois o outro, o baiano,  só pintou pela Colina mais de duas décadas depois. 
 Buscado no Peñarol,  o Vila de lá chegou com a glória de um tri nacional-1935/36/37 e aumentou o seu cartaz tornando-se o primeiro gringo vascaíno a marcar cinco tentos em uma só partidas - Vasco 8 x 0 Bonsucesso, em 22 de dezembro de 1940, pelo terceiro turno do Campeonato Carioca, em um domingo, na casa do adversário, o estádio da carioca Rua Teixeira de Freitas - Chiquinho, Jahu e Florindo; Dacunto, Zarzur e Argemiro: Manuel Rocha, Alfredo I (Alfredo (II), Villadoniga, Gonzalez e Orlando Rosa Pinto. 
Grande armador de jogadas, o Villa uruguaio foi chamado pela imprensa do seu país por El Arquiteto. Além dos cinco gols em uma só partidas, um outro detalhe que aumentou o seu cartaz vascaíno foram os dois gols de Vasco 2 x 1 América, decidindo o Troféu da Paz, disputa iniciada em 1937 e que só terminou no 22 de março de 1942 (em melhor de três), encerrando um racha no futebol carioca.
Naquela partida, além do sucesso do Villa uruguaio, o Almirante usou o seu segundo uniforme (branco com a faixa em diagonal) pela segunda vez  e estreou o goleador Ademir Menezes. 
 Villadoniga ajudou a carregar pra São Januário, ainda, os canecos do Torneio Luís Aranha- 195.. e do Torneio Início de 195. Nascido, em 6 de novembro de 1915, ele viveu até 26 de outubro de 2006, residindo no bairro paulistano de Perdizes.

O baiano Viladônega de Souza foi infanto-juvenil, juvenil, aspirante e profissional do Vasco da Gama. Era uma criança, de 12 de idade, quando chegou à Colina, para disputar vaga em uma peneira perto de 200 incritos. Só ele, Maranhão (apoiador) e Edílson (lateral-esquerdo) ficaram e foram aproveitados. Era 1954 e não foi fácil dobrar seus pais - Expedito e Adélia.
Viladônega estreou adolescente no time A vascaíno, em amistosos 2 x 1 Peñarol, no Uruguai. Até os 16, era juvenil, categoria em que conquistou seu único título cruzmaltino, marcando, sem querer, o gol do 1 x 0 Flamengo, em bola cruzada que bateu em sua cabeça e entrou. Garoto danado, participou de excursões internacionais e ao voltar de uma delas, ao México, foi foi convocado para a seleção canarinha amadora que iria ao Pan-Americano-1959, em Chicago, nos Estados Unidos, levando, também, Gérson, Germano e Maranhão. Voltou vice, vencendo quatro dos seis jogos disputados, em um deles mandano 9 x 1 Haiti – zebraram em 3 x 5 Estados Unidos e no 1 x 1 Argentina viram o ouro virar bronze. Em compensação, em 1961, foi campeão do primeiro Brasileiro de futebol de seleções amadoras estaduais.
 Nascido em 1942, em Euclides da Cunha, o Vila baiano foi descoberto, em Jequié - distante 365 quilômetros de Salvador - pelo médico e diretor de hospital local, Sebastião Azevedo, sócio benemérito do Vasco.
O garoto que, ao chegar a São Januário chamava o capitão do time por “Senhor Bellini”, subiu ao time principal antes de estourar a idade de aspirante. Tinha Pinga por ídolo e, com aquele, aprendeu que para ser craque não se deveria mandar pancadas. De repente, viu-se jogando do lado dele e de Lorico, um outro astro do time vascaíno.
Em 1963, o Vasco da Gama emprestou Viladônega ao Atlético-MG. Depois de pendurar as chuteiras, fez curso de pinturas e hoje é artista na cidade de Itapetinga, na Bahia. 

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