Vasco

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sexta-feira, 5 de junho de 2020

HISTÓRIAS DO FUTEBOL BRASILIENSE. O PRIMEIRO CANDAGO NO TIME CANARINHO

                 Os primeirões, na década de 1970, foram o centroavante Marco Antônio e o ponta-direita Júnior Brasília, revelados pelo Ceub. Mas um é goiano e o outro mineiro. Nos anos-80, vieram outro ponta-direita baiano Jussiê e ozagueiro mineiro Sousa, crias do Brasília. Só em 1991 houve  um atleta genuinamente candango vestindo a camisa canarinha, o lateral-esquerdo Lira, revelação do Taguatinga Esporte Clube e nascido na.QNJ  24, Casa 1,  no dia 2 de abril de 1966.

 Carlos Augusto José de Lira disputou nove jogos pela Seleção Brasileira principal, vencendo seis e empatando três. Invicto, em oito confrontos contra seleções nacionais e mais um contra um clube, o espanhol Valência (27.04.1995), quando o Brasil mandou 4 x 2.                 

Foi no 8 de novembro de 1990 que Lira envergou a jaqueta canarinha, pela primeira vez, em um amistoso, no Mangueirão, em Belém, com 0 x 0 diante do Chile. Seu convocador foi Paulo Roberto Falcão e o time teve: Sérgio (Santos); Gil Baiano (Bragantino-SP, depois Luiz Henrique-Bahia), Paulão (Cruzeiro, depois Cléber-Atlético-MG), Adílson Batista (Cruzeiro) e Lira; César Sampaio (Santos, depois Leonardo-São Paulo), Donizete (Grêmio-RS), Cafu (São Paulo) e Neto (Corinthians, depois Valdeir-Botafogo);  Careca Bianchezzi (Palmeiras) e Charles (Bahia).

Lira (E) ao lado de Gil Baiano

“Eu estava no Goiás (Esporte Clube), com o treinador João Avelino, jogando uma grande temporada. Fiz até gol olímpico, contra o Fluminense. Me ajudou muito na convocação o bom time em que eu estava, contando com o meia Luvanor, o goleador Túlio e os também atacantes Fagundes e Niltinho, entre outros (equipe montada pelo técnico Aderbal Lana, em 1990)”, situa o ex-lateral.

Em sua passagem pela seleção brasileira, Lira venceu, ainda,  Bulgária (3 x 0, em 28.05.90); Iugoslávia (3 x 1, em 30.10.1991); Tchecoeslováquia (2 x 1, em 18.12,1991); Finlândia (3 x 1, em 15.04.1992) e Costa Rica (4 x 2, 23.09.1992). Além do empate com os chilenos, ficou igual, também, com os mexicanos (0 x 0, em 13.12.1990) e poloneses (2 x 2, em 17.03.1993).

PELADEIRO -  O primeiro candango a chegar à seleção brasileira nem imaginava por isso, quando batia as suas peladas peloo time do Aliança, na Shis Norte, em Taguatinga. Quis o destino que, num daqueles dias, o treinador Erci Rosa o visse em ação e o convidasse para mostrar o seu veneno com a camisa do “Taguá”. 

Lira e o sexto da esquerda para a direita na Seleção Brasileira Junior-1984

“Em 1983, o Erci me encaminhou para o Vasco, que me usou no time juvenil. Fui campeão por ele, e júnior, em 84. Em 85/86, eu jogava com Romário e Mazinho (futuros tetracampeões na Copa de 1994) e o Régis (goleiro), que também chegou à seleção. Foi o Antônio Lopes quem nos promoveu. Assinei o meu primeiro contrato naquele ano (1986)”, recorda.    

Depois da Taça Guanabara de 1987, Lira esteve emprestado ao Taubaté-SP. Em 88, voltou para o grupo que foi bicampeão regional. Em 89, viveu um momento singular em sua carreira: juntamente com Roberto Dinamite, foi emprestado à Portuguesa de Desportos, que ainda levou Antônio Lopes.

“Fizemos uma boa temporada na Lusa. Tanto que, ao final de 89, o Goiás me tirou do Vasco – e por ter marcado 11 gols no Brasileiro, os vascaínos chamaram o Dinamite de volta.

Lira foi um dos poucos atletas a defender três “grandes” cariocas. Além do Vasco, passou por Fluminense e o Flamengo, sendo campeão nos dois. Em 1995, ele era o capitão do time tricolor campeão estadual, com o gol de barriga marcado por Renato Gaúcho.

“Eu estava há um ano e quatro meses no Grêmio,  quando o Fluminense foi me buscar no Sul, em 1992. Fazia boa temporada no Sul, merecendo uma convocação para a seleção brasileira”, diz ele que fez os 26 jogos das campanha do título carioca de 1995, quando o time-base foi: Wellerson, Ronald, Lima, Paulo Pava e Lira; Márcio Costa, Aílton, Djair e Rogerinho: Renato Gaúcho e Ézio (Leonardo).

No mesmo ano em que foi campeão pelo Flu, Lira mudou para o Fla. Passou por mais dois “grandes” clubes, os Atléticos Mineiro e Paranaense. E encerrou a carreira, em 1998, após defender quatro times “pequenos”: Vitória, Desportiva e Vilavelhense-ES, e Tupi-MG.  

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