Os primeirões, na década de 1970, foram o centroavante Marco
Antônio e o ponta-direita Júnior Brasília, revelados pelo Ceub. Mas um é goiano
e o outro mineiro. Nos anos-80, vieram outro ponta-direita baiano Jussiê e ozagueiro mineiro Sousa, crias do Brasília. Só em 1991 houve um atleta genuinamente candango vestindo a camisa canarinha, o
lateral-esquerdo Lira, revelação do Taguatinga Esporte Clube e nascido na.QNJ 24,
Casa 1, no dia 2 de abril de
Carlos Augusto José
de Lira disputou nove jogos pela Seleção Brasileira principal, vencendo seis e
empatando três. Invicto, em oito confrontos contra seleções nacionais e mais um
contra um clube, o espanhol Valência (27.04.1995), quando o Brasil mandou 4 x
2.
Foi no 8 de novembro de 1990 que Lira envergou a jaqueta canarinha, pela primeira vez, em um
amistoso, no Mangueirão, em Belém, com 0 x 0 diante do Chile. Seu convocador
foi Paulo Roberto Falcão e o time teve: Sérgio (Santos); Gil Baiano (Bragantino-SP,
depois Luiz Henrique-Bahia), Paulão (Cruzeiro, depois Cléber-Atlético-MG),
Adílson Batista (Cruzeiro) e Lira; César Sampaio (Santos, depois Leonardo-São
Paulo), Donizete (Grêmio-RS), Cafu (São Paulo) e Neto (Corinthians, depois
Valdeir-Botafogo); Careca Bianchezzi
(Palmeiras) e Charles (Bahia).
“Eu estava no Goiás (Esporte Clube), com o treinador João Avelino, jogando uma grande temporada. Fiz até gol olímpico, contra o Fluminense. Me ajudou muito na convocação o bom time em que eu estava, contando com o meia Luvanor, o goleador Túlio e os também atacantes Fagundes e Niltinho, entre outros (equipe montada pelo técnico Aderbal Lana, em 1990)”, situa o ex-lateral.
Em sua passagem pela seleção brasileira, Lira venceu,
ainda, Bulgária (3 x 0, em 28.05.90); Iugoslávia
(3 x 1, em 30.10.1991); Tchecoeslováquia (2 x 1, em 18.12,1991); Finlândia (3 x
1, em 15.04.1992) e Costa Rica (4 x 2, 23.09.1992). Além do empate com os
chilenos, ficou igual, também, com os mexicanos (0 x 0, em 13.12.1990) e
poloneses (2 x 2, em 17.03.1993).
PELADEIRO - O
primeiro candango a chegar à seleção brasileira nem imaginava por isso, quando
batia as suas peladas peloo time do Aliança, na Shis Norte,
Lira e o sexto da esquerda para a direita na Seleção Brasileira Junior-1984
“Em 1983, o Erci me encaminhou para o Vasco, que me usou no time juvenil. Fui campeão por ele, e júnior, em 84. Em 85/86, eu jogava com Romário e Mazinho (futuros tetracampeões na Copa de 1994) e o Régis (goleiro), que também chegou à seleção. Foi o Antônio Lopes quem nos promoveu. Assinei o meu primeiro contrato naquele ano (1986)”, recorda.
Depois da Taça Guanabara de 1987, Lira esteve emprestado ao
Taubaté-SP. Em 88, voltou para o grupo que foi bicampeão regional. Em 89, viveu
um momento singular em sua carreira: juntamente com Roberto Dinamite, foi
emprestado à Portuguesa de Desportos, que ainda levou Antônio Lopes.
“Fizemos uma boa temporada na Lusa. Tanto que, ao final de
89, o Goiás me tirou do Vasco – e por ter marcado 11 gols no Brasileiro, os
vascaínos chamaram o Dinamite de volta.
Lira foi um dos poucos atletas a defender três “grandes” cariocas. Além do Vasco, passou por Fluminense e o Flamengo, sendo campeão nos dois. Em 1995, ele era o capitão do time tricolor campeão estadual, com o gol de barriga marcado por Renato Gaúcho.
“Eu estava há um ano e quatro meses no Grêmio, quando o Fluminense foi me buscar no Sul, em
1992. Fazia boa temporada no Sul, merecendo uma convocação para a seleção
brasileira”, diz ele que fez os 26 jogos das campanha do título carioca de
1995, quando o time-base foi: Wellerson, Ronald, Lima, Paulo Pava e Lira;
Márcio Costa, Aílton, Djair e Rogerinho: Renato Gaúcho e Ézio (Leonardo).
No mesmo ano em que foi campeão pelo Flu, Lira mudou para o Fla. Passou por mais dois “grandes” clubes, os Atléticos Mineiro e Paranaense. E encerrou a carreira, em 1998, após defender quatro times “pequenos”: Vitória, Desportiva e Vilavelhense-ES, e Tupi-MG.
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