Homenagem merecida ao único homem de um time que não pode
falhar. A idéia foi dos então tenente Raul Carlesso e capitão Reginaldo
Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de
Janeiro, entusiasmados com o sucesso de um método de treinamento desenvolvido
pelo primeiro e que permitiu, na década-70, a evolução da turma que não deixa a gama
crescer onde pisa.
A primeira comemoração ocorreu em 14 de abril de 1975,
reunindo, no RJ, goleiros do então presente e do passado, além de várias outras
pessoas ligadas ao futebol. No entanto, para homenagear o goleiro Manga (Aílton
Corrêa de Arruda), campeão brasileiro em 1975/976, pelo Internacional-RS, e um
dos maiores da história da camisa 1 no país, ídolo da torcida do Botafogo, por
mais de 10 anos, trocou-se a data, em 1976, para 26 de abril, coincidindo com o
nascimento do homenageado – em 1937, na pernambucana Recife.
O Vasco já teve grandes “arqueiros”, como eram chamados os
goleiros, antigamente. O maior de todos foi o paulista Moacir Barbosa
(27.03.1921 a 07.04.2000), vascaíno por duas vezes, de 1945 a 1955, e de 1958 a 1960, tendo disputado
417 jogos com a Turma da Colina. Antes dele, o mais famoso fora o carioca
Jaguaré Bezerra de Vasconcelos (14.05.1905 a 27.08.1946), que ficou pela Colina
entre 1928 e 1931. Primeiro goleiro brasileiro a usar luvas, por ter jogado na
Europa, foi, também, o primeiro a cobrar um pênalti, também jogando entre os
europeus. Depois dele, foi o reinado do paranaense José Fontana, o Rei
(19.03.1912 a 03.04.1986), de 1933
a 1938.
Como a década-40 foi dominada por Barbosa – até 1953,
titular absoluto –, em 1956, surgiu uma boa briga entre o carioca Carlos
Alberto Martins Cavalheiro (21 de janeiro de 1932) e Miguel, no grupo campeão
carioca da temporada. Por ser militar, da Aeronáutica – chegou a brigadeiro –
Carlos Alberto jamais se profissionalizou. A partir de 1959, uma outra boa
briga pela camisa 1 foi travada por Ita (José Augusto da Silva) e Humberto
Torgado. O primeiro, um mineiro de Alfenas, (16.07.1938), esteve vascaíno até
1966. Em São Januário,
Ita (foto/E) conheceu e casou-se com a nadadora vascaína Walda Vieira da Silva,
que fora, também, Rainha do Carnaval Carioca. De sua parte, Humberto (foto/D)
foi cruzmaltino até 1965. Mais tarde, foi supervisor técnico, tendo lançado o
ex-lateral-direito Joel Santana no comando do time de juniores, e contratado,
em 1970, um dos mais vitoriosos treinadores do Vasco nos últimos 40 anos, Antônio
Lopes.
Na década-70, quem ‘reinou’, absoluto, em São Januário, foi
argentino Edgardo Norberto Andrada. Nascido em 21 de janeiro de 1939, em
Rosário, ele vestiu a 1 da cruz de malta, entre 1969 e 1975. Campeão carioca,
em 1970, e brasileiro, em 1978, foi eleito, pela revista Placar, o melhor goleiro do Brasileirão de 1971. Em 1979, quem
estava debaixo das traves já era o paulista, de Ribeirão Preto (11.07.1949)
Emerson Leão. Ficou só até 1980, tendo jogado 24 vezes.
Leão,
medindo 1,82 de altura, chegou ao Vasco com o currículo de ter sido o goleiro
brasileiro que mais disputou Copas do Mundo – 1970 (sem jogar), 1974,1978
(capitão) e 1986 (sem jogar). Na Alemanha-74 e na Argentina-78, fez 14
partidas, com 7 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, sofrendo 7 gols. Totalizou
105 jogos canarinhos, vencendo 64, empatando 30 empates, perdendo 11 derrotas e
sofrendo 69 gols. Contra seleções nacionais, foram 81 jogos, com 46 vitórias,
25 empates, 10 derrotas e 54 gols sofridos. Diante de clubes e combinados
totalizou 24 pelejas, ganhando 18, empatando cinco e perdendo só uma. Nelas,
sofreu 15 tentos. Os títulos de Leão pela Seleção Brasileira foram: Copa do
Mundo-1970; Copas Rocca-1971 e 1976; Taça Independência-1972; Torneio
Bicentenário de Independência dos Estados Unidos-1976; Taça do Atlântico-1976 e
Taça Oswaldo Cruz-1976.
Entre
1982 e 1991, o “Paredão da Colina” já era Acácio Cordeiro Barreto, de 1,87m de
altura, nascido em Campos-RJ (24.01.1959). Seguríssimo em 162 jogos como
titular, passava muita confiança ao time. Foi campeão brasileiro, em 1989;
carioca, em 1982,1987 e 1988, e do Tofeu Ramón de Carranza, na Espanha, em 1987, 1988 e 1989.
O próximo grande
goleiro vascaíno foi Fábio Deivson Lopes Maciel, de 1,88m de altura, natural de
Nobres-MT (30.09.1980). Foi do Time da Colina, entre 2001 e 2004, tendo jogado
384 vezes e conquistado os títulos de campeão da Copa Mercosul e do Campeonato
Brasileiro, ambos de 2000, e do Carioca de 2003. Também entra na galeria dos
bons camisas 1 cruzmaltinos Hélton da Silva Arruda, de 1,89 m de altura, nascido em São Gonçalo-RJ
(18.05.1978). Chegou ao Vasco aos 15 anos, como juvenil, e ficou até depois das
Olimpíadas de 2000, ano em que passou a titular e disputou o I Mundial de
Clubes da Fifa.
12/04/2014 14:56 - NG/ES/CAMPEONATO
CARIOCA/FLAMENGO X VASCO/APRESENTA
Em crise, Flamengo e Vasco lutam pelo título carioca no Maracanã
Por Ronald Lincoln Jr.
Rio, 12 (AE) - Mesmo com o prestígio do Campeonato Carioca em decadência,
vencê-lo será muito importante para o decorrer da temporada de Flamengo e
Vasco. Os dois rivais decidem o título a partir das 16 horas, no Maracanã. O
time rubro-negro vive uma situação complicada após a eliminação precoce na
Libertadores e, se perder neste domingo, terá de lidar com uma inevitável crise
na Gávea. Já o Vasco, depois da péssima campanha no último Brasileiro - que
culminou no rebaixamento do time para a Série B -, pode ter na conquista do
Carioca um empurrão para fazer uma boa temporada e voltar à elite do futebol.
Os dois times retornarão ao Maracanã para a segunda e decisiva partida da final
da competição. A primeira, na semana passada, terminou empatada por 1 a 1. Para
o Vasco ser campeão, terá de vencer o confronto. Um empate dá o título ao
Flamengo. O último jogo da decisão contabilizou cerca de 60 faltas, oito
advertências com cartão amarelo e uma expulsão, de Everton Costa, do Vasco.
Neste domingo, o espírito de decisão deve mais uma vez tornar a partida corrida
e bem disputada e ao mesmo tempo desprovida de qualidade.
A ausência de Everton Costa, suspenso automaticamente, gera a principal dúvida
na escalação vascaína para a final. O técnico Adilson Batista fez mistério e
ainda não revelou o substituto. Com características semelhantes às de Costa, o
colombiano Montoya e o atacante William Bárbio disputam a vaga. O volante
Guiñazu e o atacante
Edmílson foram poupados de alguns treinamentos durante a semana por sentirem
dores musculares e devem ser dúvida até a hora do jogo.
O técnico Jayme de Almeida confirmou a escalação dos meio-campistas Luiz
Antônio e Márcio Araújo, que não estavam inscritos na Libertadores. Os laterais
Léo Moura e André Santos ficaram fora do Campeonato Carioca por mais de um mês,
poupados para a competição sul-americana e por causa de contusão, mas estão confirmados
para essa
final. Por isso, com exceção de Hernane, que segue sob cuidados médicos, o
comandante terá a equipe titular "ideal" à sua disposição.
O Flamengo é o clube que detém mais conquistas do Campeonato Carioca, até aqui
foram 32, sendo a última delas alcançada por Ronaldinho Gaúcho e cia, em 2011.
O Vasco vive um longo jejum, pois desde 2003 o time não levanta a taça do
torneio estadual. Em sua história foram 22 títulos conquistados. O Fluminense
tem 31. O Botafogo, 20. Depois, seguem, pela ordem, América (7), Bangu (2) e
São Cristóvão e Paissandu (1 cada).
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO - Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir e André Santos, Amaral, Márcio
Araújo e Luiz Antônio; Paulinho, Everton e Alecsandro. Técnico: Jayme de
Almeida.
VASCO - Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Marlon, Guiñazu, Pedro Ken e
Douglas; Reginaldo, William Barbio e Edmílson. Técnico: Adilson Batista.
ÁRBITRO - Marcelo de Lima Henrique.
HORÁRIO - 16 horas.
LOCAL - Estádio do Maracanã, no Rio.