Vasco

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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

AS RAPIDINHAS DO TERROR DINAMITE

 Roberto Dinamite, além de maior artilheiro da história do Vasco da Gama (708 gols), de SãoJanuário (184) e do Campeonato Brasileiro de Futebol (190), foi um “matador” rápido, em algumas oportunidades. Vítimase: Goiás, Itaperuna-RJ, Botafogo-RJ, América-RJ, Goytacaz-RJ, Campo Grande-RJ; América-RN; Itabaiana-SE; Internacional-RS; Madureira-RJ; Volta Redonda-RJ, Fluminense, de Nova Friburgo-RJ, e Americano, de Campos-RJ. Confira a rapidez dessas explosões:   

30 de julho de 1977 – 1 minuto – Vasco da Gama 3 x 0 Goiás – Campeonato Brasileiro, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. Público de  26.549 pagantes. Time: Mazaropi; Orlando Lelé, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanatta e Dirceu Guimarães; Wilsinho (Guina), RobertoDinamite e Paulinho Massasriol (Zandonaide). Técnico: Orlando Fantoni.      

09 de novembro de 1980 - 2 minutos – Vasco da Gama 2 x 0 Botafogo – segundo turno do Estadual-RJ, no Maracanã, diante de  29.056 pagantes. Time: Mazaropi; Brassinha, Orlando, Léo e Marco Antônio; Pintinho, Guina e Marquinho (Serginho): Katinha, Robrto Dinamikte e Wilsinho. Técnico Mário Jorge Lobo Zagallo.

27 de março de 1977 – 3 minutos – Vasco da Gama 2 x 1 Goytacaz – primeiro turno do Estadual (Taça Guanabara), no Estádio Ary de Oliveira Souza, em Campos, com 10.277 pagantes. O tento foi cobrando pênalti. Time: Mazaropi; Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanatta e Dirceu; Luís Fumanchu, Roberto Dinamite e Ramon Pernambucano (Uilliam). Técnico: Orlando Fantoni.     

                                       Reprodução do Jornal de Brasília

28 de julho de 1974 – 4 minutos – Vasco da Gama 2 x  2 Internacional-RS – fase final do Campeonato Brasileiro, no Maracanã, com 118.777 pagantes. Time: Andrada; Paulo César, Joel Santana (Moisés), Miguel e Fidélis; Alcir, Zanatta e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luís Carlos Lemos. Técnico: Mário Travaglini.  

23 de outubro de 1986 - 5 minutos - Vasco da Gama 3 x 1 Sobradinho-DF -  Campeoanto Brasileiro, no Estádio Mané Garrincha (o demolido), em Brasília, com 22.076 pagantes. Time: Acácio; Paulo Roberto Gaúcho, Juninho, Donato e Pedrinho; Josenílton, Mazinho e Geovani; Gersinho, Roberto Dinamite (Mauricinho) e Romário. Técnico: Joel Santana.     

                              OUTROS JOGOS COM GOLS RÁPIDOS 

14.09.1992 – 1 minuto - Vasco da Gama 3 x 0 Itaperuna – Estadual-RJ/Taça Guanabara, em São Januário, com 385 pagantes e o Dinamite explodindo a rede do visitante, em cobrança de pênalti, no  primeiro tempo. Time: Carlos Germano; Luis Carlos Winck (Pimentel), Alê, Jorge Luiz e Cássio; Luisinho Quintanilha, Leandro Ávila e Bismarck;  Valdir Bigode, Roberto Dinamite (Luciano) e Hernande. Técnico: Joel Santana.   

13 de abril de 1975 - 3 minutos - Vascoda Gama 2 x 2 América-RJ - Taça Guanabara, no Maracanã, com 41.007 explicitos pagantes. Neste jogo, o Dinamite esteve superrápido, pois marcou gol, tmbém, aos 6 minutos da etapa inicial. Time: Andrada; Paulo César, Joel Santana, Renê e Alfinete;  Alcir,. Zanttta e Edu;  Carlinhos, Roberto Dinamite e Luis Carlos Lemos.Técnico: Mário Travaglini. 

15 de abril e 1973 – 4 minutos – Vasco da Gama 2 x 0 Campo Grande-RJ – Taça Guanabara, com o estádio de São Januário recebendo 6.338 pagantes. Time: Jonas; Paulo César, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanatta e Ademir (Luis Fumanchu); Jorg; Jorginho Carvoeiro, Dé e Roberto Dinamite (Buglê). Técnico: Mário Travaglini.    

27 de abril de 1974 -  4 minutos – Vasco da Gama 3 x 2 América-RN – primeira fase do Campeonato Brasileiro, no Estádio Castelão, em Natal-RN, com plúblico de 8.965. Além da carga explosiva que abriu o placar, Roberto Dinamite explodiu mais um tento, aos 35 do mesmo primero tempo. Time: Andrada; Fidélis, Joel Santana, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanatta e Fred (Gaúcho); Cláudio (Galdino), Roberto Dinamite e Luís Carlos Lemos. Técnico: Mário Travaglini. 

4 de maio de 1974 - 4 minutos - Vasco da Gama 3 x 0 Itabaiana-SE - primeira fase do Campeonato Brasileiro, no Estádio Lourival Batista (Batistão), em Aracaju), prestigiado por 14.252 pagantes. Time: Andrada; Fidélis, Joel Santana, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanatta e Fred; Luís Carlos Lemos (Claudio), Roberto Dinamite e Galdino. Técnico: Mário Travaglini.  

5 de setembro de 1974 – 4 minutos – Vasco da Gama 2 x 2 Madureira -  Taça Guanabra, em São Januário, com 5.647 pagantes. Time: Carlos Henrique; Paulo César, Joel Santana, Fidélis e Alfinete; Alcir, Zanatta e Peres; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite (Bill) e Lluís carlos Lemos (Galdino). Técnico: Mário Travaglini. 

15 de setembro de 1974 – 4 minutos – Vasco da Gama 2 x 2 Madureira -  Taça Guanabra, em São Januário, com 5.647 pagantes. Time: Carlos Henrique; Paulo César, Joel Santana, Fidélis e Alfinete; Alcir, Zanatta e Peres; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite (Bill) e Lluís carlos Lemos (Galdino). Técnico: Mário Travaglini.     

7 de março de 1976 - 4 minutos – Vasco da Gama 3 x 1 Volta Redonda-RJ – amistoso no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, assistido por  7.581 pagantes. Time: Mazaropi; Toninho (Gílson Paulino), Abel, Renê (Gaúcho) e Marco Antônio (Luis Augusto); Zé Mário, Zanatta e Jair Pereira; Luís Carlos Lemos, Roberto Dinamite e Galdino (Paulo Robero). Técnico: Paulo Emílio. 

1º de abril de 1979 - 4 minutos – Vasco da Gama 3 x 0 Fluminense, de Nova Friburgo-RJ - segundo turno do Campeonato Carioca Especial, valendo a Taça Jorge Frias de Paula, no Estádio Eduardo Guinle, a casa do adversário, presenciado por 8.244 pagantes. Time: Leão; Paulinho Pereira, Abel, Geraldo (Gaúcho) e Marco Antônio; Helinho, Toninho Vanusas, Carlos Alberto Garcia e Guina; Roberto Dinamite e Osnir. Técnico: Carlos Froner.  

11.10.1979 – 4 e 5 minutos – Vasco da Gama 5 x 0 Fluminense de Nova Friburgo-RJ – Taça Guanabara, em São Januário, com 1.450 pagantes. Time: Leão; Paulinho Pereira, Abel Braga, Gaúcho e Marco Antônio Feliciano (Pajoo César); Helinho (Carlos Alberto Garcia), Dudu e Guina; Wilsinho, Roberto Dinamite e Paulinho Massariol. Técnico: Oto Glória.     

06.06.1979 – 6 minutos – Vasco da Gama 3 x 1 Bonsucesso – Taça Guanabara, conferida por 4.722 pagantes, em São Januário. Time: Leão; Orlando Lelé, Abel, Geraldo (Gaúcho) e Marco Antônio; Helinho, Dudu e Guina; Wilsinho, Roberto Dinamite e Paulinho (Osnir). Técnico: Carlos Fronter.  

19.09.1979 – 7 minutos – Vasco da Gama 2 x 1 Americano –  Estadudual-RJ, segundo turno, no Estádio Godofredo Cruz, em Campos—RJ, assistido por 4.825 pagantes. Time: Leão; Orlando, Gaúcho, Ivan e Paulo César; Dudu, Guina (Paulo Roberto|) e Paulinho; Katinha, Roberto Dinamite e Lito (Afrânio). Técnico: Oto Glória.

04.02.1981 – 8 minutos - Vasco da Gama 4 x 1 Colatina-ES (ver abaixo, em 10 minutos)

06.05.1979 – 9 minutos – Vasco da Gama 2 x 0 Olaria – Taça Guanabara, em São Januário, com 8.558 pagantes. Time: Leão; Orlando Lelé, Abel Braga (Gaúcho), Geraldo e Marco Antônio; Helinho, Dudu e Toninho Vanusa (Ramon); Guina Roberto Dinamite e Paulinho Masariol. Técnico: Carlos Froner.   

04.02.1981 – 10 minutos - Vasco da Gama 4 x 1 Colatina-ES – amistoso, no Estádio Justiiano de Melo e Silva, em Colatina-ES, sem público anunciado e com o Dinamite marcando, também, aos 8 do primeiro tempo. Time: Jair Bragança; Brasinha, Juan, Léo e Sérgio Pinto (Gilberto); Serginho, Guina e Alcides; Flecha, Roberto Dinamite (Adriano) e Silvinho; Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo.        

     

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

SACANAGEM DINAMITE RUBRO-NEGRADA

 Torcer por um time, todo jornalista torce. É normal, ocorre em qualquer lugar. Mas a paixão do jornalista-torcedor rubro-negro chega ao incrível. É que se pode constatar pelo Nº 971 da revista carioca Fatos e Fotos Gente, de 31 de março de 1980.

Na capa e em mais  duas das páginas internas foi montada uma autêntica saca flamenguista, com foto do maior ídolo da  história do futebol cruzmaltino usando a camisa do maior rival.
O texto, de Eduardo Lacombe, confessava provocação à torcida cruzmaltina e reproduzia anúncio do então presidente do Flamengo, Márcio Braga, de que estava tentando repatriar o Dinamite que o Vasco da Gama negociara com o espanhol Barcelona: "Com Zico e Roberto, seremos campeões 10 anos seguidos. E haja taça para comemorar".
 O rubro-negrismo do redator da semanária foi mais longe, dizendo que “no Vasco não há mais ambiente para o jogador” e que o Flamengo já tinha definido o esquema publicitário para a estreia do atacante com a sua camisa: em amistoso projetado para render antigos Cr$ 20 milhões de cruzeiros e com direitos de televisionamento comprados pela Globo.
O redator encerra o seu onirismo mostrando não estar acordado quando bolou a pauta: “A imagem (do Roberto rubro-negro) é ótima. Faz sonhar todo mundo (flamenguista, evidentemente)”.
Embora os maiores rivais da Turma da Colina tivessem sonhado com o seu maior ídolo, Zico, formando parceria no seu ataque, com o Dinamite, esta aconteceu, mas com a jaqueta cruzmaltina, durante o jogo de despedida dos gramados, de Carlos Roberto de Oliveira, em 24 de março de 1993, no Maracanã. Convenhamos que vestir o atleta vascaíno de vermelho e preto foi uma grande sacanagem flamenguista pra cima da torcida cruzmaltina.

Cheering for a team, every journalist twistsIt's normaloccurs in qualquere place. But the passion of thered-black journalist-fan "comes to amazing. It can be seen that by No. 971 of the Rio magazine" Facts and Celebrities Photos "dated March 31, 1980. for her, on the cover and in most of the two inside pages of material about Roberto Dynamite, a picture of the greatest idol in the history of football cruzmaltino using the biggest rival shirt was mounted, Flamengo .
The text of Eduardo Lacombe, confesses to challenge the cruzmaltina crowd, using it for the announcement of the then red-black president, Márcio Bragathat was trying to repatriate the attacker that Vasco negotiated with the Spanish Barcelona and went through terrible times that club. "With Zico and Robertobe 10 years in a row champions.
 And there is glass to celebrate, "published the magazine, atribundo phrase to Flamengo leader.
The editor of the red-negrismo of "Facts and Celebrities Photoswent further, saying that "in Vasco there is no more room for the playerand that Flamengo had already set the advertising scheme for Dynamite's debut with his shirt.
 Would be in a match designed to render ancient Cr $ 20 million cruiseand televising rights purchased by Globo. If anything, the writer closes its oneirism showing that he was not awake when the staff came up with"This (Roberto red-black) is great. Does everyone dream (Flamengo, of course). "

domingo, 29 de janeiro de 2023

PRIMERIO CANECO NA COLEÇÃO DINAMITE

 1 - Vasco da Gama 2 x 0 Bonsucesso, pelo Campeonato Carioca Juvenil, em 11 de julho de 1971, valeu a Roberto Dinamite o seu primeiro título de campeão. Aconteceu em um domingo, na casa do adversário, o estádio da Avenida Teixeira de Castro, tendo o ainda ele marcado o primeiro dos gols do prélio e saído de campo como o principal artilheiro da competição: 15 gols, em 21 jogos. Entre 1970 e 1971, jogando pelos juvenis e o time principal, totalizou 79 tentos. OBS: na data em que Roberto Dinamite conquistava o seu primeiro título, Pelé marcava o seu últlimo, pela Seleção Brasileira. 

2 -  Os times que Roberto Dinamite mais castigou, como profissional, foram: Fluminense (43 gols); América (30); Botafogo (28); Flamengo, Bangu e Americano (27). Após o final da carreira, ele foi eleito vereador do Rio de Janeiro, com com 34.893 votos, em 1992. Depois, teve cinco mandatos seguidos como deputado estadual: 1994,  com 68.516 votos. 1998 (44.993); 2002 (53.172); 2006 (49.097) e 2010 ( 39.730 votos). Além disso, foi agraciado com 15 títulos de cidadão honorário de municípios do Rio de Janeiro. Antes da última deputança,  Roberto Dinamite elegeu-se presidente do Vasco, em 2008, e reelegeu-se, em 2011.

sábado, 28 de janeiro de 2023

ÚLTIMA EXPLOSÃO E A DESPEDIDA DO ÍDOLO VASCAÍNO ROBERTO DINAMITE

  O último gol de Roberto Dinamite pela Turma da Colina foi marcado em Vasco da Gama 1 x 0 Goytacaz, de Campos, em São Januário, no 26 de outubro de 1992, pela Taça Rio, o segundo turno do Estadual-RJ. No dia, havia só 774 torcedores que gastaram antigos Cr$ 14 mil. 770 cruzeiros e escutaram o apito do árbitro Roberto Costa. Se Gainte, do Internacional foi o primeiro goleiro a não defender um chute dele, o último chamou-se Cláudio Natal e teve a sua rede balançando aos 46 minutos do primeiro tempo. Joel Santanas foi o último treinador do Dinamite e o ultimo Vasco deste alinhou: Carlos Germano; Luís Carlos Winck, Alexdndre Torres, Jorege Luís e Cássio;  Luisinho Quintanilha, Leandro Ávila e Carlos Alberto Dias; Edmundo e Roberto Dinamite (Valdir Bigode).    

Meses depois, durante a noite de 24 de março de 1993 ocorreria a despedida do maior artilheiro cruzmaltino dos gramados, em Vasco da Gama 0 x 2 La Coruña, da Espanha, amistosamente, no Maracanã, diante de 28.926 pagantes - renda de Cr$ 2 milhões, 790 mil, 250 cruzeiros. José Roberto Wright apitou a partida que teve por diferente o maior idolo da história Flamengo, jogando 45 minutos com a camsias do maior rival da Turma da Colina, em homenagem ao seu grande amigo Bob, como o chamava. Zico saiu do estádio direto para o aeroporto Tom Jobim, a fim de cumprir compromissos no Japão.

Foto reproduzida do álbum do torcedor Raimudinho Maranhão 

             Zico e Roberto durdante a despedida do Dinamite  

Carlos Roberto de Oliveira começou a sua vida boleira defendendo o time do São Bento, do mesmo nome do seu bairro, aos 12 de idade, em sua terra, Caxias-RJ. A idolatria pela torcida vascaína por ele começou em 25 de novembro de 1971, quando marcou gol nos 2 x 0 Interncional-RS e no goleiro Gainete, pelo Brasileiro, no Maracanã, com chute fortíssimo, de fora da área. Na realidade, o apelido Dinamite não surgira depois do golaço, mas durante os treinos para enfrentar o Atlético-MG (21.11.1971), quando se destacou, ganhou a vaga de titular e o Jornal dos Sports-RJ anunciou: "Vasco escala garoto-dinamite". Eliomário Valente e Aparício Pires, jornalistas-torcedores vascaínos, sacaram tudo e criaram o apelido que, com ele, Roberto marcou 708 gols vascaínos, em 1.110 partidas, sendo 184 em São Januário, à média de 36 por temporada. Tornou-se o maior matador dos Campeonatos Carioca (279 gols) e Brasileiro (190). Fora do Vasco, fez 11 jogos e três gols pelo espanhol Barcelona e 11 tentos pela Portuguesa e Desporto-SP.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

DINAMITE DAS CAPAS - BOB & GALO

1 - Roberto Dinamite foi capa do Nº 69, de 6 de fevereiro de 1979, da Manchete Esportiva, ao lado do seu grande amigo Zico, que o chamava por "Bob".O exemplar custava Cr$ 20 cruzeiros, tinha periodicidade semanal e era publicado pela Bloch Editores S.A. de Adolfo Bloch, o chefe do grupo que incluía a revista Manchete.

A Manchete Esportiva estava em sua segunda vida e tinha Zevi Ghivelder, por editor; Ney Bianchi por editor executivo e Marcos de Castro sendo o editor de texto. Glória Silvia Nunes, Sílvio Braun, Geraldo Maineti (RJ), Júlio Bartolo, Horácio Marana, Celso Arnaldo Araújo, Apolinário e César Teixeira (SP) eram os repórteres mais demandados.
Nas páginas 24 e 25, Carlos Alberto Rodrigues escreveu matéria tendo a inflação por tema. Dizia no título: "Zico e Roberto valem, jutos, meio milhão por mês. Quem pode pagar", indagava. Com foto de Gil Pinheiro, os dois posavam com a camisa azul da Seleção Brasileira.

De acordo com a legenda da foto, Roberto não havia aceitado as bases vascaínas, para renovar contato, pois as considerava muito abaixo da inflação. Com aquilo, surgiram especulações de que ele poderia ser negociado com o Internacional

2 - Editada pelo jornalista A. Vivaldo de Azevedo, a revista "FUTEBOL 2000" (abaixo) surgiu em 1977 – custava Cr$ 20 cruzeiros – , com a proposta de expor seus temas, "com caráter didático", aprofundando estatísticas e visitando a memória da maioria dos acontecimentos do futebol brasileiro e mundial.

Publicada pela TRI Editora e Publicidade Ltda, tinha por endereço a Rua 1º de Março Nº 7, sala 208, no Rio de Janeiro. Roberto Dinamite, o maior ídolo da história vascaína, figurou na capa da edição de estreia, ao lado do seu grande amigo rubro-negro Zico. Nas páginas 4, 5 6, sob o título “Zico & Roberto, a dupla de ouro do futebol”, os dois eram ditos “os melhores jogadores de ataque do futebol carioca e brasileiro. Representam ...a garantia de arrecadações...”.
 Além da ficha, que marcava 18.05.1973 como a data do primeiro contrato assinado pelo goleador, com o Vasco, a revista apresentou os 26 jogos disputados pelo Dinamite,, pela Seleção Brasileira, entre 30.09.1975 e 14.07.1977, bem como a estatística dos seus gols, até julho daquele ano, quando já totalizava 345 partidas e 220 bolas nas redes.
 Depois daquilo, Roberto e Zico voltaram a figurar juntos em uma mesma capa de revista, na "Manchete Esportiva" Nº 69, de 6 de fevereiro de 1979. Os dois eram tão amigos que, na despedida do Dinamite dos gramados, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, fez questão de participar, e, como maior ídolo da história flamenguista, vestiu a camisa cruzmaltina, para jogar ao lado do "parceiro", em um amistoso contra o espanhol La Coruña, em 24 de março de 1993, no Maracanã. Mas aquilo ocorrera, também, com um outro rubro-negro (antes de ser banguense), Zizinho, que foi vascaíno, em 1956, para ter o prazer de voltar a correr em campo do lado e com a mesma camisa do 'Queixada' Ademir Menezes.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

CHIROL LANÇOU O GAROTO DINAMITE

Garoto Dinamite, em reprodução de
www.paixaovascao.com.br

   Ele era mais conhecido pela torcida como preparador físico. Mas Admildo Chirol era treinador de futebol diplomado, desde 1956, pela Escola Nacional de Educação Física, do Rio de Janeiro. Foi ele quem lançou Roberto Dinamite no time principal do Vasco da Gama, mandando-o para o jogo do dia 14 de novembro de 1971, contra o Bahia, na Fonte Nova, em Salvador.  
 Como todo rapaz brasileiro, Admildo jogava a sua bolinha, mas não tinha ilusões quanto a possibilidade de desenvolver a carreira de atleta. Sentia-se mais atraído pela ginástica, tendo, inclusive, conquistado o título de campeão carioca em aparelhos, na temprada-1955.
Por indicação do professor Ernesto Santos, um dos grandes gurus dos desportistas carioca naquela metade do século 20, ele tornou-se professor da instituição pela qual se diplomara. Mais tarde, passou a integrar o Conselho de Ginástica  da Confederação Brasileira de Desportos.               

 www.acervodabola.com.br.
 Admildo Chirol não assumiu o comando do time vascaíno sem ter tido uma experiência anterior, como muitos pensaram, quando foi anunciado para o cargo. Bem antes, passara seis meses treinando os juvenis do América-RJ, em 1962, tendo revelado o meia Carlos Pedro, um dos bons nomes do “Diabo Rubro” na década-1960 (foi negociado com o futebol português), e alguns outros garotos que subiram ao time principal.
 Chirol comandou e foi campeão carioca também de aspirantes, em 1964, pelo Botafogo, mesmo ano em que, no time A, substituiu Geninho (demitido após sofrer uma goleada durante o Torneio Rio-São Paulo. Também, foi chamado para substituir Daniel Pinto, no mesmo Botafogo, após o final do Campeonato Carioca-1965, quando já contava com 11 temporadas de vivência no futebol profissional.  
 Carioca, nascido em 1º de julho de 1934, Admildo Chirol viveu até 28 de dezembro de 1998, tendo assistido 64 viradas do calendário.
Antes de treinar o Vasco, em 1971, desde 1968 já havia sido preparador físico da Seleção Brasileira, colocando no currículo a participação na conquista do tri, em 1970, no México, quando a sua rapaziada apresentou um explêndido condicionamento e fez do zagueiro Brito o superatleta de melhor preparo físico do planeta. Substituto de Paulo Amaral, em 1971, em São Januário, ele foi substituído por Zizinho, em 1972. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

VOLTA DE ROBERTO DINAMITE À COLINA -1

   Maior ídolo da história do Vasco da Gama, o goleador Roberto Dinamite teve uma volta traumática a São Januário. Negociado, com o espanhol Barcelona, em fevereiro de 1980, ele já havia balançado as redes por 345 vezes, em 10 anos de clube – 46 como juvenil – embora jogando pelo time A, desde 1971, mas só tendo assinado contrato, como profissional, em 1973.  

Atacante alto – 1,87m – forte e com chute poderosíssimo, Roberto tinha a média anual de 34 gols. Com tantas qualidades para “matar”, o Barcelona pagou US$ 710 mil dólares parfa levá-lo, confiante de que levara o homem certo, para substituir o austríaco Hans Krankl, dispensado, por brigar com o treinador Joaquín Rifé. Só que, quando Roberto chegou ao Barça, o clube vivia a sua pior crise técnica dos últimos 28 anos, rolando pelos 9º, 10º lugares do Campeonato Espanhol e chegando a ficar 14 pontos atrás do líder Real Madrid.
Evidentemente, que Rifé caiu, cedendo vaga a Helenio Herrera, que não queria Roberto e deixava claro o seu desejo pela volta de Krankl. E pior: mandava-o jogar caindo pelas pontas, à procura do gol, o que lhe era difícil, pois os times espanhóis congestionavam a entrada da área. Não sobravam espaços para Roberto se movimentar, trabalhar a bola, chutar em boas condições, como fazia no Vasco, que jogava para ele, ao contrário do Barcelona (foto abaixo/Nicolas G/Placar Nº 516, de 20.03.1980), onde prevalecia o individualismo. 
Com alquilo, Roberto teria que adaptar-se a uma nova realidade, o que Herrera não lhe permitiu.
Muito cobrado, não conseguia render como nos tempos cruzmaltinos. Marcou apenas três gols – dois de pênalti –, em oito jogos. Como não explodia na Espanha, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, viu o momento certo para ter no ataque rubro-negro os dois maiores goleadores do futebol carioca, juntando-o a Zico. Apresentou um contrato para o Dinamite assinar, ele topou e obrigou Eurico Miranda a se virar, para repatriá-lo para São Januário.

2 - Roberto reestreou com a camisa cruzmaltina, em 24 de abril de 1980, enfrentando o Náutico, em Recife, pelo Campeonato Brasileiro. O Vasco venceu, 1 x 0, com um gol de Guina, mas o seu artilheiro ainda não esteve aceso. Isso só aconteceu naquele que todos pensam ter sido o seu “O Jogo da Volta”, contra o Corinthians, na tarde de 4 de maio, do mesmo 1980, no Maracanã.
Na tarde em que Roberto e o Vasco se reencontraram, os torcedores cruzmaltinos tiveram de suportar um “auê” dos rubro-negros – o Flamengo fizera a preliminar, contra o Bangu, e a sua torcida uniu-se à corintianos, formando o que chamaram de “Fla-Fiel”, para “secar” o Bacalhau. Mas não adiantou. Roberto marcou cinco gols e o Vasco tascou 5 x 2 no Timão, que era o campeão paulista, diante de 107.474 pagantes.                                                                                         
                                                                                                            Foto reproduzida de Placar 516, de 1980

Por aquela época, o Vasco não vinha bem no Brasileiro. O técnico Orlando Fantoni contava com jogadores talentosos, como Guina, Carlos Alberto Pintinho e Dudu “Coelhão”, mas os demais não faziam falta. Usando camisas pretas, calções e meiões brancos, os “cruzcristenses” pisaram no gramado do “Maraca” vaiados por flamenguistas e corintianos, que deliraram, quando Caçapava abriu o placar, aos 11 minutos, com a chamada “bomba”, de fora da área. Não sabiam eles, porém, que aquela seria a tarde em que o Dinamite voltaria a explodir. E nem tiveram tempo para comemorar. Dois minutos depois, Dudu esticou um passe para Roberto. O meia corintiano Basílio o interceptou, mas o “reestreante” recuperou a bola e, da marca do pênalti, empatou a partida: 1 x 1.

3 - A próxima amargura corintiana seria aos 27 minutos. Roberto atacou e, como ninguém aparecia para ajudá-lo, arriscou chutar, de longe. Saiu uma dinamite – tabelinha com o “montinho artilheiro”, na risca da pequena área. O quique da bola encobriu o goleiro Jairo, que a procurava e não a encontrava, no seu canto esquerdo: 2 x 1.
Com a torcida vascaína fazendo a festa, aos 37 minutos, Guina lançou, rasteiro, o seu artilheiro, em profundidade. Roberto ganhou, na corrida, do zagueiro Amaral, e bateu na bola, que viajou à meia altura, indefensável para o grandalhão Jairo: 3 x 1. O Vasco encurralava os corintianos. Aos 39 minutos, o “Coelhão” chutou, de fora da área, e Jairo deu rebote. Pra quem? O Dinamite, que estava no pedaço, chegou com tudo e mandou seu quarto beijo na rede: 4 x 1. Era emoção demais. Quando Roberto correu por trás das balizas, ergueu o punho direito e “recomemorou”, não ficou nenhum rubro-negro no estádio. Estava acabada a coligação com os corintianos. Quanto a estes, quando nada, ainda assistiram o “Doutor” Sócrates diminuir o placar, para 4 x 2, aos 42 minutos, num pênalti marcado, pelo árbitro gaúcho Carlos Rosa Martins.
Com 4 x 2, no primeiro tempo, a torcida vascaína pedia o tradicional “mais um”, na etapa final. Roberto, no entanto, só foi atendê-la, aos 27 minutos, com um “míssil”, pelo alto, indefensável para o Jairão: 5 x 2. Depois daquela, o que restava ao artilheiro? Esperar o jogo acabar e ir pra geral e jogar a camisa 10 pra galera. Era a virada na vida de Carlos Roberto de Oliveira, cidadão nascido às 4h25 do dia 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias, onde ganhou o apelido de Calu e, aos 12 anos de idade, já era individualista, fominha, titular e artilheiro do principal time do bairro, o Esporte Clube São Bento. Filho de Seu Maia e Dona Neuza. Roberto fora criado em São Bento, bairro pobre de sua cidade, onde a principal atividade dos meninos era jogar futebol. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

VOLTA DE ROBERTO DINAMITE À COLINA-2

  Em 14 de novembro de 1971, Roberto jogou, pela primeira vez, no time A do Vasco, lançado, após o intervalo, pelo técnico Admildo Chiro, no lugar de Pastoril. Agradou e foi titular, uma semana depois, no 1 x 2 ante o Atlético-MG, no Mineirão. Mas não esteve bem e foi substituído, por Ferreti, que marcou o gol vascaíno, aos 20 minutos do segundo tempo.

Em centenas de vezes, o Dinamite foi a alegria no grito de gol

Veio, então, a noite de 25 de novembro de 1971, no Maracanã. Foi ali que esta história começou, pra valer. Com um chute fortíssimo, de fora da área, Roberto virou “Dinamite” ao marcar o seu primeiro gol pelo time principal de São Januário.
 A vítima foi o goleiro Gainete, do Internacional, abatido, nos 2 x 0 vascaínos, pelo então chamado Campeonato Nacional. No dia seguinte, o “Jornal dos Sports” saiu com a manchete “Garoto Dinamite explodiu”, pensada pelo redator Aparício Pires.
Na realidade, o apelido “Dinamite” não surgiu depois daquele gol. Na segunda fase do Brasileiro, durante os treinos para pegar o Atlético-MG (21.11.1971), Roberto ganhou a vaga de titular. No dia anterior ao jogo, o Jornal dos Sports já havia mancheteado: "Vasco escala garoto-dinamite". Fora uma sacada de Eliomário Valente e Aparício Pires, vascaínos que criaram o apelido quando o garoto já se destacava nos juvenis.
Fã do atacante botafoguense Jairzinho (Jair Ventura Filho), Roberto foi descoberto por Fernando Ramos de Sousa, o Gradim, que tinha o mesmo apelido de um ex-ídolo do time cruzmaltino e era olheiro em peladas nos subúrbios cariocas, em 1969. Ao ver os dribles desconcertantes do então Carlinhos, de 14 anos, convidou o garoto franzino, de 54 quilos, para treinar nas categorias de base do Vasco.
Roberto entrou para a escolinha de Seu Rubens, onde ficou, por pouco tempo. Um mês depois, já estava no time juvenil, treinado por Célio de Souza. Em pouco mais de um ano marcara mais de 46 gols e engordado 15 quilos, graças a um trabalho muscular. No Campeonato Carioca de Juvenis de 1970 , foi o artilheiro vascaíno, com 10 gols. Em 71, já liderou a competição, com 13 gols, chamando a atenção do técnico do time A, Mário Travaglini, que o relacionou para a disputa do Brasileirão de 1971.


         CONFIRA AS FICHAS TECNICAS DE JOGOS QUE MARCARAM A VOLTA
                                          DO DINAMITE AO  VASCO DA GAMA:
 
Quem estava na arquibancada do Maracanã
assistiu ao show do artilheiro

Náutico 0 x 1 Vasco – 23 de abril de 1980. Estádio: Arruda, em Recife (PE). Juiz: Hélio Cosso (MG). Público: 19.705 presentes. Renda: Cr$ 1..165.820,00. Gol: Guina, aos 13 min do 1º tempo. NÁUTICO: Washington; Clésio, Dimas, Douglas e Carlos Alberto Rocha; Luciano, Lourival (Evaristo) e Paulinho: Reinaldo, Dario e Marquinhos. Técnico: Cidinho. VASCO: Mazaropi; Orlando, Juan, Léo e Paulo César; Dudu, Guina e Jorge Mendonça; Catinha (Paulo Roberto), Roberto e Paulinho (Aílton). Técnico: Orlando Fantoni

Vasco 5 x 2 Corinthians  – 4 de maio de 1980. Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro. Juiz: Carlos Rosa Martins (RS). Público: 107.474 pagantes. Renda; Cr$ 8.68.760,00. Gols: Caçapava, aos 11; Roberto, aos 13, 27 e 39, e Sócrates, aos 42 min do 1º tempo; Roberto, aos 27 min do 2º tempo. VASCO: Vasco: Mazaropi; Paulinho Pereira, Juan (Ivan), Léo e Paulo Cesar; Carlos Alberto Pintinho, Guina e Dudu; Catinha, Roberto Dinamite e Wilsinho (João Luís). Técnico: Orlando Fantoni. CORINTHIANS: Jairo, Ze' Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava (Djalma) , Basilio e Socrates; Piter, Geraldão (Toninho) e Wilsinho. Técnico: Jorge Vieira. (Foto reproduzida de http://www.esporte.ig.com.br/). Agradecimento.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A DUPLA DO BARBANTE

                                                CAPA

                                                     

                                                                                       pAG 3 - íNDICE  

   

pAG 4  -APRESENTAÇÃO

    

 

 O gaúcho Saulzinho e o paulista  Célio formaram a maior dupla atacante do Vasco da Gama da década-1960. Juntos, marcaram 196 gols, quando se jogava bem menos e não havia preocupações com estatísticas. Asssim, a pesquisa para este livro encontrou 106 gols para Célio e 90 na conta do Saul, que se conheceram durante o Torneio Pentagonal do México-1963, quando a formação em que atuaram  conquistou o titulo. 

 Depois do SuperSuper- 1958, o máximo que o Almirante havia conseguido sem esses dois fora um vice-campeonato estadual, em 1961, junto com Flamengo e Fluminense, perdendo, no entanto, nos critérios do desempate técnico. 

 Para reviver as histórias vascaínas desses dois goleadores viajei, de Brasília  até a gaúcha Bagé, onde residia o tchê Saulzinho, e até a paraibana João Pessoa, onde vivia o paulistão. Vamos, então, correr atrás deles, sendo que, em algumas fichas técnicas não aparecem árbitros, públicos e nem rendas que não foram encontradas. Nessas fichas, gols de adversários, nem pensar! Só se for do Pelé!

 

                                                    Gustavo Mariani

                                                                                          



                 O GAROTO DOS PAMPAS

                                      

 Revelado pelo Guarany Futebol Clube, da gaúcha Bagé, o centroavante Saulzinho tornou-se vascaíno com a responsabilidade de confirmar ter sido produzido em terra fábricante de feras,  como haviam demonstrado Candiota, Martim Silveira, Calvet, Tupãzinho e Dareci Menezes, entre outros. Principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, com 18 gols, em 24 jogos, ele iniciou a sua sina de matador, por volta dos 12, 13 de idade, num areião onde hoje fica a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em sua cidade, durante as manhãs de domingo.

 Aos 15, Sasulzinho já jogava e fazia gols pelo time profissional do Bagé, rival do Guarany. Aos 17, tornou-se protagonista de um caso incomum.  Era 1955 e o Conselho Nacional de Desportos-CND deparou-se com um juvenil disputado por dois clubes gaúchos. Levou uma temporada para decidir, deixando-o sem jogar. Por causa daquilo, ouviu-se falar de Saulzinho, no Rio de Janeiro, onde ficava a sede a entidade governamental. Estava escrito, porém, que, futuramente, a cidade falaria bastante de Saul Santos Silva, apelidado n diminuitivo do pré-nome, para não ser confundido com o defensor Saul Mujica.

Ele levava muito trabalho para os zagueiros  da Liga de futebol bageense, desde as disputas de 1954, vestindo a camisa do time juvenil do Grêmio Esportivo Bagé, com o qual tinha contrato de gaveta. Atrevido, quando lançado no time principal, em seu primeiro jogo, naquela mesma temporada, contra o Nacional, de Porto Alegre, marcou um gol de bicicleta. Na temporada seguinte, o Guarany Futebol Clube roubou-o do rivaltornando-o um índio, como jogador do clube alvirrubro era chamado.

 Foto do álbum de famíia 

    Valera muito, para o Guarany, brigar pelo Saulzinho. Como provara o tamanho da sua bola jogada durante a decisão do Campeonato Municipal Bageense de 1956.  Ele marcou o único gol de uma das duas partida que valera o título à sua turma, além de ter infernizado a vida dos zagueiros rivais durante o outro prélio, quando os índios escreveram alvirrubros 4 x 1, aumentando a rivalidade iniciada em 1918 - só em 1937, quando o a taça foi do Grêmio Sportivo Ferroviário, a dupla Ba-Gua não ficou com o caneco da Liga.

Em 1958, mais uma vez, Saulzinho ajudou o Guarany a ser campeão citadino. Com time renovado, do qual só restavam  Éden, Bataclan, Max Ravaza e Luiz Silva, ele teve por colega de equipe Raul Donazart Calvet, que viria a ser um dos maiores quarto-zagueiros do futebol brasileiro da década-60, defendendo o Santos, de Pelé. 

 Sulzinho começou a tomar o destino do Rio de Janeiro durante amistoso entre Guarany e Internacional, de Porto Alegre, no  Estádio Antônio Magalhães Rossel (patrono do Guarany), o Estrela D´Alva (nome da casa, desde 4 de janeiro de 1960). Ele tinha tudo para não ir embora, pois, dos 4 x 2 mandados pelos índios sobre um time fortíssimo para os padrões do então futebol gaúcho, não marcara nenhum gol e nem merecera elogios do treinador colorado Francisco Duarte Junior, o Teté.

Este amistoso, coincidentemente, foi no Dia do Índio - 19 de abril de 1960. Apitado por Flávio Cavendini, teve renda de Cr$ 78 mil 110 cruzeiros e João Borges (3) e Naninho marcando os gols alvirrubros begeeenses - Paulo Vecchio (2) fez os dos colorados porto-alegrenses. O Guarany alinhou: Célio; Saul Mujica, Danga e Augusto; Solis Rodrigues e Sílvio; Ivo Medeiros, Naninho, Saulzinho, Sérgio e João Borges.

Tempos depois, já era Martim Francisco o treinador do Inter. Saulzinho, com 1m67cm de altura, nada recomendável para um centroavante, agradava muito ao chefe do time da capital gaúcha. E pediu a  contratação dele, quando já estava no Vasco da Gama. De cara, o presidente cruzmaltino, Alah Batista, negou-lhe o pedido, dizendo não se interessar por "jogador igual a tantos outros lhe oferecidos". Sorte a do Saul que o diretor de futebol do clube, João Silva, dera ouvidos ao treinador e, em março de 1961, por Cr$ 2,3 milhões de cruzeiros, negociou, com o presidente do Guarany, Paulo Barcelos da Silveira, a compra do passe do tchê, preço superior ao que o Almirante havia pago por Pinga (José Lázaro Robles), que se tornara grande ídolo da torcida vascaína). Na transação, Saulzinho embolsou Cr$ 500 mil cruzeiros, de luvas, e salário de Cr$ 20 mil mensais. Levou, ainda, Cr$ 690 mil cruzeiros, de gratificação, do Guarany.

Até fevereiro de 1966, Saulzinho ficou por São Januário obtendo média de gols superior à do Rei Pelé,  em disputas estaduais. Chegou no 1º de abril de 1961 e, no seu primeiro treino, marcou três tentos, jogando pelo time reserva, que tinha o forte e alto (1m82cm) zagueiro Brito (Hércules Brito Ruas) espanando quem pintasse pela frente. Deixo muito boa impressão para João Silva, industrial forte, dono das Carrocerias Metropolitana.

Garoto interiorano no meio de famosos cobrões vascaíno, Saulzinho vivia uma nova realidade, bem diferente dos seus velhos tempos de adolescente nas peladas de Bagé. Levou com ele para São Januário a raça dos gaúchos da época da colonização brasileira, quando os seus patrícios passavam mais tempo guerreando contra os invasores espanhóis do que vivendo em paz. Ele era, também, um guerreiro decidido a vencer no futebol carioca e que viajou para o Rio de Janeiro, indagando-se: se, com 15 de idade, juvenil, fazia gol pelo time profissional do Bagé, porque não repetiria tudo onde portas poderiam abrir-lhe grande futuro? 

Saulzinho enturmou-se, rápido, com a Turma da Colina, vendo o quanto a concorrência pela camisa 9 seria difícil, ainda mais devido a saudade da torcida vascaína pelo artilheiro pernambucano Vavá (Edvaldo Izidio Neto, negociado com o Atlético de Madrid, deixando em sua história no barco do Almirante 191 gols, entre 1952 e 1958. Teria que lutar muito para ganhar a disputa pela vaga de titular, pois Wilson Moreira, Javan, Pacoti e Itajubá estavam, também, naquele lance.

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                                                                                   O GUARANY

 

 Fundado, em 19 de abril de 1907, o Guarany Futebol Clube nasceu na Praça da Matriz (de Bagé), criado por João Guttemberg Maciel, Viriato Bicca Nunes, Cervantes Perez, Secundino Maciel, Francisco Sá Antunes, Manoel Berruti, Carlos Martins Peixoto, Lucidio Garrastazu Gontan, Carlos Garrastazu e Gonzalo Perez. A maioria dos seus títulos (21) é do Campeonato Citadino (municipal), tendo os principais sido as conquistas dos Campeonatos Gaúchos de 1920 (primeiro de equipe interiorana) e de 1938. Em 1926 e em 1929, o clube voltou a brilhar, sendo vice-campeão estadual. Em 1958, esteve, novamente, nas finais da temporada estadual, mas não levou. Uma nova taça só viria em 1999, no Estadual da Terceira Divisão. Em 2007, ganhou a Segunda Divisão e voltou à elite do futebol dos pampas, após 25 anos nas séries inferiores. Voltou, porém, a ser rebaixado, em 2008. Vejamos algumas histórias do clube: 

  

  Guarany-1960, da esquerda para a direita, em pé: Mujica, Sílvio, Solis, Danga, Célio e Augusto; agachados, na mesma ordem: Eusébio, Ivo Medeiros, Saulzinho, Sérgio e João Borges, reproduzidos de saulzinho70.blogspot.com.br

1 - O Guarany já teve duas revelações disputando Copas do Mundo: o meio-camapista Martim Silveira, em 1934 e em 1938, cobrão do Botafogo, e  o lateral-esquerdo Branco, ídolo da torcida do Fluminense e campeão mundial-1994, nos Estados Unidos. Disputou, também, as Copas de 1986 e de 1990.

 2 - Os maiores goleadors índios foram Max (129 gols) e  Picão (125). Saulzinho calcula ter feito cerca de 90. Se tivesse demordo mais no Guarany, acredita que poderia teria batido o recorde de Max, levando em conta os mais de 80 tentos feitos com a camisa vascaína. 

 

3 -   Em 1956, o Guarany foi campeão municipal, vencendo o Bagé, nas finais, por 1 x 0 e 4 x 1. Time-base: Éden, Rubens e Bataclan; Mário, Nadir Gonçalves e Ninha; Carlos Calvete, Max Ravaza, Saulzinho, Luiz Silva e Luiz Carlos (Porquinho).

 

5 -  Campeões estaduais, em 1958: Salvador Rubilar; Bira, Sílvio, Calvet e Ataíde; Danga e Célio; Calvet I, Max, Juarez, Solis Rodrigues e Saulzinho. O Guarany foi o campeão, vencendo, por 1x0 (duas vezes), 2 x 1, 4 x 1 e 3 x 1, perdendo por 2 x 1 (duas vezes), além de empatando, por 1 x 1. O grupo campeão teve: Haroldo Campos, Éden, Bira, Danga, Bataclan, Sílvio Scherer, Athayde Tarouco, Raul Calvete, Humberto Camacho, Juarez, Max Ravaza, Saulzinho, Solis Rodrigues, Ivan Ravaza, Gitinha, Luiz Silva e Juca.   

 

6  - Em 1960, um grandioso resultado foi Guarany 4 x 2 Internacional, de Porto Alegre, no Estádio Estrela D´Alva, em 16 de abril, em Bagé. Apitado por Flávio Cavendini, com renda de Cr$ 78.110,00, seu time alinhou:  Saul Mujica, Danga e Augusto; Solis Rodrigues e Sílvio; Ivo Medeiros, Naninho, Saulzinho, Sérgio e João Borges. O Inter: Silveira, Zangão, Osmar e Louro; (Gago (Kim) e Barradinhas; Osvaldinho, Ivo, Diogo, Paulo Vecchio, Vilmar e Alfeu (Deraldo). João Borges, aos 24 e aos 42 minutos do 1º tempo, e aos 42 do 2º tempo, marcou para os índios, que teve gol, também, por Naninho, aos 30 da 1ª etapa; Paulo Vecchio, aos 24 do 1º, e aos 47 minutos do 2º tempo, anotou para os colorados.

 

7 – Ao deixar o Vasco da Gama, na metade da década-1960,  Saulzinho voltou a jogar bola em Bagé, e seguiu artilheiro. Em 18 e 25 de junho de 1967, nos dois clássicos pelo torneio citadino, fez o gol de Guarany 1 x 0 Bagé. No segundo, marcou o da virada Guarany 3 x 2. Em 1970, durante o inédito hexa da rapaziada, ainda rolava a pelota.

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                                                                                             CRUZMALTINO

 

  O Vasco da Gama iniciou a temporada-1961, em quatro de janeiro, disputando o Torneio Internacional de Verão e ficando nos 2 x 2 São Paulo-SP, no Maracanã. Quatro dias depois, 1 x 2 Corinthians,  no paulistano Pacaembu. No dia  10, venceu o primeiro jogo da temporada, por 1 x 0 Flamengo, no Maracanã. Passados mais quatro dias, o Almirante saiu para disputar o Torneio de Verão, na Argentina. Em 14 de janeiro, levou 0 x 2 Boca Juniors, em Buenos Aires. Recuperou-se passados oito dia, com 2 x 1 River Plate. A seguir, rumou para a uruguaia Montevidéu e disputou mais um Torneio Internacional de Verão. No dia 21, queda, 1 x 2 Cerro, no Estádio Centenário, seguido de 1 x 1 Nacional, no mesmo estádio, no dia 24. Em 27 de janeiro, voltou à Argentina e mandou 3 x 0 Quilmes, em Mar del Plata. Por fim, no dia 29, goleou Combinado de Mar del Plata, na cidade do mesmo nome, por 5 x 0.

 De volta ao Brasil, a Turma da Colina jogou amistoso, em oito de fevereiro, no Maracanã, com o espanhol Real Madrid, um dos times mais fortes do mundo, empatando, por 2 x 2, sob arbitragem do argentino  Juan Brozzi, auxiliado por Alberto da Gama Malcher e Eunápio de Queirós, diante de  122.038 pagantes, embora a imprensa tivesse calculado mais de 140 mil presentes - renda de Cr$ 21 milhões, 395 mil, 2650,00 cruzeiros - recorde na América do Sul. Del Sol, aos 14, e Canário, aos 15m30seg do primeiro tempo, abriram vantagem para os espanhóis, que cederam o empate, na segunda etapa - Casado (contra), aos 7, e  Pinga, cobrando pênalti, aos 17 minutos, bateram na rede, com a Turma da Colina sendo: Humberto Torgado (Miguel), Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Orlando; Sabará, Delém, Wilson Moreira (Da Silva), Lorico (Waldemar) e Pinga, time vascaíno pré-Saulzinhque  e que encarou: Dominguez; Marquitos (Miche), Santamaría (Zagarra) e Casado; Vidal e Pachin; Canário, Del Sol, Di Stefano (Pepillo), Puskas e Gento).

 Quando Saulzinho desembarcou em São Januário, vivia-se uma época sem preocupações com estatísticas. Mas ele nunca se esqueceu do do seu primeiro gol vascaíno: “Foi  nos 3 x 1 América-MG, amistosamente, em Belo Horizonte, recordou sobre o  5 de maio de 1961, sob o comando do treinador Martim Francisco.

O primeiro jogo dele com a camisa cruzmaltina, no entanto, havia sido em 16 de abril do mesmo 1961, entrando no decorrer o prélio, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo, em Vasco 2 x 0 Corinthians. Seis dias depois, ele foi titular, em Vasco 0 x 1 Palmeiras. Depois desses dois jogos oficiais, participou de amistoso no feriado de 1º de maio, em Recife, nos 2 x 1 Santa Cruz. Confira as fichas técnicas dos primeiros Vasco da Gama de Saulzinho:

16.04.1961 (domingo) – Vasco 2 x 0 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Armando Marques-RJ. Renda: Cr$ 1 milhão, 130 mil e 700 cruzeiros. Gols: Roberto Pinto, aos 36 e aos 39 minutos do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Da Silva, Wilson Moreira (Itajubá), Lorico (Saulzinho) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.

 

22.04.1961 (sábado) – Vasco 0 x 1 Palmeiras. Torneio Rio–São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Wilson Lopes de Souza-RJ. Renda: Cr$ 683 mil cruzeiros. Gol: Russo (contra), aos 5 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho (Joel), Bellini, Barbosinha e Russo; Écio (Lorico) e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Wilson Moreira (Da Silva) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.

 

01.05.1961 (segunda-feira) - Vasco da Gama 2 x 1 Santa Cruz. Amistoso. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em Recife, apitado por  Argemiro Félix de Sena, sem público e renda divulgados. Cunha marcou os dois gols vascaínos, aos 18 e aos 20 minutos do primeiro tempo, virando o placar para esta formação que o técnico Martim Francisco mandou ao gramado: Ia; Joel, Brito, Barbosinha e Russo (Edílson); Écio (Laerte) e Maranhão; Sabará (Da Silva), Cunha, Pacoti (Saulzinho) e Pinga.    

 

05.05.1961 (sexta-feira) - Vasco da Gama 3 x 1 América-MG. Amistoso. Estádio: Otacílio Negrão de Lima, mais chamado por Estádio da Alameda, em Belo Horizonte, rendendo Cr$ 458 mil, 350 cruzeiros, sem público divulgado. Também, vitória com virada de placar, construída por Pacoti, aos 10; Cunha, aos 30 do 1º tempo e Saulzinho, aos 43 do 2º tempo. Martim Francisco escalou: Ita; Joel, Brito, Barbosinha e Edílson; Laerte (Nivaldo) e Maranhão; Da Silva, Cunha (Saulzinho), Pacoti e Pinga.        


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                                                                             PRIMEIRA EXCURSÃO

 

  O primeiro grande giro do Saulzinho vascaíno em jogos amistosos começou pelos dois últimos citados no capítulo anterior - Vasco da Gama 2 x 1 Santa Cruz-PE e Vasco a Gama 3 x 1 América-MG – e continuou com Vasco da Gama 0 x 0 Uberaba, na cidade paulista de Igarapava-SP, com ele entrando, novamente, no decorrer a partida, seguido por novo empate, 2 x 2, com o mesmo adversário, no Estádio Boulanger Pucci, em Uberaba. Confira as fichas técnicas:

 

07.05.1961 - Vasco da Gama 0 x 0 Uberaba-MG: Estádio Garibaldi Pereira, em Igarapava-SP, apitado por Aírton Vieira de Moraes. VASCO: Miguel; Joel Felício, Brito, Edílson e Barbosinha; Laerte e Maranhão (Ivaldo); Da Silva, Cunha, Pacoti (Wilson Moreira) e Pinga (Saulzinho).

 

10.05.1961 - Vasco da Gama 2 x 2 Uberaba-MG: Estádio Boulanger Pucci, em Uberaba, com nova arbitragem por Aírton Vieira de Morais. Gol vascaínos marcados por Laerte, aos 3, e Cunha, aos 9 minutos. VASCO: Ita (Miguel); Joel Felício, Brito, Edílson e Barbosinha; Laerte, Maranhão e Barbosinha; Da Silva, Saulzinho, Pacoti (Cunha) e Pinga.

 

Tinha, portanto, Saulzinho atuado em duas partidas oficiais e em quatro amistosas – Vasco 2 x 0 Corinthians; 0 x 1 Palmeiras; 2 x 1 Santa Cruz; 3 x 1 América-MG e 0 x 0 e 2 x 2 Uberaba  - quando partiu para a sua primeira excursão ao exterior, entre maio e julho daquele 1961, atuando em estádios  europeus e africanos, pelas formações abaixo comandadas pelo treinador  Martim Francisco. Confira:

 

27.05.1961 – Vasco 2 x 0 Saint Pauli-ALE - Estádio: Millermtor, em Hamburgo-ALE. Público. 9.000 torcedores. Gols: Pinga, aos 18, e Roberto Pinto, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho e Pinga.

30.05.1961 – Vasco 3 x 2  Alemannia Aachen-ALE. Estádio: Tívoli, em Aachen-ALE. Público: 25.000. Gols: Pacoti, aos 14, e Pinga, aos 43  min do 1º tempo e aos 16 do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho e Pinga.

01.06.1961 – Vasco 11 x 0 Combinado Trondheim-NOR. Estádio: Lerkendal Stadion, em Trondheim-NOR. Gols: Pacoti, a 1; Sabará, aos 3; Pinga, aos 12 e aos 20; Saulzinho, aos 25 e aos  35 min do  1º tempo; Sabará, aos  5 e aos  8; Saulzinho, aos  18, Roberto Pinto, aos  25, e Laerte, aos  30 min do  2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho (Russo), Bellini (Brito), Barbosinha e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Maranhão); Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga (Da Silva).

04.06.1961 – Vasco 10 x 0 EIK-NOR. Estádio de Toensberg-NOR. Público: 8.000. Gols: Roberto Pinto, aos 24; Sabará, aos 27; Pacoti, aos 43, e Saulzinho, aos  45 min do 1º tempo. Pacoti, aos 2; Roberto Pinto, aos 10; Laerte, aos 16; Lorico, aos 19 e aos  22, e Saulzinho (pen), aos 37 min do 2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho, Bellini (Brito), Barbosinha (Russo) e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Lorico); Sabará (Da Silva), Saulzinho, Pacoti (Maranhão) e Pinga.

06.06.1961 – Vasco 2 x 0  Combinado Skeid/Lyn-NOR. Local: Oslo-NOR. Gols: Pacoti, aos 19, e Roberto Pinto, aos 40 min do do 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga.

11.06.1961 – Vasco 4 x 1 Frem-DIN. Estádio: Idreatsparken, em Copenhagen-DIN. Gols Saulzinho, aos 25 e Pinga, aos 41 min do 1º tempo; Pinga, aos  35, e Saulzinho, aos  43 min do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoty e Pinga.

14.06.1961 – Vasco 4 x 1 Combinado IFK/AIK-SUE. Local: Malmöe-SUE. Público: 9.000. Gols: Pinga, aos 16; Lorico, aos 20; e Saulzinho, aos  44  min do 1ºT; Lorico, aos  27 min do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva.

18.06.1961 – Vasco 4 x 2 Dalarna-SUE. Local: Borlänge-SUE. Gols: Saulzinho, aos 10; Sabará, aos 13; Pinga, aos 26, e Saulzinho, no 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga. Em texto sobre este jogo e o  goleador Saulzinho, o  www.kikedabola.blogspot.com.br escreveu: 

21.06.1961 – Vasco 8 x 1 Bodens-SUE. Estádio: Bjorenasvallen, em Boden-SUE. Público: 5.841. Gols: Roberto Pinto, aos  4; Lorico, aos 7 e aos 33; Roberto Pinto, aos 42 min do  1º tempo; Saulzinho, aos 14; Roberto Pinto, aos 16 e aos  28, e Lorico, aos 33 min do  2º tempo. VASCO:  Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga. OBS: jogo inaugural do estádio.

27.06.1961 – Vasco  1 x 1 Combinado Hammarby/Djurgarden-SUE. Estádio: Valhallavagen (Olímpico) de Estocolmo-SUE. Gol: Roberto Pinto, aos  26 min do 1º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Roberto Pinto e Pinga.

29.06 – Vasco 1 x 0 Norkïoping-SUE. Local: Noirköping-SUE. Público: 11 mil. Gol: Pinga, a um minuto. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga.  

02.07 – Vasco 5 x 1 Sundsvall-SUE. Local: Helsingborg-SUE. Gols: Lorico (2), Laerte, Sabará e Pacoti. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga. 

 

05.07 – Vasco 0 x 3 Porto-POR. OBS: Saulzinho não atuou neste, no primeiro e nos três últimos jogos da excursão, respectivamente: 21.05.1961 - Vasco 1 x 1 Kickers, em Offenbach, na Alemanha; 29.06 – Vasco 1 x 0 Norkïoping-SUE e 02.07 – Vasco 5 x 1 Sundsvall-SUE. Seus gols ficaram assim distribuídos:  Vasco 11 x 0 Trondheim-ALE (3); Vasco 10 x 0 EIK-NOR (3); Vasco  4 x 1 Frem/DIN (2); Vasco 4 X 1 AIK/AIK-SUE (1); Vasco 4 x 2 Dalama-SUE (2); Vasco 8 x 1 Bodens-SUE (1).

                                                                                                         5  

                                                                                        O CRAQUE DA CAPA

 

  Embora tivesse voltado de excursão internacional, em julho, com 12 gols na conta, só em dezembro Saulzinho tornou-se figura de capa de revista. Foi prestigiado pela Revista do Esporte - Nº 145, de 16 de dezembro de 1961 –, entrevistado pelo repórter Deni Menezes e fotografado por Jurandir Costa. Disse não ter ido para o futebol carioca a fim de ficar famoso e jurava não ser tão vaidoso. Explicava-se, indagativo: "Vim para o Rio (de Janeiro) porque não poderia deixar fugir a excelente oportunidade que me apareceu para melhorar a minha vida, financeiramente. Sou profissional. Não acham que estou certo?"











Saulzinho garantia ter encontrado bom ambiente e camaradagem, em São Januário, e, com aquilo,  tornado fácil a sua aclimatação em um novo ambiente. E garantia que ser um vascaíno era um seus grande sonhos. "Sempre tive muita admiração pelo grêmio cruzmaltino, por suas vitórias, títulos e famosos craques - justificava pela matéria na qual dizia que Grêmio-RS e Internacional, também, queriam o seu futebol.

Quanto  à sua forma de jogar, declarava preferir receber bolas rasteiras e elogiava a qualidade dos lançamentos do volante Écio Capovila. Indagado se esperava ser ídolo da torcida do Vasco da Gama, respondeu: "Muitas vezes, o jogador rende bem, apresenta bom futebol, mas os torcedores não o candidatam a ídolo".

Seguro, Saulzinho prometia muita luta para seguir titular absoluto e, "com muitos gols, tornar-me o novo ídolo da grande torcida vascaína, em todo o Brasil". Jurava não sentir sabor especial por vitória sobre algum time, mas deixava escapar que ganhar de Fluminense, Botafogo, "é ainda melhor e merece ser comemorado", principalmente por  "receber elogios e ganhar bicho gordo e moral para os jogos seguintes".

O desejo de Saulzinho, de ser ídolo em São Januário, coincidia com o da diretoria vascaína, de ter novos jogadores de grande cartaz, para o clube voltar a ter a popularidade dos tempos do Expresso das Vitória (1945 a 1952), quando ganhou quase todos os títulos que disputou. Por aqueles inícios de décda-1960,  só viam o zagueiro Bellini com força no coração da torcida, embora Pinga, em final de carreira, Sabará, Écio e Pacoti, também, tivessem muitos admiradores.

O pior para os cartolas cruzmaltinos era verem o Santos, de Pelé, e o Botafogo, de Garrincha, ocupando o lugar que pertencera ao Vasco, em um passado nem tão distante, quando os grandes talentos do futebol brasileiro, invariavelmente, tomavam o destino de São Januário. Não fora a toa que, antes da entrevista de Sulzinho a Deni Menezes, um outro repórter da Revista do Esporte - Milton Salles – publicara a manchete: "Vasco precisa de novos ídolos" -  Nº 122, de 8 de julho de 1961.

A vaga de ídolo da camisa nove vinha tornando-se um problemão, para o Vasco da Gama, porque o cearense Pacoti, com muita fama no futebol pernambucano, onde fora buscado, mesmo voluntarioso e rompedor, não dera a respostas esperada. Custara caro e terminou sendo repassado – barato - à Portuguesa Santista. Com aquilo, tentou-se improvisar o meia Roberto Pinto no comando do ataque. Também, sem sucesso. A próxima tentativa foi com Cabrita, tirado do Bonsucesso e saudado como um "novo Vavá". Até fez boas partidas, mas envolveu-se em um caso esquisito com um dirigente e foi negociado. Um outro que não vingou foi Wilson Moreira, de bom nível técnico, mas, para os torcedores, sem a raça e o vigor físico que eles tanto admiravam no pernambucano Edvaldo Izídio Neto, o Vavá. Até mesmo Delém, que chegara à Seleção Brasileira, não fora visto como o cara ideal para o comando do ataque.

Em seu período cruzmaltino, Saulzinho pegou pela frente marcadores dotados de quase o dobro da sua massa física, entre outros, Luís Carlos (Fla); Procópio (Flu); Mário Tito (Bangu); Flodoaldo (América); Nésio (Olaria); Augusto Macarrão(Portuguesa-RJ); Geneci e Guilherme (Campo Grande) e Zé Carlos Gaspar  (Botafogo), bem como becões do times paulistas como Mauro Ramos (Santos); Djalma Dias e Waldemar Carabina (Palmeiras); Cláudio e Eduardo (Corinsthians), entre outros. Sem respeitar a fita métrica, Saulzinho encarava quem tivesse pela frente e, chegou a marcar até três tentos em uma só partida.

Em 1961, Saulzinhol foi treinado por Martim Francisco, que deixou São Januário, após o Tornei Início do Campeonato Carioca – 16.07.1961-, quando foi substituído pelo antigo zagueiro vascaíno Ely do Amparo, que ficou no cargo até 29 de agosto e, depois, o repassou a Paulo Amaral, que permaneceu nele até o final de dezembro. Terminou a temporada vice-campeão, empatado com os flamenguistas, que fizeram os mesmos 30 pontos dos vascaínos, 12 a menos do que os campeões botafoguenses, em 25 jogos. Naquela temporada, ele disputou 14 prélios oficiais – marcou três gols – contra América, Bangu e Fluminense – e mais dois pelo Torneio Rio São Paulo. Somados aos 12 tentos da excursão à Europa e à África, e mais um do amistoso contra o América-MG, totalizou 15, em 26 compromissos, à média de 1,7 por partida.

O Campeonato Carioca-1961 teve um turno classificatório, com 12 times jogando todos contra todos. Depois, mais duas etapa, do mesmo molde, sem Bonsucesso, Canto do Rio, Madureira e Portuguesa, eliminados na primeira fase. Daquela fase, o Vasco saiu em segundo lugar, com cinco vitórias, quatro empates e duas quedas, em 11 refregas, marcando 16 e levando seis gols. Fez os mesmos 14 pontos do Flamengo, mas teve uma derrota a menos. No turno final, com 14 confrontos, em dois turnos, a pontuação cruzmaltina (16) igualou-se à rubro-negra e a do Fluminense, oito degraus a menos do que o subido pelo Botafogo. Mas o Almirante teve mais vitórias (7) do que Fla (6) e Flu (5) e empatou menos (2), contra (4) igualdades rubro-negras e (6) tricolores. No entanto, perdeu mais (5). O Fla (4) e o Flu (3) foram melhores neste iten, o que, pelo critério técnico, deixou a equipe de Saulzinho em quarto lugar. Não terminou melhor porque desperdiçou cinco pontos diante de times considerados pequenos, Olaria e Bangu, que lhe derrubaram, e, ainda, empatou com o mesmo Olaria e o São Cristóvão. Nos clássicos, só venceu um, contra o Flamengo, do qual perdeu duas vezes. Empatou duas e perdeu uma, para o Fluminense, e caiu duas e empatou uma com o Botafogo.

 Saulzinho não entrou na formação vascaína – Ita; Joel, Quatis, Brito e Dario; Laerte e Roberto Pinto; Itajubá, Viladônega (Cunha), Javan e Da Silva – que disputou o Torneio Início do Campeonato Carioca-1961, como 0 x 0 Canto do Rio (Vasco 3 x 2 nos pênaltis); 1 x 0 Fluminense e 0 x 2 Botafogo (semifinal).

Durante a sua primeira disputa do Estadual, comandado pelo treinador Paulo Amaral, o atacante gaúcho esteve presente nestes jogos em que não são mencionados gols dos adversários:    

 

09.09.1961– Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Airton Vieira de Morais. Público: 58.299. Renda: Cr$ 2.092.078,00. Vasco: Miguel (Humberto), Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva.

16.09.1961– Vasco 0 x 1 Bangu. Estádio: General Severiano. Juiz: Valdemar Meireles. Renda: Cr$ 666.820,00. Vasco: Ita, Paulinho de Almeida, Brito e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Javan, Roberto Pinto, Saulzinho e Da Silva.

 

21.09.1961 – Vasco 3 x 0 Olaria. Estádio: General Severiano. Juiz: Airton Vieira de Morais. Renda: Cr$ 351.200,00. Gols: Sabará, aos 17 min do 1º tempo: Sabará, 46 e Lorico, aos 87 min. Vasco: Ita; Joel Felício, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Saulzinho, Lorico, Pinga e Ronaldo.

 

30.09.1961- Vasco 1 x 0 América. Estádio: Maracanã. Juiz: Waldemar Meireles. Renda: Renda: Cr$ 796.617,00. Gol: Saulzinho, aos 53 min. Vasco: Ita; Joel Felício, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Lorico, Saulzinho Pinga e Ronaldo.

 

04.10.1961- Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 449.065,00. Público: 14.924. Gol: Saulzinho, aos 22 min. Vasco: Ita (Miguel); Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo.


08.10.1961- Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 1.381.440,00. Público: 15.937. Gols: Saulziho, os 43 min do 1º tempo, e Paulinho, aos 57 min. Vasco: Miguel; Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo.

 

14.10.1961– Vasco 0 x 3 Flamengo. Estádio Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 69.778. Renda: Cr$ 2.554..973,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva.

 

01.11.1961 - Vasco 2 x 2 Nacional-URU. Amistoso. Estádio: Centenário, em Montevidéu-URU. Juiz: José Marias Codesal. Gols: Bellini, aos 32, e Saulzinho, aos 43 min do 1º tempo. Vasco: Ita (Miguel); Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio (Nivaldo) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Pinga (Da Silva).

 

12.11.1961- Olaria 1 x 1 Vasco. Estádio: Antônio Mourão Vieira Filho (mais chamado por estádio da Rua Bariri. Juiz: José Monteiro. Renda: Cr$ 430.060,00. Gols: Teotônio, aos 40 min do 1º tempo. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Teotônio e Pinga.

 

19.11.1961– Vasco 0 x 4 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.504.137,00. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Barbosinha; Sabará, Viladônega, Saulzinho, Lorico e Pinga. OBS: o Botafogo tinha um dos times mais fortes do planeta, contando com Manga, Nílton Santos, Rildo, Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo, todos craques de seleção.     

 

25.11.1961- Vasco 2 x 0 São Cristóvão. Estádio: Vasco da Gama (só chamado por São Januário, nome da rua que passa ao fundo). Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 214.380,00. Gols: Sabará, aos 15 e aos 75 minutos. Vasco: Ita; Paulinho de Almeidas e Bellini; Nivaldo, Barbosinha e Coronel; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho, Viladônega e Da Silva.  


01.12.1961 – Vasco 3 x 2 América. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 740.268,00. Gols: Sabará, aos 5; Da Silva, aos 30,  e Viladônega, aos 75 minutos. Vasco: Ita; Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva.  

 

06.12.1961– Vasco 2 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 390.723,00. Gols: Sabará, aos 14, e Da Silva, aos  56 min. Vasco: Ita, Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. .

 

09.12.1961 Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 676.550,00. Público: 9.230. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Valdemar; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva.

 

                                                                                                   8

                                                                                     TEMPORADA-1962

 

 O treinador Paulo Amaral começou a armar o time vascaíno-1962 durante excursão pelo Nordeste. Em setes jogos, Saulzinho marcou seis tentos, contra times do futebol pernambucano, baiano, cearense, maranhense e sergipano. Não entrou em um só jogos - Vasco 3 x 1 Sergipe (04.02), em Aracaju. De volta ao Rio de Janeiro, não atuou, também, em um amistoso - Vasco 2 x 1 Fluminense, Maracanã. 

 Encerrada a série amistosas, a rapaziada começou a disputar o Torneio Rio-São Paulo, a então maior competição do futebol brasileiro, mas que, naquela temporada, fora um fracasso de público e de renda, levando os organizadores a realizarem só um turno, pelo qual o Vasco da Gama só disputou jogos contra rivais caseiros, com Saulzinho marcando gols sobre Flamengo (1) e Fluminense (2). Ficou de fora diante de América (0 x 1 Vasco, em 14.02) e  Botafogo (1 x 4, em 21.02), voltando diante do Flamengo (1 x 1, em 25.02) e do Fluminense (4 x 3, em 10.03), resultados que não levaram a Turma da Colina à segunda fase da disputa - encaminharam a moçada para novos amistosos - de 21 de abril e 16 de junho, visitando o Centro-Oeste e o Sudeste, vencendo sete e empatando dois prélios, que renderam 23 gols (levou cinco), com Saulzinho sendo o principal artilheiro da excursão, cravando sete tentos e totalizando 13, em 17 amistosos que valeram ao Vasco 15 vitórias, dois empates e   43 gols (oito contra).

Um dos amistosos do giro foi no 21 de abril, quando Brasília comemorava o seu segundo aniversário. Para marcar a data, a Seleção Brasiliense convidou o maior craque do futebol brasileiro da Era Pé-Pelé, o meia Zizinho (Thomaz Soares da Silva, maior craque da Copa do Mundo-1950) para se despedir da vida de atleta vestindo a camisa da seleção candanga. Ele topou e, naquele jogo, Saulzinho compareceu ao barbante do estádio Vasco Viana de Andrade, marcando o tento cruzmaltino, aos 43 minutos, diante de 15 mil torcedores, com arbitragem do carioca Amilcar Ferreira - primeira apresentação do Vasco da Gama na nova capital brasileira, quando alinhou: Ita; Paulinho de Almeida, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva. 

Depois daquele amistoso, o time vascaíno foi à Goiânia golear o Vila Nova, por 4 x 1, em primeiro de maio. Novamente, Saulzinho visitou a rede, aos 25 minutos da etapa inicial. Em Uberlândia-MG, cinco dias depois, nos 5 x 0 Uberelândia, ele fez mais um, aos 24 do primeiro tempo. Seguindo para o Sul, mais um, em 10 de maio, nos 3 x 1 Grêmio, de Maringá-PR, no estádio Willie Davids. Do Paraná, o time rumou para o estádio do Canindé, em São Paulo, onde mandou 2 x 1 Portuguesa de Desportos. Houve, ainda, dois amistosos fora de casa - Vasco da Gama 3 x 1 Santa Cruz-MG, em Santa Luzia, com Saulzinho na rede;  um outro 3 x 1, contra o Atlético-MG, e mais dois, em São Januário, escrevendo 2 x 0 Juventus-SP e 0 x 0 Guarani, de Campinas-SP, nestes dois sem a presença de Saulzinho.


 Paulo Amaral dirigiu os jogadores vascaínos por 12 amistosos de 1962, de 14 de janeiro a 10 de março, tendo sido substituído por Jorge Vieira, a partir de 21 de abril. Mas, no prélio contra o Vila Nova-GO, em 1º de maio, a direção do time coube, interinamente, ao ex-agueiro vascaíno Ely do Amparo. Ao final desta nova série de amistosos, Saulzinho não entrou nas três últimas partidas: 23.05 - Vasco 3 x 1 Atlético- MG; 27.05 - 2 x 0 Juventus-SP e 16.06 - 0 x 0 Guarani de Campinas-SP.  

 Indiscutivelmente, 1962 foi a melhor temporada de Saulzinho com a camisa vascaína. Principal artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols, ele chegou à disputa levando no currículo três gols durante o Torneio Rio-São Paulo – contra Flamengo (1) e Fluminense (2)  - e  seis de giro de oito jogos pelo Nordeste -  diante do Santa Cruz-PE (1); CRB-AL (1); Moto Clube-MA (1) e Ferroviário-CE (3). Pelo Estadual-RJ, os goleiros que foram ao fundo das redes buscar bolas enviadas por ele defendiam: Bonsucesso (3); Canto do Rio (4); São Cristóvão (4); América (1); Campo Grande (3); Portuguesa (1); Olaria (1) e Bangu (1). 



Para Saulzinho, o Vasco da Gama-1962, sobretudo no Campeonato Carioca, foi carente de regularidade, “por não conseguir repetir, ao menos, por duas vezes, a mesma escalação”. Para ele, embora sobrasse disposição e dinheiro no cofre de São Januário, faltava tarimba e cancha. “Éramos um time jovem, por amadurecer”, disse à Revista do Esporte Nº 224, de 22 de junho de 1963.

Mesmo com as vascaínas pisadas na bola, em dia 18 de dezembro de 1962, quando o jornal O Globo e a Rádio Globo, ambos do Rio de Janeiro, promoveram, no Hotel Glória, a premiação dos destaques da temporada - Troféu Atlas-1962 -  Saulzinho foi um dos reverenciados, recebendo estatueta entregue por José Araújo, por figurar nesta seleção do Estadual-RJ: Manga (Botafogo); Jair Marinho (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos (Botafogo) e Rildo (Botafogo); Carlinhos (Flamengo) e Gérson (Flamengo); Garrincha (Botafogo), Saulzinho (Vasco), Amarildo (Botafogo) e Zagallo (Botafogo). Embora premiado como destaque do futebol carioca, ele não esperava ser convocado para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo do Chile, entre 30 de maio e 17 de junho daquele 1962, embora fosse apontado como um dos possíveis parceiros de dupla de área com Pelé. Simplesmente, por ter parte do grupo sido tirada do Torneio Rio-São Paulo, do qual só participara de duas partidas. 

OBS: além dos futebolistas citados acima, os globais premiaram, ainda, como destaques-1962: Marinho Rodrigues, treinador campeão carioca (Botafogo); Jordan (Flamengo), melhor capitão; Armando Marques, melhor árbitro, e Rui da Conceição, da categoria aspirantes; José Teles da Conceição, atletismo; Algodão, basquetebol; Lilian Moreira, natação e Eder Jofre, pugilista.  

 

                                                              POLIMENTO

 

Embora tenha chegado a São Januário a pedido do treinador Martim Francisco, foi com um outro, Jorge Vieira, que Saulzinho conseguiu ser titular absoluto no time vascaíno. Ele dizia não ter queixas de nenhum dos chefes e garantia ter aprendido muito com os tais. Mas creditava ao Jorge os últimos retoques em seu futebol. “Quando cheguei ao Vasco, ainda não estava maduro. Tinha de aprender muito”, sacou. 

  Provocado por um repórter sobre as suas possibilidades de ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca - Revista do Esporte - Nº   188, de 13 de outubro de 1962 -  Saulzinho via muitas dificuldades para encarar tantas feras e fazia-se de político gaúcho, plantando não querer que a torcida vascaína esquecesse de ídolos como Ademir Menezes e Vavá, embora deixando claro querer ficar no coração dela. “Pretendo marcar muitos gols, para ser lembrado como um dos que mais fizeram a torcida cruzmaltina vibrar”, avisou.

 Saulzinho colocou todos os concorrentes para trás durante o Campeonato Carioca-1962. Marcou 18 gols, contra 17 do botafoguense Quarentinha; 16 do flamenguista Dida; 15 de outro botafoguense, Amarildo; 14 de Rodrigo, do Fluminense, e do rubro-negro Henrique Frade. Pela nona rodada, ao marcar três tentos, recebeu, até então, o maior bicho de sua carreira, além de prêmios oferecidos por uma emissora de rádio e uma de TV. Tornando-se o ponteiro dos goleadores daquele Estadual, derrubou barreira que vinha desde 1950, quando Ademir Menezes fora o último vascaíno a liderar a “corrida ao barbante”, como bordejavam os locutores esportivos, marcando 25 vezes. Depois dele, o Vasco da Gama só voltou a liderar a disputa dos goleadores passadas 16 temporadas, em  1978, quando Roberto Dinamite saiu, em 19 vezes, para o abraço.

Os artilheiros vascaínos que lideraram esta corrida do Campeonatos Cariocas foram: 1929, Russinho 23 gols; 1931, Russinho 17; 1937, Niginho 25; 1945, Lelé 13; 1947, Dimas 18; 1949 - Ademir Menezes, 31; 1950 - Ademir Menezes, 25; 1962 - Saulzinho, 18; 1978 - Roberto Dinamite, 19; 1981 - Roberto Dinamite, 31; 1985 - Robereto Dinamte, 12; 1986, Romário 20; 1987, Romário 16; 1993, Valdir Bigode 19; 2000, Romário 19, e 2004, Valdir Bigode 14; 2012 - Alecasandro, 12; 2014 - Edmilson, 11. 

No total de gols marcados pelo Vasco da Gama, os três primeiros são: Roberto Dinamite, 698, em 1.110 jogos;  Romário, 322, em 402; Ademir, 301, em 429 prélios – os seguem: Lelé,  147; Pinga, 250; Sabará, 165; Vavá, 150; Maneca, 137 e Chico, 127

                                                                                         

                                                                                                  9   

                                                                          JOGOS DE SAULZINHO-1962

 

14.01.1962 -  Vasco da Gama - 1 x 0 Santa Cruz-PE – amistoso, na Ilha do Retiro (Estádio Adelmar Carvalho), em Recife, com gol de Saulzinho, aos 21 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Joel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho (Vevé), Viladônega e Da Silva Joãozinho.

   

17.01.1962  - Vasco da Gama 2 x 0 Bahia-BA - amistoso, na Fonte Nova (Estádio Octávio Mangabeira), em Salvador, com Lorico (2) marcando os gols deste Vasco: Ita; Paulinho de Almeida,  Brito, Barbosinha e Laerte; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará; 

 

21.01.1962 - Vasco da Gama  6 x 0 CRB-AL - amistoso  no Estádio da Pajuçara (Severino Gomes Filho), em Maceió, com Viladônega (2), Saulzinho, Joãozinho, Vevé e Laerte escrevendo o placar para o Vasco,  que foi: Ita (Humberto Torgado); Paulinho de Almeida, Bellini (Brito), Barbosinha e Coronel; Nivaldo (Laerte) e Lorico (Roberto Pinto); Joãozinho, Saulzinho, Viladônega (Vevé) e Sabará. 

 

24.01.1962 - Vasco da Gama 4 x 0 Ceará-CE - amistoso no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza,  com redes visitadas por Viladônega (3) e Joãozinho. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida (Dario), Bellini Brito e Coronel; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará (Ronaldo).    

 

28.01.1962 - Vasco da Gama 3 x 0 Moto Club-MA - amistoso no Estádio Nhozinho Santos, em São Luís do Maranhão, com gols marcados por Sabará, Saulzinho e Viladônega. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Brito e Coronel; Nivaldo (Maranhão) e Lorico (Roberto Pinto; Joõzinho, Saulzinho, Viladônega e  Sabará (Ronaldo). 

 

31.01.1962 - Vasco da Gama 3 x 1 Ferroviário-CE – amistoso, quando  Saulzinho excedeu e marcou os três tentos vascaínos, de volta a Fortaleza. Vasco: Ita; Dario, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Viladônega e Sabará. 

 

25.02.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo  - Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, com gol marcado por Saulzinho, aos 41 minutos do primeiro tempo. Vasco: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Villadônega, Saulzinho (Javan) e Da Silva.

 

10.03.1962 - Vasco da Gama 4 x 3 Fluminense - Torneio Rio-São Paulo, em São Januário, com público de apenas 4.143 pagantes. Saulzinho foi à rede, aos sete e aos 15 minutos do segundo tempo, por este Vasco:  Ita; Dario, Brito e Coronel (Russo); Nivaldo e Barbosinha; Sabará (Joãozinho), Viladôniga, Saulzinho, Lorico (Roberto) e Da Silva.

 

21.04.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Combinado de Brasília - amistoso no Estádio Vasco Viana de Andrade, no Núcleo Bandeirante, com Saulzinho marcando o gol vascaíno. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva. 

 

01.05.1962 - Vasco da Gama 4 x 1 Vila Nova-GO -  amistoso, no estádio da Avenida Paranaíba, em Goiânia, com Saulzinho marcando gol, aos 25 minutos do primeiro tempo. Vevé (2) e Loricoa fizeram os outros nesta vitória por virada de placar. Vasco:  Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará.   

 

06.05 - Vasco da Gama 5 x 0 Uberlândia-MG – amistoso, no Estádio Juca Ribeiro, em Uberlândia, com Saulzinho batendo na rede, aos 24 minutos do primeiro tempo - Joãozinho, Sabará, Lorico e Pinga também marcaram. Vasco: Humberto Torgado (Barbosa); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laerte) e Lorico (Milton); Joãozinho, Saulzinho (Vevé), Pinga e Sabará.       

 

10.05 - Vasco da Gama 3 x 0 Grêmio, de Maringá-PR – amistoso. no Estádio Willie Davids, com gols marcados por Pinga (2) e Lorico. Vasco: Humberto Torgado (Barbosa); Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laeerte) e Lorico (Mílton); Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará.  OBS: última vez em que Barabosa vestiu a camisa da Turma da Colina.      

 

13.05 – Vasco da Gama 2 x 1 Portuguesa de Desportos-SP – amistoso, no paulistano Estádio do Canindé (Oswaldo Teixeira Duarte), com gols cruzmaltinos nas contas de Sabará e de Pinga. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Joãozinho (Vevé), Saulzinho, Pinga e Sabará.      

 

20.05 - Vasco da Gama 3 x 1 Santa Cruz-MG – amistoso, no Estádio Bela Vista, da mineira Santa Luzia, com virada de placar assinada por Saulzinho, Sabará e Vevé. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Saulzinho, Pinga (Vevé) e Da Silva. 

 

01.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Bonsucesso. Turno – Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Gols: Saulzinho, aos 14 do 1º e aos 30 min do 2º  tempo, e Laerte, aos 32 da mesma etapa. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.




 

08.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: hoje, Leônidas da Silva, na Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: José Monteiro. Gols: Joãozinho, a 1 minuto, e Lorico, aos 40 do 1º tempo; Laerte (pen), aos 14 do 2 º tempo. Vasco: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

   

15.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 1 Olaria. Estádio: da Rua Bariri-RJ. Juiz: Armando Marques. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.07.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

04.08.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 47.629 pagantes. Renda: Cr$ 6.745.500,00. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

12.08.1962 0 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 0 Madureira. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

19.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 4 x 0 Canto do Rio. Estádio: de São Januário- RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Gols: Saulzinho (2), Lorico e Nivaldo: Vasco: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

26.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 1 São Cristóvão. Estádio: hoje, Ronaldo Luís Nazário de Lima, na Rua Figueira de Melo. Juiz: José Gomes Sobrinho. Gols: Saulzinho, aos 6 min da primeira etapa, aos 14 e aos 43 do 2ºtempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.   

 

02.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 2 x 1 América. Estádio: de São Januário-RJ.  Juiz: Armando Marques. Gols: Vevé, aos 25 min do 1º tempo, e Saulzinho, aos 10 min da fase final. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

09.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 54.821 pagantes. Gol: Vevé, aos 26 min do 1º tempo. Vasco:  Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

16.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 9.238.310,00. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.09.1962 (sexta-feira) – Vasco da Gama 7 x 0 Campo Grande. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Gols: Sabará, aos 31; Saulzinho, aos 34; Lorico, aos 42 e aos 44 min do 1º tempo; Barbosinha, aos 2; Saulzinho, aos 9, e Lorico, 21 do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

30.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Bonsucesso. RETURNO – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 10.722 pagantes. Gol: Saulzinho, aos 21 min do 1º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

O jogo estava duro, mas Saulzinho fez sucesso diante do Bonsucesso

 

06.10.1962 (sábado) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 2.686 pagantes. Gols: Vevé, aos 11 e aos  43, e Saulzinho, aos 28 do 2 º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

14.10.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 3 Olaria. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Guálter Gomes de Castro. Gol: Saulzinho, aos 22 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.10.1962 - Vasco da Gama 3 x 2 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: José Monteiro. Público: 18.726. Gols: Saulzinho, aos  31 min do 1º tempo; Lorico, aos 23, e Sabará, aos 30 min do 2º tempo. Público: 18.726. Vasco: Humberto Torgado, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira. 

04.11.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 69.461. Gol: Sabará, aos 23 min do 2º temo. VASCO: Humberto Torgado (Ita), Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel, Maranhão e Lorico, Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira

10.11.1962 - Vasco da Gama 5 x 1 Madureira. Estádio: General Severiano. Juiz: Guálter Gama de Castro. Gols: Saulzinho, aos 15; Sabará, aos 19; Maranhão, aos 25; Da Silva, 39 do 1º tempo e  Viladônega, aos 7 min da fase final. Vasco: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

15.11.1962 - Vasco da Gama 5 x 0 Canto do Rio. Estádio: Caio Martins, em Niterói-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Gols: Viladônega (2), Da Silva, Saulzinho e Lorico. Vasco: Ita (Humberto Torgado), Paulinho, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Villadônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

18.11.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 São Cristóvão. Estádio: de São Januário. Juiz: Wilson Lopes de Souza. Gol: Saulzinho. Vasco: Ita Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira. 

25.11.1962 - Vasco da Gama 2 x 0 América. Estádio Proletário, mais conhecido por Moça Bonita. Juiz: José Gomes Sobrinho. Gols: Sabará e Fagundes: Vasco: Ita, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Fagundes, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira. 

02.12.1962 - Vasco da Gama 0 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 57.393. Vasco: Humberto Torgado, Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e  Lorico; Sabará, Fagundes, Saulzinho e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira. 

09.12.1962 - Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Antônio Viug. Público: 79.181. Gol: Lorico. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Fagundes. Técnico: Jorge Vieira. 

14.12.1962 - Vasco da Gama 3 x 3 Campo Grande. Estádio: Maracanã. Juiz: Amílcar Ferreira: Gols: Darci Santos (contra, aos 18); Saulzinho, aos 34 min do 1º tempo, e Viladônega, aos 41 min do 2º tempo. Vasco: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.  

OBS: só são publicadas as rendas de dois clássicos, porque a moeda brasileira mudou vária vezes, de 1961 para cá, e o leitor não especialista em Economia precisaria de uma tabela de conversão para mensurar o valor atual. Arrecadações reveladas no capitulo 5 só por terem sido dos primeiros jogos (oficiais) de Saulzinho pelo Campeonato Carioca. Público pagante não divulgado é porque não foi encontrado.    

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                                                                                  TEMPORADA -1963

 Saulzinho iniciou um novo tempo marcando gol em Vasco da Gama 4 x 0 Alajuelense, em Alajuela, na Costa Rica, amistosamente, em 6 de janeiro.

Quatro dias depois, começou a disputar o Torneio Pentagonal Cidade do México. Durante o primeiro quadrimestre daquela temporada, ele ajudou o Almirante a conquistar a competição mexicana e o Quadrangular Internacional do Chile, e, ambas dirigido por Jorge Vieira.

Por gramados mexicanos, começou escrevendo o tento de Vasco da Gama 1 x 0 América-MEX, na Cidade do México. No dia 17, fez o seu terceiro gol na excursão, nos 5 x 0 El Oro, também na Cidade do México. Voltou à rede no dia 20, no 1 x 1 Guadalajara-MEX, o seu quarto tento, de um total de 11 já marcados pelo time vascaíno. Em 31 de janeiro, em Vasco 1 x 1 Dukla Praha, da então Tchecoeslováquia, saiu de campo campeão e começou a formar, com Célio Taveira, a dupla mais importante de ataque cruzmaltino da década-1960 - mais detalhes no texto sobre Célio, adiante.

 Após o Pentagonal do México, Saulzinho disputou mais um jogo da excursão: em 3 de fevereiro, Vasco 1 x 1 Toluca-MEX, ainda na capital mexicana. Uma semana depois, o time fez mais um amistoso - Vasco 2 x 0 selecionado de El Salvador - em San Salvador, mas ele ficou de fora. Entre 31 de março e  14 de abril, foi ao Chile ajudar a Turma da Colina a buscar mais uma taça lá fora. Após a disputa chilena, a equipe vascaína voltou pra casa e, antes de estrear no Torneio Rio-São Paulo, ainda teve tempo de ir a Campos, que pertencia ao antigo Estado do Rio de Janeiro - a cidade do Rio de Janeiro era da Guanabara – e encarou, amistosamente,  o local do Goytacaz, sem ele, mas com Célio.

 Em 13 de fevereiro, Saulzinho entrava na disputa interestadual entre cariocas e paulistas, com o  Vasco da Gama mantendo Jorge Vieira como treinador. Durante a disputa, ele viveu uma história interessantíssima, da noite do 16 de fevereiro, quando a sua turma chegou a abrir 2 x 0 Santos, com os xerifões Brito e Fontana tirando um sarro do Pelé: "Cadê o Rei?" Resumo da ópera: o Pelé empatou a partida, aos 42 e aos 43 minutos do segundo tempo, fechando a conta nos 2 x 2. "Naquela noite, um amigo meu, de Bagé, estava no Rio de Janeiro e aproveitou para ir ao Maracanã. Ele saiu do estádio, uns 10 minutos antes do final da partida, pegou um táxi, falou pro motorista que havia visto o seu conterrâneo ganhar do Pelé e levou um susto quando o taxista lhe disse que o jogo havia terminado com placar de 2 x 2."

 A primeira bola mandada à rede por Saulzinho na então maior competição do futebol brasileiro foi em 17 de março, em Vasco da Gana 1 x 0 São Paulo, no Pacaembu. Aquela, no entanto, teve fraca participação vascaína, constante apenas daquela vitória. No mais, foram cinco empates e três pauladas, com os cruzmaltinos marcando nove e engolindo 12 gols. Próxima parada? O Campeonato Carioca, que os clubes priorizavam, até deixando o Rio-São Paulo em segundo plano.

 No Estadual-1963, a Turma da Colina  começou comandada pelo  treinador Jorge Vieira, que prestigiava a dupla Saulzinho & Célio, passando, depois, pelos comandos de Oto Glória e de Eduardo Pelegrini, que preferiam Célio do lado de Mário Tilico. A rapaziada  não fez uma boa campanha, terminando  em sexto lugar, com 11 vitórias, sete empates e seis escorregadas, em 24 jogos. Marcou 39 e levou 23 gols. Célio foi o principal artilheiro, com 14 gols. Como ele havia marcado um, pelo Torneio Rio-São Paulo; cinco no giro pelo Chile; mais um no amistoso contra o Goytacaz e três entre Europa e África, estes 10 tentos, somados aos 14 do Estadual-RJ totalizaram 23, em sua primeira temporada cruzmaltina. Saulzinho aparece só com duas bolas nas redes, totalizando 19 na temporada. Confira os jogos:                                                               

06.01.1963  - Vasco 4 x 0 Alajuelense. Amistoso, em Alajuela-CRI, em San José da Costa Rica. Juiz: Bento Alfaro. Gols: Sabará, aos 40, e Saulzinho, aos 44 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Laerte, aos 23 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Viladônega (Russo); Sabará, Lorico, Saulzinho (Vevé) e Ronaldo (Fagundes). Técnico: Jorge Vieira. OBS: na véspera desta partida, o Vasco contratou os atacantes Mário “Tilico”, junto aos paulistas Portuguesa de Desportos-SP, por Cr$ 5.000.000,00, e Célio, Jabaquara, por Cr$ 11.500.000,00, para eles se juntarem ao grupo que excursionava, treinado por Jorge Vieira.

1963 - Vasco 1 x 0 América-MEX. Torneio Pentagonal do México. Gol: Saulzinho, aos 19 minutos do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Saulzinho e Ronaldo. OBS: o tento marcado por Saulzinho, de bicicleta, foi capa de uma revista mexicana e considerado “sensacional” pelos jornalistas cariocas que cobriam a viagem vascaína. (foto)

17.01.63 – Vasco 5 x 0 El Oro-MEX. Torneio Pentagonal do México. Gols: Sabará, aos 7; Maranhão, aos 12, e Felipe Ruvacalbo (contra), aos 27 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Écio, aos 42 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo. OBS: o jogo contra o campeão mexicano-1962 marcou a estreia de Célio no time vascaíno, aos 25 minutos do segundo tempo.

20.01.1963 - Vasco 1 x 1 Guadalajara-MEX. Torneio Pentagonal do México. Estádio: da Cidade Universitária. Gol: Saulzinho aos 28 min do 1º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: 1 - Joel Felício foi expulso de campo. 2 – todos os jogos foram no estádio da Cidade Universitária da capital mexicana.

31.01. 1963 - Vasco 1 X 1 Dukla de Praga (TCH). Torneio Pentagonal Cidade do México. Juiz: Ramiro Garcia. Público: 70.000. Gol: Ronaldo. VASCO: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel (Dario); Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Fagundes). OBS:  todos os jogos do torneio foram disputados no estádio da Cidade Universitária da capital mexicana.

03.02.63 - Vasco 1 x 1 Toluca-MEX. Amistoso. Estádio: Nemesio Diez, em Toluca-MEX. Gol: Mário Tilico. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo.

10.02.1963 – Vasco 2 x 0 Seleção de El Salvador. Amistoso, em San Salvador-SLV. Gols: Écio, aos 14, e Mário Tilico, aos 25 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Viladônega, Célio e Mário Tilico.     

13.02.1963 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 18.485. Renda: Cr$ 3.394.208,00. Gols: Lorico, aos 6, e Waldir Araújo, aos  27 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Mário Tilico).

16.02.1963 - Vasco 2 x  2 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Stefan Walter Glanz. Público: 29.200. Renda: Cr$ 9.652.000,00. Gols: Ronaldo, aos 32 min do 1º tempo; Sabará, aos 12, e Pelé, aos 42 e aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Dario, Maranhão, Barbosinha (Fontana), Sabará, Viladônega, Saulzinho, Lorico (Fagundes) e Ronaldo - Santos: Gilmar, Mauro, Zé Carlos (Tite), Dalmo, Calvet, Lima, Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.

21.02.1963 – Vasco 1 x 3 Flamengo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 30.539. Renda: Cr$: 6.836.249,00. Gol: Sabará (pen), aos 21 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado: Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Javan), Célio e Ronaldo (Mário Tilico).  OBS: em 12 jogos, desde o primeiro da temporada (06.01), primeira vez em que Saulzinho não entrava em campo.  

06.03.1963 – Vasco 0 x 0 Olaria. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Monteiro. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Célio e Ronaldo. OBS: Célio foi expulso de campo, aos 18 min do 2º tempo.

09.03.1963 – Vasco 1 x 2 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 13.444. Renda: Cr$ 2.865.870,00. Gol: Lorico, aos 12 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado;  Joel Felcio, Brito, Russo (Fontana) e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Célio (Javan) e Ronaldo: OBS: expulso de campo na partida anterior, Célio atuou nesta porque à época não havia suspensão automática.                     

13.03.1963 - Vasco 1 x  1 Botafogo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 4.106.444,00. Gol: Sabará. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana)e Dario; Écio (Maranhão) e  Lorico; Sabará (Ronaldo), Saulzinho, Célio e Mario Tilico.  

17.03.1963 - Vasco 1 x 0 São Paulo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 3.675.600,00. Gol: Saulzinho, aos 30 min do 1º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana) e Dario; Écio (Maranhão) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio, (Viladônega) e Ronaldo.

24.03.1963 – Vasco 1 x 2 Portuguesa de Desportos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Amílcar Ferreira. Renda: Cr$ . 1.333.300,00. Gol: Maranhão, aos 40 min do 1º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega, Célio e Ronaldo (Fagundes).

28.03.1963 – Vasco 1 x 1 Palmeiras. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 1.048.750,00. Gol: Célio, aos 4 min do 1º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará (Joãozinho), Vevé (Laerte), Célio e Ronaldo. OBS: 1 -  neste jogo o Vasco encerrou a sua participação na competição interestadual, tendo Saulzinho ficado de fora das partidas Vasco 1 x 3 Flamengo (21.02); Vasco 0 x 0 Olaria (06.04); Vasco 1 x 2 Corinthians (09.04); Vasco 1 x 2 Portuguesa de Desportos (24.04) e Vasco 1 x 1 Palmeiras )28.04); 2 – Célio só não enfrentou o Santos (16.02).  

 31.03.1963 - Vasco 2 x 2 Universidad Católica-CHI. Torneio Quadrangular Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Juiz: José Luis Silva-CHI. Gols: Joãozinho, aos 44 min do 1º tempo, e Célio, a 1 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. OBS: primeiro gol oficial de Célio pelo Vasco

 09.04.1963 - Vasco 3 x 2 Peñarol-URU. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Gols: Célio (pen), aos 3,  e Joãozinho, aos 14 e aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo. OBS: primeiro pênalti vascaíno batido por Célio.

11.04.1963 - Vasco 3 x 1 Colo Colo-CHI. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Juiz: Lorenzo Castillana-CHI. Gols: Célio (2), um em cada tempo, e Saulzinho, na etapa final. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho (Vevé) e Mário Tilico.

14.04.1963 - Vasco 2 x 2 Universidad do Chile. Torneio Internacional do Chile. Estádio: Nacional de Santiago. Juiz: Gols: Joãozinho, aos 41 min do 1º tempo, e Célio, aos 17 da fase final. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felícvio, Brito, Russo e Dario: Maranhão (Écio) e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Mário Tilico.

27.04.1963 – Vasco 2 x 3 Goytacaz-RJ. Amistoso. Estádio: Ary de Oliveira e Sousa, em Campos-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Ronaldo, aos 22, e Célio, aos 44 min do 1º tempo. Vasco: Humberto Torgado (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario (Fontana); Maranhão (Fagundes) e Lorico; Sabará, Rodarte (Viladônega), Célio e Ronaldo.

05.05.1963 – Vasco 3 x 0 Stade d´Abidjan- Amistoso. Estádio: Felix Houphouêt-Boigny, em Abidjan, na Costa do Marfim. Público: cerca de 17.000. Gols: Saulzinho, aos 10 e aos 30 min do 1º tempo, e aos 35 da etapa final. Vasco: Humberto Torgado (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Ronaldo.

09.05.1963 – Vasco 3 x 0 Kotoco. Amistoso, em Kumasi, Gana.  Público: cerca de 20.000.  Gols:Célio, Lorico e Fagundes. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio e Fagundes.

12.05.1963 – Vasco 0 x 0 Real Republicans. Amistoso, no Estádio Nacional Accra em Gana. Público: cerca de 30 mil. Juiz: Frank Mils. Vasco: Humberto Torgado (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Ronaldo.

25.05.1963 – Vasco 6 x 0 Seleção da Nigéria. Amistoso, no Estádio George, em Lagos, na Nigéria. Gols: Célio (2), Saulzinho... 26.05.1963 – Vasco 3 x 1 Seleção da Nigéria Ocidental. Amistoso, em Ibadan, na Nigéria. Gols: Célio (2) e Sabará;  29.05.1963 – Vasco 2 x 1 West Rovers. Amistoso, em Lagos, na Nigéria. Gols: Fagundes e Lorico; 04.06.1963 – Vasco 4 x 2 Al-Mourada. Amistoso, em Kartum, no Sudão. Gols: Sabará (2), Ronaldo e Écio; 07.06.1963 – Vasco 1 x 2 El-Hilal. Amistoso, em Kartum, no Sudão, com gol de Lorico, no 2º tempo; 09.06.1963 – Vasco 1 x 1 Al-Merreikh. Amistoso, em Kartum, no Sudão, com gol vascaíno por Sabará, de pênalti.

OBS: 1 – Saulznho contava ter o treinador Jorge Vieira dirigido o time vascaíno, contra o Al-Merreikh, só no primeiro tempo, segundo ele, por ter se desentendido com os cartolas, tendo o veterano lateral-direito Paulinho de Almeida, que ainda era atleta, comandado a rapaziada durante a etapa final, e devolvido o posto, no jogo seguinte, contra o português Sporting; 2 a pesquisa não encontrou mais dados sobre as partidas contra as duas seleções nigerianas e os três times sudaneses citados acima; 3- Saulzinho alegava ter marcado quatro gols e, ainda, tido um quinto anulado, “sem ninguém entender, pois a bola quicou dentro do gol e voltou para o meio da área”, afirmou ao autor deste texto sobre o jogo de 25.05.1963. Esta informação consta, também, da edição de 29.05.2013, do site www.netvasco.com.br, sobre o meio-século decorrido da goleada. O Almanaque do Vasco, porém, confere um dos gols a Lorico. 

11.06.1963 –Vasco 0 x 3 Sporting-POR. Amistoso. Estádio: José Alvalade, em Lisboa-POR. Juiz: Décio de Feitas. Vasco: Humberto Torgado: Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Écio (Maranhão) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio (Joãozinh) e Ronaoldo. 

13.06.1963 – Vasco 2 x 0 Málaga-ESP. Amistoso. Estádio: La Rosaleda, em Málaga-ESP. Gols: Sabará, aos 10, e Saulzinho, aos 11 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Russo, Brito e Fontana; Maranhão e Lorico (Fagundes); Joãozinho, Sabará, Saulzinho e Ronaldo (Écio).

16.06.1963 – Vasco 2 x 3 Mônaco.  Troféu Teresa Herrera. Estádio: Riazor, em La Coruña-ESP. Juiz: Ortiz de Mendib-ESP. Público: cerca de 26 mil. Gols: Saulzinho, aos l3, e Joãozinho, aos 41 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Russo, Brito e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Sabará, Saulzinho e Ronaldo (Fagundes).

19.06.1963 – Vasco 3 x 2 Elche-ESP. Amistoso. Estádio: Altabix, em Elche-ESP. Juiz: Bañón Gonzalez. Gols: Ronaldo, aos 16, e Saulzinho, aos 35 e aos 40 min, todos no 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Barbosinha; Écio e Joãozinho (Lorico); Sabará, Saulzinho, Fagundes e Ronaldo.           

22.06.1963 – Vasco 0 x 1 Espanyol-ESP. Amistoso. Estádio: Sarriá, em Barcelona-ESP. Juiz: Saz Olmedo. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Joãozinho; Sabará, Saulzinho (Lorico), Fagundes e Ronaldo. OBS: no dia seguinte, rolaria o Torneio Início do Campeonato Carioca-1963, no Maracanã-RJ. O Vasco escalou time reserva e foi eliminado, no primeiro jogo, por 0 x 1 Fluminense.     

 

30.06.1963 - Vasco 4 x 1 Portuguesa-RJ. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Gols: Célio, a 1 minuto; Saulzinho, aos 35 do 1º aos 26 do 2º tempo, e Sabará, aos 31 da mesma fase final. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio e Ronaldo. OBS: o gol de Célio é um dos mais rápidos da história do futebol vascaíno. Ele voltava a time após quatro partidas de fora.

07.07.1963 - Vasco 1 x 2 Campo Grande. Campeonato Carioca. Estádio: Ítalo Del Cima-RJ. Juiz: Antônio Viug. Gol: Sabará. Detalhe: Joel Felício marcou gol contra. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio e Mário Tilico.

14.07.1963 -  Vasco 5 x 0 Canto do Rio. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Gols: Maurinho, aos 7; Lorico, aos 11, Altamiro, aos 15 do 1º tempo, e Célio, aos 18 e aos 27 da etapa final. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Altamiro, Célio e Maurinho. OBS: Maurinho é o mesmo da ponta-direita da Seleção Brasileira da estreia de Pelé, em 1957. 

28.07.1963 – Vasco 1 x 3 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 63.168. Renda: Cr$ 17.006,300,00. Gol: Célio, aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Altamiro, Célio e Maurinho.     

04.08.1963 – Vasco 2 x 0 América. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 5.353,360,00. Gols: Célio, aos 25, e Altamiro, aos 31 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Maranhão; Joãozinho, Altamiro, Célio e Mário Tilico.  

10.08.1963 – Vasco 1 x 0 Olaria. Campeonato Carioca. Estádio: arcana-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Gol: Célio, aos 37 min do 1º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Altamiro, Célio e Maurinho.   

18.08.1963 – Vasco 1 x 1 Madureira. Estádio: Conselheiro Galvão-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Gol: Célio, aos 17 min do 2º tempo. Vasco: Humberto, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Maurinho. OBS: por o atleta Jalmir, do Madureira, estar inscrito, também, na Federação Fluminense de Futebol, o jogo foi anulado, pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Carioca de Futebol, levando os dois times a se reenfrentarem, em 25 de setembro, quando os vascaínos mandaram 2 x 1.

24.08.1963 - Vasco 0 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 69.550. Renda: Cr$ 21.448,760,00.  Vasco: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha, Dario, Écio, Lorico, Joãozinho, Célio, Saulzinho e Sabará.

03.09.1963 - Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Claudio Magalhães. Renda: Cr$ 5.326.688,00.  Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Ecio e Barbosinha; Joãozinho, Célio, Saulzinho, Lorico e Sabará.

06.09.1963 - Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Gols: Lorico, aos 41 min do 1º tempo; Maurinho, aos 20, e Célio, aos 33  min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Maurinho.

Ita, Joel Felício, Brito, Écio, Barbosinha e Dario (em pé, da esquerda para a direita; Sabará, Célio, Altamiro, Lorico e Maurinho, uma das formações de 1963.

08.09.1963 – Vasco 0 x 1 Ypirnga-BA. Amistoso. Estádio: Fonte Nova, em Salvador-BA. Juiz: Clinamute Vieira França. Vasco: Ita (Marcelo Cunha), Paulinho de Almeida (Joel Felício),  Fontana Russo e Juraci (Barbosinha); Maranhão e Milton; Joãozinho, Altamiro, Durvalino e Maurinho (Odmar). OBS: Célio não entra nesta escalação porque o treinador Jorge Vieira usou vários reservas.   

15.09.1963 – Vasco 0 x 1 São Cristóvão. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário. Juiz: Antônio Viug. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Altamiro, Sabará e Maurinho. OBS: 1 – o placar derrubou o treinador Jorge Vieira, substituído por Oto Glória, até 10 de novembro. Depois, este passou o cargo a Eduardo Pelegrini, que ficou, de  15 de novembro e 14 de dezembro; 2 - de 8 de setembro até 14 de dezembro,  último prélio do calendário-1963, Saulzinho esteve fora do time, pelas nove vezes em que Oto Glória o dirigiu, e em mais cinco sob o comando de Eduardo Pelegrini. Só voltou, em 26 de janeiro de 1964, substituindo Célio, em partida amistosa – ver ficha técnica da data.

21.09.1963 – Vasco 1 x 1 Bangu. Campeonato Carioca. OBS: 1 - início do comando de Oto Glória, sem Saulzinho e Célio, que não atuaram, também, em 25.09.1963 – Vasco 2 x 1 Madureira, e em 29.09.1963 – Vasco 1 x 0 Portuguesa-RJ..

06.10.1963 – Vasco 1 x 1 Campo Grande. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Gualter Gama de Castro. Gol: Célio, aos 16 min do 1º tempo. Vasco: Ita (Humberto Torgado: Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Barbosinha; Écio e Maranhão; Vevé, Lorico, Célio e Mário Tilico.  

09.10.1963 – Vasco 0 x 0 Canto do Rio. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Bariri-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Vasco: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Barbosinha; Écio e Maranhão; Sabará, Lorico, Célio e Mário Tilico.    

20.10.1963 – Vasco 0 x 2 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amílcar Ferreira. Público: 33.255. Renda: Cr$ 8.664.618,00. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Ocimar e  Lorico; Joãozinho, Altamiro, Célio   Milton.   

26.10.1963 – Vasco 2 x 2 América. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Gama de Castro. Renda: Cr$ 1.555.876,00. Gols: Célio, aos 6 e aos 16 min do 2 º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva.   

03.11.1963 – Vasco 2 x 0 Olaria. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Gols: Lorico, aos 28 do 1º e Célio a 1 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito. Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva.   

10.11.1963 – Vasco 4 x 1 Madureira. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário. Juiz: Wilson Lopes de Sousa. Gols: Célio, aos 2 e aos 4, e Da Silva, aos 25 do 1º tempo, e Joãozinho, aos 31 da etapa final. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Llorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva.   

15.11.1963 – Vasco 3 x 4 Flamengo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amílcar Ferreira. Público: 33.373. Renda: Cr$ 10.506.590,00. Gols: Célio, aos 9, e Mário Tilico, aos 16 min do 1º tempo, e aos 15 da etapa final. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico. Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva. OBS: 1 – a partir daquele chamado “Clássico dos Milhões”, o time cruzmaltino passou a ser comandado por Eduardo Pelegrini, substituindo Oto Glória; 2 – Mário Tilico foi expulso de campo.    

22.11.1963 – Vasco 1 x 1 Botafogo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ.  Juiz: Antônio Viug. Público: 7.448. Renda: Cr$ 1.725.858,00. Gol: Mário Tilico, aos 7 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Maranhão, Mário Tilico, Célio e Da Silva. OBS:  Maranhão na ponta-direita? Na verdade, Pelegrini armou o time no esquema tático 4-3-3, com o apoiador fechando o meio-de-campo e deixando só o Tilico e Célio mais ofensivos.

01.12.1963 – Vasco 2 x 0 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz:  Gualter Portela Filho. Gols: Milton, aos 18 do 1º tempo, e Mário Tilico, aos  36 da etapa final. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Milton, Mário Tilico, Célio e Da Silva.

 

07.12.1963 – Vasco 1 x 1 São Cristóvão. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Figueira de Melo-RJ. Juiz: José Monteiro. Gol: Célio, aos 15 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Barbosinha; Odmar e Lorico; Milton, Mário Tilico, Célio e Ede.

14.12.1963 – Vasco 2 x 0 Bangu. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Gols: Lorico, aos 14, e Mário Tito (contra), aos 35 min do 1º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Odmar e Lorico; Milton, Mário Tilico, Célio e Ede. OBS: Brito, expulso de campo no jogo anterior, atuou porque à época não havia suspensão automática.  

 

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                                                                                        GOLS MAIS BONITOS           

  A Revista do Esporte - Nº 204, de 2 de fevereiro de 1963 – pediu a Saulzinho para eleger os seus os cinco gols mais bonitos. Ele os identificou, mas não os desfilou por ordem de beleza técnica. Só citou, assim, as lembranças de saídas para o abraço:

1 – Em 1954, ele estreava, como atleta profissional, em Bagé x Nacional, de Porto Alegre, amistosamente. Faltavam 10 minutos para o final da partida, quando o treinador Francisco Brochado mandou-o entrar, pela ponta esquerda. Lá pelas tantas, o ponta-direita Camacho, em grande velocidade, passou pelo marcador, foi à linha de fundo e centrou para a área. “A bola tocou no chão, a amaciei, no peito e, de costas para o gol, apliquei uma bicicleta. Um golaço, em meu primeiro lance no jogo que terminou 1 x 0 para nós. Eu estava com 17 de idade”.

2 - Era 1956 e ele defendia o Guarany, diante do Bagé, quando rolou nova jogada com participação de Camacho que, perto da linha de fundo, cruzou a bola para a frente da grande área. “Eu estava no lugar certo para apará-la, com uma das coxas. Antes de deixá-la cair ao chão, chutei, entre dois zagueiros, para a pelota passar sobre a cabeça do goleiro. Eram jogados 13 minutos do segundo tempo e aquele único tento da partida valeu o título municipal à nossa equipe”.- 25 de fevereiro de 1962 – enfrentava o Flamengo, pelo Torneio Rio-São Paulo, com os vascaínos pressionando pelo empate. "O Coronel (lateral-esquerdo) chutou a bola para a área rubro-negra, entrei na jogadas, de carrinho, desviando a pelota para o canto oposto ao que o goleiro Fernando esperava” Foi o gol do empate", narrou.

4 – Em 1º de julho de 1962, o Vasco da Gama  estreava no Campeonato Carioca, mandando 3 x 0 Bonsucesso, com dois gols do seu camisa 9, que narra o mais, mais: "O Joãozinho (ponta-direita) apanhou a bola pela intermediária deles, conduziu-a até a lateral da grande área e centrou-a, pelo alto. Quando a pelota caía, pela altura da marca do pênalti, apanhei-a, de pé esquerdo, num sem-pulo fulminante, sem que o goleiro pudessem nem tocá-la. Foi um gol, realmente, sensacional e que valeu instantes de delírio para a nossa torcida".

5 – 4 de outubro de 1961, em Vasco da Gama 1 x 0 Bangu, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca: "Houve um chutão da nossa retaguarda. A bola passou entre indecisos Mário Tito e o Zózimo, e o goleiro Ubirajara vacilou, ao sair do gol. Formou-se jogada de incertezas, de parte a parte, e eu cheguei a passar da bola. No entanto, improvisei uma bicicleta, tocando na pelota com o bico da chuteira, num impulso firme que terminou em gol”.

Muito provavelmente, a entrevista à Revista do Esporte deve ter sido concedida antes da viagem para a disputa do Pentagonal do México-1963, pois, no 10 de janeiro daquela temporada, ele marcou o que considerou ter sido o gol mais bonito de sua carreira: O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão e veio ao meu peito. Peguei (a bola), de bicicleta, antes da chegada do zagueiro mexicano. Foi capa na revista mexicana Futbol - lance parecido com o do primeiro gol citado.

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                                                                                      VIDA DO CRAQUE

 

  Casado, com Marilu, o goleador Sulzinho ainda não tinha filhos, em 1964. Seguia dormindo oito horas diárias, pesando, normalmente, 65 quilos, que subiam a 69 se abusasse um pouco do garfo, principalmente do seu prato predileto, o churrasco gaúcho, bem tostado, na brasa. Residindo em Copacabana, desde que chegara ao Rio de Janeiro, ele gostava da praia do bairro.

                                 ÁLBUM DE FAMÍLIA

Na época desta foto, Saulzinho ainda era noivo de Marilu 

Devoto de Nossa Senhora Aparecida, o católico Saulzinho fazia as suas orações antes dos jogos, pedindo proteção física, por ser muito visado pelos zagueiros, que temiam as suas chuteiras, de número 39, sempre perigosas. Embora fosse considerado baixinho, para um centroavante, ele não via problemas com a fita métrica e brincava:  “Não encolho quando tenho de enfrentar becões grandalhõs e durões”.

Quando desembarcou em São Januário, em 1961, com os seus olhos verdes claros admirando muito as belezas cariocas, Saulzinho usava os seus cabelos castanhos claros mais curtos do que em 1964, quando já cultivava uma cabeleira mais à moda da efervecente década-1960. Mantinha o hobby de colecionar flâmulas e distintivos de clubes, do que corria atrás, durantes as excursões vascaínas, e tinha uma variada coleção de blusões. Depois do futebol, o seu esporte preferido era o basquete, mas o cinema era o seu passatempo predileto, sendo fã do ator norte-americano Paul Newman.

 Por ter nascido na gaúcha Bagé - 31 de outubro de 1937 -, Saulzinho era um bom relações públicas de sua terra, no Rio de Janeiro. Não perdia a chance de louvar os encantos do seu pedaço e dizia que, “quando as pernas não dessem mais par correr”, voltaria, depressa, pra fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o que o fez. 

 Saulzinho contou ao repórter Milton Salles, da Revista do Esporte - Nº 299, de 28 de dezembro de 1964 -, ter começado a carreira pela ponta esquerda do bageense Grêmio Atlético Clube, aos 17 de idade. Em 1955, mais encorpado, assinara o seu primeiro contrato, com tal agremiação, ganhando Cr$ 700 cruzeiros mensais. Tempos depois, a mesmas Revista do Esporte - Nº 285, de 22 de agosto de 1964 – lembrou que um ex-presidente vascaíno dissera, que “Cr$ 2 milhões de cruzeiros para contratar o Saulzinho seriam mal empregado, pois o tinha como mero jogador bonzinho, e iguais a ele o Vasco estava cheio”. A resposta dele foi ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962. Embora medisse só 1m67cm de altura, encarar zagueiros mais altos e mais fortes  não o preocupava, como havia garantido em uma outra entrevistas, na qual esteve na capa da Revista do Esporte -  Nº 122, de 8 de julho de 1961. 

A revista carioca (do mesmo grupo que publicava a Revista do Rádio, apostava em Saulzinho, para dar- lhe capas, e escrevia que, “na luta contra os zagueirões altos, dentro da área, Saulzinho compensava o que lhe faltava (altura) com boa colocação e impulsão”. Realmente, fato visto durante os jogos vascaínos que faziam os repórteres da semanária concluírem que o gaúcho supria “a falta de centimetragem com muita disposição e entusiasmo para a luta”. De sua parte, ele receitava que, para ser um ponta-de-lança, “não seria preciso ser nenhum gigante”.

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                                                                                TEMPORADA-1964


A Revista do Esporte acompanhou em cima o Vasco de Célio e Saulzinho                 

O Vascoco da Gama iniciou a temporada com dois amistosos, vencendo um e empatando o outro, com times mineiros. Em seguida, começou o Torneio Rio-São Paulo, empatando, novamente. A seguir, levou dois tombos, para se  recuperar, com uma virada de placar, no paulistano Pacaembu, a 13 minutos do final da partida em que chegou a ter dois gols de desvantagem. Após aquele grande resultado, mais um empate e uma vitória. O time andava muito irregular. Nos três jogos seguintes, perdeu dois e empatou um, Enfim, encerrou a sua participação no torneio interestadual com apenas duas vitórias, em nove jogos, nos quais marcou 10 gols e levou 14 gols. No Campeonato Carioca, apresentou-se com time forte no papel, mas ficou devendo no gramado. Terminou em sexto lugar, com 11 vitórias, sete empates e seis escorregadas. Seu ataque funcionou bem por 44 vezes, enquanto a defensiva bobeou em 26. Nesses jogos, Eduardo Pelegrino dirigiu a equipe nos dois primeiros compromissos. O já veterano lateral-direito Paulinho de Almeida o substituiu nas três partidas seguintes, passando o cargo, a seguir, para Davi Ferreira, o Duque. Nos seis primeiros jogos da temporada, Saulzinho entrou, por quatro vezes, no lugar de Célio. Toda a história de 1964 ficou desse jeito:

Nesta imagem reproduzida da Revista do Esporte, vemos, em pé, da esquerda paras a direita: Ita, Joel Felício, Caxias, Maranhão, Fontana e Barbosinha; agachados, na mesma ordem: Mário Tilico, Célio, Saulzinho, Lorico e Zezinho. 

26.01.1964 – Vasco 1 x 1 Atlético-MG. Amistoso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: Nuno Álvarez Ribeiro. Público: 5.254. Gol: Célio (pen), aos 11 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Da Silva.

 

27.02.1964 – Vasco 1 x 0 Cruzeiro-MG. Amistoso. Estádio: da Alameda-BH; Juiz: Alcebíades Magalhães Dias. Gol: Célio, aos 19 min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Odmar (Maranhão) e Lorico; Joãozinho (Vadinho), Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Da Silva.     

06.03.1964 - Vasco 1 x 2 Guarani-PAR. Quadrangular Internacional de Assunção. Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. Juiz: Wenceslao Zarate. Gol: Mário Tilico aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Odmar e Lorico; Maurinho (Saulzinho), Mário Tilico, Célio e Da Silva.   

08.03.1964 - Vasco 1 x 1 Racing-ARG. Quadrangular Internacional de Assunção. Estádio: Manuel Ferreira, em Assunção-PAR. Juiz: Rodolfo Perez Osorio. Gol: Célio (pen), aos 4 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Odmar e Lorico; Milton (Maranhão), Mário Tilico (Altamiro), Célio (Saulzinho) e Da Silva. OBS

10.03.1964 - Vasco 1 x 2 Cerro Porteño-PAR. Quadrangular Internacional de Assunção. Estádio Defensores del Chaco, em Assunção-PAR. Juiz: Salvador Valenzuela. Gol: Mário Tilico, 1 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar (Maranhão) e Lorico; Milton (Maurinho), Mário Tllico, Célio e Da Silva (Saulzinho). OBS: primeira expulsão de campo do vascaíno Saulzinho, aos 44 min do 2º tempo. Antes, aos 45 da etapa inicial, Fontana já havia sido excluído da partida.   

14.03.1964 – Vasco 0 x 0 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Flávio de Magalhães. Público: 20.118. Renda: Cr$ 9.607.410,00. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmr (Maranhão) e Lorico; Milton, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Da Silva.  

21.04.1964 – Vasco 1 x 3 Flamengo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Teixeira Portela Filho. Público: 27.659. Renda: Cr$ 12.283.208,00. Gol: Célio (pen), aos 18 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico; Milton (Da Silva), Mário Tilico, Célio e Ramos. OBS: pela primeira vez na temporada, Saulzinho não foi escalado.   

29.03.1954 – Vasco 0 x 2 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: do Pacaembu-SP (oficialmente, Paulo Machado de Carvalho). Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: Renda: Cr$ 4.423.200,00. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico; Zezinho, Mário Tilico (Sabará), Célio e Ramos (Saulzinho). OBS: Pelé não atuou pelo time santista.

04.04.1964 – Vasco 3 x 2 Palmeiras – Torneio Rio-São Paulo. Estádio: do Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug. Público: Renda: Cr$ 10.709.800,00. Gols: Zezinho, aos 41, e Lorico, aos 44 min do 1º tempo, e Célio, aos 23 do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Barbosinha (Fontana) e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico; Joãozinho, Zezinho, Célio e Sabará (Saulzinho).

12.04.1964 – Vasco 1 x 1 São Paulo. Torneio Reio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 9.923. Renda: Cr$ 3.992.965,80. Gol: Lorico, os 25 min do 1º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Milton) e Lorico (Ramos); Joãozinho (Mário Tilico), Zezinho, Célio e Sabará. OBS: segundo jogo da temporada sem Saulzinho no time.      

15.04.1964 – Vasco 1 x 0 Botafogo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela. Público:  18.774. Renda: 8.606.148,00. Gol: Célio, aos 32 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Barbosinha) e Lorico; Milton, Zezinho, Célio e Sabará. OBS: 1 - o Botafogo tinha um dos ataques mais fortes do futebol brasileiro, pontuando Garrincha, Quarentinha, Jairzinho e Zagallo, além do armador Gérson; 2 – terceiro jogo da temporadas sem Saulzinho no time vascaíno.    

19.04.1964 – Vasco 0 x 0 Atlético-MG. Amistoso. Estádio: Independência-BH. Juiz: Elmo Sanches. Público: 5.588. Renda: Cr$ 2.235.200,00. Vasco: Marcelo; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Milton) e Lorico; JoPãozinho, Zezinho, Célio (Altamiro) e Sabará (Ramos). OBS: quarta ausência de Saulzinho na temporada.    

21.04.1964 – Vasco 2 x 2 Villa Nova-MG. Amistoso. Estádio: do bairro Barro Preto-BH. Juiz: Alcebíades Magalhães Dias. Público: 3.159. Gols: Zezinho, aos 27, e Lorico, aos 42 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira (Barbosinha); Milton (Odmar) e Lorico; Joãozinho, Altamiro e Sabará (Ramos). OBS: 1 – o árbitro Alcebiades Magalhães Dias era um explícito apaixonado torcedor do Atlético-MG, o que valeu-lhe o apelido de “Cidinho Bola Nossa”. 2 - quinta ausência de Saulzinho e primeira de Célio na temporada.   

23.04.1964 - Vasco 0 x 0 Siderúrgica-MG. Amistoso. Estádio: da Praia do Ó, em Sabará-MG. Juiz: Elmo Sanches. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico (Milton); Joãozinho, Zezinho, Célio e Sabará. OBS: sexta ausência de Saulzinho

26.04.1964 - Vasco 1 x 0 Valério Doce-MG. Amistoso. Estádio: Israel Pinheiro, em Itabira-MG. Juiz: Joaquim Gonçalves da Silva. Gol: Lorico, aos 35 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Milton) e Lorico; Joãozinho, Zezinho, Célio e Sabará (Altamiro). OBS: sétima ausência de Saulzinho. 

01.05.1964 - Vasco 3 x 2  Atlético-PR. Amistoso. Estádio: Couto Pereira, em Curitiba. Juiz: Kalil Karam Filho. Gols: Lorico, aos 25 do 1º tempo; Célio, aos 6, e Lorico, aos 13 da fase final. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Barbosinha) e Lorico; Joãozinho (Saulzinho), Zezinho, Célio e Sabará (Da Silva). OBS: após seis jogos sem atuar, volta de Saulzinho ao time.

03.05.1964 – Vasco 1 x 0 Bangu. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho.  Gol: Odmar (pen), aos 40 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana (Barbosinha) e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho (Sabará), Saulzinho, Célio (Da Silva) e Zezinho. OBS: desde 06.09.1963 que Saulzinho e Célio não iniciavam uma partida juntos

06.05.1964 – Vasco 0 x 1 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Púbico: 2.629. Renda: Cr$: 1.036.718,00. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho (Altamiro), Saulzinho (Sabará), Célio e Zezinho.         

09.05.1964 –  Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: do Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 919.900,00. Gols: Barbosinha, aos 41 min do 1º tempo; Altamiro, aos 19, e Zezinho, ao 27 da etapa final. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana (Milton) e Pereira; Barbosinha (Altamiro) e Lorico; Joãozinho, Odmar (Maranhão), Célio e Zezinho. OBS: Saulzinho desfalcou o time e Célio foi expulso de campo, aos 6 min do 2º tempo, por brigar com o adversário Abelardo.        

14.06.1964 – Vasco 1 x 0 Bangu. Amistoso. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Luciano Segismundo. Gol: Célio, aos 18 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício. Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho (Jorge Laurindo), Saulzinho, Célio e Da Silva (Altamiro).     

18.06.1964 – Vasco 2 x 1 Bangu. Amistoso. Estádio: Proletário, em Moça Bonita-RJ. Juiz: Jorge Paes Leme. Gols: Lorico, aos 2 min do 1º tempo, e Maranhão (pen), aos 10 da etapa complementar. Vasco: Lévis; Joel Felício (Massinha), Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Saulzinho (Altamiro), Célio e Sabará (Milton). OBS: os dois times não disputavam  amistosos desde 22 de janeiro de 1944, quando os vascaínos mandaram 9 x 2, em São Januário. Nessa retomada, público e renda foram insignificante, respectivamente, 2.093 (pp) e Cr$ 793.450.00, no primeiro encontro, e 1.780 (pp) e Cr$ 619.500,00, no segundo, o que demonstrava que o torcedor carioca da época só se interessava por grandes jogos e competições famosas. 

21.06.1964 – Vasco 2 x 0 Rio Branco-ES. Amistoso. Estádio: Governador Bley, em Vitória-ES. Juiz: Mauro Guimarães. Gols: Maranhão (pen), aos 8 min do 1º tempo, e Saulzinho, aos 32 da segunda etapa. Vasco: Lévis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. OBS: primeiro gol de Saulzinho, em 1964.  

25.06.1964 – Vasco 3 x 0 Villa Nova-MG. Amistoso. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Zezinho, aos 15 do 1º e aos 10 do 2º tempo, e Saulzinho, aos 18 da segunda etapa. Vasco: Lévis (Marcelo Cunha); Massinha, Brito, Barbosinha (Fontana) e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico (Milton); Zezinho (Joãozinho), Saulzinho (Altamiro), Célio e Da Silva (Joel). OBS: 1 – segundo gol de Saulzinho na temporada; 2 – a marcação do jogo foi muito criticado pela torcida vascaína, pois o Villa não tinha torcida no Rio de Janeiro, onde só havia jogado (e perdido para o Almirante) em três longínquas ocasiões: 19 de dezembro de 1953; em 17 de outubro de 1944 e 13 de julho de 1930. O jogo de 1964 só teve 1.215 pagantes e renda de Cr$ 552,000,00, que não cobriu os custos das partida. 

28.05.1964 – nesta data, em tarde de domingo, no Maracanã, na presença de 17.231 pagantes, o Vasco das Gama disputou o Torneio Início do Campeonato Carioca, ficando no 0 x 0 América e sendo eliminado nas cobranças de pênaltis, por 1 x 2. Armando Marques apitou e o time vascaíno alinhou: Lévis; Massinha Brito, Barbosinha e Russo; Maranhão e Milton; Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. 

04.07.1964 – Vasco 1 x 2 América. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 15.175. Gol: Maranhão, aos 3 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Da Silva.

12.07.1964 – Vasco 2 x 2 Campo Grande. Campeonato Carioca. Estádio: Ítalo del Cima-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Gols: Célio, aos 5, e Joãozinho, aos  33 min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: após cinco partidas, a dupla Saulzinho-Célio era interrompida. 

19.07.1964 – Vasco 1 x 1 Bangu. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 16.581. Gol: Célio, aos 38 min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: Saulzinho continuou de fora

23.07.1964 – Vasco 1 x 2 Portuguesa-RJ. Campeonato Carioca. Estádio: das Laranjeiras-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 4.744. Gol: Mário Tilico, a 1 min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: foi neste jogo que nasceu o termo “zebra” para resultados improváveis. Os vascaínos eram os favoritos, pois não perdiam da Portuguesa-RJ desde 1º de novembro de 1958. Como não atuou nests partida, Saulzinho brincava, dizendo: “Nnão montei na zebra”.    

25.07.1964 – Vasco 0 x 2 Nacional-URU. Amistoso: Estádio: Centenário, em Montevidéu-URU. Público: 13.286. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito Fontana (Barbosinha) e Pereira; Zé Carlos (Maranhão) e Lorico; Altamiro, Mário Tilico, Célio (Joãozinho) e Zezinho (Saulzinho).  

09.08.1964 – Vasco 3 x 3 São Cristóvão. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Figueira de Melo. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Mário Tilico, aos 2 e aos 43 minutos do 1º tempo, e Célio, aos 13 da segunda fase. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha Fontana, Barbosinha e Pereira; Odmar e Maranhão; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: 1 - a “zebra” diante da Portuguesa-RJ e a “pisada na bola” no Uruguai derrubaram o treinador Duque, que foi substituído pelo antigo zagueiro vascaíno Ely do Amparo; 2 - Saulzinho não esteve presente nas duas partidas “derrubadeiras”; 3 – segundo empate cruzmaltino, por 3 x 3, na temporada. Antes, em nove de maio, com a Portuguesa de Desportos, pelo Torneio Rio-São Paulo, no paulistano Pacaembu.   

13.08.1964 – Vasco 3 x 0 Porto-POR. Amistoso. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 20.914. Renda: Cr$ 18.532.934,00. Gols: Da Silva, aos 45 min do 1º tempo; Saulzinho, aos 7, e Mário Tilico, aos 33 da 2ª fase. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Odmar) e Alcir Portela; Zezinho (Joãozinho), Mário Tilico, Saulzinho (Altamiro) e Da Silva. OBS: pela primeira vez na temporada, Célio desfalcava o time.               

16.08.1964 – Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário: Juiz: Joé Monteiro. Público: 6.440. Gols: Mário Tilico, aos 13 e aos 22, e Zezinho, aos 24, todos do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Alcir; Zezinho, Mario Tilico, Célio e Da Silva.     

19.08.1964 – Vasco 0 x 2 Botafogo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Federico Lopes. Público: 290.739. Renda: Cr$ 12.047.074,80. Vasco: Marcelo Cunha;  Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Alcir; Zezinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva.  

23.08.1964 -  Vasco 2 x 1 Olaria. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 3.042. Gols; Zezinho, aos 12, e Mário Tilico, aos 31, ambos do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Alcir; Zezinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva.

27.08.1964 – Vasco 1 x 2 Flamengo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Gol: Célio (pen), aos 23 min do 1º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Lévis); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Alcir; Zezinho, Mário Tilico, Célio e Ronaldo. OBS: o bom goleiro Marcelo Cunha apresentou duas falhas inacreditáveis, brigou com o treinador Ely do Amparo, saiu de campo aplaudido pelos mais de 44 mil pagantes e encerrou a careira naquele momento. Depois daquilo, estudou e graduou-se em Engenharia.     

30.08.1964 – Vasco 1 x 1 Atlético-GO. Amistoso: Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Antônio Cândido de Oliveira. Gol: Maranhão, aos 10 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana (Caxias) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Alcir); Zezinho, Mário Tilico (Altamiro), Célio e Ronaldo.   

01.09.19674 – Vasco 1 x 0 Atlético-GO. Amistoso. Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Otoniel de Souza Diniz. Gol: Célio, aos 38 min do 2º tempo. Vasco: Lévis (Miltão|); Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Odmar) e Lorico; Zezinho, Mário Tilico, Célio e Ramos. 

06.09.1964 – Vasco 2 x 0 Canto do Rio. Campeonato Carioca; Estádio; São Januário-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Gols: Mário Tilico, aos 30 do 1º tempo e aos 17 da segunda etapa.  Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva. 

13.09.1964 – Vasco 1 x 0 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 49.288. Renda: Cr$ 22.586. 384,00. Gol: Célio, aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Da Silva. OBS: após sete jogos, a dupla Saulzinho-Célo voltava a ser escalada. 

Mário Tilico, Célio e Saulzinho derrubaram os tricolores 

20.09.1964 –Vasco 0 x 0 Madureira. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Da Silva. OBS: a partir de 1935 – início do confronto -, terceiro 0 x 0 vascaíno com o “Madura”. O segundo havia sido, em 1962, com Saulzinho em campo.

27.09.1964 – Vasco 2 x 0 América. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 54.626. Renda: Cr$ 30.592.116,00. Gols: Célio (pen), aos 39 min do 1º tempo e aos 41 da etapa final. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Da Silva. OBS: a renda foi citada para efeitos históricos e porque o América era “grande” na época.  

01.10.1964 – Vasco 2 x 0 Campo Grande. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Gols: Célio, aos 7, e Saulzinho, aos 23 do 1º tempo. Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: desde 30 de junho de1963, em Vasco 4 x 1 Portuguesa-RJ, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca, que Saulzinho e Célio não marcavam gols em uma mesma partida. Naquele dia, Célio bateu na rede a 1 minuto e Saulzinho aos 35 do 1º e aos 26 do 2º tempo.

04.10.1964 – Vasco 2 x 2 Bangu. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 8.407. Gols: Mario Tito (contra) aos 11, e Mário Tilico, aos 15. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: a renda não foi citada porque o Bangu não fazia partes do grupo dos ‘grandes”.   

07.10.1964 – Vasco 2 x 0 Portuguesa-RJ. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 2.774. Gols: Zezinho aos 16, e Mário Tilico, aos 11, um em cada etapa. Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.

11.10.1964 – Vasco 1 x 0 Paysandu-PA. Torneio Francisco Vasques. Estádio: do Sousa, em Belém-PA. Juiz: Fernando de Jesus Andrada. Gol: Lorico, aos 2 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: o local da partida é chamado por “Estádio do Sousa” devido ficar no bairro de Sousa. O homenageado é um ex-presidente, Francisco Moreira Vasques, o Chico Vasques.   

14.10.1964 – Vasco 3 x 1 Tuna Luso-PA. Torneio Francisco Vasques. Estádio: do Sousa, em Belém-PA. Juiz: Sena Muniz. Gols: Célio (pen), aos 32 min do 1º tempo; Morais (contra), aos 12, e Zezinho, aos 40 da etapa final. Vasco: Lévis (Miltão); Massinha, Caxias, Fontana (Russo) e Barbosinha (Pereira); Alcir e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Nivaldo (Zezinho).

17.10.1964 – Vasco 3 x 2 Remo-PA. Torneio Francisco Vasques. Estádio: Curuzu, em Belém-PA. Juiz: Antônio Magalhães. Gols: Célio, aos 21 e Mário Tilico, aos 30 min do 1º tempo, e Fontana, aos 40 da etapa final. Vasco: Miltão; Massinha (Joel Felício), Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Zezinho: OBS: 1 -Vasco campeão e terceiro título cruzmaltino da dupla Saulzinho-Célio. Antes, dos torneios internacionais do México e do Chile, ambos em 1963; 2 – o estádio foi chamado por Curuzu em alusão à Batalha de Curuzu, em 1866, durante guerra do Brasil contra o Paraguai. O nome oficial era Leônidas de Castro Sodré. 

18 de outubro de 1964 – Vasco 3 x 2 Robinhood-SUR. Amistoso. Estádio: de Paramaribo, no Suriname. Gols: Célio, Lorico e Zezinho. Vasco: Miltão. Massinha, Caxias, Fontana e Pereira; Alcir e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: o Sport Vereniging Robinhood existia desde 1945 no menor país sul-americano e que teve colonização holandesa.

20.10.1964 – Vasco 1 x 1 Transvaal-SUR. Amistoso. Estádio: de Paramaribo-SUR. Gol: Célio. Vasco: Miltão; Massinha, Caxias, Fontana e Pereira; Alcir e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Zezinho. OBS: terceira vez naquela excursão, de cinco jogos, que Saulzinho substituiu Célio.   

25.10.1964 – Vasco 4 x 2 São Cristóvão. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 5.532. Gols: Zezinho, aos 3. Saulzinho, aos 22 e aos 26, e Mário Tilico, aos 42 min do 1º tempo. Vasco: Miltão; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.

31.10.1964 – Vasco 4 x 2 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Gols: Zezinho, aos 17; Célio, aos 35 min da 1ª e aos 9 da etapa final, e Saulzinho, aos 23 da mesma fase. Vasco: Miltão; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. 

07.11.1964 –Vasco 0 x 2 Botafogo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 43.401. Renda: Cr$ 23.163.894,50. Vasco: Miltão: Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.

13.11.1964 – Vasco 5 x 0 Olaria. Campeonato Carioca. Estádio: General Severiano-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 5.479. Renda; CR$ 1.744.000,00. Gols: Marcos (contra), aos 3; Célio, aos 5 do 1º (pen), aos 15 e aos 30 do 2º, e Saulzinho, aos 11 min do 1º tempo. Vasco: Lévis (Ita); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.

15.11.1964 – Vasco 2 x 0 Itaperuna-RJ. Amistoso, em Itaperuna. Juiz: Geraldino César. Gols: Mário é aos 28 min do 1º e Célio , aos 2 do 2º tempo. Vasco: Lévis (Ita); Joel Felício, (Massinha), Caxias (Brito), Fontana (Russo) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Mário Tilico, Saulzinho, Célio (Clemente) e Zezinho (Da Silva). OBS: em 1964, o adversário vascaíno chamava-se Porto Alegre e só chegou à Série A do futebol-RJ em 1987. Duas temporadas depois, trocou de nome, adotando o de sua cidade.   

22.11.1964 – Vasco 1 x 2 Flamengo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 52.297. Renda: Cr$ 24.347.6546,00. Gol: Célio, aos 17 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.  

29.11.1964 – Vasco 3 x 1 Canto do Rio. Campeonato Carioca. Estádio: Caio Martins, em Niterói-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Gols: Zezinho, aos 6; Lorico, aos 15, e Maranhão, aos 41 min, todos do 2º tempo. Vasco: Lévis (Ita); Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Zezinho, Célio e Da Silva. OBS: após seis escalações sucessivas, o treinador Ely do Amparo desjuntou a dupla Saulzinho-Célio.                 

06.12.1964 – Vasco 1 x 1 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 69.639. Renda: Cr$ 40.843. 509,00. Gol: Zezinho, aos 8 min do 2º tempo. Vasco: Ita;|Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho Célio e Zezinho.

12.12.1964 – Vasco 1 x 1 Madureira. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Conselheiro Galvão-RJ. Gol: Célio, aos 35 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Quincas; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. 

                                                                                              TEMPORADA-1965 

 Nada melhor do que iniciar campanha carregando caneco pra casa. Fez o Vasco da Gama, vencendo o seu primeiro desafio do calendário-1965, o I Troféu IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, entre 18 e 21 de janeiro, tendo por participantes, além dele, o espanhol Atlético de Madrid, a seleção da Alemanha Oriental e o Flamengo.

 O Almirante arrancou para o título vencendo os alemães orientais, por 3 x 2, com gols de Célio (2) e de Maranhão, e foram disputar a taça no Clássico dos Milhões, durante a noite de 21 de janeiro, uma quinta-feira, no Maracanã, diante de 59.814 pgantes. O Flamengo, que mandara 1 x 0 nos madrilenhos e era vice-campeão carioca-1964, aparecia como favorito, por ter pela frente cruzmaltinos (foto) que vinham com sua equipe sendo arrumada pelo treinador Zezé Moreira. Mas nada daquilo pesou contra a Turma da Colina, que fez grande final,  goleando o rivalaço, por 4 x 1, com Saulzinho e Célio marcando dois gols, cada um, e sendo os grandes nomes da partida.

Ita, Joel Felício, Brito, Maranhão, Fontana e Barbosinha (em pé, da esquerda para a direita); Mário Tilico, Saulzinho, Célio, Lorico e Zezinho (agachados, na mesma ordem|). 


Após conquistar o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, o Vasco da Gama saiu para fazer nove amistosos longe de São Januário, os chamados “me dá um dinheiro aí”, apelidados, também, por “caça-níqueis”. Em todos, o treinador Zezé Moreira acionou a dupla Saulzinho-Célio, tendo o paulista marcado cinco tentos e o gaúcho dois.

Próxima parada, o Torneio Rio-São Paulo. Com um gol de Saulzinho - sobre o Fluminense - e sete de Célio - contra Palmeiras, Botafogo, América (2), Flamengo e São Paulo - os dois artilheiros saíram vice-campeões da disputa, em 16 jogos, com 24 gols marcados, em sete vitórias e seis empates (só três escorregadas) na competição teve 10 times divididos em dois grupos regionalizados, em turno único, com prélios dentro das chaves, eliminando-se os últimos colocados e com fase final de oito equipes e um só turno. Para ser vice-campeão, o Vasco da Gama totalizou os mesmos 17 pontos de Botafogo, Flamengo e Portuguesa, pelo saldo de gols. Saulzinho e Célio só não atuaram juntos em quatro dos 16 compromissos.

 A próxima competição que deveria ter juntos Saulzinho e Célio não viu isso acontecer. Naquela temporada em que o Rio de Janeiro comemorava o seu IV Centenário, quando tudo era festa na Cidade Maravilhosa, a Federação Carioca de Futebol criou o torneio para o campeão ser o seu representante na Taça Brasil, que era disputada por campeões regionais e abria vaga à Taça Libertadores da América. O tchê, no entanto, não pode estar presente, só voltando a jogar durante a estreia vascaína no Campeonato Carioca (ver ficha técnica, adiante), passados 25 dias após o final da Taça GB.

 Disputada, inicialmente, por seis times – América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama, com americanos e banguenses eliminados ao final da etapahouve, depois, duas rodadas de mata-mata, classificando vascaínos e botafoguenses à disputa do troféu, o que rolou durante a tarde de 5 de setembro, n Maracanã, quando o Vasco da Gama mandou 2 x 0 Botafogo. Em oito partidas, a Turma da Colina ganhou seis, empatou uma e caiu só em uma, totalizando 15 gols pró e cinco contra. Além de carregar o caneco, o Almirante, teve direito, ainda, à Taça Ari Franco, pelo ataque mais positivo - Célio (6 gols), Mário Tilico (4), Oldair (2), Luisinho Goiano (2) e Paulistinha (Botafogo/contra) fizeram a sua artilharia. Pra completar, os vascaínos participaram dos recordes de público – 120 mil – e de renda – Cr$ 72.927.380,00 – na final. 

Caneco na prateleira da Colina, Saulzinho e Célio foram passar tarde domingueiro disputando o Torneio Início do Campeonato Carioca-1965, no Maracanã, um festival de futebol antecedendo à primeira rodada do Estadual - jogos de 15 minutos, por etapa, e final em tempo dobrado. Eles rolaram a bola no 7 de setembro, jornada de responsabilidades extras para Saulzinho. Escolhido batedor de pênaltis do time (em caso de empates), ele fez o “dever de casa”, em Vasco 0 x 0 Portuguesa-RJ, transformando-o em Vasco 3 x 0 - o centroavante Benê levou as glórias da partida seguinte, mas, na terceira, a viagem do Almirante ficou pelo caminho, sem o Saul em campo.  

 Para encerrar a temporada, o Vasco foi para o Campeonato Carioca, levando o respeito de ter vencido a I Taça Guanabara. No entanto, tempinho depois de a bola rolar, a Revista do Esporte -  Nº 356, de 18 de setembro de 1965 - circulou com chamada de capa esquisita: “Taça Guanabara fez mal ao time do Vasco”. Para a semanária, a empolgação dos cartolas pelo título conquistado em setembro fizera o clube desconsiderar os alertas do treinador Zezé Moreira, para quem o “o time não estava certinho, sem qualquer ponto falho”. Tinha razão o Seu Zezé. O seu time perdeu, surpreendentemente, muitos pontos e despediu-se da disputa pela faixa de campeão - grande projeto do presidente Manoel Joaquim Lopes -, exatamente, por não ouvir o seu treinador. Além disso, a “RevEsp” pôs na conta dos insucessos vascaínos a missão de disputar a Taça Brasil, estafando Saulzinho, Célio e toda a rapaziada por duas frentes de batalhas.

 A revista, na verdade, exagerava. Após os 2 x 0 Botafogo da final da Taça GB (05.09), o Vasco só disputou jogo oficial uma semana depois (12.09). O terceiro prélio do mês rolou após mais uma semana passada (19.09), e só em 3 e 10 de novembro, respectivamente, a Turma da Colina entrou na Taça Brasil, para eliminar o Náutico-PE (2 x 2 e 1 x 0) e, depois, decidirem a competição, com o quase imbatível Santos de Pelé, em 1º e 8 de dezembro, quando Saulzinho e Célio ficaram vice-campeões. Do Campeonato Carioca, só mesmo 0 x 2 Bonsucesso (24.10) Bonsucesso poderia ser visto por surpresa. Os tropeços ante Flamengo – 1 x 2 (09.10) e 0 x 1 (28.12); Fluminense – 1 x 2 (07.11) – e Botafogo – 1 x 2 (04.12) – foram resultados normais, por terem sido em clássicos em que a lógica nunca prevalece.

Saulzinho e Célio terminaram o Campeonato Carioca-1965, em quinto lugar, com o Vasco somando 15 pontos, de sete vitórias, um empate, 24 gols pró e 17 contra, em 14 jogos, com seis escorregadas. A dupla só foi acionada em quatro partidas -  contra Portuguesa (02.10); Botafogo (17.10); Bonsucesso (24.10) e Fluminense (07.11) -, tendo o paulista sido o artilheiro do time, com sete gols – diante de Fluminense (2), Botafogo (2), América, Portuguesa e Bonsucesso. Já o gaúcho não balançou a rede na temporada que levou em conta a classificação da temporada-1964, que rebaixou Campo Grande, São Cristóvão, Olaria e Madureira à Divisão de Acesso, enquanto o Canto do Rio desligou-se da Federação Carioca de Futebol.

Sobre a Taça Brasil, vale ressaltar que esta marcou a despedida de Saulzinho do Vasco da Gama. Foi diante do Santos-SP, durante a noite do 1º de dezembro de 1965, no paulistano Pacaembu, encerrando, também, a parceria dele com Célio que, por sinal, foi o artilheiro do time naquela disputa, com três gols, em quatro jogos. Saulzinho não renovou contrato, ao final de 1965, porque a sua mulher não se dava bem no Rio de Janeiro. Preferiu voltar para Bagé, onde encerrou a carreira, defendendo, mais uma vez, o Guarany local. Concluiu a sua história vascaína vice-campeão da Taça Brasil atuando em dois jogos - outro na semifinal da quarta-feira 3 de novembro, no Estádio dos Aflitos, em Recife, nos 2 x 2 Náutico-PE. Daquela vez, ele entrou em campo no decorrer da partida, substituindo Luizinho Goiano.

 Em sua despedida do Vasco da Gama, escalado pelo treinada Zezé Moreira, o gaúcho Saulzinho comemorou, com um abraço no amigo Célio, o gol que este marcou, de pênalti, aos 37 minutos do segundo tempo sobe os santistas, quando o parceiro ainda não sabia que aquele seria o último jogo deles juntos - Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho Goiano); Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes foi o último Vasco de Saulzinho.

 Antes daquele prélio, Saulzinho havia marcado os seus dois últimos tentos vascaínos em amistosos contra o português Benfica e o piauiense River. O penúltimo, testemunhado por 37.383 pagantes, aos 28 minutos do amistoso, abrindo o placar, em chute com o pé direita, mandando a bola, pelo alto, à esquerda do goleiro Costa Pereira (ler em Saulzinho x Eusébio). Seu último gol vascaíno foi no domingo 29 de agosto do mesmo 1965, no Estádio Lindolfo Monteiro, da piauiense Teresina. Naquele dia, ele saiu do banco dos reservas e bateu na rede, aos 20 minutos do segundo tempo – ver fichas técnicas de 1965.

Quanto ao duelo Saulzinho x Eusébio, que era considerado um dos principais atacantes do planeta, aconteceu em época festiva, com o Rio de Janeiro comemorando o seu IV Centenário e fervendo em festas e badalações. Todos queriam homenageá-lo, entre os quais o Vasco da Gama que, para tal, convidou o Benfica para um prélio e confraternização dos portugueses com a colônia luso-brasileira. Era 8 de julho de 1965 e o Maracanã recebeu 38.838 pagantes para o amistoso Vasco x Benfica, base da seleção portuguesa, com 10 titulares do time que, em 1966, ficaria em terceiro lugar na Copa do Mundo disputada na Inglaterra.

Valia a Taça Estácio de Sá, em homenagem ao português primeiro governador do Rio de Janeiro. De um lado - Costa Pereira; Augusto Silva, Germano, Raul e Cruz; Neto e Coluna; José Augusto, Eusébio, Tôrres e Yaúc -, um time que assombrava a Europa; do outro, um Vasco que, desde 1958 entrara em jejum de títulos, mas se preparava para mudar de rotina – seria campeão da I Taça Guanabara, menos de dois meses depois. Tudo era festa no Maracanã. O árbitro - Eunápio de Queirós -  auxiliado por Frederico Lopes e Guálter Potela Filho -, chamou para o meio do campo os capitães Coluna e Barbosinha, que se cumprimentaram, sorteou a escolha de lado a defender e mandou as feras se pegarem. O Benfica começou  melhor  e assim o foi na maior parte da contenda, mostrando futebol objetivo, todas os setores do seu time bem coordenados. De sua parte, o Vasco se segurava. Até os 27 minutos do primeiro tempo, Eusébio agitava as ofensivas do seu time. No minuto seguinte, porém, Saulzinho recebeu a bola nas proximidades da área fatal benfiquista, driblou Neto e, com um chute de pé direito, pelo alto e à esquerda do goleiro Costa Pereira, abriu o placar. O presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes exultava-se, vendo o seu clube vencendo o bicampeão português. Mas teve de se sacudir muito em sua cadeira, pois os patrícios eram terríveis. Se não fosse o goleiro Carlos Gainete a coisa seria bem complicada.

 A farra do Almirante durou até os 44 minutos do primeiro tempo quando a pelota foi ao pés de Eusébio, pelas imediações da trave vascaína. O craque português bateu na pelota  à meia altura, com muito efeito, iludindo o goleiro Gainete que, depois da pugna, disse aos repórteres ter tido a impressão ver a bola indo para fora.

 Para o segundo tempo, os portugueses trocaram o grandalhão Tôrres, por Pedras, no intervalo, enquanto o Vasco esperou 17 minutos para tirar Luizinho Goiano e mandar Benê à luta. O Benfica dominava, Gainete fazia defesas espetaculares e, quando os cruzmaltinos atacavam, Germano era um leão no desarme. Mas ficou só por aquilo. O Benfica ainda trocou Yaúca, por Serafim, aos 34, enquanto o anfitrião, aos 40, lançou Oldair Barchi, em lugar de Lorico. Nada adiantou. Tudo ficou pelo 1 x 1, mesmo. Como era festa luso-brasileiro-carioca, Manoel Joaquim Lopes resolveu oferecer a taça ao Benfica. E reclamou da renda, de Cr$ 56.258, 660, garantindo ter lhe deixado o prejuízo de Cr$ 35 milhões de cruzeiros (a moeda da época). Nenhum problema: “O importante é que o Vasco empatou com a seleção portuguesa”, comemorava, graças ao gol de Saulzinho.

Confira tudo o que os dois artilheiros escrevram durante a temporada-1965:

17.01.1965 - Vasco 3 x 2 Seleção da Alemanha Oriental. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 33.794,00 pagantes. Renda: Cr$ 19.701.493,00. Gols: Célio (pen), aos 24 do 1º e aos 44 do 2º tempo, e Maranhão, aos 39,  da mesma etapa final. Vasco:  Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: 1 - o Muro de Berlim que dividiu alemães em ocidentais e orientais, após a II Guerra Mundial, só caiu em 1989, quando os orientais deixaram de ser da República Democrática Alemã; 2 - no segundo semestre de 1965, no mesmo Maracanã, houve um segundo torneio homenaageando o IV Centário do Rio de Janeiro, com a participação do Fluminense e vencido pelo Palmeiras, com 5 x 2 seleção paraguaia e 1 x 0 Peñarol-URU, nos pênaltis.

21.01.1965 - Vasco 4 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 59.814. Renda: Cr$ 58.425,080,00. Gols: Célio, aos 39 e aos 42 do 1º tempo, e Saulzinho, aos 24, e aos 33 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Célio, Saulzinho e Zezinho. OBS: quarto título conquistados juntos por Saulzinho e Célio vascaínos. Antes, ganharam as taças dos torneios internacionais do México e do Chile-1963, e do Francisco Vasques, no Pará.  

24.01.1965 – Vasco 1 x 0 Independente-MG. Estádio: de Porto Novo da Cunha-MG. Juiz: Adalberto Silva. Gol: Célio, aos 39 min do 1º tempo. Vasco:  Ita (Lévis); Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho (Altamiro), Célio (Quincas) e Zezinho. OBS: forte chuva obrigou o árbitro a encerar o amistoso aos 15 minutos do segundo tempo.

26.01.1965 - Vasco  4 x 1 Atlético-GO. Taça Gilberto Alves. Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Antônio Dinis. Gols: Zezinho, aos 14; Célio, aos 22 min do 1º tempo e aos 18 da fase final, e Saulzinho, aos 26 min da mesma fase. Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício, Brito, Fontana (Caxias) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Mário Tilico, Saulzinho, Célio (Da Silva) e Zezinho.

31.01.1965 - Vasco 0 x 0 Flamengo-RJ. Taça Gilberto Alves: Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: José Botoso. Público: cerca de 35 mil. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho (Joãozinho), Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. OBS:  Zezinho foi expulso de campo a um minuto do final da partida.  

04.02.1965 - Vasco 3 x 1 Sport Recife. Torneio Bodas de Prata da Federação Pernambucanas de Futebol. Estádio: da Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: Cr$ 2.231.600,00. Gols: Saulzinho, aos 18 min do 1º tempo; Célio, aos 12, e Lorico, aos 30  min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito (Caxias), Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho (Joãozinho). OBS: Adelmar Carvalho é o nome oficial do estádio.

07.02.1965 - Vasco 2 x 0 Santa Cruz-PE. Torneio Bodas de Prata da Federação Pernambucana de Futebol. Estádio: da Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: 6.387.200,00.  Gols: Luizinho Goiano, aos 2 e aos 7 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano (Joãozinho), Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho.

10.02.1965 - Vasco 1 x 1 Náutico. Torneio Bodas de Prata da Federação Pernambucana de Futebol. Estádio: da Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Alfredo Bernardes Torres. Renda: Cr$ 4.128.200,00. Gol: Célio, aos 14 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel  Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha, Maranhão e Lorico, Luizinho Goiano, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: quinto título conquistado por Saulzinho e Célio cruzmaltinos, e segundo do treinador Zezé Moreira. Antes, os atletas conquistaram torneios internacionais no México, Chile e o do IV Centenário do Rio de Janeiro, além de um contra clubes paraenses, no Pará. O Seu Zezé, antes desse caneco pernambucano, comandou o time que venceu o torneio internacional do RJ, em janeiro deste mesmo 1965. 

14.02.1965 – Vasco 1 x 3 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 33.786. Renda: Cr$ 25.860.700,00. Gol: Mário Tilico, aos 46 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho.    

20.02.1965 – Vasco 2 x 1 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 35.239. Renda: Cr$ 20.183.760,00. Gols: Saulzinho, aos 27 do 1º tempo, e Luizinho Goiano, aos 17 min do 2ª etapa. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Maranhão e Lorico (Qincas);  Luizinho Goiano, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho.   

07.03.1965 – Vasco 1 x 4 Palmeiras. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Público: 39.106. Renda: Cr$ 33.762. 810,00. Gol: Célio, aos 25 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Lorico (Saulzinho), Célio e Zezinho.        

14.03.1965 - Vasco 0 x 1 Cruzeiro-MG. Amistoso. Estádio Independência, em Belo Horizonte-MG. Juiz: Doraci Jerônimo. Renda: Cr$ 5.600.000,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. OBS: Gainete defendeu pênalti, cobrado por Tostão – um dos principais craques brasileiro das décadas-1960/70 -, aos dois minutos do primeiro tempo.

17.03.1965 -  Vasco 2 x 0 Remo-PA. Estádio: Evandro Almeida, em Belém-PA. Juiz: Teodorico Rodrigues. Gols: Lorico, aos 29 min do 1º tempo, e Mário Tilico, aos 43 da etapa final. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Saulzinho); Luizinho Goiano, Oldair, Célio (Mário Tilico) e Zezinho. OBS: 1 – Oldair aparece como meia nesta escalação, mas o Seu Zezé Moreira o usou no esquema 4-3-3, fechando o meio-de-campo, pois ele sempre foi apoiador/lateral-esquerdo; 2 – o estádio é chamado, também, por Baenão, por se localizar na Travesse Antônio Baena, da capital paraense.     

24.03.1965 – Vasco 4 x2 Botafogo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: cerca de 24 mil; Renda: Cr$ 16.370.10,00. Gols: Joel Felício, aos 10; Maranhão, aos 31 min do 1º tempo; Célio (pen), aos 9, e Zezinho, aos 22 da etapa final. Vasco: Gainete: Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Saulzinho, Célio e Zezinho (Da Silva).  

04.04.1965 – Vasco 3 x 0 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 42.250. Renda: Cr$ 36.470.180,00. Gols: Luizinho Goiano, aos 31 e Mário Tilico, aos 37 e aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Gainete: Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair). Luizinho Goiano, Sauilzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho. OBS: uma das maiores vitórias de Saulzinho e Célio pois o Santos tinha time fortissimo que chegou a pentacampeão da Taça Brasil. Naquele dia, alinhou: Laércio; Ismael (Olavo), Joel, Modesto e Geeraldino; Elizeu (Rossi) e Mengálvio; Dorval, Toninho Guerreiro, Pelé e Noriva (Peixinho), treinado por Luiz Alonso Perez, o Lula.

07.04.1965 – Vasco 2 x 1 São Paulo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Público: 16.300. Renda: Cr$ 10.837.720. Gols: Lorico, aos 21, e Luizinho Goiano, aos 24 min do 1º tempo. Vasco: Ita: Joel Felício (Ari), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Joãozinho), Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho

10.04.1965 – Vasco 0 x 0 Flamengo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 64.875. Renda: Cr$ 42.571.580,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Joãozinho (Nivaldo), Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho.

14.04.1965 – Vasco 4 x 0 América-RJ. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 5.200. Renda: Cr$ 3.350.670,00. Gols: Mário Tilico, aos 17 do 1º e aos 39 min do 2º tempo, e Célio, aos 24 da 1ª etapa inicial e aos 9 min da etapa final. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Joãozinho, Mário Tilico, Célio (Nivaldo) e Zezinho (Da Silva).

17.04.1965 – Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho.

21.04.1965 -  Vasco 1 x 1 Rio Branco-ES. Amistoso. Estádio: Governador Bley, em Vitória-ES. Juiz: José Antônio Braga. Gol: Benê, aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Pereira; Oldair e Lorico (Maranhão); Joãozinho (Aloísio), Célio (Benê), Saulzinho (Nivaldo) e Da Silva (Walmir). Técnico: Zezé Moreira

24.04.1965 – Vasco 1 x 1 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 29.448. Renda: Cr$ 16. 098.980,00. Gol: Mário Tilico, aos 19 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho), Célio e Zezinho.   

02.05.1965 – Vasco 2 x 3 Palmeiras. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Albino Zanferrari. Público: 40.688. Renda: Cr$ 35.512, 210,00. Gols: Mário Tilico, aos 17 do 1º e aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Gainete (Ita); Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Oldair, Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Zezinho (Joãozinho). OBS: durante a década-1960, divulgava-se a formação do meio-de-campo só com dois homens. No entanto, já se usava três, conforme entra Oldair nesta formação. 

05.05.1965 – Vasco 1 x 0 Flamengo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 59.318. Renda: Cr$ 34.906.500,00. Gol: Célio (pen), aos 3 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Saulzinho), Mário Tilico, Célio (Benê) e Zezinho. OBS: “Venci no 4 do 4 - Vasco 3 x 0 Santos – e no 5 do 5 – Vasco 1 x 0 Flamengo”, brincava o Saulzinho, quando estava com amigos, preparando um arroz de carreteiro, em um domingo.

09.05.1965 – Vasco 1 x 4 São Paulo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: Renda: 21.877.500,00. Gol: Célio (pen), aos 31 do 2º tempo. Vasco: Gainete, Joel Felício, Brito, Fontanas e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico (Saulzinho); Luizinho Goiano (Benê), Célio e Zezinho

16.05.1965 -  Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Armando Marques. Público: 6.100. Renda: Cr$ 4.137.500,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico; Luizinho Goiano (Araken), Célio (Benê), Mário Tilico e Zezinho.

20.05.1965 - Vasco 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Árbitro: Juiz: Armando Marques. Público: 11.000. Renda: Cr$ 7.578.460,00. Gol: Mário Tilico, aos 44 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício (Ari), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho (Saulzinho). OBS: Saulzinho e Célio não participaram das quatro partidas seguintes: 23.05 - Vasco 1 x 1 Corinthians, pelo Torneio Rio-São Paulo; 27.05.1965 – Vasco 0 x 2 Grêmio-RS; 30.05.1965 – Vasco 2 x 0 Criciúma-SC e 03.06.1965 -  Vasco 1 x 4 Santos, amistosas.

06.06.1965 – Vasco 1 x 1 Entrerrisense-RJ. Amistoso. Estáio: Odair Gama, em Três Rios-RJ. Juiz: Almir Salini. Gol: Mário Tilico (pen), aos 38 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Saulzinho (Nivaldo Lima) e Zezinho.

10.06.1965 – Vasco 1 x 0 Vila Nova-GO. Amistoso: Estádio Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Gol: Zezinho, aos 38 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano, Mário Tilico (Araquém), Saulzinho e Zezinho.

13.06.1965 – Vasco 0 x 1 Atlético-GO. Amistoso. Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Otoniel de Souza Diniz. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha (Ari); Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano (Araquém), Mário Tilico, Saulzinho e Zezinho. 

17.06.1965 – Vasco 7 x 2 Combinado de Manaus-AM. Amistoso. Estádio: Parque Amazonense, em Manaus-AM. Juiz: Manuel Luís Bastos. Gols: Mário Tilico, aos 10 do 1º tempo e aos 20 e aos 38 do 2º; Sulzinho, aos 23 e aos 13 do 1º tempo; Araquém, aos 39 e aos 40 min da 2ª etapa. Vasco: Gainete: Joel Felício, Brito (Caxias), Fontana (Ananias) e Barbosinha (Ari); Oldair (Maranhão) e Lorico; Luizinho Goiano (Araquém), Mário Tilico, Saulzinho (Nivaldo) e Zezinho.         

20.06.1965 – Vasco 4 x 0 Nacional-AM. Amistoso. Estádio: Parque Amazonense, em Manaus-AM. Juiz: Carlos Amato. Gols: Luizinho Goiano, aos 12, Saulzinho, aos 30, Mário Tilico, aos 32 min do 1º tempo, e Nivaldo, aos 41 da fase final. Vasco: Gainete (Ita); Joel Felício (Ari), Brito (Caxias), Ananias e Barbosinha; Oldair e Lorico; Luizinho Goiano (Maranhão), Saulzinho (Nivaldo), Mário Tilico (Araquém) e Zezinho.        

24.06.1965 –Vasco 3 x 0 Bahia. Amistoso: Estádio: Fonte Nova. Juiz: Walter Gonçalves. Gols: Máriio Tilico, aos 28, Saulzinho, aos 37 min do 1º tempo, e Henrique (contra), aos 28 da 2ª etapa. Vasco: Gainete: Joel Felício, Brito, Ananias e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Caxias), Saulzinho, Mário Tilico (Benê) e Zezinho. OBS: embora fosse um amistoso “caça-níquel”, despretencioso, Brito e Barbosinha foram expulsos de campo, juntamente com o baiano Edinho Cueca.   

27.06.1965 – Vasco 2 x 1 Bahia. Amistoso. Estádio: Mário Pessoa em Ilhéus-BA. Juiz: Nivaldo de Oliveira. Gols: Mário Tilico, aos 2 do 1º, e Saulzinho, aos 10 min do 2º tempo. Vasco: Gainete (Ita); Joel Felicio (Ari), Brito, Ananias e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano, Saulzinho (Benê), Mário Tilico e Zezinho.  

29.06.1965 – Vasco 2 x 1 Ceará. Amistoso. Estádio: Presidente Vargas, em Fortaleza-CE. Gols: Joel Felício e Mário Tilico, ambos no 2º tempo. Vasco: Gaiete: Joel Felício, Brito, Ananias e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Saulzinho (Benê), Mário Tilico e Zezinho.  

08.07.1965 – Vasco 1 x 1 Benfica-POR. Amistoso. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 37.838. Renda: Cr$ 56.258.660. Gols: Saulzinho, aos 29, e Eusébio, aos 43 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair): Luizinho Goiano (Benê), Saulzinho, Mário Tilico e Zezinho. OBS: 1 - com aquele prélio, o Vasco da Gama queria, também, homenagear o Rio de Janeiro pelo seu IV Centenário; 2 – o Benfica trouxe um dos times mais fortes da Europa: Costa Pereira; Augusto Silva, Germano, Rui e Cruz; Neto e Coluna; Jose Augusto, Eusébio, Torrs (Pedras) e Yauca (Serafim), dirigidos por Bella Gutmann.   

14.07.1965 – Vasco 5 x 0 Fluminense. Taça Guanabara. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 15.397. Renda: Cr$ 8.303.309.00. Gols: Célio, aos 27 e aos 28 do 1º; Mário Tilico, aos 3 e aos 39 do 2º, e Luizinho Goiano, aos 34 min do 1º tempo. Vasco: Gainete (Lévis); Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: volta de Célio ao time após 13 jogos de fora. 

22.07.1965 – Vasco 1 x 1 Flamengo. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 44.990. Renda: Cr$ 25.679.340,00. Gol: Luizinho Goiano, aos 7 min do 2º tempo. OBS: Célio foi expulso de campo, aos 20 min do primeiro tempo, por desentender-se com o rubro-negro Fefeu.

28.07.1965 – Vasco 1 x 0 América-RJ. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 15.850. Renda: Cr$ 8.328.480,00. Gol: Célio (pen), aos 43 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho. OBS: expulso de campo no jogo anterior, Célio entrou nesta partida porque ainda não havia suspensão automática.  

01.08.1965 – Vasco 4 x 1 Tupi-MG. Amistoso. Estádio: Francisco Salles de Oliveira, em Juiz de Fora-MG. Juiz: Sinval Senna. Gols: Célio, aos 26 e aos 27 do 1º e aos 8 do 2º tempo, e Nivaldo, aos 44 da etapa final. Vasco: Gainete (Miltão); Ari (Joel Felício), Brito (Caxias), Ananias(Fontana) e Oldair; Maranhão e Lorico (Bonin); Mário Tilico, Saulzinho (Nivaldo), Célio (Benê) e Zezinho. 

07.08.1965 – Vasco 3 x 1 Bangu. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 27.657. Renda: 14.476.240,00. Gols: Mário Tilico, aos 34 do 1º e aos 4 do 2º, e Oldair (pen), aos 8 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho.

11.08.1965 – Vasco 0 x 3 Botafogo. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 48.557. Renda: Cr$ 27.782.980,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico: Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: o Botafogo era um times mais fortes do país, contanto com Manga, Rildo, Jairzinho e Garrincha (marcou um dos gols alvinegros neste prélio) que foram à Copa do Mundo-1966 e Roberto Miranda à Copa do Mundo-1970.

21.08.1965 – Vasco 2 x 0 Fluminense. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 27.821. Renda: Cr$ 15.628.380. Gols: Célio (pen), aos 44 do 1º e aos 24 min do 2º tempo. Vasco: Gainete: Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho.

25.08.1965 – Vasco 1 x 0 Flamengo. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Público: 34.368. Renda: Cr$ 18.916.960,00. Gol: Célio, aos 23 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. 

 

29.08.1965 - Vasco 4 x 0 River-PI. Amistoso. Estádio: Lindolfo Monteiro, em Teresina, no Piauí. Gols: Mário Tilico, aos 24 do 1º; Oldair (pen), aos 17, Saulzinho, ao 20, e Benê, aos 37 min do 2º tempo. Vasco: Gainete (Ita); Ari, Brito (Caxias), Ananias (Fontana) e Oldair (Zé Carlos); Maranhão e Bonin (Aloísio); Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho), Benê e Zezinho (Joel). OBS: excetuando-se Pará,  Rio Grande do Norte e Sergipe - jamais rolou a bola nestes dois últimos - , Saulzinho marcou gols nos demais Estados brasileiros do Norte e do Nordeste: 20.06.1965 – Amazonas - Vasco 4 x 0 Nacional-AM; 28.01.1962 – Maranhão - Vasco da Gama 3 x 0 Moto Club; 29.08.1965 – Piauí - Vasco 4 x 0 River-PI; 31.01.1962 – Ceará -Vasco da Gama 3 x 1 Ferroviário-CE; 14.01.1962 -  Pernambuco - Vasco da Gama - 1 x 0 Santa Cruz-PE; 21.01.1962 – Alagoas - Vasco da Gama  6 x 0 CRB-AL; 27.06.1965 – Bahia - Vasco 2 x 1 Bahia.

05.09.1965 – Vasco 2 x 0 Botafogo. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 115.064. Renda: Cr$ 72.927.380,00. Gols: Oldair, aos 40 do 1º, e Paulistinha (contra), aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: 1 - Vasco campeão invicto da I Taça Guanabara e com Célio sendo o principal artilheiro, marcando seis gols: contra Fluminense (4), Flamengo (1) e América (1); 2 – por a revista Futebol e Outros Esportes publicado que a Federação Carioca de Futebol consideraria o seu campeão-1965 o vencedor da I Taça GB, que lhe representaria na Taça Brasil, a revista Manchete estampou: “Vasco  campeão do IV Centenário do Rio de Janeiro”. O Flamengo, no entanto, reivindica o título, por ter vencido o Estadual.

07.09.1965 – Torneio Início do Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. 1- Vasco 0 x 0 Portuguesa-RJ. Juiz: Arlindo Travares Pinho. Decisão por pênaltis: Vasco 3 x 0, com Saulzinho cobrador. Vasco: Lévis; Ari, Caxias, Hipólito e Jorge Andrade; Zé Carlos e Bonin; Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo. 2 - Vasco 1 x 0 São Cristóvão. Juiz: Antônio D’Ávila Lins. Gol: Benê. Vasco: Lévis; Ari, Caxias, Hipólito e Jorge Andrade; Zé Carlos e Bonin; Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo. 3 - Vasco 0 x 1 Flamengo. OBS: Saulzinho não atuou nesta partida em que defesa e meio-de-campo não mudaram em relação aos dois jogos anteriores, enquanto o ataque teve Rubilota em sua vaga.


19.09. 1965 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 38.739. Renda: Cr$ 22.449.100. Gol: Célio, aos 23 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Saulzinho e Célio não atuaram na paridas anterior - 12.09.1965 - Vasco 1 x 2 Bangu -, a estreia vascaína no Estadual.

26.09.1965 – Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Amistoso. Estádio: Fonte Nova, em Salvador-BA. Juiz: Clinamute Vieira França. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana (Silas) e Oldair; Maranhão e Lorico (Telê); Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho), Benê e Zezinho. OBS: Saulzinho ainda chegou a jogar junto com Telê Santana, que já havia encerrado a carreira quando o treinador Zezé Moreira o convidou a voltar aos gramados e defender o Vasco da Gama.  

02.10.1965 - Vasco 2 x 0 Portuguesa-RJ. Campeonato Carioca. Estádio: Luso Brasileiro, na Ilha do Governador-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 8.565. Renda: Cr$ 10.406.500. Gols: Zezinho e Luisão (contra). Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Silas; Maranhão e Oldair; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. OBS: inauguração do Estádio Luso-Brasileiro, de propriedade do adversário.

09.10.1965 - Vasco 1 x 2 Flamengo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 54.809. Renda: Cr$ 32.185.370. Gol:  Mário Tilico. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho.  

17.10.1965 - Vasco 2 x 1 Botafogo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 43.216. Renda: Cr$ 24.486.320. Gols: Célio, aos 23 (pen) e aos 31 min do 2 tempo.  Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.

 

24.10.1965 - Vasco 0 x 2 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 5.772.500. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho.  

30.10.1965 - Vasco 4 x 1 América. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 4.307. Renda: Cr$ 5.493.000. Gols: Lorico (2), Maranhão, aos 5 do 1º; Célio, aos 5 do 2º, e Lorico, aos 8 e aos 24 min da etapa final. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho.

03.11.1965 – Vasco 2 x 2 Náutico-PE. Taça Brasil. Estádio: dos Aflitos, em Recife-PE. Juiz: Armando Marques. Público: 12,791. Renda: Cr$ 25,545,500,00. Gols: Célio, aos 44 do 1º e aos 25 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Saulzinho), Mário Tilico, Célio e Zezinho.     

07.11 - Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 8.171. Renda: Cr$ 9.465.000. Público: 8.161. Gol: Célio, aos min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Lorico; Mário Tillico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

14.11 - Vasco 3 x 1 Portuguesa. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.695.000. Gols:  Lorico, Célio, aos 18, e Telê Santana, aos 28  min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Telê, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. 

21.11 - Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 25.931. Renda: Cr$ 14.383.140. Gol: Danilo Menezes. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira.

28.11 - Vasco 0 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ.  Juiz: Armando Marques. Público: 73.243. Renda: Cr$ 44.912.000. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Ananias, Oldair, Maranhão, Lorico, Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. 

 04.12 - Vasco 1 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 6.675.180. Gos: Maranhão, aos 27 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bené, Mário e Tião. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Maranhão foi expulso de campo, aos 43 minutos do segundo tempo.

12.12 - Vasco 5 x 1 Bonsucesso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.108.000. Gols: Oldair, e Célio,  aos 18 min do 1º tempo; Danilo Menezes, Tião Mário Tilico. Vasco: Gainete (Pedro Paulo); Joel Felício, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira. OBS: Tião, no Atlético-MG, a partir de 1969 passou a ser chamado por Tião Cavadinha.

15.12 - Vasco 2 x 1 América. Estádio: da Rua Álvaro Chaves-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.146.000. Público: 2.869. Gols: Ari e Danilo Menezes. Vasco: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira.



 Paulo Amaral dirigiu os jogadores vascaínos por 12 amistosos de 1962, de 14 de janeiro a 10 de março, tendo sido substituído por Jorge Vieira, a partir de 21 de abril. Mas, no prélio contra o Vila Nova-GO, em 1º de maio, a direção do time coube, interinamente, ao ex-agueiro vascaíno Ely do Amparo. Ao final desta nova série de amistosos, Saulzinho não entrou nas três últimas partidas: 23.05 - Vasco 3 x 1 Atlético- MG; 27.05 - 2 x 0 Juventus-SP e 16.06 - 0 x 0 Guarani de Campinas-SP.  

                                                                     SAULZINHO x GARRINCHA

 

 Saulzinho disputou quatros jogos contra o maior nome do futebol carioca de sua época, o ponta-direita Garrincha, do Botafogo, também apelidado por Mané Garrincha, por ser Manoel. O último, em 1965, mas tudo começa no 19 de novembro de 1961, com goleada botafoguense, por 4 x 0, no Maracanã,  pelo Campeonato Carioca. Tempos em que os botafoguenses tinham um dos melhores times do planeta, rivalizando, no Brasil, só com o Santos, de Pelé. Quem o treinador Paulo Amaral tinha à disposição? Feras, feríssimas: Manga, Rildo, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo e Zagallo, sete titulares que formavam quase uma Seleção Brasileira, dispondo, ainda, de Zé Maria, Chicão, Airton e Amoroso, reservas  nunca  convocados pela CBD, mas de muito bom nível técnico – ver Vasco do dia nas fichas técnicas.

Em 4 de agosto de 1962, pelo mesmo Estadual, e no mesmo local, o Botafogo era o favorito diante dos vascaínos, com o Garrincha no auge da popularidade, por ter sido o principal nome da Seleção Brasileira da conquista da Copa do Mundo do Chile. O Torto (mais um apelido dele) ainda tinha do seu lado os também bicampeões mundiais Nílton Santos, Didi, Amarildo e Zagallo, passava à sua torcida a expectativa de mais um show de bola. Passava! Pois foi o Saulzinho quem comemorou: Vasco 1 x 0, embora ele não tivesse marcado o gol da vitória – ver mais dados  nas fichas técnica de 1962.

  Exatos quatro meses depois, em 4 de novembro, Saulzinho e Garrincha saíram do Maracanã igualados, no 1 x 1, pelo returno do Campeonato Carioca, sem que nenhum dos dois batendo na rede – Quarentinha e Sabará foram, nos lugar deles.  Coincidentemente, os treinadores Jorge Vieira  e Marinho Rodrigues usaram a mesma escalação dos dois clássicos anteriores: Vasco: Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Vevé, Saulzinho e Tiriça. Botafogo:  Manga; Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Airton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo.  O último Saulzinho X Garrincha rolou em 20 de maio de 1965, pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, com o Almirante repetindo o placar de agosto: 1 x 0. No entanto,  o treinador vascaíno  Zezé Moreira só mandou o tchê pro jogo no segundo tempo - Gainete; Joel Felício, Brito e Barbosinha (Ari); Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho (Saulzinho) foi o Vasco do último Saulzinho x Garrincha, que teve por companheiros de frente: Gérson, Sicupira, Bianchini e Roberto Miranda. Exceto o paranaense Barcímio Sicupíra Júnior, os demais chegaram à Seleção Brasileira.

                                                                           

                                                                                          SAULZINHO E PELÉ

 

  O duelo do camisa 9 vascaíno com o camisa 10 santista só aconteceu em duas oportunidades, ambas pelo Torneio Rio-São Paulo, ambas no Maracanã: em Vasco 2 x 2 Santos, de 16 de fevereiro de 1963, e em Vasco 3 x 0, do 4 de abril de 1965.

 Na primeira delas, assistida por perto de 30 mil almas, o tchê  não foi a rede, mas o “Rei do Futebol” bateu nela, por duas vezes, e em grande estilo. Por sinal, história muito contada. Seguinte: quando o Almirante tinha 2 x 0 de frente, os xerifões Brito e Fontana sacaneavam o 10 santista, com a gracinha: “Cadê o Rei? Tem algum Rei por aqui?”. Tiveram boa resposta:  a dois minutos do final, Pelé empatou o jogo, pegou a bola no fundo da rede e a entregou ao Fontana, com a recomendação: “Leve-a para a sua mãe. É presente do Rei”.

 O Vasco, que se deu mal mexendo com a fera, alinhou: Ita; Joel Felício, Brito, Dario e Barbosinha, que cedeu a sua vaga a Fontana; Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo, treinados por Jorge Vieira. O Santos, de Luís Alonso Perez, o Lula, teve: Gilmar; Dalmo, Mauro Ramos, Calvet e Zé Carlos (Tite); Lima e Mengálvio; Dorval, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.

  - Naquela noite, um conterrâneo meu, lá de Bagé, estava no Rio de Janeiro e aproveitou para rever o velho amigo jogando. Saiu do estádio, uns 10 minutos antes do final (da partida), pegou um táxi e falou pro  taxista: ‘Que bom. Vi o meu velho amigo Saulzinho jogar e vencer. Então, o rapaz surpreendeu-lhe, dizendo que o jogo terminara em 2 x 2”, contou o Saulzinho.

 Capa montada atendendo pedido de leitor da Revista do Esporte (ler abaixo)

O segundo Saulzinho x Pelé foi tarde de grandecíssima glória para a camisa 9 vascaína. Rolou diante de 42.250 pagantes e teve o ponta-direita Luizinho Goiano (Luiz Oliveira e Silva) abrindo o placar, aos 76 minutos, para Mário Tilico acabar de salgar o Peixe (apelido do Santos), aos  83 e aos 89, por ordem de Seu Zezé Moreira, que escalou: Gainete; Jol Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho – a turma do “Rei” era: Laércio; Ismael, Joel, Modesto e Geraldino; Elizeu (Rossi) e Mengálvio; Doval, Toninho Guerreiro, Pelé e Noriva (Peixinho), ainda comandados por Lula. 

O primeiro Saulzinho vascaíno x Pelé está registrado por jogo 2.055 do Almirante, e o segundo por 2.180. Bem antes daquilo, em 24 de março de 1957, quando o futuro “Rei do Futebol” nem era titular ainda no ataque santista, já havia ocorrido um encontro dos dois artilheiros: no  Estádio Antônio Magalhães Rossel, mais conhecido por Estrela d´Alva, entre Combinado Guarany/Bagé x Santos, com 1 x 1 no placar – Pelé marcou para os santistas e Calvet para os anfitriões, que eram: Léo, Bataclan e Carioca; Saul Mujica, Ataíde e Barradinha; Calvet, Max Ravazza, Saulzinho, Cabral e Luiz. O Santos foi:  Manga, Hélvio e Ivan; Ramiro, Fioti e Urubatão; Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão (Zinho), Del Vecchio (Pelé) e Tite. O amistoso foi apitado por João Etzel e rendeu Cr$ 210 mil cruzeiros, sem público pagante conhecido.


 As capas em que Saulzinho (acima) e Célio (adiante) aparecem ao lado de Pelé foram montadas como se estivessem atendendo pedidos (sobre a foto) de leitores vascaínos da Revista do Esporte à seção Correio do Torcedor.


                                                                                  SELEÇÃO BRASILEIRA

 A temporada-1966 marcou a oportunidade de Saulzinho vestir a camisa do escrete nacional. Durante a disputa da Taça Bernardo O´Higgins, quando a CBD encarregou a Federação Gaúcha de Futebol de formar uma equipe para representa-la diante dos chilenos. Tendo por treinador de campo Carlos Froner (oficialmente, o cargo era de Fernando Brunelli), o já ex-vascaíno Saulzinho entrou no decorrer do segundo tempo de dois prélios, substituindo David (casado com Maria Lúcia, a irmã do Pelé).

Com o time usando, em ambas as vezes, camisa canarinha, calção azul e meiões brancos, em 17 de abril, o Brasil venceu, por 1 x 0, com o Saulzinho em campo, aos 18 minutos (73, para a FIFA) do segundo tempo, diante de 35.358 pagantes, no Estádio Nacional de Santiago, sob arbitragem do inglês Ralph Howley. No segundo, no Estádio Sausalito, o mesmo em que o time canarinho havia jogado a maior parte de suas partidas da Copa do Mundo-1966, em Viña del Mar, ele atou sob as vistas de 19.011 pagantes e com péssima arbitragem do mesmo Howley, que validou gol ilegal dos chilenos -  a bola não entrou, Ari Hercílio a cabeceou, em cima da linha fatal – e encerrou o prélio cinco minutos antes do tempo regulamentar, quando os brasileiros ainda poderiam empatar. Confira as fichas técnicas das duas partidas:

Sulzinho (D) fardado pela CBD, com Áureo (E) e Sérgio Lopes (C)

17. 04.1966 – Brasil 1 x 0 Chile – Taça O´Higgins – Local:Estádio Nacional, em Santiago do Chile. Árbitro: Kevin Howlei (ING). Público: 32.358 pagantes. Gol: João Severiano, o Joãozinho, aos 15 min (60) do 2º tempo. Brasil: Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir. Técnico: Carlos Froner.

20.05.1966 – Brasil 1 x 2 Chile – Estádio: Susalaito, em Viña del Mar (CHI); Taça O´Higgins – Árbitro: Kevin Howley (ING). Público: 19.011 pagantes. Gols: Joãozinho, aos 19 min do 1º tempo; Landa, aos 33, e Valdez, aos 35 min do 2º tempo. Brasil:  Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir (Vieira). Técnico: Carlos Froner. OBS: os companheiros de Saulzinho neste selecionado pertenciam a estes clubes gaúchos: Grêmio Porto-Alegrense - Arlindo, Alberto, Altemir, Cléo, Paulo Souza, Áureo, Volmir, João Severiano, Sérgio Lopes, Vieria e Eloi. Internacional - David, Sadi e Dorinho; Floriano - Ari Hercílio; Juventude – Babá; Brasil; Brasil de Pelotas - Birinha; Guarani de Bagé - Didi Pedalada e Saulzinho; Rio Grande - Lambari; Aymoré - Jadir e Joaquim.   


                                                                                 BARBANTEIRO

   Quando o tchê Sasulzinho vestiu a jaqueta do Vasco da Gama e começou a marcar gols, literalmente, ele sacudia o barbante.

Mais de meio-século antes, na Inglaterra, onde o futebol bateu asas e voou para o restante do planeta, não havia rede. Só muita discusão entre torcedores, se a bola etrou, ou não. Para acabara com os bate-bocas, o engenheiro John Alexander Brodie criou a novidade, em 1889. Mas ficou na dele e só em janeiro de 1891 a rapaziada fez um jogo-teste pra ver se o lance daria certo – deu! Foi na cidade de Nottingham e o primeiro a mandar um goleiro “buscar a pelota no fundo da rede” - como bordoariam, futuramente os speakers radiofônicos - chamava-se Geary.

As primeria redes sacudidas pelos artrilheiros brasileiros eram fabricadas com barbante de sisal. Depois, vieram fabricações em cordas de algodão, até que o grande avanço foi a de náilon – polietileno, família das poliamidas - sintetizado pelo químico norte-americano Wallace Hume Casrothers, em 1935. Por conta daquilo, surgiu o brasileiríssimo apelido “véu da noiva” para as redes branquinhas, evidentemente, criado pelos narradores esportivos.

 No Brasil, quem primeiro bateu em uma  rede de náilon foi o goleador Dida, do Flamengo, pelos inícios da década-1960.

No barbante e no náilon, de Norte a Sul do país, Saulzinho balançou a rede em todas as regiões brazucas  - e no exterior. Há Estados, no entanto, em que ele não a sacudiu, porque nunca jogou por lá, caso do Rio Grande do Norte. Os cariocas São Cristóvão (6); Bonsucesso (4), Campo Grande (4) e Fluminense (4) foram os times que ele mais castigou. Por esta contagem são 74 saídas pro abraço, as vale ressaltar que a pesquisa não encontrou dados de algus jogos. Pelos números de Saulzinho, seriam 86 tentos. Eis os times que ele mandou o goleiro buscar a bola no barbante:

Alajuelense-CRICA (1); Al-Merreikh-SUD (1); América-MG (1); América-MEX (1); América-RJ (2); Atlético-GO (1); Bahia-BA (2); Bangu (2); Benfica-POR (1); Bodens-SUE (1); Bonsucesso-RJ (4); Campo Grande-RJ (4); Canto do Rio-RJ (3); Ceará Sporting-CE (1); Colo-Colo-CHI (1); Combinado de Brasília (1); Combinado IFK Mamô-Malmô FF (1); Combinado Freidig-Rosenborg-NOR (3); Combinado de Manaus-AM (2); CRB-AL (1); Dalarna-SUE (2); EIK-NOR (3); Elche-ESP (2); Ferroviário-CE (4); Flamengo-RJ (3); Fluminense-RJ (4); Frem-DIN (2); Guadalajara-MEX (1); Madureira-RJ (1); Málaga-ESP (1); Mônaco-MON (1); Moto Clube-MA (1); Nacional-AM (1); Nacional-URU (1); Olaria-RJ (2); Porto-POR (1); Portuguesa-RJ (3); Rio Branco-ES (1); River-PI (1); São Cristóvão-RJ (6); São Paulo-SP (1); Santa Cruz-MG (2); Stade d´Abidjan- CMarfim (3); Sport-PE (1); Seleção da Nigéria (4); Uberlândia-MG (2); Vila Nova-GO (1); Vila Nova-MG (1).

ENTREVISTA/SAULZINHO

 Único atacante a obter uma média de gols superior a de Pelé, em campeonatos estaduais da década-1960, e maior artilheiro do Campeonato Carioca-1962, Saul Santos Silva, o Saulzinho, tornou-se “matador” por volta dos 12, 13 de idade, em sua terra, a gaúcha Bagé-RS. Aos 15, ainda juvenil, jogou e fez gol pelo time profissional do Bagé. Ele concedeu esta entrevista para este livro:      

 P –  Rapaz, você começou a carreira arrumando confusão entre o Bagé e o Guarany?

R – Arroubos da juventude, tchê! Eu tinha contrato de gaveta (antiga estratagema de prender atleta a um clube) com o Bagé, o troquei, pelo Guarany e, por castigo, fiquei uma temprada proibido de jogar. Por volta de 1956/1957, voltei às canchas e fui campeão municipal, até 1959. Em 1960, o Guarany tinha um time poderoso, fomos vice-campeões gaúchos e a minha carreira decolou.

Decolou, mas com as suas aprontações, inícios complicados, hem!

R-  São não mais duros do que o serviço militar. Ralei muito.  

Foto reproduzida da coleção do atleta, sendo Saulzinho o terceiro, em pé, da esquerda para a direita.

 Como você foi parar no Vasco da Gama?

No início de 1961, o Guarany venceu o Internacional (de Porto Alegre), em dois amistosos: 2 x 1, no Estádio dos Eucaliptos (antiga e já demolida casa do Inter), quando marquei o gol da nossa vitória, e 4 x 2, em Bagé. Nesse segundo jogo, eu não fiz gol, mas o treinador colorado (apelido do Inter), o Martim Francisco, gostou do meu futebol e, pouco depois de chegar ao Vasco (da Gama), pediu a minha contratação.  

 O Vasco daquele tempo tinha feraças, como Bellini, Orlando Peçanha, Coronel, Sabará, Pinga, etc. Como você arrumou uma vaguinha naquele time? 

Cheguei a São Januário no 1º de abril de 1961 e, no primeiro treino que fiz,  à noite, marquei três gols, no primeiro tempo, atuando pelo time reserva, que tinha, entre os que me lembro, Brito (zagueiro) e Maranhão (apoiador). Por conta daquele meu cartão de apresentação, tchê, o presidente vascaíno, o João Silva, um empresário muito forte, dono das Carrocerias Metropolitana, mandou fazerem, logo, o meu contrato.

 Quando você chegava, o Vasco estava negociando Vavá (para o espanhol Atlético de Madrid), e Almir, para o Corinthians. Facilitou a sua vida?

Eu era um garoto interiorano no meio de tantos cobrões, mas fui logo me enturmando. A concorrência era dura, pois o Vasco tinha outros três bons centroavantes, o Wilson Moreira (filho do técnico Zezé Moreira), o cearense Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) e um que me foge da memória (Javan que foi fazer o nome no México).

Ainda se lembra da sua estréia no Vasco?

Foi poouco depois da minha contratação. Saí da reserva pra jogar só dez minutos contra aquele timaço do Santos, com Pelé, pelo Torneio Rio-São Paulo. O Pepe fez um gol, batendo do meio do campo; o Sabará empatou e o Wilson Moreira desempatou. Ganhei um salário de bicho. Nos meus outros jogos contra o Pelé, levamos de 5 x 1, mas num outro lhe aplicamos um 3 x 0, no Maracanã, onde houve, também, um empate, por 2 x 2.  Antes, eu havia empatado com ele, por 1 x 1,  em Bagé, defendendo o Guarany. Meu último jogo pelo Vasco foi também contra o Pelé e o Santos, na decisão da Taça Brasil, em dezembro de 1965.

Você estava naquele jogo em que o Vasco vencia o Santos, por 2 x 0, e o Pelé empatou, nos dois minutos finais?

Sim! Lembro, ainda, de um lance do Pelé que foi demais. Complementou cobrança de escanteio, saltou entre o Brito e o Fontana, que eram altões, matou a bola no peito e, de primeira, executou o nosso goleiro. Gol de cinema. No segundo (gol de Pelé), eu estava por perto. Após um cruzamento, o Pelé só desviou a trajetória da bola. Comentaram muito que o Brito e o Fontana curtiram bastante com a cara dele (Pelé), quando o Vasco vencia, por 2 x 0 Pois é! Foram mexer nma abelheira. O cara era cruel.

 Como você herdou a vaga de titular no Vasco?

 Entre maio e junho (de 1961), fizemos uma longa excursão pela Europa e marquei muitos gols. Se não me engano, nove, em 10 jogos. 

  Ainda lemba do seu  primeiro gol vascaíno, diante da torcida vascaína? E do primeiro fora do Rio de Janeiro?

No Rio (de Janeiro) foi em cima do Pompéia, goleiro do América. Fora, contra um outro América, o mineiro, em amistoso com 3 x 1 pra gente. 

  Lembra-se, também, do seu primeiro time-base no Vasco?

 Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, eu, Roberto Pinto e Da Silva, ou Tiriça.

Você considera 1962 a sua grande temprada vascaína?

Sim, pois estava em grande forma e fui o (principal) artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols. Fiquei de fora de pouquíssimas partidas. Mas foi, também, uma temporada em que a sorte me abandonou. Estava cotado para a Seleção Brasileira (que foi bi mundial na Copa do Chile-1962), mas tive um problema de garganta, que exigiu cirurgia, e uma forte distensão na virilha, problemas que me deixaram mais de 45 dias sem qualquer condição física para jogar. Como a convocação levou muito em conta a atuação de quem disputou o Torneio Rio-São Paulo, perdi qualquer chance por ali.  

 Você disputou e ganhou do Dida, do Flamengo, a artilharia carioca de 1962. O rival, tmabém, não foi  à Copa do  Chile. 

  Gente muito boa, o Dida. Eu morava na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e ele na (Avenida) Sá Ferreira. As vezes, a gente se encontrava e batia bons papos. Era um cara muito legal. Antes dos jogos, brincávamos, dizendo: hoje é comigo. Mas a concorrência pela artilharia não foi não só contra o Dida. Tinha outras feras, como o Henrique, também do Flamengo, o Quarentinha, o Amoroso e o Amarildo, do Botafogo, e o Rodarte, do Olaria, entre os que me lembro, agora. Não sei porque o Dida ficou de fora dos treinos. 

 Aponte uma sua grande glória, gloríssima, depois do Campeonato Carioca-1962?

No início de 1963, vencemos um torneio internacional, no México, muito famoso, na época. Marquei quatro gols. Lembro que goleamos o Oro, o campeão nacional (5 x 0) e que vencemos, também (1 x 0), o time de maior torcida no país, o América (da Cidade do México) e o Dukla, de Praga, que tinha o Masopust e aquela turma toda que estivera na seleção da (antiga) Tchecoeslováquia que enfrentou o Brasil na final da Copa do Mundo de 62. Contra o América, por sinal, marquei um gol antológico, de bicicleta, que foi capa da revista mexicana “Futbol”. O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e finalizei, de bicicleta, antes da  chegada do marcador.

 O seu Vasco não ganhou títulos nacionais, porquê?

Ganhamos disputas internacionais, como o Torneio Ramon de Caranza, na Espanha, o Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma disputa no Chile, vencendo, inclusive, aquele fabuloso Peñarol, de Maidana, Sacia, Spencer, Jóia, etc, e o torneio mexicano citado a pouco e que nenhum time estrangeiro havia ganho. Em 1962, tínhamos chances de chegar ao títul carioca, mas, por incrível que pareça, perdemos quatro pontos para o Olaria (à época, vitórias contavam dois pontos), levando um baile, dentro de São Januário. Fiz um gol, de saída, mas eles viraram, para 3 x 1, no segundo tempo. Quando jogamos na Rua Bariri (no estádio do rival), um gol de falta, pelo final da partida, nos liquidou. Terminamos a três pontos do campeão, o Botafogo. Mas o Olaria tinha um bom time, revelou gente boa, como o Murilo e o Nelson, que foram para o Flamengo, o Jaburu, também artilheiro, levado pelo Fluminense, o Rodarte e o Cané, que foi contratado pelos italianos. Era uma boa equipe.

 No início da temporada de 1966, você deixou o Vasco e voltou para a sua terra. Porquê?

 Eu estava com 28 de idade, tinha convites do (português) Benfica e daquele grande time do Bahia, do  Alencar, Nadinho, Henricão, contra quem marquei dois gols, em um amistoso, em Ilhéus. Mas coloquei o lado familiar em primeiro plano, pois a minha mulher, que também era de Bagé, nunca se sentira bem no Rio de Janeiro. Então, decidi voltar pra casa.

Porque o Benfica se interessou por você, aos 28 de idade?

Em 1965, o Vasco o trouxe ao Maracanã, para um amistoso comemorativo das festividades do IVCentenário do Rio de Janeiro. Marquei um dos gols mais bonitos da minha vida. Até olhei para o pé de onde saíra o chute, para conferir se era verdade - brincadeira! Recebi um passe, venci um marcador, com o que, antigamente, era chamado corte, e soltei um foguete, quase da intermediária. Eu era rápido dentro da área, mas não de chutar muito forte, de longe. Foi um jogo bárbaro, maravilhoso, que terminou no 1 x 1, com o Eusébio marcando o deles.

 O seu nome era muito gritado pela torcida vascaína?

Quando eu fazia gols, o Maracanã vinha abaixo (gíria da época). Em 1962, fui o goleador da casa, sem ser um jogador de rush. Mas tinha rapidez, driblava e batia bem de perto, bvem como raciocínio rápidos pra intuir o que deveria fazer quando estivesse marcado. Quando eu fazia dupla de ataque com o Célio (Taveira Filho), eu avisava: parta (pra área do rival) que vou lançar. Eu recebia a bola de costas para o ataque, tocava par ele, que tinha rush e velocidade. Assim, fizemos muitos gols. O Célio foi um dos grandes atacantes com quem joguei, o meu melhor companheiro de frente, no Vasco.

 O Célio conta muitas histórias do Sabará, companheiro que considerava  muito engraçado. Confere?

 O Sabará, realmente, era uma figura. Brigava durante todo o jogo, com a gente e com o adversário. Não queria ver ninguém parado. Se visse, soltava o linguão (xingava).

Qual foi a grande partida de sua vida?

Contra o Flamengo, decidindo o Torneio do IV Centenário do Rio de Janeiro, em 1965 (noite da quarta-feira 21 de janeiro). Ganhamos, por 4 x 1, fiz dois gols. Uma outra partidaça foi contra o (uruguaio) Peñarol, que era uma autêntica seleção uruguaia (Vasco 3 x 2, em 9 de abril de 1963, pelo TorneioInternacional do Chile, Estádio Nacional de Santiago). 

 Você só vestiu a camisa da Seleção Brasileira quanto voltou do Vasco para o Guarany, de Bagé...!

 O Carlos Froner (então), técnico do Grêmio (de Porto Alegre), formou uma seleção gaúcha para representar o Brasil na disputa da Taça O´Higgins, contra o Chile, em 1966. Joguei 30 minutos em uma partida e mais 15 na outra. Fomos campeões.

Você formou no ataque mais famoso do Guarany. Ainda se lembra da rapaziada?

 Era Eusébio, Max Ravazza, Saulzinho, Tupãzinho e João Borges. Aqueles meus quatro companheiros eram craques. Mas joguei pouco com eles, só amistosos, porque fui para o Vasco. O Tutupãzinho (José Ernanes da Rosamarcou época no Palmeiras (década-1960) e o Max foi  o maior goleador do futebol de Bagé, com 131 gols. Jogou com o Garrincha, no Botafogode 1955.

 Quantos gols você marcou pelo Guarany de Bagé?

Uns 95, mais ou menos. Não tenho a estatística exata, mas a minha carreira apresentou média de meio gol por partida. Boa média!

Se Pelé jogasse hoje, faria muitos gol?

 Uns dois mil, porque as defesas sobem muito. O quarto-zagueiro, os laterais, que viraram alas, se mandam. Se, enfrentando zagueiros plantados, fez o que fez, imagine agora. Antes, par se entrar na área, teria que ser muito rápido, ou ficava sem as canelas.  

 Qual foi o seu marcador mais difícil?

O Luís Carlos (Fernandes Freitas), do Flamengo, e o Jadir (Jadyr Egídio de Souza), Botafogo, eram durísimos, mas não eram desleais.

 O que pesa mais hoje no futebol, a técnica ou o preparo físico?

  Um bom preparo físico vale, hoje, 70%, no mínimo, da capacidade necessária para se jogar. Mas quem decide, ainda, é o talento. Quem decidiu a Copa do Mundo de 2002? Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, principalmente. No gol deste, contra a Alemanha (na final), não deixou a bola passar para bater com a (perna boa de chute) direita. Achou um jeito de tocar com a canhota. O preparo científico moderno é mais científico, mais apurado, desde a base, quando os caras pegam a gurizada e faz o alongamento, espicha pra lá, pra cá. Isso ajuda muito, mas tem que ter talento pra decidir, reafirmo.

 O futebol atual paga fortunas aos seus ídolos. No seu tempo, dava pra ficar rico?

 Quando cheguei ao Vasco, o maior salário era o do (zagueiro e capitão) Bellini, o equivalente a 8 mil dólares. Hoje, qualquer juvenil está ganhando isso. Na minha época, para se comprar um imóvel, um automóvel, teria de financiá-lo. Agora, há quem possa comprar um apartamento por mês. Há muitos ganhos com publicidade. Eu vendi muitas figurinhas das balas Atla (álbuns de figuinhas), sem recebem nenhum direito de imagem. Nem nos consultavam. Não existia empresários, procuradores, além de a maioria dos atletas não terem esclarecimentos, estudos. O futebol tornou-se uma das melhores profissões. Quando eu começava a carreira, o pai de uma namorada minha não queria o namoro porque eu era jogador de futebol. Éramos muito mal vistos.

 Como era o assédio aos jogadores de sua época?

  O Vasco tinha um time famoso, que levava muitos fãs para a frente dos hotéis onde nos hospedávamos, querendo autógrafos, tirar fotografias conosco, conversar. Nós atendíamos a todos, a rapaziada vascaína era muito simpática. 

 Você passou por quantos treinadores?

 Beto Camélia, Alfeu Cachapuz e Alípio Rodrigues, no Guarany (de Bagé), Martim Francisco, Oto Glória, Zezé Moreira e Jorge Vieira, no Vasco, e Carlos Fronter, na Seleção Gaúcha.

 Porque você não seguiu a carreira de treinador?

 Treinei o Guarany (de Bagé), em 1969, e até me saí bem. É muito estressante. Desisti.

  Você jogou na despedida do Zizinho, em Brasília...!

 Foi em um aniversário da cidade, que convidou o Zizinho para defender a sua seleção. Empatamos, por 1 x 1, e eu marquei o nosso gol, de cabeça. Me lembro que, no centro de Brasília, só estava em pé o Hotel Nacional (o maior e mais famoso até a décadas-1970, hospedando reis, rainhas, príncipes, chefes de Estado e artistas famosos).

 Como seria a sua seleção brasileira...

 Barbosa; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Oldair; Carlinhos e Gérson; Sabará, Célio, Pelé e Zagallo. Me deixo de fora, porque esta gente era muito melhor do que eu. Acho que eu pegaria uma reservinha, junto com o Amarildo, o Quarentinha, esta raça. 

                        ÁLBUM DOS CRAQUES












































                                                                                             

                                                                                        O GAROTO DA PRAIA

   Célio Taveira Filho, paulista, nascido na praiana Santos, no 17 de outubro de 1940, chegou a São Januário, também, com a missão de substituir um ídolo da torcida cruzmaltina, o atacante Delém, negociado com o argentino River Plate. Um desafio e tanto! Mas ele encarou. Entre 1963 e 1966, quando foi para o uruguaio Nacional, de Montevidéu, tornou-se uma das grandes Feras da Colina.

 De estilo “brigão, entrão”, como o definiu o repórter De Santis, da Revista do Esporte – Nº 343, de 2 de outubro de 1965 - Célio era cavador de gols, dono de muita mobilidade, “parecendo, em algumas ocasiões, um serelepe, tentando iludir os marcadores, para evitar rasgos em suas canelas”, comparava o jornalista, indo além e citando nele outras qualidades: “Cabeceia bem, testando a bola com pontaria certeira e é veloz com ela nos pés, ou quando se desloca para receber um lançamento”.

Na edição anterior do semanário, de 25 de setembro do mesmo 1965, pela matéria “Os maiores inimigos dos goleiros”, Célio era incluído entre os terribilíssimos artilheiros da primeira metade da década-1960, como os santistas Pelé e Pepe; os alvinegros Garrincha e Didi (este pela excelência nas cobranças de faltas) ; o corintiano Flávio Peito-de-Aço; o banguense, Parada (outro grande batedor de faltas); o rubro-negro Dida e os palmeirenses Tupãzinho e Servílio. Sobre Célio, a revista citou que ele se destacava “pelo arremesso violento e que havia marcado muitos gols graças à potência do seu chute”. 

Antes de ser um vascaíno, Célio havia passado pelos paulistas Portuguesa Santista, Ponte Preta e Jabaquara, e até disputara amistosos pelo italiano Milan. Desembarcou no Vasco, em janeiro de 1963, quando o time excursionava por gamados cucarachas, sendo recebido, friamente, pelo treinador Jorge Vieira, que não o havia solicitado. Por conta daquilo, o cara negava-he cumprimentos. Mas abriu-lhe o caminho para ele tornar-se um dos maiores artilheiros do clube carioca enquanto vestiu a sua camisa.

Reprodução do álbum da filha Camila Taveira

Célio, no Jabaquara-1962,  é o penúltimo agachado à direita

 Foi no Torneio Pentagonal do México-1963, que nasceu a dupla Célio- Saulzinho, que já começou campeão, vencendo a disputa que teve final Vasco 1 x 1 Dukla, de Praga, da então Tchecoeslováquia e alinhando seis vice-campeões mundiais na recente Copa do Mundo do Chile-1962 – ver escalações nas fichas técnicas.

Célio chegou a São Januário indicado pelo meia Lorico (velho amigo de Santos) e o técnico Aymoré Moreira, com a dfícil missão de substituir um ídolo da torcia vascaina, o atacante Delém, que fora  para o argentino River Plate. Desafio e tanto! Mas ele não se intimidou e mostrou que o valor pago pelo Vasco ao  Jabaquara, de Santos fora bem empregado – Cr$ 11 milhões de cruzeiros, tendo ele recebido Cr$ 2 milhões, pelos 15% do valor da transação (lei da época), sendo Cr$ 1,5 milhão pago pelos cruzmaltinos e o restante pelo Jabuca. Entre luvas e ordenado, começou ganhando Cr$ 115 mil mensais, além de moradia e alimentação às custas do Vasco.

 Em sua primeia entrevista como um vascaíno, ele contou que a sua intimidade com os gramados começara quando era garoto e residia próximo ao estádio da Portuguesa Santista, em sua terra. “Eu ia assistir ao treinos, dava uma de gandula e, nos intervalos, até batia bola com a rapaziada. Aos 12 anos de idade, entrei para os juvenis da Lusinha. Aos 16, já era aspirante. Mas não fiquei no clube. Em 1958, fui para a Ponte Preta, de Campinas. Pelo final de 1959, voltei a Santos e joguei pelo Jabaquara”, contou à Revista do Esporte -  Nº 205, de 16 de fevereiro de 1963. 

 

 

                                                                                    SANGUE NOS OLHOS

 

 Aos 16 de idade, Célio tentou jogar pelo Santos, mas o treinador Ramiro Valente o dispensou. Antes, fora colega de Pelé durante o serviço militar, pestado na 6ª Guarda Costeira, em Santos, em 1959. Enquato o velho amigo assombrava goleiros pelo mundo a fora, ele o repetia no futebol carioca. |Uma de suas “matanças” que mais o alegrou foi pra cima do rivalaço Flamengo, nos 4 x 1 da noite do 21 janeiro de 1965, no Maracanã, pela final do torneio internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro – ver tempo dos gols e escalação nas fichas técnicas.

Conforme o lido, lá atrás, ao ser recebido, friamente, pelo chefe, ao se apresentar ao Vasco da Gama, no México - da mesma forma que ocorrera com o Mário Tilico, o outro contratado pela mesma época -, Célio até dava um desconto para seu treinador, pois o seu currículo de artilheiro, até então, só registava 35 gols marcados entre Ponte (1959 a 1960) e Jabaquara (1960 a 1962). Além dquilo, o mais importante em sua vida de rapaz, além de ter sido colega do Pelé, durante o serviço militar, em Santos, só mesmo ter nascido neto de Antônio Taveira de Magalhães, remador dos primeiros títulos de campeão carioca de remo-1905/1906) do Vasco da Gama.

Pouco? Mas, logo, começaria a ser muito. Célio agarrou a chance quando Jorge Vieira mandou-o a campo. Entrosou-se bem com o gaúcho Saulzinho, para sair do México usando a sua primeira faixa de campeão cruzmaltino. Em sua estreia vascaína, ele substituira, exatamente, o futuro grande parceiro Saulzinho, no decorrer de Vasco 5 x 0 El Oro. Uma semana antes, ainda sem ele, o time do Jorge havia iniciado a disputa, vencendo o América, da Cidade do México, por 1 x 0, com gol marcado por Saulzinho. Em 20 de janeiro, Célio voltou a entrar no decorrer da partida, daquela vez, substituindo Viladônega, no 1 x 1 Chivas Guadalajara, com novo gol de Saulzinho. Por ali, ele passaria a conhecer o que, sem demra, lhe seria comum: estádios lotados: 80 mil pagantes, em Vasco 5 x 0 Oro; 60 mil, em 1 x 1 Chivas, e 50 mil, do 1 x 1 Dukla, no também já citado título do 31 de janeiro, diante do tcheco Dukla, de Praga.

 De volta ao Rio de Janeiro, Célio disputou o Torneio Rio-São Paulo, a então maior competição do futebol brasileiro, e marcou gols (28.03.1963), aos 41 minutos do 1º tempo de Vasco da Gama 1 x 1 Palmeiras, seu primeiro tento vascaíno no Brasil – ver ficha técnica. A torcida vascaína, porém, só o sentiu mais ídolo quando ele voltou do Torneio Pentagonal do Chile (31.03 a 14.04), tendo por lá sido o cara, autor de cinco gols, em quatro jogos - dividiu o título com a Universidad de Chile, por falta de datas para uma decisão, parecido o o futuro Torneio Rio-São Paulo-1966.

 Etapa seguinte: amistoso caça-níquel, com o  Goytacaz, de Campos-RJ e nova excursão, daquela vez por África e Europa. Na volta, Célio estreou no Campeonato Carioca, marcando um dos três gols mais rápidos da história do futebol vascaíno: aos 45 segundos dos 4 x 1 Portuguesa-RJ (30.06.1963) - Saulzinho, aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo, também bateu no barbante, como falavam os locutores radiofônicos da época, ainda não acostumados com as redes de náilon. Aquele tento rapidão o inscreveu entre os “matadores mais rápidos da Colina –  atrás só de  Reginaldo (7seg87), em Vasco 4 x 0 Duque de Caxias (23.03.2014); Thiago Galhardo (18seg) dos 3 x 1 Volta Redonda (04.02.202(?)) e de Nenê (23seg), de Vasco 1 x 0 Oeste-SP (31.05.2016).

Durante o Campeonato Carioca-1963, Célio perdeu o seu primeiro pênalti como vascaíno, nos 5 x 1 Madureira. Mas terminou a competição com 15 bolas na rede, sendo o segundo artilheiro da disputa, apresentando-se, definitivamente, à torcida vascaína. Pouco tempo depois, em 1964, ele avisou à torcida cruzmaltina que tinha sangue quente. A Turma da Colina excursionava ao Paraguai, disputando torneio quadrangularquando ele cometeu a sua primeira indisciplina almiranteira. Revoltado contra o juiz, que favorecia, desavergonhadamente, a turma da casa, ele o agrediu, mas não foi o expulsou de campo. Repetiu indisciplina (09.05.1964), aos 51 minutos de Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, pelo Torneio Rio-São Paulo, trocando tapas com um adversário.

Por ali, a imprensa passou a escalá-lo no time dos irritadinhos, por já ter sido excluído de Vasco 0 x 0 Olaria (06.03.1963), aos 18 minutos do segundo tempo, devido um outro desentendimento com rival, durante o Torneio Rio-São Paulo, disputa em que fora excluído, também, no jogo (04.04.1964) em que ele ajudara a manter acesa a chama do Time da Virada, marcando o terceiro gol de Vasco 3 x 2 Palmeiras, no campo do adversário.

 

                                                                                       CRAQUE NA INTIMIDADE

 

 Zagueiro que se prezasse jamais poderia bobear perto de Célio. Aquele sujeito calmo, que gostava de ficar em casa, só de calção e de chinelos, como todo bom descendente de português, não dispensando um animado jogo de baralho – buraco -, junto com a sua mulher, Nilda, e o vizinho Dari, defensor do Fluminense, era um terrível matador nos grmados. Que o diga os mais de 100 gols marcados com a jaqueta cruzmaltina, em tempos em que se jogava uma vez por semana, e nem havia preocupações com estatísticas. Como o definiu a Revista do Esporte, principal publicação esportiva do país da década-1960 – Nº 246, de 23 de novembro de 1963 -, Célio aliava “a valentia e a determinação de completar uma jogada à inteligência com que conduzia a bola ou a lançava um companheiro”.

 Devido tais características do goleador, a publicação o incluiu entre os 17 atacantes que considerava os melhores do país, para um deles ser o companheiro de Pelé durante a Copa do Mundo-1966, na Inglaterra – os outros eram Coutinho, parceiro do “Rei” no ataque do Santos; Aírton e Dida (Flamengo); Amarildo e Quarentinha (Botafogo); Joaquinzinho (Fluminense); Parada (Bangu); Nei e Silva (Corinthians);  Ivair (Portuguesa de Desportos); Servílio e Vavá (Palmeiras); Prado e Pagão (São Paulo); Flávio (Internacional); Marco Antônio (Cruzeiro) e Picolé (São Bento, de Sorocaba-SP).      

 Célio foi 100% atleta. Jamais bebia alcoólicos e nem freqüentava as badaladas noitadas cariocas. Preferia colocar o pijama, entre as 22 e 23 horas, para ter uma boa noite de sono e, no dia seguinte, por volta das seis manhã ir ao chuveiro – usava sabonete Gessi e escovava os dentes com o creme Eucalol.  Acreditava que, cuidando-se bem, camisa ganhava jogo, a depender do estado psicológico de cada um. “Influi, sim” avaliava, da mesm forma que sustentava ser aconcentração algo de bom, “desde que fosse curta. Longa, não beneficia o atleta”, afirmava.

Os gramados do Maracanã e do Estádio Nacional, de Santiago do Chile eram considerados por Célio como os melhores pisos. Pior: Elegia o do XV de Novembro, em Jaú-SP. Ao mesmo tempo em que, brincando dizendo “não sou dos piores”, considerava Pelé e Gérson dois supercraques. Admirava muito, tambem, o ex-vascaíno Vavá, então no Palmeiras, e emocionava-se com todas as vitórias, das quais tiravao sabor especial de Vasco 1 x 0 Vasco, com um gol dele, cobrando falta, de fora da área, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1964.

A sua simplicidade era o que Célio mais admirava em si. Como bom descendente de português, preferia as morenas. Pesando 70 quilos, comia de tudo, principalmente os “saborosos quitutes” da Dona  Nilda (Maria Gianjulio Taveira). Cuidava-se, porém, para não passar dos limites e perder a mobilidades dos centroavantes impiedosos.

Terminadas as partidas, Célio corria para uma chuveirada fria. Dificilmente, usava uma banheira, onde muitos atletas até tiravam uma soneca. Deixava o soninho para depois do almoço, principalmente nos dias em que podia ir à praia, junto com a sua mulher. Só não a levava aos seus jogos, porque a a sua mulher, desde os tempos de namorados, não suportava vê-lo recebendo bordoadas dos zagueiros. Se bem que, depois dos jogos, não deixasse de lhe indagar pelo placar.

Além das partidas de baralho, Célio tinha outro programa noturno, em sua casa, na Ilha do Governador: assistir videoteipes dos jogos que pudesse. Achava ser preciso analisar as suas atuações e “espionar” possíveis futuros marcadores. Se dependesse da sua vontade, o seu primeiro herdeiro seria um garoto. Mas a “cegonha” atendeu o pedido da Dona Nilda e lhe entregou Flávia Giangiulio Taveira, no domingo 5 de julho de 1964, na Maternidade Arnaldo de Morais, em Copacabana, às 20h45, pesando 3,550 quilos e medindo 51 centímetros de altura.


Reprodução da revista Futebol e Outros Esportes

 Naquele dia, Célio estava convidado, pelo presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes, para ir com ele à cidade de Leopoldina-NG, onde haveria amistoso de time misto cruzmaltino. Só não foi porque a sua mulher - acompanhada, desde o início da gestação, pela médica Teresinha Mota -, sentiu-se indisposta. Então, em vez de ir às Minas Gerais, “viajei, da Ilha do Governador a Copacabana, dirigindo um Dauphine que fui buscar, em Santos, emprestado por meu pai”, contou – aquilo, uns 20 dias antes da chegada da hoje arquiteta Flávial, mãe da Miss Paraíba-2010, Natália Taveira, que ficou em quinto lugar no Miss Brasil. Era pensamento dele esperar umas dus temporadas para encomendar um menino e formar um casal. “Depois, iria dispensar a cegonha”, brincava, até a chegada de Marcelo, que antecedeu a futura jornalista Camila Taveira, hoje, na TV Record-Brasília.

Desde garoto, Célio era de assumir posições políticas sem tergiversar. Em 1965, por exemplo, quando os cartolas cariocas queriam abolir o dinheiro extra que os jogadores levavam das assinaturas de contratos, as luvas, por considerarem-nas inflacionárias – prometiam salários mais altos, na realidade, luvas parceladas –, ele ficou contra, por não ver benefícios com a inovação. “Seremos obrigados a pedir, por favor, algum dinheiro, quando temos um direito”, protestou. Não titubeava diante posturas a assumir. Quando um repórter o indagou sobre que o que faria se recebesse uma proposta para amolecer um jogo - seção Bate Bola, Nº 310, da Revista do Esporte, de 13 de fevereiro de 1965 -, ele avisou que, se estivesse calmo, não daria atenção. Caso ficasse nervoso, não se responsabilizaria pelo que sucedesse.

Sempre ligado na partida, Célio não jogava calado e jamais deixava de alertar um companheiro que tivesse a posse da bola ameaçada pore  um “ladrão”. Com os árbitros – considerava Armando Marques o melhor – discutira muito em seus inícios de carreira, quando era o capitão do time do Jabaquara e via-se, muitas vezes, esbulhado. “No interior paulista não era fácil. Era obrigado a gritar”, lembrava o sujeito que revoltava-se ao receber críticas infundadas.

Célio, depois de sua vida vascaína, foi capaz de tabelar não só com Saulzinho e Mário Tilico, principalmente. Exerceu, também, atividades fora do futebol, como apresentar o programa de rádio “Discoteca do Célio”, quando era ídolo da tolrcidas do uruguaio Nacional, de Monevidéu. Certa vez, conseguiu  entrevista exclusiva com o cantor Roberto Carlos, que vivia grandes momentos com  sua Jovem Guarda. Na paraibana João Pessoa, onde viveu, após o final da carreira, esteve comentarista esportivo da Rádio CBN, e foi sócio-administrador de empresa de embalagens para exportação de frutas.

                                                                                 TEMPORADA-1963

  O Vasco começara mal o Campeonato Carioca, perdendo do Campo Grande e empatando com o Madureira. Levou vaias de sua torcida, consideradas injustas por Célio, que alereouj - Revista do Esporte - Nº 233, de 24 de agosto de 1963 – à torcida de que apupos poderiam atrapalhar mais. Tinha moral para reclamar, pois voltara campeão do Pentagonal do México e elogiado por um dos mais experientes e respeitados colegas do futebol carioca, o defensor Barbosinha, para quem "Célio é um craque. Em tudo ele nos faz recordar o Delém o (ídolo que fora substituir). Até o físico é igual. Impetuoso, lutador, poderá dar muitas alegrias à torcida vascaína" – o que aconteceu.   

Célio justificava atuações fracas do time do início do Estadual-1963, pelo cansaço do grupo voltado de estafantes excursões ao exterior, pouco antes. “Entramos quase sem pernas no campeonato (Carioca)”, afirmou, referindo-se ao desgaste físico deixado pelo giro por El Salvador, México, Chile, África e Europa, entre janeiro, maio e junho. “Lá fora, eu e o Saulzinho não jogamos juntos três vezes seguidas, e o time não conseguia atuar duas partidas com a mesma formação”, queixou-se. Também, chamava a atenção para o fato de peças-chaves do time serem jovens e, embora elogiando o meio-de-campo vascaíno - Maranhão e Lorico -, que o via em nível de Seleção Brasileira para a Copa do Mundo-66, achava que a dupla ainda não tinha “o necessário traquejo e a indispensável experiência para prender e passar a bola, conforme o caso”. Por isso, pedia o incentivo da torcida e lembrava que aquela mesma turma criticada ganhara, recentemente, excursionando, de times de primeira  categoria. “Foram provas duríssimas, nas quais o Vasco saiu-se bem, ganhando os maiores elogios da crítica e do público”, afirmou.

 Sobre o giro pelo continerte africano, Célio lembrou ter o time vascaíno enfrentado temperaturas de 47 graus à sombra, jogando seguidamente, até chegar à Espanha. “Os colegas resistiram à dureza da excursão por força da obrigação, pois todo o grupo já estava saturado de bola”, garantiu, acrescentando que seriam necessário uns 15 dias de descanso para reposição de energia. “Nos esperava era a dureza do campeonato (Carioca) que já estava correndo. Como não poderia deixar de ser, o Vasco sentiu o efeito de excursões cansativas e prejudiciais, perdendo, para o Campo Grande, na segunda rodada”, discutiu, cobrando que, durante a passagem pelo Chile, sem muitos desgastes físicos, ainda, “fazíamos gols por música, o gol já vinha feito”.

 Embora não tivesse merecido a atenção do treinador Jorge Vieira, quando juntara-se à delegação vascaína, em janeiro, no México, Célio elogiava o sistema tático do comandante da equipe, considerando-o  “ótimo”, por fechar o meio-de-campo e possibilitar o ataque em massa.
Esquisitamente, ao final da temporada 1963, ele foi apontado, pela Revista do Esporte, entre as revelações do Campeonato Carioca, palpite nada correto, pois já havia passado da fase de ser considerado revelação, por já ter participado de campanhas paulistas por Ponte Preta e Jabaquara. E até disputado amistosos pelo italiano Milan, que não o levou devido desacertos financeiros com o dono do seu passe.

Durante o Campeonato Carioca em que os vascaínos começaram vaiados, Célio atingiu a marca de 15 gols (três a menos do que o principal matador, o banguense Bianchini), em 22 jogos, atuando ao lado de  Saulzinho, Altamiro, Mário Tilico ou Vevé. Destaque no ataque de São Januário, como homem-base da dupla fatal, aos 23 anos, ele não era mesmo pra ser considerado revelação de temporada. Já era uma realidade.


Durante a temporada-1963, o Vasco da Gama enfrentou o América-RJ em duas oportunidades, ambas valendo pelo Campeonato Carioca, com foto registrda pela Revista do Esporte. O primeiro pega rolou em 4 de agosto, com a rapaziada escrevendo 2 x o no placar do Maracanã, por intermédio de Célio Taveira e de Altamiro. Na segunda partida, em 26 de outubro, o rival conseguiu  segurar a Turma da Colina e ficar nos 2 x 2, com Célio marcando os dois tentos cruzmaltinos. Mas a rapaziada enfrentou um outro América: o do México, vencendo-o, por 1 x 0, com gol marcado por Saulzinho, na casa do adversário, em 10 de janeiro. Aquele foi o início da caminhada para a conquista do Torneio Internacional do México. Na foto, um golaço de Célio contra os americanos cariocas.     

                                                                                               

                                                                                     CASAMENTO

 O ofício de fazer gols para o Vasco da Gama dificultou o casamento de Célio. Por duas vezes, ele teve de adiar a troca de alianças. Só uma contusão facilitou-lhe levar Ilda ao altar da matriz do Embaré, em Santos, às 17h do 25 de setembro de 1963, em uma terça-feira. Antes, às 10h30, os dois haviam se casado, civilmente - casamento de Célio, com Ilda Maria Jean Júlio Taveira (nome de casada), em 25 de setembro de 1963, na igreja do Embaré, em Santos. Fora grande o número de presentes à cerimônia, a maioria amigos do casal. Da turma do futebol,  entre outros, compareceram o atacante corintiano Marcos, colega de Célio no Jabaquara e o presidente do clube, Rubens Cid Peres, levando toda a sua rapaziada. A Turma da Colina foi representada só pelo fotógrafo Homero, pois o restante, no momento do casório, estava em campo enfentando o São Cristóvão, pelo Campeonato Carioca. 

élio entrou na igreja ás 16h45, apadrinhado por Júlio Anleto Bitencourt/senhora e Casemiro Casado/senhora. Ilda, às 16h50, conduzida pelos padrinhos, Adelino Guassaloca/esposa e Roberto Franjeto/esposa, ao som da Marcha Nupcial, de Mendelssohn. Ela usava vestido de gorgorão de seda branca, com uma estola de gripee caindo sobre os ombros. A grinalda tinha incrustações de rosas e flores de laranjeira. O véu, de tule francês, media 1m50cm, confeccionado por Esmeralda Mauri, prima da noiva. Custou Cr$ 100 mil cruzeiros. De sua parte, o noivo trajava terno de casimira preto, que custara Cr$ 90 mil. Os sapatos estavam no mesmo tom, mas meias, camisa e gravata no branco.

 Célio conheceu Ilda quando jogava pelo Jabaquara. Como ela trabalhava na secretaria do clube, ele sempre dava um jeitinho de aparecer-lhe e paquerá-la. Pelo Natal de 1961, a moça precisava da ajuda para fazer compras. Lance perfeito para o goleador Célio atacar mais forte. Ofereceu-se a ajuda pretendida e, depois das compras, tabelou com a moça e marcou o primeiro encontro pra decolar namoro. De início, Dona Ilda, xará da filha, não simpatizou muito com o artilheiro do Jabuca, mas, depois de conhece-lo melhor, deixou o jogo correr e pintou noivado  na área, em junho de 1962.    

   Ilda Maria Giangiulio Taveira, nome de casada, tinha 20 anos, ao dizer o sim ao Célio Taveira Filho, de 23. Passaram a lua-de-mel entre a mineira Poços de Caldas, São Paulo e Santos, e foram residir na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Célio voltou daquele período uma fera com os cartolas vascaínos, pois a promessa deles, de ajudá-lo nas despesas casamenteiras ficara só no papo. O que o ajudou mesmo, contou, foi a atitude do goleiro Humberto Torgado, de entregar-lhe toda a gana depositada na caixinha dos jogadores (para a festinha de final de ano), para ele pagar os compromissos imediatos: Cr$ 40 mil cruzeiros mensais do aluguel de residência e mais Cr$ 20 mil da prestação da compra de imóvel. Por aquela época, os jogadores de futebol tinham desconto previdenciário do antigo IAPC-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários, e Célio dizia estar vivendo com o dinheiro que sobrara das luvas recebidas  pela mudança do Jabaquara para o Vasco da Gama.

 Em junho de 1964,  quando esperava pelo primeiro filho, Célio voltou a reclamar dos cartolas. Ao assinar contrato com os vascaínos, ele levaria Cr$ 50 mil mensais, que seriam aumentados, para Cr$ 70 mil, na época do casório. Devido a inflação alta do período, ele dizia precisar ganhar Cr$ 180 mil mensais para acompanhar a dura fase. No meio da cobrança, chorava não ter ficado no  Milan, por ter pedido Cr$ 15 milhões, de luvas, quando o clube italiano só oferecia Cr$ 5 milhões. E acusou os rossoneri de tentar desvalorizá-lo, só o lançando em campo pelos 10 minutos finais das três partidas em que entrou.   

                                                                                                                                                                                                                       

                                                                                         MELHORES DE 1964

 Durante as a década-1960, era tradicional a imprensa eleger a seleção dos campeonatos estaduais. Com o Vasco da Gama, na entressafra, seu time só conseguiu escalar Saulzinho e Célio no time dos melhores, após o SuperSuper-1958 e até 1964, quando, o máximo que conseguira fora um vice-campeonato estadual, em 1961, junto com Flamengo e Fluminense, mas perdendo de ambos pelo critério do desempate técnico,

 No caso da Revista do Esporte, para formar o seu time dos astros-1964, esta ouviu 36 profissionais da imprensa esportiva carioca - Antônio Cordeiro (Rádio Nacional), Luís Mendes (TV Rio), José Araújo (O Jornal), Rui Porto e Clóvis Filho (Emissora Continental); Oduvaldo Cozzi (Rádio Mayrink Veiga/TV Excelsior), Benjamin Wright e Waldir Amaral (Rádio Globo); Gérson Monteiro e Milton Salles (Revista do Esporte); Mário Filho, Luis Bayer e Geraldo Romualdo (Jornal dos Sports); Doalcei Camargo (Rádio Guanabara); João Saldanha (Rádio Guanabara/Última Hora/TV Rio), Orlando Batista e Ademar Pimenta (Rádio Mauá); Ricardo Serran (O Globo);  Luís Alberto (Diário de Notícias), Fred Quarteroli (Diário Carioca), Alberto Laurence (Última Hora/Jornal dos Sports); Mário Derrico (Luta Democrática); Don Rosé Cavaca (Tribuna da Imprensa); Sandro Moreira (Última Hora); Armando Nogueira e Marcos Castro (Jornal do Brasil); Halmalo Silva (O Dia/A Noticia); Achilles Chirol (Correio da Manhã); Cid Ribeiro (Rádio Tupi); Raul Longras (Rádio Mundial/A Noite); Carlos Marcondes (Rádio e TV Continental), e Zildo Dantas (O Dia/A Notícia) - que elegeram estes melhores: Marcial (Flamengo); Carlos Alberto Torres (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos e Rildo (ambos do Botafogo), com o primeiro deslocado para a zaga,pois era lateral-esquerdo; Oldair (Fluminense) e Roberto Pinto (Bangu); Paulo Borges (Bangu), Célio (Vasco da Gama), Parada (Bangu) e Abel (América).

Lévis, Joel Felício, Brito, Maranhão, Fontana e Barbosinha (em pé, da esquerda para a direita); Joãozinho, Lorico, Célio, Mário Tilico e Zezinho, agachados na mesma ordem. 

A fase vivida por Célio era boa, mas o Vasco da Gama fizera uma fraco Campeonato Carioca, terminando em sexto lugar, atrás de Fluminense, Bangu, Botafogo, Flamengo e América. Enquanto os campeões somavam 39 pontos, os cruzmaltinos conquistavam 10 a menos, distância inaceitável para a tradição do clube, que caíra por seis vezes e empatara sete jogos. Nas 11 vitórias, marcara 44 gols -  16 de Célio - e levara 28.

Célio considerou o seu gol mais bonito na temporada o da partida noturna, no Maracanã, em Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. “Um prêmio ao meu esforço e dos companheiros Saulzinho e Zezinho. Este, depois de ultrapassar o Carlos Alberto Torres,  fez-me o passe. De frente para o gol, tentei chutar. A bola bateu no Procópio e ficou entre o Saulzinho e o Altair. Como o zagueiro tricolor demorou a rebatê-la, o Saul que, rapidamente, chutou ao gol. Novamente, a bola tocou no Procópio e ia saindo pela linha de fundo. Corri e, tentei passá-la para o Saulzinho. A bola bateu no Altair, enganou o goleiro Castilho e eu fiz o gol, perdendo o equilíbrio, devido o esforço que fez-me beijar a grama”, narrou Célio, que enganou-se ao citar Zezinho que não participou do prélio.

O jogo em que Célio fez o seu considerado gol mais bonito no Campeonato Carioca-1964  foi no domingo 13 de setembro, no Maracanã, – aos 20 minutos do primeiro tempo, assistido por 49.288 pagantes – ver mais detalhes nas fichas técnicas da temporadas-1964. Para vascaínos fanaticaços, um acerto de contas da temporada 1952, quando o Vasco da Gama só não ficou campeão carioca invicto porque os tricolores o venceram, por aquele mesmo 1 x 0. Enfim, além dos 16 tentos do Estadual, Célio marcou mais três pelo Torneio Rio-São Paulo e 11 em amistosos, o que não deixou de ser um boa temporada nas redes.

 

                                                                             O CRAQUE DA CAPA

 

  A Revista do Esporte  - Nº 343, de 2 de outubro de 1965 -, trouxe Célio na capa, juntamente com o meia tricolor Joaquinzinho, estampando chamada óbvia: "Dois craques, dois estilos”. Se um era artilheiro e o outro armava, não poderia rolar outra coisa. Diz a publicação que Célio “despontou, de imediato, como ponta-de-lança capaz de enredar as defesas adversárias, com suas tramas, e dar ao time os gols que a torcida recamava”. Acrecentava que “batia bem na bola, com os dois pés” e tinha estilo “brigão que vai cavar o gol lá na chamada zona em que os zagueiros usam toda a espécie de recursos para evitar que os atacantes adversários balancem as redes do seu time”. Também, o via dono de muita mobilidade, “motivo porque há ocasiões em que parece um serelepe, pulando daqui para a li, na tarefa de iludir os seus marcadores e, ao mesmo tempo, evitar que as suas canelas sejam devidamente condecoradas por algum beque mais afoito”. Ainda, ressaltava que Célio “enche os olhos da torcidacabeceado bem, testando a bola com pontaria certeira, capaz de assustar qualquer goleiro”. E finalizava: “É veloz com a bola nos pés ou quando se desloca para receber um lançamento”. 

 Tempos depois, pelo Nº 378, de 4 de junho de 1966, o elogiado Célio voltava à capa da semanária, em uma das muitas outras vezes. Na antepenúltima página, a do editorial, o expediente dizia que ele fizera boas partidas pelo Torneio Rio-São Paulo, “merecendo sua convocação para o escrete nacional” (que treinaria para a Copa do Mundo-1966). A matéria estava nas folhas 45/46, no entanto, trazia chamada espantativ“Ele é vascaíno desde garotinho, mas..  - um explicativo título complementava: “Porque Célio quer deixar o Vasco”.

  Segundo a publicação, Célio via-se merecedor de melhor salário e, além de querer ganhar melhor, dizia necessitar voltar para São Paulo, devido assuntos particulares da família residente em Santos. Bem antes disso, a revista havia publicado com ele duas capas muito parecidas, entre finais de 1963 e inícios de 1964. Pelo Nº244, de 9 de novembro de 1963, Jurandir Costa fotografou Altamiro, Célio, Lorico (em pé), Sabará e Maurinho (agachados), enquanto a edição Nº 256, de 1º de 1964, a "turma de cima" é repetida, sem os outros colegas, tendo por diferencial a posição dos braços.

 Quando lançou as duas tiragens, a semanária tinha oficina e redação no centro do Rio de Janeiro, à Rua Santana Nº 136. Integrava a mesma empresa que publicava a Revista do Rádio, ambas de propriedade de Anselmo Domingos, contando com os repórteres Adílson Polvil, Waldemir Paiva, Mário Derrico, Nóli Coputinho, Deni Menezes, Tarlis Batista, Ademar de Almeida, Henrique Batista e Otton Corrêa. Um outro número trazia a informação “Vasco vai gastar milhões com o futebol” e garatia que os “grandes astros” Célio e Lorico, não seriam negociados, pois, com eles, o presidente Manoel Joaquim Lopes e o diretor João Silva “acenavam com a volta aos grandes dias”. 

Célio voltou a estampar uma revista pela contracapa da edição Nº 277 de A Gazeta Esportiva Ilustrada que circulou na primeira quinzena de maio de 1965 da publicação paulista que se intitulava "a maior revista esportiva do Brasil". Com sede na Avenida Cásper Líbero - Nº 88 -, dirigida por José Carlos Nelli e secretariada por Orlando Duarte, a publicação postou esta foto que reuniu: Lévis, Joel Felício, Brito, Maranhão, Fontana e Barbosinha (em pé, da esquerda para a direita); Joãozinho, Lorico, Célio, Mário Tilico e Zezinho (agachados, na mesma ordem).

Célio mereceu, também,  contracapa em que o editor brinca com ele, aproveitando de click malandrinho do fotógrafo da Revista do Esporte que cobria a vidaVasco da Gama.


 

                                                                                        PENALTIEIRO

 

  Em 1965, Célio fazia parte de mais uma outra galeria: a dos grandes cobradores de pênaltis do futebol brasileiro. Jogava no time de Pelé, Didi (Botafogo), Parada (Bangu), Roberto Dias (São Paulo), Rinaldo (Palmeiras), Fefeu (Flamengo), Gílson Nunes (Fluminense), Flávio (Corinthians), Nair (Portuguesa de Desportos) e Carlos Pedro (América-RJ). Na época, o grande sucesso era a paradinha, inventada pelo “Rei do Futebol” e que andou sendo proibida. 

Embora fosse considerada um deboche, por entrevista à Revista do Esporte - N 333, de 24.07.1965 -, o Pelé garantia não pretender, com a sua malandragem,  tirar o goleiro da jogada, como a imprensa dizia. “Eu travava a corrida para o arqueiro se atirar pro canto que tivesse escolhido, E chutava no outro, sempre com a perna direita”, explicava.

 De sua parte, Célio tinha esta receita para a sua cobrança: “A maneira de chutar depende, inteiramente, da ação do goleiro. Normalmente, gosto de bater bem forte, visando um canto qualquer. Porém, na corrida, sempre olho para o goleiro, pra ver se ele se mexe, ou não. No caso de sair para um lado, procuro colocar a bola no outro”.                                                                        

 E gols com bola rolando, qual a receita? Célio havia contado pela Revista do Esporte - Nº 263, de 31 de março de 1964 -, temporda em que marcara 15 tentos durante o Campeonato Carioca. Suas manhas: 1 – empenho; 2 – coragem; 3 – técnica; 4 – malícia; 5 – chutes bem colocados.

 A publicação considerou Célio um atacante mais técnico e mais sutil do que a maioria do futebol carioca, “procurando conseguir o seu objetivo sem fazer muito uso do corpo”. Disse, também, que ele teve “atuações de realce e marcou a sua presença no certame (Estadual-1964). assinalando gols de boa feitura, firmando o seu prestígio de artilheiro”. Ainda o viu como como “um atacante que preferia levar uma defesa de roldão, com jogadas técnicas e, muitas vezes, cerebrais”. Não o tinha por “rompedor de defesas no peito” e afirmava que ele jogava assim desde os seus tempos de Jabaquara, onde mostrava-se “atacante dos mais talentosos”.  À época, Célio estava com 23 de idade e dizia que o mais importante para o sucesso de sua carreira seria “marcar muitos gols, para ter o nome sempre em evidência”.  

 Em uma outra edição na qual ele voltara a ser capa da Revista do Esporte -  Nº 378, de 4 de junho de 1966 -, na antepenúltima página, dizia-se que Célio fizera boas partidas pelo Torneio Rio-São Paulo, “merecendo sua convocação para o escrete nacional” – que treinaria para a Copa do Mundo-1966. matéria, nas folhas 45/46, dizia que “Ele é vascaíno desde garotinho, mas..” - queria deixar o clube, por acha que ganhava pouco. Não topava o reajuste proposto pelo Vasco da Gama, para renovar contrato ganhando “pouco mais de Cr$ 700 mil mensais”, o quanto levava o lateral-esquerdo Oldair Barchi, além, da promessa de boas gratificações. Preferia ir embora, levando os 15% que a lei do passe dava ao atleta. “Esta é a saída para o meu caso. Para que eu viva tranquilo, só mesmo conseguindo a minha venda para um clube paulista. Caso contrário, eu passaria a vida inteira atrás dos dirigentes do Vasco, suplicando melhoria de salário para poder ficar descansado”, explicava-se.

                                                                                                   

                                                                                                        GOLS MAIS BONITOS

 

 Célio considerava o seu maior tento o da noite de 21 de janeiro de 1965, no Maracanã, decidindo o I Torneio Internacional de Verão, contra o Flamengo. Relatou: “O goleiro deles, o Marcial, defendeu a bola, e eu me abaixei, como se estivesse amarrando as chuteiras. Fiquei com o rabo de olho ligado nele, que intuiu-me pronto para repor a bola rumo ao seu lateral-esquerda. Quando o fez, dei o bote, no bico da grande área, e toquei na pelota por cima dele, que saiu correndo. Até conseguiu pegá-la, mas caiu com bola e tudo dentro do gol” – Ita; Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho foram os escalados por Zezé Moreira, assistidos por 59.814 pagantes.

  Dois anos antes, Célio marcara um daqueles gols que não saía da sua memória. “Contra o Penãrol, no Chile (09.04.1963). Perdíamos, por 1 x 0, e houve um pênalti contra nós (o Vasco da Gama). Como o nosso goleiro fez grande defesa, nos animamos e, num dos nossos ataques, o Joãozinho sofreu pênalti. Cobrei-o e igualei o placar – aos 3 minutos da etapa final - , algo muito importante, para mim, que estava iniciando a minha vida cruzmaltina – Humberto Torgado;  Joel Falício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Ronaldo foi a escalação do treinador Jorge Vieira.

Também, valeu muito, para  Célio, seu gol, pelo Campeonato Carioca-1963, contra o Olaria (10.08 ) clube que o Vasco da Gama não vencia, há duas temoradas. “Recebi a bola pela altura do meio do campo e ataquei. Como o meu marcador foi recuando, em vez de me combater, perto da grande área, vi que dava pra arriscar. Mandei uma bomba, chute tão bem disparado, que nem senti o pé trabalhar. A bola bateu no travessão e quicou dentro do gol. Ganhamos, por 1 x 0, e acabamos com o tabu” - comemorava.

Também, diante do Olaria, mas no campeonato de 1964, Célio mandou pra rede outro dos gols que ele considerava dos seus mais bonitos (13.11), assistido por 5.479 pagantes, à noite, no Estádio General Severiano, com Vasco da Gama 5 x 0. “O lance começou na nossa linha média. O Mário Tilico, que estava pela ponta-direita, trocou a sua colocação comigo, pra confundirmos a marcação. Ele foi para o miolo do ataque e, no instante, o Lorico mandou a bola para a ponta-esquerda. Pressenti que dali sairia um cruzamento e corri  para área. A bola chegou-me à meia-altura, peguei-a de bate-pronto (complementou o chute) e fechei o placar. Fiz três, naquela partida”, relembrou, tendo marcado os seus gols aos cinco minutos do primeiro, e aos 15 e aos 32 do segundo, jogando pela formação: Lévis (Ita); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho, dirigidos por Ely do Amparo.

Ainda de 1964, mas contra o Bonsucesso, Célio separava um outro gol. “Eles vieram  para o nosso campo, e nós recuamos. No sufoco, a nossa zaga mandou um chutão pra frente. A bola caiu nas costas do zagueiro Zé Maria, dando-me a entender que não chegaria nela. Corri para o lance. A pelota quicou no gramado, a conduzi com a barriga, com os braços levantados, pra fugir de reclamações de que a teria ajeitado com uma das mãos e, quando o goleiro deles saiu, para tentar a defesa, o, encobri” , descreveu sobre os 4 x 2 (31.10), quando marcou, aos 35 minutos da etapa inicial, e aos nove da final, no Maracanã – Miltão; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho foi o time armado por Ely do Amparo.

Célio sempre achou que “quem não tenta não faz”. Por isso, agia assim para marcar gols bonitos e preciosos. Dos goleiros de clubes cariocas, embora considerasse o tricolor Castilho o melhor, era contra o botafoguense Manga que ele tinha mais dificuldades de vazar. “Mas fiz um nele que valeu muito. De falta (15.04.1964). Dando a entender que não botava fé na minha cobrança, o Manga mandou a barreira abrir, muito confiante, pois era considerado o melhor se sua posição no país. Fui para a cobrança, com redobrada vontade de fazer o gol. A bola voou, com muito efeito, e a sua queda no fundo da rede nos valeu bicho de Cr$ 100 mil cruzeiros, para cada jogador, pela nossa vitória, por 1 x 0”, destacou, do prélio pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, que recebeu 18, 774 pagantes, com o Almirante alinhando: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Barbosinha) e  Lorico; Milton, Zezinho, Célio e Sabará foi o time armado, pelo treinador Davi Fereira, o Duque, que segurou astros como Rildo, Garrincha, Gérson, Jairzinho Quarentinha e Zagallo. 

Dos seus inícios de carreira, Célio destacava dois gols marcados, em 1962, pelo Jabaquara. No primeiro, enfrentava o favorito Corinthians, na Vila Belmiro (estádio do Santos). “Perto do final da partida, eu estava pela intermediária. Lançado, lancei o Marcos (ponteiro que, depois, foi corintiano e da Seleção Brasileira). Nós, que havíamos recuado, para ajudar a defesa, tabelamos, até a grande área deles. Em seguida, ele  foi à linha de fundo e cruzou, na medida. Antecipei-me ao goleio e a um zagueiro deles, fazendo o tento da nossa vitória, por 2 x 1. Foi o meu primeiro grande gol como profissional.”

O outro golaço, pelo Jabuca, foi descrito assim: “Enfrentávamos o Noroeste, em Bauru, e perdíamos, por 3 x 2. Pra piorar, tivemos o nosso zagueiro central expulso de campo. Então, recebi a ordem de ir pra zaga. Nos últimos minutos, desarmei um ataque e fui saindo da nossa área, com a bola dominada, procurando alguém para entregá-la. Como não aparecia ninguém pra recebe-la, ou me combater, de repente, eu já estava na entrada da área deles. Bati forte, pelo alto, mandando a bola no ângulo. Mas não me lembro mais se no direito, ou no esquerdo. Foi um belo gol”.


                                                                                      AMIGO DA REDE

  Nem só de visitas às redes viveu Célio. Nos inícios da carreira, ele foi zagueiro central, lateral-esquerdo e até goleiro, em jogos de juvenis e aspirantes. Finalmente, em 1958, quando defendia o Jabazquara, definiu-se pelo ataque.

 Antes de começar a desempregar goleiros, Célio passou por uma que ele não esperava. Corria 1957 e a Portuguesa Santista teria compromisso contra o Noroeste, de Bauru, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos. O treinador Filpo Nuñez estava com os seus três goleiros sem condições de jogo - o titular e argentino Le Pera, com um dedo fraturado; o reserva, Lugano, também, argentino, com luxação em um dos cotovelos, e a terceira opção, Aprecido, sofria com dores musculares. Sem saída, o treinador recorreu aos times amadores, como Célio conta: “Surpreendentemente, o Papa (treinador das bases)  indicou-me para o gol, porque durante os os bate-bolas, antes ou depois dos coletivos, eu gostava de brincar de goleiro. Escapei daquele porque anestesiaram as costas do reserva do reserva”.

 Estava escrito, porém, que chegaria a vez de Célio sentir na pele os apuros que os goleiros passavam. Em 1960, ele e Filpo Nuñez se reencontraram no Jabaquara. E não foi que o argentino fez-lhe voltar a treinar no gol! Ainda bem, pois faltando 20 minutos para o final de uma partida contra o  Corinthians, no Parque São Jorge, o goleiro Barbosinha foi expulso de campo e ele teve de substituí-lo.

O Jabaquara colocou 3 x 2 no placar e os corintianos foram, com tudo, pro abafa. Agitado, Filpo gritava, pedia ao Célio pra socar bolas pra longe da área, nunca tentar agarrá-las. Numa dessas vezes, ele acertou um  murro na cabeça de zagueiro colega, nocauteando-o. "Faltavam uns dois minutos para o final, quando o Corinthians fez novo cruzamento para a nossa área. O centroavante deles, o Almir (Pernambuquinho), pressentindo que não alcançaria a bola, acertou-me uma cabeçada. Pouco depois, fizeram mais um cruzamento e eu fiz uma daquelas chamadas pontes cinematográficas. Pra ganhar um tempinho, rolei com a bola pela área e o Almir, deslealmente, pisou numa das minhas mãos. Senti uma dor horrível e revidei, com uma cabeçada. Instantes depois, o jogo terminou. A torcida corintiana invadiu o gamado e eu não sabia pra onde correr. No meio da pancadaria, acertei, com os dois pés, o peito e o rosto do primeiro que tentou me pegar. Depois, peguei o cassetete de um policial e, com ele, fui me defendendo, até ser salvo por dois adversários, o goleiro Gilmar (dos Santos Neves) e o zagueiro Olavo. A chegada de  tropa de choque policial até serenou os ânimos, mas, quando saíamos do estádio, o nosso ônibus foi apedrejado e quebrado à pauladas. Nunca mais eu quis ser goleiro", reelembrou Célio, que considerava Castilho, do Fluminense, e o uruguaio Maidana, do Peñarol, os melhores que viu com a camisa 1.

O temperamento de não levar desaforos para casa, valeu a Célio questionamento, tempos depois, da semanária esportivo de maior circulação no país, a Revista do Esporte, pelo  Nº 347, de 30 de outubro de 1965, quando ele já defendia o Vasco da Gama. Indagava a publicação: "Vítima ou farsante?" Ele jurava não ser um “fiteiro", encenador. “É fácil julgar, comodamente, sentado, assistindo a uma partida. Sugeri que os meus críticos fossem para dentro do gramado, levar as sarrafadas que eulevava. Se eu trocasse de lugar com eles, garanto que mudariam de opinião", afirmava.

Para exemplificar o que Célio sofria dentro de campo, a revista citava duas situações em que o atleta cruzmaltino saíra de campo em precárias condições físicas, enfrentando Flamengo e Botafogo, pela Taça Guanabara-1965: 1 – encarando o zgueiro rubro-negro  Ditão (Gilberto de Freitas Nascimento), saiu de um lance carregado, para o médico vascaíno costurar-lhe pontos na cabeça; 2 - diante dos alvinegros, bola dividida com o meia Gérson (Nunes de Oliveira) valeu-lhe a perna esquerda duramente atingida. Sobre os dois lances, Célio comentou: "Com o Ditão, o choque foi casual. Disputamos uma bola aérea e cada um caiu para um lado. O Gérson, porém, foi desleal. Abriu-me uma avenida na canela. E olhe que foi num lance de meio do campo, sem perigo de gol. Deixou-me de fora de muitos treinos e jogos”.

O que foi lido acima era até pouco diante de uma situação vivida por Célio, diante do São Paulo, em seus ínícios de carreira. “Durante cobrança de escanteio, ao pular para tentar a cabeçada, o lateral-direito De Sordi e o zagueiro central Bellini acertaram dois socos no meu rosto, levando-me a cuspir vários dentes. Eu estava caído, no gramado, sofrendo, e os caras ainda vieram tripudiar, dizendo: ‘Aqui é  assim, mesmo, garoto. Depois, piora’, relembrou, sorrindo, muito tempo depois.


O ÍDOLO DE CRISTAL

                                                                       

                                 Zagueiros fizeram Célio Taveira ser o “Rei das Cicatrizes” e levar 15 pontos só na cabeça

 

Célio foi atacante de nunca fugir da ferocidade dos marcadores. Por conta daquilo colecionou cicatrizes e pontos de agulhas médicas que lhe desenharam lembranças das canelas até a cabeça. Só neste local, em jogos vascaínos, juntou 15 sinais, entre o começo de 1963 e o primeiro semestre de 1966. Pra completar, zagueiros adversários e repórteres esportivos o apelidaram por “ídolo de cristal” e “canelas de vidro”, devido a frequência com que era mandado para o departamento médico. Mas ele nem ligava. Certa vez, em 1966, respondeu, pelo Nº 7 da revista Futebol e Outros Esportes:

 - Não critico os que me dão tais adjetivos, mas seria bom que, antes, me procurassem. Eu lhes mostraria as marcas (no corpo) que não ficam em que é de  de vidro ou de cristal. Sou pago para jogar, não fujo da área, levo sarrafadas e volto para conferir.

 Célio imputava às retrancas grande parte da ação violenta dos zagueiros. E as via em exagero no futebol carioca:

-  É muito mais fácil destruir do que construir. Com isso, nós do ataque levamos as sobras. Os homens de área vão ganhando mais pontapés e cabeçadas.

Quando era parado pelos becões na pancadaria, Célio vingava-se deles, muitas vezes, acertando a rede em cobranças de falta, de fora da área, por uma maneira incomum: pegava grande distância da bola para o chute. Sua explicação:

- Eu fico com melhor visão do arco, pois as barreiras sempre se mexem. Assim, conseguo um ângulo novo para o disparo. Se vale sorte, ou não, o certo é que vários gols saem por esta técnica. Preciso defender o leite da garota (a filha primogênita, Flávia). Por isso, em campo, faço de tudo para dar a vitória ao clube que me paga, para não faltar nada em casa à minha esposa Nilda e à minha filha.         

 Em quatro tempradas vestindo a jaqueta do Vasco da Gama, o atacante Célio Taveira tornou-se um dos maiores goleador cruzmaltino no Maracanã, com 40 bolas no filó – à sua frente estão: 1 - Roberto Dinamite (193), em 25 temporadas, de 1971 a 1992 (descontando-se 1980, quando defendeu o Barcelona-ESP; 1989, emprestado à Portuguesa de Desportos-SP, e 1991, aventurando-se pelo Campo Gande-RJ); 2 - Pinga e Romário (70), o primeiro de 1953 a 1961, e o segundo, de 1985 a 1988; de 2000 a 2002; de 2005 a 2006, e em 2007; 3 - Sabará e Ademir Menezes (44), tendo o primeiro ficado de 1952 a 1962 e voltado em 1964, enquanto o segundo esteve vascaíno,  de 1942 a 1945 e de 1948 a 12955; 4 - Vavá (42 gols), em seis temporadas, de 1952 a 1958. 

 Nascido em Santos-SP, em 16 de outubro de 1940, Célio Taveira Filho foi gerado pelo xará Célio, com Ophelia, neto de Antônio Taveira, remador campeão carioca pela ‘Turma da Colina’. Viveu até 29 de maio de 2020.  Entre 1965/1966, engrossou listas de convocações da Seleção Brasileira.

         

                                                                            VOO CANARINHO

    

Célio na hora de dar o sangue

Ditão, Edson Borracha, Murilo, Lima, Roberto Dias e Altair; Gildo, Bianchini, Fefeu e Paraná  foi a primeira formação canarinha de Célio em treinos de 1965    

Célio chegou à Seleção Brasileira, mas não foi à Copa do Mundo-1966, na Inglaterra. Segundo ele, “por motivos políticos, pra sobrar vagas para um mineiro e um gaúcho”. Depois de o zagueiro Brito disputar três partidas pela Copa das Nações-1964 – comemorativa das cinco décadas de criação da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBFutebol) - ele foi o próximo atleta vascaíno a vestir a camisa da Seleção Brasileira, já em 1965. Convocado pelo treinador Vicente Feola, para amistosos no Brasil e pelo exterior, ele ganhou a chance de entrar em duas partidas, substituindo o corintiano Flávio (Almeida), que estava sendo testado como parceiro de Pelé.

Célio entrou aos 60 minutos de Brasil 2 x 0 Alemanha Ocidental (ainda havia o muro de Berlim), voltando a jogar do lado de Pelé, o que não vivia desde os tempos de recrutas do Exército, em Santos-SP. Rolou em 6 de julho de 1965, no Maracanã, com o time canarinho assistido por 143. 315 pagantes e sob o apito do  peruano Carlos Rivera. Brasil do dia: Gilmar; Djalma Santos e Bellini; Orlando Peçanha e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinaldo. Três dias depois, no mesmo estádio, o treinador Vicente Feola repetiu a troca de Flávio, por Célio, no decorrer do 0 x 0, também amistoso, contra a Argentina, aos 74 minutos. Foi um outro jogo de grande público – 130.910 pagantes –,  com novo apito peruano, de Arturo Yamasaki,  e o time brasileiro sendo: Manga; Djalma Santos e Bellini; Orlando e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinaldo. 

Célio não foi escalado em nenhum dos quatro amistosos no exterior – contra Argélia, Portugal, Suécia e União Soviética –, mas na fase de treinos para a Copa do Mundo-1966, na Inglaterra, ele enfrentou o País de Gales, em 18 de maio, vencendo-o, por 1 x 0, no Mineirão, em Belo Horizonte, diante de 40 mil pagantes. O escocês Archie Webster apitou e o time canarinho teve: Fábio, Murilo e Djalma Dias; Sebastião Leônidas e Édson; Dudu (Roberto Dias) e Lima; Jairzinho, Tostão, Célio (Paulo Borges) e Ivair.


Da esquerda para a dirieta, em pé: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas e Dudu; agachados na mesma ordem: Jairzinho, Célio, Tostão, Lima e Ivair.        

 Perto da Copa do Mundo, os cartolas incluíram Céio na lista de dispensa do dia 19 de maio. Para a imprensa, aproveitaram o fato de o vascaíno ter perdido pênalti durante jogo-treino em que a rapaziada mandara 5 x 0 Atlético-MG. Naquele treino, com um minuto, Célio bateu na rede. Seis minutos depois, perdeu a vaga par ir à Copa do Mundo, chutando o penal defendido pelo goleiro atleticano Hélio, no feriado do 1º de maio de 1966, no Maracanã-RJ, sob apito de Guálter Portela Filho-RJ - Célio a 1 min; Tostão, aos 27 e Edu, aos 39 do 1º tempo; Parada, aos 2, e Ivair, aos 27 do 2º tempo escreveram a marcha da contagem para esta rapaziada queusou camisas verede e azul: Ubirajara (Valdir Moraes); Fidélis (Djalma Santos), Ditão (Djalma Dias), Altair (Leônidas) e Edson (Paulo Henrique); Denílson (Dudu) e Lima; Nado (Paulo Borges), Célio (Parada), Tostão (Flávio) e Edu (Ivair). Técnico: Vicente Feola. Atlético-MG: Hélio; Canindé (Dawson), Dari, Fred (Vânder) e Décio Teixeira; Ayrton e Buglê; Ronaldo, Roberto Mauro, Paulista e Tião. Técnico: Gradim. 

Fidélis, Ubirajara, Denílson, Altair e Edson (em pé); Nado, Lima, Célio Tostão e Edu, agachados

Dos atletas vascaínos – os zagueiros Brito e Fontana - este viajou, contundido e foi cortado às vésperas do primeiro jogo -, o apoiador/lateral  Oldair Barchi e o atacante Célio – convocados para os treinos da Seleção Brasileira rumo ao Mundial da Inglaterra-1966, só o primeiro chegou por lá. E só jogou uma partida, em 19 de julho, contra Portugal, quando o time brasileiro foi eliminado, por 1 x 3 Portugal, no estádio do Goodson Park, em Liverpool, diante de 58.479 pagantes. De candidato ao tri, o Brasil fez uma de suas piores campanhas em Copas do Mundo, só vencendo a Bulgária, por 3 x 1, na estréia. Depois, caiu, pelo mesmo placar, ante a Hungria e o já citado Portugal. 

 Para aquela campanha, a CBD convocou 47 atletas na fase de testes. Formou quatro times e nunca definiu o principal. O titular seria o que tivesse Pelé. Quano a Célio, não voltou a vestir a camisa canarinha, pois trocou o Vasco da Gama pelo Naiconal, do Uruguai, na temporada seguinte. Viveu grande fase no exterior, mas, por aquele tempo, dificilmente, a Seleção Brasileira convocvava quem não atuasse por aqui, tendo Amaildo e Jair da Costa, naquele 1966, sido casos extraordinários, por estarem arrebentando no futebol italiano  - também, foram cortados antes do Mundial.  

 

                                                                                       CÉLIO & MÁRIO TILICO

 

 Marcado em um dos supercílio e por várias cicatrizes nas canelas, assinadas pelos becões malvados, mesmo assim Célio os encarava sem medo, e os avisava: “Bola na área, pelo alto, ou no chão, é minha. Ninguém tasca”. Foi assim que ele saiu para o abraço, em dezenas de vezes, com a jaqueta cruzmaltina. Além de formar dupla fatal com Saulzinho, uma outra em que caiu muito bem foi com Mário Tilico. Atuaram juntos, pela primeira vez, em 3 de fevereiro de 1963, em Vasco 1 x 1 Toluca, amistosamente, na cidade mexicana do mesmo nome do clube, quando o companheiro bateu na rede, empatando a partida que os vascaínos perdiam até os 33 minutos do segundo tempo. Em 10 do mesmo fevereiro voltaram a atuar juntos, daquela vez como dupla matadora, em Vasco da Gama 2 x 0 Seleção de El Salvador, com cada um marcando um tento.

 No Brasil, a primeria reunião da dupla foi em 13 de março, no Maracanã, em Vasco 1 x 1 Botafogo, pelo Torneio Rio-São Paulo, com Saulzinho junto com eles no atque. Depois daquilo, o treinador Jorge Vieira usou mais a dupla Saulzinho & Célio, até que, no 6 de outubro, em São Januário, no 1 x 1 Campo Grande, pelo Campeonato Carioca, escalou os três juntos com Vevé, tendo o Célio assinalado o tento cruzmaltino. Seguiram-se reuniões, entre 16 a 26 de março, em: 0 x 0 Canto do Rio e 2 x 2 América. Dali até o final do Estadual-RJ, em 14 de dezembro, atuaram nos 2 x 0 Olaria; 4 x 1 Madureira; 3 x 4 Flamengo; 1 x 1 Botafogo; 2 x 0 Bonsucesso; 1 x 1 São Cristóvão e 2 x 0 Bangu, com Célio marcando seis e Mário quatro gols.

Com a queda de Jorge Vieira, em 15 de setembro, por conta de Vasco 0 x 1 São Cristóvão, dentro de São Januário, a dupla teve Oto Glória (9 jogos) e Eduardo Pelegrino (5) por chefes, até o final da temporada-1963.  Veio a temporada seguinte e Pelegrino manteve Célio e Mário juntos nas duas primeiras partidas - 1 x 1 Atlético-MG e 1 x 0 Cruzeiro, com dois gols por Célio. Na terceira, em 6 de março, por torneio internacional no Paraguai – Vasco 1 x 2 Guarani -, o chefe já era Paulinho de Almeida, que prestigiou a dupla e foi recompensado com gol marcado elo Mário. Cinco dias depois, no 1 x 1 Racing-ARG, Mário e Célio foram substituídos, no decorrer do prélio, por Altamiro e Saulzinho, que marcou o gol vascaíno. No 10 de março, despedindo-se do torneio, com 1 x 2 Cerro Porteño,  a dupla Célio & Mário foi mantida e este marcou o chamado gol de honra.

  A seguir, rolou o Torneio Rio-São Paulo - 14 de março a 9 de maio - e, Célio e Mário atacaram – 0 x 0 Fluminense; 1 x 3 Flamengo; 0 x 2 Santos e 1 x 1 São Paulo -, já sob o comando de Davi Ferreira, o Duque, come Célio marcando só três gols, e Mário nenhum. No meio da competição, o Almirante saiu para cinco amistosos, entre 19 de abril a 1º de maio, sem Duque escalar a dupla Célio & Tilico. Após o Rio-São Paulo, o Vasco fez quatro amistosos e foi ao Torneio Início do Campeonato Carioca-1964, com Duque preferindo duplar no ataque Saulzinho e Célio. Só reutilizou o Tilico pelo Estadual, nos 2 x 2 Campo Grande, em 12 de julho, no Estádio Ítalo Del Cima, onde Célio guardou uma bola na rede. Até o final da disputa, Célo e Mário entraram em 29 ataques vascaínos, em alguns deles em triunviratos ofensivaço com a presença de Saulzinho, comandados por Ely do Amparo, a partir de 9 de agosto, em Vasco 3 x 3 São Cristóvão, na Rua Figueira de Melo. Desses compromissos, incluindo Estadual e amistosos, Célio foi à rede em 17 oportunidades e Mário em 12.

 Em 1965, entregando o seu comando técnico a Zezé Moreira, este preferiu Saulzinho e Célio na dupla fatal, mas escalando Mário pela popnta-direita. Assim, o Almirante conquistou o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro - 3 x 2 Alemanha Oriental e 4 x 1 Flamengo – e o trio esteve junto pelos nove jogos seguintes, alguns com o Tilico entrando no decorrer dos compromissos. Seguiram-se mais 36 partidas com eles juntos, pelos Torneio Rio São Paulo, Taça Guanabara, Taça Brasil e Torneio Início do  Campeonato Carioca. Quando Célio ficou fora do time, Mário jogou muito do lado de Saulzinho.

  Em 1966, o treinador Zezé Moreira começou a temporada reunindo Célio & Tilico que atuaram juntos, pela última vez, em 16 de janeiro, nos 0 x  3 Chivas Guadalajara, pelo Torneio Internacional do México, na Cidade do México, o que significa que, depois, o Tilico não foi campeão do Torneio Rio-São Paulo (título dividido com Botafogo, Santos e Corinthians).  Sem o pernambucano Mário, o paulista Célio passou a ter, entre outros companheiros de dupla de área: Madureira, Picolé e Paulo Mata.Pouco antes de se tornarem colegas de time, o Tilico jogava pela paulistana Portuguesa de Desportos e Célio pelo Jabaquara.

 

 

                                                                                                        CÉLIO & PELÉ

 

 Aos 29 de idade, em 1969, quando já estava fora do Vasco da Gama e era ídolo da torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu, a direção do Santos pensou em Célio para ser o novo companheiro de Pelé no ataque, sobretudo porque haviam sido amigos durante o serviço militar deles e quando a Seleção Brasileira treinou para a Copa do Mundo-1966, na Inglaterra. No entanto, o treinador santista, Luís Alonso Peres, o Lula, não o queria, mesmo com o “Rei do Futebol” querendo. 

Célio e  Pelé tiveram vários algos em comum. O primeiro nasceu em Santos e o segundo residiu por muito tempo naquela cidade pulista. Como vascaíno, o único jogo entre eles não teve gol de nenhum dois dois velhos amigos, em  Vasco 3 x 0 Santos, pelo Torneio Rio-São Paulo, em 4 de abril de 1965, no Maracanã, diante de 42.250 almas, apitado por Aírton Vieira de Moraes, com gols marcados por Mário Tilico (2) e Luizinho Goiano. 

O troco sanista aconteceu durante a primeira noite do dezembro de 1965, no Pacaembu, em São Paulo, diante de 16.764 torcedores, que gastaram inflacionários Cr$ 27 milhões, 462 mil cruzeiros para assistirem Pelé vencer, pela  Taça Brasil. Daquela vez, Célio foi à rede santista, aos 83 minutos, cobrando pênalti, e Pelé ficou devendo. Mas foi ao caixa, durante aa noite do oito de dezembro, no Maracanã, marcando o gol de Vasco 0 x 1 Santos, que valeu o pentacampeonato da Taça Brasil, disputa nos moldes da atual Copa Brasil e que, também, valia vaga na Taça Libertadores. O jogo, no entanto, não foi tranquilo, tendo o árbitro Armando Marques excluído sete atletas, entre os quais Pelé. Acontecimento de uma época em que Célio o vencia o velho amigo no torneio de vestimento de jaquetas: já havia envergado as de Portuguesa Santista, Ponte Preta, Jabaquara e Vasco da Gama, enquanto o “Rei do Futebol” seguia fiel à do Santos.

 Célio voltou a encara Pelé em mais três partidas, mas sem usar a camisa do Vasco da Gamas. A primeira, no 20 de agosto de1968, defendendo o uruguaio Nacional, de Montevidéu, quando ficaram pelos 2 x 2, com Célio abrindo o placar, aos 15minutos, e o seu time chegando a abrir dois gols de frente. Mas o o amigo Pelé, aos 10 do segundo tempo, fez o dele, também – muito amigo, non! -, jogando no argentino estádio La Bombonera, em Buenos Aires, por um internacional torneio pentagonal. Apitado por Miguel Comesaña, o prélio teve o Nacional, treinado por Zezé Moreira, formando assim: Manga; Cubillas, Ancheta, Emilio Alvarez e Mojica; Montero Castillo e Tejera; Esparrago, Prieto, Célio e Domingo Perez. Os santistas, dirigidos por Antoninho, foram: Cláudio; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Joel Camargo e Lima; Amauri, Toninho, Pelé e Pepe.

Os dois outros encontros Célio & Pelé foram em 1971, quando o ex-vascasíno defendia o Corinthians, ambos pelo Campeonato Paulista. No primeiro, em 2 de agosto, no Morumbi, ninguém venceu – 2 x 2 , vistos por 57.855 desportistas -, com o “Rei do Futebol” balançando a rede, aos 91 minutos – Joel Mendes; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Lima: Manoel Maria, Douglas, Pelé e Edu foi o time santista, escalado por Antoninho. Os corintianos, treinador por Dino Santos, foram: Ado; Mendes, Ditão, Luís Carlos e Miranda; Suingue e Tião; Paulo Borges, Ivair, Célio e Lima. O último encontro da dupla nos gramados foi no 30 do mesmo agosto, pela mesma disputa, no mesmo estádio e, novamente, sem vencedores – 1 x 1, com Célio na rede, aos 26 minutos, diante de 27.910 presentes. Antoninho e Dino Sani seguiam treinadores dos dois times, tendo os corintianos sido: Ado; Miranda, Ditão, Luís Carlos e Pedrinho; Suingue, Rivellino e Tião; Buião, Ivair (Benê) e Célio. Os santistas alinharam: Edevar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Léo Oliveira e Negreiros (Lima); Manoel Maria, Coutinho (Douglas), Pelé e Edu Américo.  OBA: Célio Taveira Filho disputou 26 jogos corintianos, vencendo 10, empatando oito e perdendo outros oito. Marcou quatro gols. 

 Com a camisa canarinha, os dois goleadores só estiveram juntos por duas partidas: 06.06.1965 – Seleção Brasileira 2 x 0 Alemanha Ocidental, no Maracanã, com gol de Pelé. Célio entrou em campo no segundo tempo, substituindo Flávio Minuano, escalado pelo  treinador era Vicente Feola, que mandou ao gramado: Manga; Djalma Santos, Bellini, Orlando Peçanha e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinldo, e em 09.06.1965 – Brasil 0 x 0 Argentina, no mesmo estádio, com Feola repetindo o time do jogo anterior e as substituições.

                                                                                                  

                                                                              ENTORTOU O DEMÔNIO

 

 O que seria que Célio Taveira Filho teria contra o Mané Garrincha, maior nome do futebol carioca de todos os tempos e apelidado por Demônio das Pernas Tortas? Seguramente, nada, pessoalmente. Tanto que se devam muito bem durante os treinos da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo-1966. Mas, quando iam para a frente do placar, o vascaíno dava um chega pra lá no também chamado Torto.

Embora tivesse desembarcado em São Januário, em 1963, Célio só foi enfrentar o Garrincha, pela primeira vez, em 15 de abril de 1964 pelo Torneio Rio-São Paulo, vencendo-o, em Vasco 1 x 0 Botafogo, com gol dele, aos 31 minutos da partida. Naquele dia, o treinador Davi Ferreira, o Duque escalou: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odimar (Barbosinha) e Lorico; Sabará, Milton, Célio e Zezinho. O Botafogo teve o Mané ao lado dos astros Manga, Rildo,  Gérson, Quarentinha, Jairzinho e Zagallo – ver mais detalhes nas ficha técnicas de 1964.

No segundo pega, em 11 de agosto de 1965, pela quinta rodada da I Taça Guanabara, no mesmo estádio, com o endiabrado Garrincha passando o troco, por 3 x 0. Naquela vez,  o treinador Duque escalou: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odimar (Barbosinha) e Lorico; Sabará, Milton, Célio e Zezinho. O Botafogo teve: Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton (Ayrton) e Gérson (Quarentinha); Garrincha, Jairzinho, Arlindo e Zagallo.

No segundo pega, em 11 de agosto de 1965, pela quinta rodada da I Taça Guanabara, no mesmo esdtádio, Garrincha deu o troco e marcando gol. Deixava o duelo em Célio 1 x 1 Garrincha. Daquela vez, o time vascaíno teve: Gainete; Joel Felicio, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Célio, Mário Tilico o e Zezinho.

Em 5 de setembro, Célio voltou a passar à frente. Era a decisão da Taça GB e, mesmo sem gol dele, o Vasco fez 2 x 0 Botafogo, pra carregar o caneco, graças a: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. O Botafogo, que era o favorito ao título, chorou por causa de: Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Sicupira e Roberto. 

Luizinho, Mário Tilico, Célio, Lorico e Zezinho, turma  que conquistou as I Tasça Guanabra-1965,
em foto reproduzida ela revista carioca Manchete




















O último confronto entre Célio e Garrincha deveria ser de festa total para o Mané, que estreava no Corinthians e levou 44.154 pagantes ao  Pacaembu, na capital paulista, lotando o estádio. Mas o nome da noite foi Célio, que deixou a sua assinatura no placar, aos 37 e aos 80 minutos de Vasco 3 x 0 Corinthians. Turma dele: Amauri; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luisinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico e Tião, comandada por Zezé Moreira. Corinthians: Heitor; Jair Marinho, Ditão, Galhardo e Édson Cegonha; Dino Sani e Nair (Rivelino); Garrincha, Flávio Minuano, Tales (Nei Oliveira) e Gílson Porto – final da história: Célio 3 x 1 Garrincha.

                         PERIGO NA ÁREA

 As duas fotos são parecidíssimas. Passa a impressão de que as posiçõs foram montadas por um produtor de anúncios publicitários. Mas nada disso aconteceu. Aliás, na época, nem rolava atleta de futebol posar para publicidade, simulando algo em movimento. São instantes de um  Vasco da Gama x Fluminense da década-1960. O astro do lance (ou dos lances) é o artilheiro cruzmaltino Célio Taveira Fillho, em fotos reproduzidas da Revista do Esporte.  

 

 Cronistas cariocas consideraram Célio o mais popular jogador vascaíno da década-1960. Um deles, o repórter Deni Menezes, da Rádio Globo, o definiu por "atacante perigoso e oportunista, batendo muito bem ao gol, inclusive em cobranças de falta”. 


                                                                                 BARBANTEIROS

  Como já lemos, Saulzinho desembarcou em São Januário, em 1961, primeiro do que Célio, que pintou pela Colina  em 1963. Quando o tchê vestiu a jaqueta do Vasco da Gama e começou a marcar gols, literalmente, ele sacudia o barbante.

Mais de meio-século antes, na Inglaterra, onde o futebol bateu asas e voou para o restante do planeta, não havia rede. Só muita discusão entre torcedores, se a bola etrou, ou não. Para acabara com os bate-bocas, o engenheiro John Alexander Brodie criou a novidade, em 1889. Mas ficou na dele e só em janeiro de 1891 a rapaziada fez um jogo-teste pra ver se o lance daria certo – deu! Foi na cidade de Nottingham e o primeiro a mandar um goleiro “buscar a pelota no fundo da rede” - como bordoariam, futuramente os speakers radiofônicos - chamava-se Geary.

As primeria redes sacudidas pelos artrilheiros brasileiros eram fabricadas com barbante de sisal. Depois, vieram fabricações em cordas de algodão, até que o grande avanço foi a de náilon – polietileno, família das poliamidas - sintetizado pelo químico norte-americano Wallace Hume Casrothers, em 1935. Por conta daquilo, surgiu o brasileiríssimo apelido “véu da noiva” para as redes branquinhas, evidentemente, criado pelos narradores esportivos.

 No Brasil, quem primeiro bateu em uma  rede de náilon foi o goleador Dida, do Flamengo, pelos inícios da década-1960.

No barbante e no náilon, de Norte a Sul do país, Saulzinho balançou a rede em todas as regiões brazucas  - e no exterior. Há Estados, no entanto, em que ele não a sacudiu, porque nunca jogou por lá, caso do Rio Grande do Norte. Os cariocas São Cristóvão (6); Bonsucesso (4), Campo Grande (4) e Fluminense (4) foram os times que ele mais castigou. Por esta contagem são 74 saídas pro abraço, as vale ressaltar que a pesquisa não encontrou dados de algus jogos. Pelos números de Saulzinho, seriam 86 tentos. Eis os times que ele mandou o goleiro buscar a bola no barbante:

Alajuelense-CRICA (1); Al-Merreikh-SUD (1); América-MG (1); América-MEX (1); América-RJ (2); Atlético-GO (1); Bahia-BA (2); Bangu (2); Benfica-POR (1); Bodens-SUE (1); Bonsucesso-RJ (4); Campo Grande-RJ (4); Canto do Rio-RJ (3); Ceará Sporting-CE (1); Colo-Colo-CHI (1); Combinado de Brasília (1); Combinado IFK Mamô-Malmô FF (1); Combinado Freidig-Rosenborg-NOR (3); Combinado de Manaus-AM (2); CRB-AL (1); Dalarna-SUE (2); EIK-NOR (3); Elche-ESP (2); Ferroviário-CE (4); Flamengo-RJ (3); Fluminense-RJ (4); Frem-DIN (2); Guadalajara-MEX (1); Madureira-RJ (1); Málaga-ESP (1); Mônaco-MON (1); Moto Clube-MA (1); Nacional-AM (1); Nacional-URU (1); Olaria-RJ (2); Porto-POR (1); Portuguesa-RJ (3); Rio Branco-ES (1); River-PI (1); São Cristóvão-RJ (6); São Paulo-SP (1); Santa Cruz-MG (2); Stade d´Abidjan- CMarfim (3); Sport-PE (1); Seleção da Nigéria (4); Uberlândia-MG (2); Vila Nova-GO (1); Vila Nova-MG (1).

  A pesquisa não encontrou dados, também, sobre alguns jogos de Célio. Pelo levantado, desde o primeiro tento vascaíno dele – 38.03.21963, contra o Palmeiras, e o último  - 26.11.19866, diante do Bonsuceso – seus estragos foram contra estes times:

Reproduções da Revista do Esporte

Célio marcou sete gols nos clássicos contra o Fluminense...  

América-RJ (8); Atlético-GO (3); Atlético-MG (1); Atlético-PR (1); Arezzo-ITA (1); Bangu-RJ (2); Bonsucesso-RJ (4); Botgafogo-RJ (4); Campo Grande-RJ (3); Canto do Rio-RJ (2); Colo-Colo-CHI (2); Corinthians-SP (2); Cruzeiro-MG (1); Estudiantes-ARG (1); Flamengo-RJ (9); Fluminense-RJ (7); Goytacaz-RJ (1); Independente-MG (1); Itaperuna-RJ (1); Kotoco-GAN (1); Madureira-RJ (4); Náutico-PE (3); Palmeiras-SP (4); Peñarol-URU (1); Poruguesa-RJ (3); Racing-ARG (1); Remo-PA (1); Robinhood-SUR (1); Santos-SP (1); São Cristóvão-RJ (2); São Paulo-SP (2); Seleção da Alemanha Oriental (2); Seleção da Nigeria (2); Seleção da Nigéria Ocidental (2); Sparta-TCH (1); Sport Recife-PE (1); Tupi-MG (1); Transvaal-SUR (1); Tuna Luso-PA (1); Universidad Católica-CHI (1); Universidad de Chile-CHI (1); Universidad de El Salvador-ELS (2). Total: 94

... do goleiro que ele mais respeitava, Castilho


                                                                           TEMPORADA-1966                                          

 Foi a últma de Célio com a camisa cruzmaltina. Como a primeira, em 1963, começou disputando torneio internacional, no México, antecedido por amistoso, em El Salvador. A sua última partida vascaína rolou em 11 de dezembro de 1966 - Vasco da Gama 2 x 0 Olaria -, dirigido por Ely do Amparo e valendo pelo Campeonato Carioca. Antes disso, em 26 de novembro, havia marcado o seu último gol para a Turma da Colina - Vasco da Gama 2 x 1 Bonsucesso -, também, pelo Estadual-RJ, diante de 13.373 torcedores que foram ao Maracanã e o viram bater na rede aos 32 minutos do segundo tempo – ver ficha técnica.

A temporada-1966 não foi tão boa para a Turma da Colina, embora o seu time tivesse conquistado o Torneio Rio-São Paulo - por uma dessas mágicas tiradas das cartolas dos cartolas, que deixaram o Vasco campeão dividido - com Botafogo Santos e Corinthians -, por não haver datas possíveis para uma decisão, devido aos treinos da Seleção Basileira para a Copa do Mundo da Inglaterra. Por ali, o Almirante vivia tempos com rendimento muito abaixo do esperado, como saíndo do turno classificatório do Estadual, em sexto lugar, com 12 pontos, em 11 jogos - cinco vitórias, dois empates e quatro quedas - Marcou 16 e levou 11  gols -, ficando a sete pontos do primeiro colocado. No turno final, subiu um degrau, terminando em quinto lugar, com  sete pontos, em sete jogos, vencendo três, empatando um e caíndo em três. Fez sete gols e deixou pasar 11 gols.

 Durante a Taça Guanabara-1966, Célio não bateu no barbante. Era fim de linha em São Januário, onde sentia-se já sem ambiente e dizendo, abertamente, que a única solução seria ele sair: “Quanto mais cedo melhor”. Reclamava ser considerado “o principal ulpado pelas derrotas”, afirmava, e, ainda, dizia não ver companheiros confiando mais nele, como queixou-se à Revista do Esporte: “Cheguei a pedir ao treinador Zezé Moreira que me barrasse, mas ele respondia que confiava em mim. Então, eu ia para o sacrifício”. 

Sempre comprovando ser “goleador vale quanto pesa”, escrito na busca de sete canecos – ver adiante - Célio começou a temporada-1966 assombrando goleiros: seis gols, em oito amistosos, entre janeiro e março. Um dos amistosos foi durante a noite do 21 de março de 1966, quando inaugurava-se os refletores do Estádio Nacional de Brasília e o adversário era o Flamengo - acontecimento desportivo do ano na capital do país, onde os times eram amadores. Célio foi o grande nome da partida, marcando os dois tentos da vitória vascaína, por 2 x 1 – aos 37 do 1º tempo, e aos 9 da etapa final – ver mais dados na ficha ténica da temporadas-1966. Mas o 1966 não fora de tanto brilho para ele, com seis gols, em nove jogos do Torneio Rio-São Paulo, e só três durante o Campeoanto Carioca, contra times pequenos: Vasco 3 x 0 Olaria; Vasco 3 x 1 Portuguesa e Vasco 2 x 1 Bonsucesso.

Ao deixar o Vasco, Célio  ajudara o Almirante a conquistar sete casnecos: dos Torneio Pentagonal do México-1963; Torneio Internacional do Chile-1963; Toreio Francisco Vasques-1964;  I Torneio Internacional IV Centenário do Rio de Janeiro-1965; I Taça Guanabara-1965 e Torneio Rio-São Paulo-1966. 

                                             

O Vasco da Gama abriu a temporada-1965 conquistando o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro. Em 17 de janeiro, venceu a seleção da então Alemanha Oriental, por 3 x 2 e, quatro dias depois, goleou o Flamengo, por 4 x 1, com ambos os jogos disputados no Maracanã. Na foto, o goleador Célio exibe o Troféu Viking, juntamente com o president Manoel Joaquim Lopes (de terno preto). O atacante, por sinal, foi principal artilheiro da disputa, batendo na rede por quatro vezes - duas durante a virada de placar contra os alemães, sendo um em cobrança de pênalti, e mais duas diante dos rubro-negros. O time foi dirigiudo poir Zezé Moreira e usou: Ita; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lirico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho. da esquerda para a dirieta) na foto abaixom ao lado de: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas, Dudu (em pé), Jairzinho, Tostão, Lima e Ivair.  
ILUMINADOiluminado       
Em 31 de março de 1966, os militares comemoravam duas viradass de calendário no poder político brazua. Brasília respirava autoritarismo, ao mesmo tempo em que tinha poucas diversões para seus habitantes. Inclusive, transporte coletivo era difícil para as localidades mais distantes da Estação Rodoviária do Plano Piloto, o coração da cidade.
 O 31 de março daquela temporada foi uma quinta-feira. À noite, a então Federação Desportiva de Brasília inaugurou os refletores do então Estádio Nacional - Pelezão, em homenagem ao Pelé, após a Copa do Mundo de 1970. Por aquela época, os campeonatos do futebol candango eram amadores. Tentou-se um profissionalismo, em 1965, m não foi adiante. Assim, só quando grandes clubes visitavam a capital o desportista tinha bom motivo para ir ao estádio.
 Para a inauguração dos refletores do Estádio Nacional, foram convidados Vasco e Flamengo. Antes, o time cruzmaltino já havia se apresentado na cidade, em 21 de abril de 1962, aniversário da nova capital, empatando, por 1 x 1, com o Combinado Brasilense, em jogo que marcou a despedia dos gramados de Zizinho, atuando pelo time da terra. 
O Vasco, treinado por Zezé Moreira, chegou a Brasília com a fama de campeão do Torneio Rio-São Paulo (empatado com Santos, Botafogo e Corinthians, que terminaram a competição igualados, e não havia datas para uma decisão, devido ospreparastivos das Seleção Brasileira para a  Copa do Mundo da Inglaterra.  Para aquele amistoso, o Almirante  trazia no currículo recente cinco vitórias, em nove jogos do Torneio Rio-São – 26.02 – 1 x - 0 Bangu; 02.03 – 3 x 0 Corinthians; 05.03 – 2 x 0 Fluminense; 09.03 – 1 x 0 São Paulo; 24.03 – 1 x 0 Portuguesa de Desportos-SP. Duas semanas antes, exatamente, em 17 de março, havia empatado, por 1 x 1, com o Flamengo, no Maracanã, diante de 54.793 pagantes, que viram o gol de Zezinho. No jogo em Brasília, Célio deu luzes ao placar, aos 35 minutos, cobrando pênalti, e aos 54. O time formou com: Amauri (Silas); Joel (Gama), Brito  (Caxias), Ananias e Hipólito: Maranhão e Danilo Menezes;  William, Picolé (Zezinho), Célio  e Tião (Ronildo).

 

Na quinta-feira 25 de maio de 1967, no Maracanã, valendo aa Taça Governador Negrão de Lima, diante de 24. 331 pagantes, Célio enfrentou o Vasco da Gama, pela primeira vez, escorregando do outro lado do balcão, por Vasco 2 x 0 Nacional, que teve esta formação: Dominguez; Ubinas, Manicera, Mujica (Ancheta), Alvarez; Viera, Bita (Cúria) e Montero; Célio, Paz (Techera) e Uruzmendi. De sua parte, treinado por Thomas Soares da Silva, o antigo meia Zizinho, o time vascaíno alinhou: Franz; Ari (Nilton Paquetá), Ananias e Jorge Andrade; Oldair, Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bianchini, Paulo Bim e Moraes, com com gols marcados por Maranhão, de pênalti, aos 16, e Paulo Bim, aos 33 minutos do segundo tempo.

Depois daquilo, a torcida do Vasco da Gama levaria 22 temporadas para assistir jogo de um outro grande ídolo contra a sua rapaziada: em 21 de outubro de 1989, pelo Campeonato Brasileiro, quando Roberto Dinamite vestia (emprestado) a camisa da Portuguesa de Desportos, no jogo terminado em 0 x 0, em São Januário, em um sábado. Mas, ao contrário de Célio, que teve 24.531 pagantes vendo-o contra o Vasco - arbitrado por Gualter Teixeira Portela Filho -, o Dinamite não motivou além de 7.502 almas pagantes - José de Assis Aragão-SP apitou e a Turma da Colina, comandada pelo técnico Nelsinho Rosa, foi:  Acácio; Ayupe, Sidnei, Leonardo Siqueira e Cássio; Zé do Carmo, Andrade, William e Marco Antônio Boiadeiro; Anderson (Vivinho) e Tato.

A partir de 1967, quando foi viver Nacional, em Montevidéu, Célio ficou fora do Brasil durante três temporadas e meia, deixando em sua história tricolor uruguaia 21 gols pela Taça Libertadores e tornando-se o segundo maior artilheiro do clube naquela competição continental, além de ajudá-lo a conquistar dois títulos nacionais. Caiu tanto no gosto da torcida que até ganhou um tango em sua homenagem. Quem diria: o matador virou tango! Com esta letra e a foto da partitura:  COLOCAR AQUI A PARTITURA

Onze meninos entram em campo/São bravos leões do Nacional/São onze glórias na frente... Célio/O dianteiro mais colossal/Agora se inicia a grande porfia/Os jogadores vem e vão/Grita a gente enquanto os players/Buscam o gol com louco afã/Começam os tricolores seu grande assédio/Já se vislumbra sua ação triunfal/ Chegam os gols do garoto Célio/O homem triunfo do Nacional/Grita o estádio vibra o cimento/Mil vozes gritando estão/Os onze garotos cheios de glória/Coma a trajetória monumental/Dão voltas ao campo esses leões/Com as blusas brancas do Nacional (bis) São campeões da frente...Célio/O artilheiro sensacional/Entre aplauso e o entusiasmo/Os gritos não param mais/E lá no mastro galhardamente/A grande bandeira flamejante está.

Em 1970, Célio voltou ao Brasil e defendeu o Corinthians, entre julho e parte de 1971. Depois, ainda vestiu a camisa do Operário, de Campo Grande-MS, em jogos que ele os considerava “de apresentação”, segundo explicava, por já ter-se revertido à categoria de amador. E foi tudo nos gramados. Depois, tornou-se empresário exportador de frutas, na Paraíba, esteve comentarista de rádio e trabalhou para o Botafogo, de João Pessoa. Viveu até 29 de maio de 2020, perto de atingir oito décadas de transação por este planeta. Partiu deixando quatro filhos (dois homens e duas mulheres) e cinco netos. Confira as suas partidas e gols da temporada -1966:    

09.01.1966 - Vasco 2 x 0 Universidad-ELS. Estádio Olímpico de San Salvador, em EL Salvador. Gols: Célio, aos 5, e aos 14 (pen) min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício (Ari), Brito, Ananias e Odair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano, Mário Tilico (Acelino), Célio (Benê) e Zezinho.  

 11.01.1966 – Vasco 0 x 0 América-MEX. Torneio Internacional do México. Estádio: da Cidade Universitária, na Cidade do México. Juiz: Ramiro Garcia. Público: 40.000. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Lorico (Acelino) e Tião. OBS: ainda não se anunciavas três homens n omeio-de-campo, mas o treinador Zezé Moreira escalou Lorico pelo setor, concatenando com Maranhão e Danilo Menezes.      

18.01.1966 - Vasco 0x 3 Chivas Guadalajara-MEX.  Torneio Internacional do México. Estádio: da Cidade Universitária da Cidade do México. Juiz: Rafael  Valenzuela. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Tião.  

23.01.1966 - Vasco 0 x 2 Atlas-MEX. Torneio Internacional do México. Estádio: da Cidade Universitária da Cidade do México. Juiz: Fernando Buergo. Vasco: Lévis.1966; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Luizinho Goiano), Célio (Benê) e Danilo Menezes (Ari). OBS: o treinador Zezé Moreira escalou Danilo Menezes fazendo o terceiro homem de meio de campo, embora apareça na escalação como ponta-esquerda.   

 27.01.1966 – 2 x 2 Spartak Praga-TCHE. Torneio Intenacional do México. Estádio: da Cidade Universitária da Cidade do México. Juiz: Ramiro Garcia. Gols Luizinho Goiano, aos 3, e Célio, aos 16 min do 1º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Acelino, Célio e Danilo Menezes.   

 03.03.1966 - Vasco 0 x 2 Seleção da Alemanha Oriental. Torneio Internacional do México. Estádio: da Cidade Universitária da Cidade do México. Juiz: Diego Di Leo. Vasco: Lévis (Pedro Paulo); Joel Felício (Ari), Brito. Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico e Tião. . OBS: em seu último torneio intenacional fora do Brasil, pelo Vasco da Gama, três tentos foram marcados por Célio.

06.02.1966 – Vasco 2 x 0 Estudiantes-ARG. Amistsoso, na Cidade da Guatemala-GUA.  Juiz: Carlos Pontoza. Gol.s: Célio, aos 3, e Zezinho, aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Pedro Paulo; Joel Felício (Ari), Brito Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Fontana), Célio, Lorico (Zezinho) e Tião. OBS:Fontana aparece substituindo um atacante porque dois defensores –Ananias e Oldair – e um meia-armador - Danilo Menezes foram expulsos de campo.

26.02.1966 – Vasco 1 x 0 Bangu. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Público: 13.694. Renda: Cr$12.525,.520,00. Gol: Roberto Pinto (contra), aos 14 min do 1º tempo. Vasco: Pedro Paulo; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano, Célio, Lorico (Rubilotas) e Tião (Zezinho).      

02.03.1966 – Vasco 3 x 0 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Eunápio de Queróz. Público:44.154. Renda: Cr$ 66.050.000,00. Gols: Maranhã, aos 23, e Célio, aos 37 do 1º e aos 35 min do 2º tempo. Vasco: Amauri; Joel Felício, Brito, Fotanae Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico (Picolé) e Tião (Altamiro Capixaba). OBS: o jogo marcou a estreia de Garrincha no time corintiano, que teve o Mané em seu forte ataque, ao lado de Flávio Minuano, Tales (Nei Oliveira) e Gílson Porto, dirigidos pelo terinador Oswaldo Brandão. Embora a noite fosse de festa para o Garrincha, Célio foi considerado o principal nome da noite.    


05.03.1966 – Vasco 2 x 0 Fluminense. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 39.648.Renbda: Cr$ 39.358. 520.00. Gols: Lorico, aos 22, e Célio, aos 44 min do 2º tempo. Vasco: Amauri; Joel Felício (Ari), Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes (Zezinho); Luizinho Goiano, Célio, Lorico e Tião (Altamiro Capixaba). 

09.03.1966 – Vasco 1 x 0 São Paulo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Gol: Célio, aos 44 min do 1º tempo. Vasco: Amauri; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico (Picolé) e Tião.  

13.03.1966 – Vasco 1 x 2 Palmeiras. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: Renda: Cr$ 44.191.500, 00. Gol: Célio, aos 19 min do 2º tempo: Vasco: Amauri; Joel Felício, Brito, Fontana (Ananias) e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico (Picolé) e Tião.            

 17.03.1966 – Vasco 1 x 1 Flamengo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 54.793. Renda: Cr$ 54.560.300,00. Gol: Zezinho, aos 22 min do 2º tempo:  Vasco:  Amauri; Joel Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luizinho Goiano (Picolé), Célio, Lorico (Zezinho) e Tião. 

20.03.1966 – Vasco 2 x 5 Santos. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 12.973.Renda: Cr$ 20.002.000,00. Gols: Célio, aos 16 do 1º e Picolé, aos 38 min do 2º tempo.  Vasco: Amauri; Joel Felicio, Brito (Caxias), Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Picolé e e Tião.

24.03.1966 – Vasco 1 x 0 Portuguesa de Desportos. Tornio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público:14.233. Renda: Cr$ 13.202.980,00. Gol: Picolé aos 17 min do 1º tempo. Vasco: Amauri; Joel Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão Danilo Menezes (Lorico); Zezinh, Célio, Picolé e Tião.

27.03.1966 – Vasco 0 x 3 Botafogo. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Mário Vinhas. Público: 69.960. Renda: Cr$ 73.027.100,00. Vasco: Amauri; Joel Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho (Luizinho Goiano); Célio, Picolé (Lorico) e Tião.

31.03.1966 – Vasco 2 x 1 Flamengo. Amistoso. Estádio: Nacional, em Brasília-DF. Juiz: Idélcio Gomes de Almeida. Renda: Cr$ 50.044.000,00. Gols: Célio, aos 37 do 1º e aos 9 min do 2º tempo, ambos de pênalti. Vasco: Amauri; Joel Felício (Bolinha), Brito (Caxias), Ananias e Hipólito; Maranhão e Danilo Menezes; William, Célio (Gama), Picolé e (Ronildo) e Tião. OBS: o Vasco da Gama teve dois laterais digamos quase xarás, de nomes com a mesma pronúncia, mas com grafias diferentes: Jorge Hipólito dos Santos, nascido em 28.10.1950, em Duque de Caxias-RJ, e Ipólito Trindade, natural da cidade do Rio de Janeiro, em 27.08.1944. Portanto, o Ipólito da escalação acima é assim mesmo que se escreve.

29.05.1966 – Vasco 1 x 2 Napoli-ITA. Amistoso. Estádio: San Paolo, em Nápoles-IT.  Juiz: Alessandro D´Ágostino. Gol: Lorico, aos 23 min do 1º tempo. Vasco: Amauri; Ari, Caxias, Ananias e Jorge Andrade; Maranhão e Silas; Nado, Célio, Lorico e Danilo Menezes. OBS: Célio havia ficado de fora dos oito amistosos anteriores, contra Atlético-MG, Americano de Campos-RJ, Steua Bucareste-ROM, Laussane-SUI, Dukla Praga-TCH, Spartak-TCH, Lugano-SUI e Standard-BEL.

02.06.1966 – Vasco 1 x 2 Arezzo-ITA. Amistoso. Estádio: Comunale di Arezzo, em Arezo-ITA. Juiz: Rendo: Frullini. Gol: Célio (pen), aos 35 min do 1º tempo. Vasco: Pedro Paulo; Ari, Caxias, Ananias e Jorge Andrade; Maranhão e Lorico; Nado, Célio, Acelino e Danilo Menezes.         

04.06.1966 - Vasco 2 x 3 Bordeaux-FRA. Amistoso, em Bordeaux-FRA. Juiz: Emile Mallereau. Público: cerca de 8 mil. Gols: Luizinho Goiano, aos 23 do 1º, e Acelino, aos 35 min do 2º tempo. Vasco: Amauri; Ari, Caxias (Sérgio), Ananias e Jorge Andrade; Maranhão e Alcir Portela; Nado, Lorico), Célio, Acelino e Luizinho Goiano (Silas).   

08.06.1966 – Vasco 1 x 1 Barcelona-ESP. Amistoso: Estádio: Camp Nou, em Barcelona-ESP. Juiz: Gaspar Pintado. Público: 40 mil. Gol: Wilsaon Moreira, aos  30 min do 2º tempo. Vasco: Amauri; Ari, Sérgio, Ananias e Jorge Andrade; Maranhão e Alcir (Lorico); Luizinho Goiano, Célio (Wilson Moreira), Bianchini (Acelino) e Danilo Menezes. 

15.06.1966 – Vasco 0 x 2 Anderlecht-BEL. Torneio Internacional de Paris. Estádio: Parc des Princes, em Paris-FRA. Juiz: Amauri; Ari, Sérgio, Ananias e Jorge Andrade; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio (Wilson Moreira), Bianchini e Danilo Menezes. 

17.06.1966 – Vasco 1 x 1 Sparta Praga-TCH. Torneio Internacional de Paris. Juiz: Raymond Poncin. Estádio: Parc des Princes, em Paris-FRA. Gol: Célio, aos 27 min do 2º tempo. OBS: 1 - a pesquisa não encontrou a escalação do treinador Zezé Moreira nesta partida e nas de 19.06.1966 - Vasco 1 x 2 Lens-FRA - e 25.06.1966 – Vasco 5 x 0 Combinado da Toscana-ITA. Desta, porém, descobriu que este amistoso foi no Estádio Marcello Melani, em Pistoia-ITA, e teve quatro gols de Alcir, algo raríssimo, e um de Luizinho Gioiano; 2 – em nove amistosos, entre 21.03 e 25.06, Célio marcou quatro tentos e ficou de fora em oito partidas.

17.07.1966 – Vasco 0 x 0 Royal de Barra do Piraí-RJ. Amistoso. Estádio: da Colina, em Barra do Piraí-RJ. Juiz: Oldemar da Silveiras Furtado. Vasco: Edson Borracha; Ari (Miranda), Sérgio, Ananias e Oldair (Hipólito); Maranhão e Quincas; Nado, Célio, Alcir e Danilo Menezes. OBS: 1 – Alcir aparece na escalação como se fora centroavante, mas atuou ajudando o meio-de-campo. 2 – Ely do Amparo dirigiu o time, para o Seu Zezé Moreira descansar um pouco.

24.07.1966 – Vasco 1 x 1 Combinado de Vitória da Conquista-BA, em Vitória da Conquista. Juiz: Gualter Portela Filho. Gol: Danilo Menezes, no 2º tempo. Vasco:  Edson Boracha; Ari, Sérgio, Ananias e Oldair; Maranhão e Alcir; Nado, Célio (Paulo Mata), Adílson Albuquerque (Elias) e Danilo Menezes. OBS: 1 - Ely do Amparo voltou a dirigir o time neste jogo; 2 – o amistoso seguinte foi em 31.07.1966 – Vasco 1 x 2 Democrata de Governador Valadares-MG – e a pesquisa só descobriu que o tento vascaíno foi marcado pro Danilo Menezes.

18.08.1966 – Vasco 1 x 1 Bonsucesso. Taça Guanabra. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eu nápio de Queiróz. Público: 4.991. Renda: Cr$ 4. 381.450,00. Gol: Danilo Meneazes, aos 40 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Ananis e Méndez; Maranhão e Oldair; William, Célio, Alcir e Danilo Menezes. OBS: 1 - Zezé Moreira voltou a dirigir o time e escalou Alcir como falso atacante, ajudando o meio-de-campo; 2 Célo não atou nas duas partidas anteriores, contra Bangu e Flamengo, respectivamente, em 07 e 14.08, ambas pela Taça Guanabara.

27.08.1966 – Vasco 0 x 2 Botafogo. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 19.754. Renda: Cr$ 25.100.490,00. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Ananias e Méndez; Maranhão e Oldair; Nado, Célio, Alcir e Danilo Menzes.

03.09.1966 – Vasco 0 x 3 Fluminense. Taça Guanabara. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 23.613. Renda: 30.846.510,00. Vasco:Edson Borracha; Oldair, Brito, Sérgio e Médez; Maranhão e DaniloMenezes; Nado, Célio, Madureira e Moraes.

 07.09.1966 – Vasco 1 x 2 Botafogo. Amistoso. Estádio: Amaro Lanari Junior, em Ipatinga-MG. Juiz: Adalberto Gomes. Gol: Paulo Mata, aos 44 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha (Pedro Paulo); Ari, Sérgio, Ananias e Mèndez; Maranhão (Oldair) e Danilo Meneazes (Quincas); Nado (William), Célio (Acelino), Madureiera (Paulo Mata) e Moraes.

18.09.1966 – Vasco 3 x 1 Madureira. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Público: 3.061. Renda: Cr$ 5.034.000,00. Gols: Nado, aos 4; Alcir, aos 32 do 1º e Madureira, aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha; Oldair, Brito, Sérgio e Méndez; Maranhão e Alcir; Nado, Célio,  Madureira e Danilo Menezes. OBS: Célio não participou do jogo anterior pelo Estadual, em 13.09 – Vasco 2 x 1 São Cristóvão.

22.09.1966 – Vasco 3 x 0 Olaria. Campeonato Crioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Castro. Público: 7.578. Renda: Cr$ 9.028. 670,00. Gols: Célio, aos 9, e Nado, aos 35 do 1º tempo, e Alcir, aos 41 min da fase final. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Danilo Menezes.       

25.09.1966 – Vasco 3 x 1 Portuguesa-RJ. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 5.252. Renda:Cr$ 8.545.500,00. Gols: Célio, aos 35 min do 1º tempo; Maranhão, aos 19 e Nado, aos 22 do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Alcir; Nado, Célio, Madureiera e Danilo Menezes.

29.09.1966 – Vasco 0 x 1 América-RJ. Campeoanto Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: JoséTeixeira de Carvalho. Público: 10.754. Renda: Cr$ 9.738.190,00. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Danilo Menezes.

16.10.1966 – Vasco 0 x 0 Bangu. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz Eunápio de Queiróz. Público: 33,892. Renda: Cr$: 33.301.030,00. Vasco: Edson Borracha; Oldair, Brito, Fontana e Méndez; Maranhão e Salomão; Nado, Célio, Madureiera e Danilo Menezes. OBS: Célio não atuou nas duas partidas anteriores: 02.10 – Vasco 2 x 1 Campo Grande e 08.10 –Vasco 0 x 0 Flamengo.  

19.10.1966 – Vasco 1 x 2 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 17.734. Renda: Cr$ 18.259. 150. Gol: Madureira, aos 48 min do 1º tempo. Vasco: Edson Borracha (Amauri); Oldair, Brito, Fontana e Méndez; Maranhão e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Danilo Menezes.  

25.10.1966 – Vasco 1 x 2 Botafogo. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiróz. Público: 15.782. Renda: Cr$ 15.151.490,00. Gol: Paulo Mata, aos 38 min do 1º tempo. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Nado, Célio, Paulo Mata e Zezinho.

30.10.1966 – Vasco 1 x 2 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Idovan Silva. Público: 1.052. Renda: Cr$ 2.372.500,00. Gol: Oldair (pen), aos 16 min do 2º tempo. Vasco: Valdir Appel; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Alcir e Danilo Menezes; Nado, Célio, Paulo Mata e Zezinho.  OBS: menor público de Célio em jogos vascaínos.

03.11.1966 – Vasco 1 x 1 Fluminense. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Aldo Pereira. Público: 14.396. Renda: Cr$ 14.814.060,00. Gol: Paulo Mata, aos 31 min do 1º tempo. Vasco: Valdir Appel; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Salomão e Danilo Menezes; Nado, Célio, Pauooi Matga e Moraes.

06.11.1966 – Vasco 1 x 2 Flamengo. Amistoso. Estádio: Lomanto Júnior, em Vitória da Conquista-BA. Juiz: Guálter Portela Filho. Gol: Oldair, aos 25 min do 1º tempo. Vasco: Valdir Appel (Amauri); Ari, Sérgio, Ananias e Oldair (Silas); Salomão e Danilo Menezes (Alcir); William, Célio, Luis César (Paulo Mata) e Zezinho (Moraes). OBS: inauguração do Estádio Lomanto Júnior.

10.11.1966 – Vasco 0 x 3 América-RJ. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Carlos Floriano Vidal de Andrade. Renda: cerca de 3 mil pagantes. Cr$ 3.048.000,00. Vasco: Valdir Appel (Amauri); Ari, Sérgio, Fontana e Silas; Salomão e Danilo Menezes; Nado, Célio, Paulo Mata e Zezinho. OBS: após este jogo, com sequência de seis derrotas e dois empateis, Zezé Moreira não comandou mais o time vascaíno. 

13.11.1966 – Vasco 1 x 0 Fluminense de Feira de Santana-BA. Amistoso. Estádio: Jóia da Princesa, em Feira de Santanas-BA. Renda: Cr$ 17.624.000,00. Gol: Val (contra), aos 44 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha (Valdir Appel); Ari, Sérgio, Fontana e Silas; Salomão (Maranhão) e Danilo Menezes; Nado, Célio, Paulo Mata e Zezinho (Moraes). OBS: 1 – inaugura.ção do Estádio Jóia da Princesa; 2 - daqui até o final da temporada, Ely do Amparo comandou a equipe.

19.11.1966 – Vasco 0 x 2 Flamengo. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 6.130. Renda: 20.673,000,00. Vasco:Edson Borracha; Oldair, Brito, Fontana e Silas; Salomão e Danilo Menezes; Nado, Célio, Luís César e Moraes. OBS: último clássico carioca jogado por Célio. 

26.11.196 - Vasco 2 x 1 Bonsucesso. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 13.373. Renda: Cr$ 16.558.340,00. Gols: Alcir, aos 27 da etapa inicial, e Célio, aos 32 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Ananias e Silas; Maranhão e Alcir; Zezinho, Célio, PauloMata e Moraes. OBS: últmo gol vascaíno marcado por Célio.  

03.12.1966 – Vasco 0 x 3 Bangu. Campeonato Carioca. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 11.515. Renda:Cr$ 10.436.590,00. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Ananias e Silas; Oldair e Alcir; Nado, Celio, Paulo Mata e Zezinho.

11.12.1966 – Vasco 2 x 0 Olaria. Campeonato Carioca. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Mário Vinhas. Renda: 1. 322.500,00. Gols: Nado, aos 18, e Alcir, aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Edson Borracha; Ari, Brito, Ananias e Silas; Oldair e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Moraes. OBS: último jogo de Célio pelo Vasco da Gama.          



PARA A TERCEIRA CAPA                        

Final às 20h50 de 11.04.2021 (domingo) e refinalizada às 20h04 de 11.10.2023 (quarta-feira).



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         

 

 

     

 

 

 

 

                                                                   

      

ENTREVISTA/SAULZINHO

 

 Único atacante a obter uma média de gols superior a de Pelé, em campeonatos estaduais da década-1960, e maior artilheiro do Campeonato Carioca-1962, Saul Santos Silva, o Saulzinho, tornou-se “matador” por volta dos 12, 13 de idade, em sua terra, a gaúcha Bagé-RS. Aos 15, ainda juvenil, jogou e fez gol pelo time profissional do Bagé. Ele concedeu esta entrevista ora este livro:      

 P –  Rapaz, você começou a carreira arrumando confusão entre o Bagé e o Guarany?

R – Arroubos da juventude, tchê! Eu tinha contrato de gaveta (antiga estratagema de prender atleta a um clube) com o Bagé, o troquei, pelo Guarany e, por castigo, fiquei uma temprada proibido de jogar. Por volta de 1956/1957, voltei às canchas e fui campeão municipal, até 1959. Em 1960, o Guarany tinha um time poderoso, fomos vice-campeões gaúchos e a minha carreira decolou.

 Como você foi parar no Vasco da Gama?

No início de 1961, o Guarany venceu o Internacional (de Porto Alegre), em dois amistosos: 2 x 1, no Estádio dos Eucaliptos (antiga e já demolida casa do Inter), quando marquei o gol da nossa vitória, e 4 x 2, em Bagé. Nesse segundo jogo, eu não fiz gol, mas o treinador colorado (apelido do Inter), o Martim Francisco, gostou do meu futebol e, pouco depois de chegar ao Vasco (da Gama), pediu a minha contratação.  

 O Vasco daquele tempo tinha feraças, como Bellini, Orlando Peçanha, Coronel, Sabará, Pinga, etc. Como você arrumou uma vaguinha naquele time? 

Cheguei a São Januário no 1º de abril de 1961 e, no primeiro treino que fiz,  à noite, marquei três gols, no primeiro tempo, atuando pelo time reserva, que tinha, entre os que me lembro, Brito (zagueiro) e Maranhão (apoiador). Por conta daquele meu cartão de apresentação, tchê, o presidente vascaíno, o João Silva, um empresário muito forte, dono das Carrocerias Metropolitana, mandou fazerem, logo, o meu contrato.

 Quando você chegava, o Vasco estava negociando Vavá (para o espanhol Atlético de Madrid), e Almir, para o Corinthians. Facilitou a sua vida?

Eu era um garoto interiorano no meio de tantos cobrões, mas fui logo me enturmando. A concorrência era dura, pois o Vasco tinha outros três bons centroavantes, o Wilson Moreira (filho do técnico Zezé Moreira), o cearense Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) e um que me foge da memória (Javan que foi fazer o nome no México).

Ainda se lembra da sua estréia no Vasco?

Foi poouco depois da minha contratação. Saí da reserva pra jogar só dez minutos contra aquele timaço do Santos, com Pelé, pelo Torneio Rio-São Paulo. O Pepe fez um gol, batendo do meio do campo; o Sabará empatou e o Wilson Moreira desempatou. Ganhei um salário de bicho. Nos meus outros jogos contra o Pelé, levamos de 5 x 1, mas num outro lhe aplicamos um 3 x 0, no Maracanã, onde houve, também, um empate, por 2 x 2.  Antes, eu havia empatado com ele, por 1 x 1,  em Bagé, defendendo o Guarany. Meu último jogo pelo Vasco foi também contra o Pelé e o Santos, na decisão da Taça Brasil, em dezembro de 1965.

Você estava naquele jogo em que o Vasco vencia o Santos, por 2 x 0, e o Pelé empatou, nos dois minutos finais?

Sim! Lembro, ainda, de um lance do Pelé que foi demais. Complementou cobrança de escanteio, saltou entre o Brito e o Fontana, que eram altões, matou a bola no peito e, de primeira, executou o nosso goleiro. Gol de cinema. No segundo (gol de Pelé), eu estava por perto. Após um cruzamento, o Pelé só desviou a trajetória da bola. Comentaram muito que o Brito e o Fontana curtiram bastante com a cara dele (Pelé), quando o Vasco vencia, por 2 x 0 Pois é! Foram mexer nma abelheira. O cara era cruel.

 Como você herdou a vaga de titular no Vasco?

 Entre maio e junho (de 1961), fizemos uma longa excursão pela Europa e marquei muitos gols. Se não me engano, nove, em 10 jogos. 

  Ainda lemba do seu  primeiro gol vascaíno, diante da torcida vascaína? E do primeiro fora do Rio de Janeiro?

No Rio (de Janeiro) foi em cima do Pompéia, goleiro do América. Fora, contra um outro América, o mineiro, em amistoso com 3 x 1 pra gente. 

  Lembra-se, também, do seu primeiro time-base no Vasco?

 Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, eu, Roberto Pinto e Da Silva, ou Tiriça.

Você considera 1962 a sua grande temprada vascaína?

Sim, pois estava em grande forma e fui o (principal) artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols. Fiquei de fora de pouquíssimas partidas. Mas foi, também, uma temporada em que a sorte me abandonou. Estava cotado para a Seleção Brasileira (que foi bi mundial na Copa do Chile-1962), mas tive um problema de garganta, que exigiu cirurgia, e uma forte distensão na virilha, problemas que me deixaram mais de 45 dias sem qualquer condição física para jogar. Como a convocação levou muito em conta a atuação de quem disputou o Torneio Rio-São Paulo, perdi qualquer chance por ali.  

 Você disputou e ganhou do Dida, do Flamengo, a artilharia carioca de 1962. O rival, tmabém, não foi  à Copa do  Chile. 

  Gente muito boa, o Dida. Eu morava na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e ele na (Avenida) Sá Ferreira. As vezes, a gente se encontrava e batia bons papos. Era um cara muito legal. Antes dos jogos, brincávamos, dizendo: hoje é comigo. Mas a concorrência pela artilharia não foi não só contra o Dida. Tinha outras feras, como o Henrique, também do Flamengo, o Quarentinha, o Amoroso e o Amarildo, do Botafogo, e o Rodarte, do Olaria, entre os que me lembro, agora. Não sei porque o Dida ficou de fora dos treinos. 

 Aponte uma sua grande glória, gloríssima, depois do Campeonato Carioca-1962?

No início de 1963, vencemos um torneio internacional, no México, muito famoso, na época. Marquei quatro gols. Lembro que goleamos o Oro, o campeão nacional (5 x 0) e que vencemos, também (1 x 0), o time de maior torcida no país, o América (da Cidade do México) e o Dukla, de Praga, que tinha o Masopust e aquela turma toda que estivera na seleção da (antiga) Tchecoeslováquia que enfrentou o Brasil na final da Copa do Mundo de 62. Contra o América, por sinal, marquei um gol antológico, de bicicleta, que foi capa da revista mexicana “Futbol”. O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e finalizei, de bicicleta, antes da  chegada do marcador.

 O seu Vasco não ganhou títulos nacionais, porquê?

Ganhamos disputas internacionais, como o Torneio Ramon de Caranza, na Espanha, o Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma disputa no Chile, vencendo, inclusive, aquele fabuloso Peñarol, de Maidana, Sacia, Spencer, Jóia, etc, e o torneio mexicano citado a pouco e que nenhum time estrangeiro havia ganho. Em 1962, tínhamos chances de chegar ao títul carioca, mas, por incrível que pareça, perdemos quatro pontos para o Olaria (à época, vitórias contavam dois pontos), levando um baile, dentro de São Januário. Fiz um gol, de saída, mas eles viraram, para 3 x 1, no segundo tempo. Quando jogamos na Rua Bariri (no estádio do rival), um gol de falta, pelo final da partida, nos liquidou. Terminamos a três pontos do campeão, o Botafogo. Mas o Olaria tinha um bom time, revelou gente boa, como o Murilo e o Nelson, que foram para o Flamengo, o Jaburu, também artilheiro, levado pelo Fluminense, o Rodarte e o Cané, que foi contratado pelos italianos. Era uma boa equipe.

 No início da temporada de 1966, você deixou o Vasco e voltou para a sua terra. Porquê?

 Eu estava com 28 de idade, tinha convites do (português) Benfica e daquele grande time do Bahia, do  Alencar, Nadinho, Henricão, contra quem marquei dois gols, em um amistoso, em Ilhéus. Mas coloquei o lado familiar em primeiro plano, pois a minha mulher, que também era de Bagé, nunca se sentira bem no Rio de Janeiro. Então, decidi voltar pra casa.

Porque o Benfica se interessou por você, aos 28 de idade?

Em 1965, o Vasco o trouxe ao Maracanã, para um amistoso comemorativo das festividades do IVCentenário do Rio de Janeiro. Marquei um dos gols mais bonitos da minha vida. Até olhei para o pé de onde saíra o chute, para conferir se era verdade - brincadeira! Recebi um passe, venci um marcador, com o que, antigamente, era chamado corte, e soltei um foguete, quase da intermediária. Eu era rápido dentro da área, mas não de chutar muito forte, de longe. Foi um jogo bárbaro, maravilhoso, que terminou no 1 x 1, com o Eusébio marcando o deles.

 O seu nome era muito gritado pela torcida vascaína?

Quando eu fazia gols, o Maracanã vinha abaixo (gíria da época). Em 1962, fui o goleador da casa, sem ser um jogador de rush. Mas tinha rapidez, driblava e batia bem de perto, bvem como raciocínio rápidos pra intuir o que deveria fazer quando estivesse marcado. Quando eu fazia dupla de ataque com o Célio (Taveira Filho), eu avisava: parta (pra área do rival) que vou lançar. Eu recebia a bola de costas para o ataque, tocava par ele, que tinha rush e velocidade. Assim, fizemos muitos gols. O Célio foi um dos grandes atacantes com quem joguei, o meu melhor companheiro de frente, no Vasco.

 O Célio conta muitas histórias do Sabará, companheiro que considerava  muito engraçado. Confere?

 O Sabará, realmente, era uma figura. Brigava durante todo o jogo, com a gente e com o adversário. Não queria ver ninguém parado. Se visse, soltava o linguão (xingava).

Qual foi a grande partida de sua vida?

Contra o Flamengo, decidindo o Torneio do IV Centenário do Rio de Janeiro, em 1965 (noite da quarta-feira 21 de janeiro). Ganhamos, por 4 x 1, fiz dois gols. Uma outra partidaça foi contra o (uruguaio) Peñarol, que era uma autêntica seleção uruguaia (Vasco 3 x 2, em 9 de abril de 1963, pelo TorneioInternacional do Chile, Estádio Nacional de Santiago). 

 Você só vestiu a camisa da Seleção Brasileira quanto voltou do Vasco para o Guarany, de Bagé...!

 O Carlos Froner (então), técnico do Grêmio (de Porto Alegre), formou uma seleção gaúcha para representar o Brasil na disputa da Taça O´Higgins, contra o Chile, em 1966. Joguei 30 minutos em uma partida e mais 15 na outra. Fomos campeões.

Você formou no ataque mais famoso do Guarany. Ainda se lembra da rapaziada?

 Era Eusébio, Max Ravazza, Saulzinho, Tupãzinho e João Borges. Aqueles meus quatro companheiros eram craques. Mas joguei pouco com eles, só amistosos, porque fui para o Vasco. O Tutupãzinho (José Ernanes da Rosamarcou época no Palmeiras (década-1960) e o Max foi  o maior goleador do futebol de Bagé, com 131 gols. Jogou com o Garrincha, no Botafogode 1955.

 Quantos gols você marcou pelo Guarany de Bagé?

Uns 95, mais ou menos. Não tenho a estatística exata, mas a minha carreira apresentou média de meio gol por partida. Boa média!

Se Pelé jogasse hoje, faria muitos gol?

 Uns dois mil, porque as defesas sobem muito. O quarto-zagueiro, os laterais, que viraram alas, se mandam. Se, enfrentando zagueiros plantados, fez o que fez, imagine agora. Antes, par se entrar na área, teria que ser muito rápido, ou ficava sem as canelas.  

 Qual foi o seu marcador mais difícil?

O Luís Carlos (Fernandes Freitas), do Flamengo, e o Jadir (Jadyr Egídio de Souza), Botafogo, eram durísimos, mas não eram desleais.

 O que pesa mais hoje no futebol, a técnica ou o preparo físico?

  Um bom preparo físico vale, hoje, 70%, no mínimo, da capacidade necessária para se jogar. Mas quem decide, ainda, é o talento. Quem decidiu a Copa do Mundo de 2002? Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, principalmente. No gol deste, contra a Alemanha (na final), não deixou a bola passar para bater com a (perna boa de chute) direita. Achou um jeito de tocar com a canhota. O preparo científico moderno é mais científico, mais apurado, desde a base, quando os caras pegam a gurizada e faz o alongamento, espicha pra lá, pra cá. Isso ajuda muito, mas tem que ter talento pra decidir, reafirmo.

 O futebol atual paga fortunas aos seus ídolos. No seu tempo, dava pra ficar rico?

 Quando cheguei ao Vasco, o maior salário era o do (zagueiro e capitão) Bellini, o equivalente a 8 mil dólares. Hoje, qualquer juvenil está ganhando isso. Na minha época, para se comprar um imóvel, um automóvel, teria de financiá-lo. Agora, há quem possa comprar um apartamento por mês. Há muitos ganhos com publicidade. Eu vendi muitas figurinhas das balas Atla (álbuns de figuinhas), sem recebem nenhum direito de imagem. Nem nos consultavam. Não existia empresários, procuradores, além de a maioria dos atletas não terem esclarecimentos, estudos. O futebol tornou-se uma das melhores profissões. Quando eu começava a carreira, o pai de uma namorada minha não queria o namoro porque eu era jogador de futebol. Éramos muito mal vistos.

 Como era o assédio aos jogadores de sua época?

  O Vasco tinha um time famoso, que levava muitos fãs para a frente dos hotéis onde nos hospedávamos, querendo autógrafos, tirar fotografias conosco, conversar. Nós atendíamos a todos, a rapaziada vascaína era muito simpática. 

 Você passou por quantos treinadores?

 Beto Camélia, Alfeu Cachapuz e Alípio Rodrigues, no Guarany (de Bagé), Martim Francisco, Oto Glória, Zezé Moreira e Jorge Vieira, no Vasco, e Carlos Fronter, na Seleção Gaúcha.

 Porque você não seguiu a carreira de treinador?

 Treinei o Guarany (de Bagé), em 1969, e até me saí bem. É muito estressante. Desisti.

  Você jogou na despedida do Zizinho, em Brasília...!

 Foi em um aniversário da cidade, que convidou o Zizinho para defender a sua seleção. Empatamos, por 1 x 1, e eu marquei o nosso gol, de cabeça. Me lembro que, no centro de Brasília, só estava em pé o Hotel Nacional (o maior e mais famoso até a décadas-1970, hospedando reis, rainhas, príncipes, chefes de Estado e artistas famosos).

 Como seria a sua seleção brasileira...

 Barbosa; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Oldair; Carlinhos e Gérson; Sabará, Célio, Pelé e Zagallo. Me deixo de fora, porque esta gente era muito melhor do que eu. Acho que eu pegaria uma reservinha, junto com o Amarildo, o Quarentinha, esta raça. 

          
                                                                                        
                     ENTREVISTA COM CÉLIO

 

 Ele pendurou as chuteiras aos 37 de idade, quando era o quarto brasileiro com mais gols marcados em jogos da Taça Libertadores da América – 21 – quatro a  menos do que o líder Luizão (Luiz Carlos Bobonato Goulart), um também ex-vascaíno, que fizera 29, em tempos com muitos mais jogos. Parceiro do “Rei Pelé” durante o serviço militar, em Santos, o paulista Célio Taveira Filho  foi ídolo das grandes torcidas do Vasco da Gama e do uruguaio Nacional, de Montevidéu, e trouxe nas veias sangue cruzmaltino: seu avô, Antônio Taveira, fez parte do primeiro Vasco campeão carioca de remo. Acompanhe este bate-bola:

 

P – Você faria mais gols, hoje, do que no seu auge, durante a década-1960?

R – Creio que sim, pois eu chutava forte e treinava muito as cobranças de falta, o que a maioria não ligava. Eu fazia isso bem, de qualquer parte do gramado, com os dois pés. Além disso, treinava bastante os chutes em velocidade, de dentro e de fora da área. Não vejo mais isso nos treinos de hoje e nem tanta gente batendo bem nas bolas paradas.

 

P – Por esta sua resposta, pode-se deduzir que durante os treinos no futebol de hoje temos atleas mais desleixados...

R – São etapas completamente diferentes. Atualmente, a força prevalece sobre a qualidade técnica. Hoje, quando alguém domina a bola, recebe o imediato combate de dois, três, quase sempre, com faltas nesses lances. São poucos os que se sobressaem nestas disputas do corpo-a corpo. Querendo-se seguir o modelo europeu, da força física, creio que os treinadores deveriam uní-la aos seus planos táticos e à técnica do atleta brasileiro, evidentemente, dos que possuem esta qualidade, pois não há times só com gente habilidosa.

 

P – Você foi apotado como um dos possíveis parceiros do “Rei” para a Copa do Mundo-1966 e diz que nunca entendeu o seu corte da Seleção Brasileira, pouco antes do embarque para a disputa...

R- Quando joguei só o primeiro tempo do amistoso contra o País de Gales – Basil 1 x 0, em 18.05.1966 -, enfrentando uma retranca terrível, e não marcndo gol, senti, após a minha substituição, que já estava fora dos planos da Comissão Técnica, que me deixava de fora dos amistosos que mais motivavam a torcida. Aborrecido, eu disse à imprensa que a Seleção Brasileira disputava a Copa (do Mundo) nos teinos eque  treinaria durante o Mundial. Num desses treinos, levei um soco na cara, mandado pelo (zagueiro) Fontana, que era meu colega de time no Vasco da Gama, quando eu fazia tabela com o Tostão. Ambiente desastroso. Enfim, durante a Copa, trocaram, de um jogo para o outro – de Brasil 1 x 3 Hungria para Brasil 1 x 3 Portugal -, nove jogadores.

 

P – Você reclamou muito de ter sido lançado em poucos amistosos...

R – ... que não foram da fase de preparação para a Copa (do Mundo). Entrei contra a Alemanha (então Ocidental) – 06.06.1965 – e a Argentina – 09.06.1966 -, atuando por 30 minutos diante dos alemães e só 16 contra os hermanos (argentinos), fazendo, nesses dois tempos, dupla (matadora) com o Pelé. No jogo do Maracanã (contra os alemães), a torcida pediu a minha entrada em campo.

 

P – A torcida do Vasco...

R – Claro que os vascaínos queriam me ver do lado do Pelé na Seleção (Brasileira).

 

P – Como a torcida vascaína recebeu o seu corte do grupo que viajaria para a Europa?

R – Não foi muito no papo de jornal, rádio e TV, de que eu eu havia sido cortado por ter pedido um pênalti em um um jogo e, por aquilo, perdido, também, a confiança da Comissão Técnica. Não foi nem em uma atividade mais importante, mas em jogo-treino, quando a bola bateu na trave e saiu.

 

P -  Vamos deixar Seleção Braileira pra lá e falar de Vasco, já quel você tem sangue português nas veias.

R – Sangue português legitimo, sou neto de Antônio Taveira de Magalhães, campeão carioca nos primeiros títulos do Vasco (da Gama) no remo, em 1905 e em1906, e depois, depois, já veterano, em 1914. Vestindo a camisa vascaína, passei três temporadas no futebol do clube, de janeiro de 1963 a dezembro de 1966, quando ajudei a levar pra São Januário as taças dos torneios internacionais do México, do Chile (ambos em 1963) e do IV Centenário do Rio de Janeiro (em 1965); uma no Pará (Torneio Francisco Vasques, em 1964, contra times locais); outra das Bodas de Prata da Federação Pernambucana de Futebol (também, em 1965 e contra times locais); a Taça Guanabara (primeira edição, em 1965) e o Torneio Rio-São Paulo (em 1966, empatado com Botafogo, Santos e Corinthians). Sete títulos, uma boa contribuição, não!

 P - Neto de português vascaíno na cepa, participante dos primeiros títulos vascaínos no remo, em , só faltou ser cria do Vasco....

R – Se eu não morasse em Santos, mas no Rio (de Janeiro), certamente, seria. Morando onde nasci, aos 14 de idade, comecei a defender a Portuguesa Santista, o que durou quatro temporadas. Quando tinha 16 de idade, tentei ser jogador do Santos, mas o treinador Ramiro Valente me dispensou. Defendi a Portuguesa Santista e o Jabaquara, até o Vasco da Gama o levar, em 1963.

 Antes, foi colega de Pelé no serviço militar, no time do Exército, tendo sido campeão Sul-Americano das Forças Armadas, em 1959. 


Em 1959, fui contratado pela Ponte Preta (de Campinas-SP), de maneira até engraçada. Em um jogo dos amadores da Lusinha (apelido da Portuguesa Santista) contraa Ponte (Preta), vencemos, por 3 x 0, com três gols meus. O treinador deles, o Seu Pitico,  achou que os gols teriam sido do nosso centroavante. Então, lhe disseram que o goleador havia sido o lateral-esquerdo, eu, e ele pediu para me contratarem. Eu jogava como lateral ou zagueiro central, falei isso para o homem, mas ele disse que eu seria o seu centroavante, e nã teve jeito. O jeito foi eu mudar de posição. Sem nenhum cacoete de centroavante, em minha estreia, fiquei impedido em 32 lances de bons ataques.

 Quem o viu jogar o definiu por um daqueles românticos da bola, goleador fino, galã que seduzia, ao mesmo tempo, os brutos das arquibancadas e as moçoilas recatadas que buscavam um recorte holiwoodiano nos jogadores da época. Verdade?

R- 
Deixo o comentário com quem falou isso. Parece mais coisa de poeta.

 P – Você o Pelé “mataram” juntos...

R – É! Pegamos juntos no rifle, mas só matamos na rede, pelo time do Exército. A gente já se conhecia de peladas nas praias de Santos, mas durante o serviço militar, que prestamos juntos, tivemos a oportunidade de fazer mais maldades com os goleiros. Cá pra nós: o Pelé não dava o duro duante o serviço militar, aquilo ficava pra gente, pois ele já era o Pelé, campeão mundial, rei do futebol. Tem uma ourta história engraçada dasquela fase. Disputávamos a final do Campeonato das Forças Armadas, contra time de um quartel da capital (São Paulo). Eu havia marcado três gols e fui sacanear o Pelé, dizendo-lhe que, daquela vez, o rei era eu. Resultado: depois do sarro que lhe tirei, ele marcou quatro, vencemos, por 7x 1, e, também, na sacanagem, mandou que eu tentasse, de novo (fazer mais gols do que ele). Muito tempo depois, quando eu estava no futebol uruguaio, já querendo voltar para o Brasil, ele fez de tudo para o Santos me contratar, mas o Lula (o treinador Luis Alonso Peres) não me queria. O Corinthians quis.

P – Qual o mehor Vasco da Gama que você jogou?

R - Indiscutivelmente, o treinado por Seu Zezé Moreira (como o técnico era chamado). Me adaptei bem ao estilo de jogo dele, pelo qual ganhamos três títulos - do I Torneio Interncional do IV Centenário do Rio de Janeiro (houve um segundo, vencido pelo Palmeiras); da I Taça Guanabra e do Torneio Rio-Sâo Paulo. Me dei bem mesmo no seu esquema, sendo, ainda, o batedor de faltas e pênatis, e tendo por parceiro de área o excelente Saulzinho, jogador muito hábil dentro da área. Só não saltava muito alto, devido a sua altura (1m67cm). Mas compensávamos a sua deficiência com jogadas ensaiadas que davam muito certo. Por exemplo: eu vinha de trás, com bola dominada, partia para cima da zaga e eler já sabia o que fazer. Quano era ele que vinha de trás, eu dava o toque, ele lançava e me deixava muito na cara do gol. O tchê (Saulzinho era gaúcho e chamava muito as pessoas pelo costume de sua terra) tinha raciocínio rápido, ajudando a sua boa técnica, habilidade.

P – Há uma fotografia sua, publicada pela Revista do Esporte, em que você está usado a camisa do (italiano) Milan. História pouco conhecida...

R – Estas é outra histórias engraçada. Eu estava com uns 20 de idade e era jogador do Jabaquara (de Santos). O Seu Cid Perez, presidente do Jabuca (apelido do Jabaquara) chamou-me num canto e mandou-me encontrar com o time do Milan, em Buenos Aires. Eu, quer nunca havia saído do Brasil, espantei-me com dois graus de frio à minha chegada. E o pior: estreei em noite abaixo de zero grau, após ter ficado tremendo no banco dos reservas usando um capote. Aos 30 minutos do segundo tempo, contra o Boca Junior, fui chamado para entrar, sem receber nenhuma instrução, pois nem eu falava o italiano e nem o treinador do Milan o português. O jogo seguinte foi em Montevidéu (no Uruguai), contra o Nacional, e estava previsto eu atuar por 30 minutos, conforme me informaram o Dino Sani e o Mazola, dois brasileiros que jogavam pelo Milan.  Mas o que aconteceu? Rolou um pancadaria entre os dois times, pelos inícios do segundo tempo, com expulsões de campo dos dois lados. Não houve mais clima para o jogo, que só continuou porque havia boa grana paga pelos anfitriões pelo amistoso. Enfim, naquele clima, quando se lembraram de mim, faltavam só 15 minutos para o final da partida. O meu terceiro amistoso foi contra o Palmeiras, em São Paulo. Aproveitei bem os meus novos 15 minutos milaneses, participando do lance de um gol e marcando um outro, o da nosssa vitória por 4 x 3. Mas não houve acerto financeiro entre o Milan e o Jabaquara. Da mesma forma, pouco depois, o Corinthias quis me levar, mas o Jabaquara era duro na queda (financeira) Então, houve acordo com o Vasco (da Gama), o que me faz  vibrar pois iria vestir a camisa que o meu avô havia vestido.

P – Porque trocou o Vasco pelo Nacional do Uruguai?

R – Vários motivos: primeiramente, ele gostaram do meu futebol bnos 15 minutos que os enfrentei, jogando pelo Milan; segundo, o Nacional fez-me proposta muito boa para eu recusar; terceiro, eu andava chateado com o ambiente que andava vivendo dentro do Vasco; quarto, ainda estava abatido ateado pelo meu corte da Seleção Brasileira que disputaria a Copa (do Mundo) da Iglaterra. Meu íntimo me pedia pra sumir do Brasil, por uns tempos, prinipalmente porque a politicagem da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) me tirou pra levar, em meu lugar, um jogador com uma perna no gesso, pois, assim, formaria o grupo definitivo com 10 cariocas, 10 paulista, um mineiro e um gaúcho. 

P - Como foi jogar jogar contra o Vasco da Gama?

R - Naquele momento, era o profissional que estava em ação, cinco meses após eu sair do Vasco (da Gama). OBS: Célio enfrentou o Vasco da Gama, na quinta-feira 25 de maio de 1967, diante de 24.531 pagantes, no Maracanã, valendo a Taça Govrnador Negrão de Lima, que ficou com os vascaínos, pelos 2 x 0, com gols marcados por Maranhão e Paulo Bim. Ele entrou nesta formação do Nacional, de Montevidéu: Dominguez; Ubiña, Manicera, Alvarez e Mujica (Ancheta); Monteiro e Paz (Techera); Vieira, Célio, Bita (Cúria) e Uruzmendi, dirigidos pelo treinador Roberto Scarone. A Turma da Colina teve: Franz; Ari (Nílton Paquetá), Ananias, Jorge Andrade e Oldair; Maranhbão e Danilo Menezes; Zezinho, Bianchini, Paulo Bim e Moraes, tgreinador por Thomaz Soares da Silva, o Zizinho.

            P – Como foi a sua estreia no Nacional?    

R - Diante de 60 mil espectadores, marcando o gol da vitória Nacional 1 x 0 Peñarol, batendo falta, aos 15 minutos de jogo válido pela Taça Libertadores. Aquilo mandou por terra um tabu de vários anos. Eu estava chegando e já havia aquele clássico pela frente. No vestiário, vi o time muito preocupado com o tabu. Então, sacudi a rapaziada, com um discurso vencedor. A falta que resultou no gol, nem seria eu quem deveria cobrar, mas fui lá e botei na rede. ?Teve uma rádio brasileir que transmitiu a paratidas.

 Quantos gols você marcou para o Nacional?

 Tenho uma estatística do pesquisador Santiago Grazzi,  que listou 175 jogos e 92 gol – leia abaixo a lista que o Célio guardava, com os times distribuídos por ordem alfabética: Atlanta-Arg (2); Barcelona-Equ (1); Cerro-Uru (6); Cerro Porteño-Par (4); Casa de Galícia-URU (1);Colo-Colo-Chi (1); Combinado Wanderers/EvertonChi (2); Corinthians-Bra (1); Danúbio-Uru (2); Defensor-Uru (4); DeportivoCali-Col (3); Depotivo Valencia Ven (2); Emelec-Equ (2); Estudiantes de La Plata-Arg (2); Guarani-PAR (1); Huracan-Arg (2); Huracan-Uru (2); Independiante-Arg (2); Independiante-Bol (2); Independiente Santa Fé-Col (1); La Luz-Uru(1); Libertad-Par (2); Ligas Agrarias de Salto-Uru (3); Ligas Regionales del Sur (1); Liverpool-Uru (5); Nacional de Durazno (Uru (2); Peñarol-Uru (4); Rampla-Uru (4); Rentistas-Uru (4); Resto de America –Ame (1); River-Uru (2); River Plate-Arg (1); San Lorenzo de Almagro-Arg (1); Seleção Berlim Este-Alem.Oriental (1); Seleção de Durazno-Uru (2); Seleção de Lavaleja-Uru (Seleção de Rivera-Uru (2); Sparta Praga-Tehc (1); Sporrting Cristal-Per (2); Sud America-Uru (4); Universidad de Chile (5) e Wanderers de Melo-Uru (1).

                                                                                                                              

  P - Qual foi o jogador mais engraçado dos times em que você jogou? O Mário Tilico?

R - Indiscutivelmente, o Manga (Aílton Correa de Arruda, ex-goleiro do Botafogo, Nacional-URU, Internacional-RS, Grêmio-RS e da Seleção Brasileira). Uma figuraça. Certa vez, parei em um posto de gasolina onde os jogadores do Nacional abasteciam os seus carros, pertinho do nosso local de treinos (em Montevideu) e mandei encher o tanque. O frentista do horário, que era nosso amigo e se dizia meu fã, me assustou quando pedi a conta. Parecia que eu havia abastecido dois automóveis. Perguntei a razão daquele preço e o cara me explicou: “O Manga encheu o tanque do carro dele e mandou cobrar do senhor. Como lhe conheço bem, estou sempre lhe atendendo aqui, e, comemorando os seus gols, nem discuti. O Manga disse que o senhor era rico e ele muito pobre.” Fiquei com pena dele, que joga um bolão, não é mesmo? Paguei as duas contas e, depois, cheguei o Manga no canto. O que ele me disse? “Você não fez mais do que a sua obrigação, pagando a minha gasolina. Bote na conta dos pênaltis que eu pego pra seu time ganhar". Esbravejei com ele, que saiu com esta: ‘Célio, você é o rei de Montevidéu. Como ninguém lhe cobra nada e eu estava duro, dei um migué no cara. Mas pode deixar comigo. Se tiver pênalti contra a gente, no domingo pego, pra você. E se vire lá na frente”.  Quis o destino que, aos 40 do segundo tempo, houve uma pênalti contra o Nacional e o Manga defendeu. Mas, aos 45, com juiz já levando o apito à boca pra encerrar a contenda, marquei o gol da nosssa vitória, por 1 x 0. Quando os jogadores chegaram ao vestiário, após a peleja, comemorando o meu gol, o Manga chegou pra mim, dizendo: “Esta (sua defesa no pênalti) vale mais um tanque de gasolina, né? Dava pra levar uma cara daqueles a sério?

P- Como foi o seu fim de linha no futebol?

R – Eu já estava querendo voltar casa. Surgiu o interesse do Corinthians e voltei, em 1967. Mesmo com 34 de idade, o meu preparo físico só era inferior ao do Zé Maria (o lateral-direito José Maria Rodrigues Alves, apelidado por Super Zé, devido a sua força física). Tive problemas comos cartolas e não demorei muito entre os corintianos. Pedi a minha reversão à categoria  amador. 

P – Como foi a sua vida corintiana?

R – Curta, de pouco mais de 20 jogos. Depois, surgiu convite para defender o Operário, de Campo Grande (em Mato Grosso do Sul). Fiz alguns jogos-exibições. OBS:1 -  S: Célio estreou, em 12 de julho de 1970, em Corinthians 2 x 0 São Bento de Sorocaba, pelo Campeonato Paulista, no Parque São Jorge, o antigo estádio alvinegro. Disputou 26 jogos, com 10 vitórias, oito empates  e oito derrotas, tendo marcado apenas quatro gols, o primeiro em 26 de julho de 1970, nos 2 x 1 Palmeiras. O último prélio foi em 4 de agosto de 1971, em  Corinthians 1 x 4 Alético-MG, amistosamente, no Morumbi-SP, dirigido pelo ex-goelador corintiano Baltazar, que escalou: Ado; Miranda, Almeida, Luiz Carlos e Pedrinho; Tião e Rivelino (Lindoia); Vaguinho (Célio), Adãozinho, Mirandinha e Aladim. 2embora Célio tivesse dito ter feito jogos-exibiçõe pelo Operário-MS, a revista Placar trazia dicas para o apostador da Loteria Esportiva, dizendo que o Operário estava reforçado com a contratação dele e de outros atletas. 

P - Então, a camisa do sul-mato-grossense Operário, de Campo Grande, foi a última que você vestiu. Como foi o dia seguinte, sem bola?

R – Trabalhei como representante comercial de empresa vendedora de peças automobilísticas. Viajei muito pelo Brasil e, numa dessas viagens, tive o grande prazer de reencontrar o Saulzino, em Bagé. Fiquei espanado com o tamanho da barriga dele, que era magrinho, em nosso tempo de Vasco. Viajo pra cá, viajo pra lá e, lá pelas tantes, recebi um convite pra me associar a um projeto de exportação de futas, pelo porto de Cabedelo (perto de João Pessoa), na Paraíba. Topei e o negócio foi  dando certo. Chegamos a ter sete caminhões e oitenta empregados. De repente, so políticos do Rio Grande do Norte, que eram mais fortes do que os paraibanos, conseguiram mudar o porto das exportações paras Natal. Quebramos.

                                             

O Vasco da Gama abriu a temporada-1965 conquistando o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro. Em 17 de janeiro, venceu a seleção da então Alemanha Oriental, por 3 x 2. Quatro dias depois, goleou o Flamengo, por 4 x 1, com ambos os jogos disputados no Maracanã. Na foto, o goleador Célio exibe o Troféu Viking, juntamente com o president Manoel Joaquim Lopes (de terno preto). O atacante, por sinal, foi principal artilheiro da disputa, batendo na rede por quatro vezes - duas durante a virada de placar contra os alemãs, sendo um em cobrança de pênalti, emais duas diante dos rubro-negros. O time foi dirigiudo poir Zezé Moreira e usou: Ita; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lirico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho. da esquerda para a dirieta) na foto abaixom ao lado de: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas, Dudu (em pé), Jairzinho, Tostão, Lima e Ivair.        
 


Da esquerda para a dirieta, em pé: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas e Dudu; agachados na mesma ordem: Jairzinho, Célio, Tostão, Lima e Ivair.        

   FOTO REPRODUZIDA DA REVISTA DO ESPORTE 

O Vasco da Gama jamais ficou de fora de formações reunindo os melhores jogadores cariocas, fosse em progamações oficiais, ou festivas. Eis um dos exemplos. Por aqui, durante a década-1960, tivemos o zagueiro Brito (terceiro, em pé, da equerda para a direita) e o lateral-esquerdo Barbosinha (quinto, na mesmas ordem). Agachado, ao centro do ataque, com uma flâmula nas mãos, está o goleador Célio, que foi o maior ídolo da torcida cruzmaltina, entre 1963 a 1966. Integram, ainda, a foto, o lateral-direito Fidélis (então banguense) e o ponteiro-direito Mário 'Tilico' , que vestiram a camisa da Turma da Colina.
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SOBRAS

O Vasco da Gama abriu a temporada-1965 conquistasndo o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro. Em 17 de janeiro, venceu a seleção da então Alemanha Oriental, por 3 x 2. Quatro dias depois goleou o Flamengo, por 4 x 1, com ambos os jogos disputados no Maracanã. Na foto, o goleador Célio exibe o Troféu Viking, juntamente com o president Manoel Joaquim Lopes (de terno preto).O atacante, por sinal, foi principal artilheiro da disputa, batendo na rede por quatro vezes - duas durante a virada de placar contra os alemãs, sendo um em cobrança de pênalti, emais duas diante dos rubro-negros. O time foi dirigiudo poir Zezé Moreira e usou: Ita; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lirico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho. Pelassuas grande atuações naquela temporada, o artilheiro Célio foi convocado ara os treinos da Seleção Brasileira que disputaria a Copa o Mundo-1966, como aparece (segundo abaixado, da esquerapar a irieta) na foto abaixom ao lado de: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas, Dudu (em pé), Jairzinho, Tostão, Lima e Ivair.        
 

   FOTO REPRODUZIDA DA REVISTA DO ESPORTE 

O Vasco da Gama jamais ficou de fora de formações reunindo os melhores jogadores cariocas, fosse em progamações oficiais, ou festivas. Eis um dos exemplos. Por aqui, durante a década-1960, tivemos o zagueiro Brito (terceiro, em pé, da equerda para a direita) e o lateral-esquerdo Barbosinha (quinto, na mesmas ordem). Agachado, ao centro do ataque, com uma flâmula nas mãos, está o goleador Célio, que foi o maior ídolo da torcida cruzmaltina, entre 1963 a 1966. Integram, ainda, a foto, o lateral-direito Fidélis (então banguense) e o ponteiro-direito Mário 'Tilico' , que vestiram a camisa da Turma da Colina.

 

                                                                            CÉLIO & DINAMITE

Antigo goleador vascaíno não conseguiu falar com ex-golador-presiednte

 Quando fui à paraibana João Pessoa, em 2006, conhecer, pessoalmente, o antigo atacante cruzmaltino Célio Taveira Fillho, ele levou-me pra ver o porto desativado em Cabedelo e obras abandonadas do local em que ele atuava em sua nova vida. Durante a visita, contou ter sobrevivido, após perder tudo naquele projeto, trabalhado para o departamento amador do Botafogo, de João Pessoa, e sendo comentarista esportivo de uma rádio daquela cidade, pois se aposentara, como comerciante (vendedor de peças automobilísticas), recebendo só um salário mínimo mensal.

O antigo goleador revelou, também, uma outra grande decepção: fora ao Rio de Janeiro, com o time do Botafogo da Paraíba, por aquele mesmo 2006, para jogo da Copa do Brasil, contra o Vasco da Gama, e não conseguira falar com o Roberto Dinamite, o então presidente do Vasco da Gama. “Ele disse que naquele momento, antes da partida, não poderia falar comigo”.

O tal jogo foi noturno, no 22 de fevereiro de 2006, pela primeira fase da Copa do Brasila, no estádio de São Januário, e terminara Vasco da Gama 7 x  0, com gols de Romário (3), Valdiran (2) e do zgueiro Éder. O que o Dinamite estaria fazendo naquele momento em que não poderia falar com o Célio? Prividências técnicas do time, não, pois estas estariam a cargo do treinador Renato “Gaúcho” Portalluppi, e não seria o presidente do Vasco da Gama, certamente, quem estaria cuidando dos 1.231 pagantes presentes ao estádio. Roberto era um sujeito bom caráter. Atendia a todos. Talvez, tivesse mesmo algo a tratar no lugar errado, na hora errada, na noite errada em que o Céli lhe aparecera. Coisas das vida.

 Célio fora o maior ídolo da torcida vascaína, entre 1963 a 1966, e ficara inesquecível, até  1971, quado surgiu o Dinamite, e a torcida cruzmaltina voltou a ter um ídolo. Certamente, o Roberto Dinamite que não tivera muito estudo e pouco sabia sobre a história vascaína, nem soubesse quem fosse o Célio que tentava falar-lhe. É o mais provável.

Pois bem! Aquele sujeito já esquecido  marcara dois gols e arrasara o Flamengo, em 1965, na final do Torneio Internacional do IUV Centenário do Rio de Jameiro; fizerera outros dois e arrasara com o Corinthians durane a noite de estreia de Mané Garrincha no clube paulistano; fora o principal artilheiro e campeão da I Taça Guanabaras, em 1965; a grande figura vascaínaa na conquista do Torneio Rio-São Paulo-1966. E fora ídolo, trasmbém, da torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu, clube que fizera questão da sua presença e foi buscá-lo, na Paraíba, para os festejos do seu centenário. Mais? O cara que o Pelé fizera força para o Santos repatriá-lo, em 1970, e ser o seu novo parceiro de ataque, para reviverem a dupla que já havia aprontdo em jogos da seleção do Exército, em 1959.

Rola a bola! Em 2001, o Dinamite veio a Brasília inaugurar uma franquia de loja do Vasco da Gama, no Conjunto Nacional. Ecerrada a inaguuação, quando só ficaram dentro do estabelecimento jornalistas, dono da loja e e o Dinamite, liguei o meu celular e pedi do Roberto pra falar com o Célio. Foi a última reportagem espoprtiva da minha carreira de repórter. Depois, eu não quis mais fazer nenhuma outra, para a deerradeira ter sido com os dois maiores artilheiros do Vasco da Gama, das décadas-1960/1970. Pedi, então, pra ser redator, pra não entrevistar mais nenhum ser vivente. E, de lá pra cá, nunca mais entrevistei nenhum desportista, pra nenhuma página de jornal. Estou invicto.

Competição: Copa do Brasil (1ª fase – jogo de volta)
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 22/02/2006 (quarta) – Hora: 20h30min.
Árbitro: Phillipe Lombard (SP)
Auxiliares: Everson Luís Luquesi Soares e Maria Eliza Correia Barbosa (ambos de SP)
Renda: R$ 12.310,00 Público: 1.231 pagantes
Cartões amarelos: Jorge Luiz (VAS), Edson Ratinho (BOT), Da Silva (BOT) Cartão vermelho: Flaviano 44′/2ºT (BOT)
Gols: 17′/1ºT – Romário (VAS); 22′/1ºT – Éder (VAS); 29′/1ºT – Morais (VAS); 29′/2ºT – Romário (VAS); 33′/2ºT – Romário (VAS); 35′/2ºT – Valdiran (VAS) e 37′/2ºT – Valdiran (VAS)

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VASCO: Roberto; Claudemir, Jorge Luiz, Éder e Diego (Thyago Fernandes); Ygor, Abedi (Ricardinho 33′/2ºT), Ramon (Ernane 30′/2ºT) e Morais; Valdiram e Romário. Técnico: Renato Gaúcho.

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BOTAFOGO-PB: Gilberto; Edson Ratinho, Rogério, Da Silva e Marcos Vinícius (Fabinho (Jailton)); Flaviano, Geraldo, Gaibú e Rody; Lino (Robertinho 12′/2ºT) e Neto. Técnico: Freitas Nascimento

            

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      ENTREVISTA/SAULZINHO

 

 Único atacante a obter uma média de gols superior a de Pelé, em campeonatos estaduais da década-60, e maior artilheiro do Campeonato Carioca-1962, Saul Santos Silva, o Saulzinho, tornou-se “matador” por volta dos 12, 13 de idade, em sua terra, a gaúcha Bagé-RS. Aos 15, ainda juvenil, jogou e fez gol pelo time profissional do Bagé. Ele concedeu esta entrevista em sua casa bageense, em...      

 

P – Você começou a carreira arrumando confusão entre o Bagé e o Guarany?

 

R – Eu tinha contrato de gaveta (antiga e extinta estratagema dos clubes para prender um atleta) com o Bagé, mas o troquei, pelo Guarany.  Fiquei um ano sem poder jogar. No entanto, por volta de 1956/1957, pude voltar a campo e fui campeão municipal, até 1959. Em 1960, o Guarany tinha um time poderoso, fomos vice-campeões gaúchos e, por ali, a minha carreira decolou.

 

Como você foi parar no Vasco da Gama?

 

No início de 1961, o Guarany venceu o Internacional (de Porto Alegre), em dois amistosos: 2 x 1, no Estádio dos Eucaliptos (antiga e já demolida casa do Inter), quando marquei o gol da nossa vitória, e 4 x 2, em Bagé. Nesse segundo jogo, eu não fiz gol, mas o técnico do Inter, o Martim Francisco, gostou do meu futebol e, pouco depois de trocar o Colorado (apelido do Inter) pelo Vasco, pediu a minha contratação.

 

O Vasco daquele tempo tinha fera como Bellini, Orlando Peçanha, Coronel, Sabará, Pinga, etc. Como você arrumou uma vaguinha naquele time?

 

Cheguei a São Januário no dia 1º de abril de 1961 e, no meu primeiro treino, que foi à noite, fiz três gols, no primeiro tempo. Joguei no time reserva, que tinha, entre os que me lembro, Brito (zagueiro) e Maranhão (apoiador). Era um time bom. Por ter marcado três gols no primeiro tempo, o presidente vascaíno, o João Silva, um industrialista muito forte, dono das Carrocerias Metropolitana, mandou fazerem, logo, o meu contrato.

 

Quando você chegava, o Vasco estava negociando Vavá, para o (espanhol) Atlético de Madrid, e Almir, para o Corinthians. Facilitou a sua vida?

 

Eu era um garoto interiorano no meio de tantos cobrões, mas fui logo me enturmando. A concorrência era dura, pois o Vasco tinha outros três bons centroavantes, o Wilson Moreira (filho do técnico Zezé Moreira), o cearense Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) e um que me foge da memória (Javan).

 

Ainda se lembra da sua estréia no Vasco?

 

Foi uma, duas semanas depois da minha contratação. Saí da reserva pra jogar só dez minutos contra aquele timaço do Santos, com Pelé, pelo Torneio Rio-São Paulo. O Pepe fez um gol, batendo do meio do campo; o Sabará empatou e o Wilson Moreira desempatou. Ganhei um salário de bicho. Nos meus outros jogos contra o Pelé, levamos de 5 x 1, mas lhe aplicamos um 3 x 0, no Maracanã, onde houve, também, um empate, por 2 x 2.  Antes, eu havia empatado com eles, por 1 x 1,  em Bagé, defendendo o Guarany. Meu último jogo pelo Vasco foi também contra o Santos, na decisão da Taça Brasil, em dezembro de 1965.

 

Quando você herdou a vaga de titular no Vasco?

 

Entre maio e junho (de 1961), quando fizemos uma longa excursão pela Europa. Marquei muitos gols (nove, em 10 jogos, de um total de 14).

 

E o seu primeiro gol vascaíno, diante da torcida vascaína? E fora do Rio?

 

No Ro de Janeiro foi em cima do Pompéia, goleiro do América. Fora, contra um outro América, o mineiro, em amistoso com 3 x 1 pra gente. Depois, em outros jogos, fiz mais (gols) e fui me revelando o artilheiro que o Vasco precisava.

  

Qual foi o seu primeiro time-base no Vasco?

 

Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, eu, Roberto Pinto e Da Silva, ou Tiriça.

 

Você considera 1962 a sua grande temprada vascaína?

 

Sim, pois estava em grande forma e fui o (principal) artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols. Fiquei de fora de pouquíssimas partidas. Estava cotado para a Seleção Brasileira (que foi bi, no Chile), mas tive um problema de garganta, que exigiu cirurgia, e uma forte distensão na virilha, o que pesou mais e me deixou uns 45 dias, sem qualquer condição física para jogar.  

 

Você disputou e ganhou a artilharia carioca de 62 com o Dida, do Flamengo, que foi à Copa do Mundo do Chile...

 

 Gente muito boa, o Dida. Eu morava na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e ele na (Avenida) Sá Ferreira. As vezes, a gente se encontrava e batia bons papos. Era um cara muito legal. Antes dos jogos, brincávamos, dizendo: hoje é comigo. Mas a concorrência pela artilharia não foi não só contra o Dida. Tinha outras feras, como o Henrique, também do Flamengo, o Quarentinha, o Amoroso e o Amarildo, do Botafogo, e o Rodarte, do Olaria, entre os queme lembro, agora. 

 

Uma grande glória, depois do Campeonato Carioca?.

 

No início de 1963, vencemos um torneio internacional, no México, muito famoso, na época. Marquei quatro gols. Lembro que goleamos Oro, o campeão nacional, por 5 x 0. Jogamos, também, o time das massas mexicanas, o América (da Cidade do México) e o Dukla, de Praga, que tinha o Masopust e aquela turma toda que estivera na seleção da (antiga) Tchecoeslováquia que enfrentou o Brasil na final da Copa do Mundo de 62. Contra o América, por sinal, marquei um gol antológico, de bicicleta, que foi capa da revista mexicana “Futbol”. 

 

O seu Vasco não ganhou títulos nacionais, porquê?

 

Ganhamos disputas internacionais, como o Torneio Ramon de Caranza, na Espanha, o Torneio o Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma disputa no Chile, vencendo, inclusive, aquele fabuloso Peñarol, de Maidana, Sacia, Spencer, Jóia, etc, e o torneio mexicano que já me referi, no qual nenhum time estrangeiro havia ganho. Em 1962, tínhamos chances de chegar ao títul carioca. Mas, por incrível que pareça, perdemos quatro pontos para o Olaria (à época, vitórias contavam dois pontos).  Levamos um baile, dentro de São Januário. Fiz um gol, de saída, mas eles viraram, para 3 x 1, no segundo tempo. Quando jogamos na Rua Bariri (no estádio do rival), um gol de falta, pelo final da partida, nos liquidou. Terminamos a três pontos do campeão, o Botafogo. Mas o Olaria tinha um bom time, revelou gente boa, como o Murilo e o Nelson, que foram para o Flamengo, o Jaburu, também artilheiro, levado pelo Fluminense, o Rodarte e Cané, que foi contratado pelos italianos. Enfim, era uma boa equipe.

 

No início da temporada de 1966, você deixou o Vasco e voltou para a sua terra. Porquê?

 

Eu estava com 28 de idade, tinha convites do (português) Benfica e daquele grande time do Bahia, do  Alencar, Nadinho, Henricão, contra quem marquei dois gols, em um amistoso, em Ilhéus. Mas coloquei o lado familiar em primeiro plano, pois a minha mulher, que também era de Bagé, nunca se sentiu bem no Rio de Janeiro. Então, decidi voltar pra casa.

 

Porque o Benfica se interessou por você, aos 28 de idade?

 

Em 1965, o Vasco o trouxe ao Maracanã, para um amistoso comemorativo das festividades do IVCentenário do Rio de Janeiro. Marquei um dos gols mais bonitos da minha vida. Até olhei para o pé de onde saíra o chute, para conferir se era verdade. Recebi um passe, venci um marcador, com o que, antigamente, era chamado corte, e soltei um foguete, quase da intermediária. Eu era rápido dentro da área, mas não de chutar muito forte, de longe. Foi um jogo bárbaro, maravilhoso, que terminou no 1 x 1, com o Eusébio marcando o deles.

 

O seu nome era muito gritado pela torcida vascaína?

 

Quando eu fazia gols, o Maracanã vinha abaixo (gíria da época). Em 1962, fui o goleador da casa, sem ser um jogador de rush. Mas tinha rapidez, batia bem de perto, tinha drible e raciocínio rápidos pra intuir o que deveria fazer quando estivesse marcado. Quando eu fazia dupla de ataque com o Célio (Taveira Filho), eu avisava: parte que vou lançar. Eu recebia a bola de costas para o ataque, tocava par ele, que tinha rush e velocidade. Assim, fizemos muitos gols. O Célio foi um dos grandes atacantes com quem joguei, o meu melhor companheiro de frente, no Vasco.

 

O Célio conta muitas histórias do Sabará, companheiro que considerava  muito engraçado. Confere?

 

 O Sabará, realmente, era uma figura. Brigava durante todo o jogo, com a gente e com o adversário. Não queria ver ninguém parado. Se visse, soltava o linguão (xingava).

 

Qual foi a grande partida de sua vida?

 

Contra o Flamengo, decidindo o Torneio do IV Centenário do Rio de Janeiro, em 1965 (noite da quarta-feira 21 de janeiro). Ganhamos, por 4 x 1, fiz dois gols. Uma outra (partidaça) foi contra o (uruguaio) Peñarol, que era uma autêntica seleção uruguaia (Vasco 3 x 2, em 9 de abril de 1963, peloTorneioInternacional do Chile, Estádio Nacional de Santiago). 

 

Você só vestiu a camisa da Seleção Brasileira quanto voltou do Vasco para o Guarany, de Bagé...!

 

 O Carlos Froner, (então) técnico do Grêmio (de Porto Alegre), formou uma seleção gaúcha para representar o Brasil na disputa da Taça O´Higgins, contra o Chile, em 1966. Joguei 30 minutos em uma partida e mais 15 na outra. Fomos campeões.

 

Você formou no ataque mais famoso do Guarany. Ainda se lembra da rapaziada?

 

 Era Eusébio, Max Ravazza (maior goleador do futebol de Bagé, com 131 gols. Jogou, com Garrincha, no Botafogode 1955),  Saulzinho, Tupãzinho, que marcou época no Palmeiras (década-1960), e João Borges. Aqueles quatro eram craques. Mas joguei pouco com eles, só amistosos, porque fui para o Vasco.

 

Quantos gols você marcou pelo Guarany de Bagé?

 

Uns 95, mais ou menos. Não tenho a estatística exata, mas a minha carreira apresentou média de meio gol por partida. Boa média!

 

Se Pelé jogasse hoje, faria muitos gol?

 

Uns dois mil, porque as defesas sobem muito. O quarto-zagueiro, os laterais, que viraram alas, se mandam. Se, enfrentando zagueiros plantados, fez o que fez, imagine agora. Antes, par se entrar na área, teria que ser muito rápido, ou ficava sem as canelas.  

 

Qual foi o seu marcador mais difícil?

 

O Luís Carlos, do Flamengo (de 1963.  O Jadir (do Botafogo) também era duro. Chagavam junto, mas não eram desleais.

 

 Contra o América, do México, em 1963, no torneio já falado. Teve uma plástica perfeita, valeu capa de revista. O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e finalizei, de bicicleta, antes da  chegadas do marcador.

 

Você estava naquele jogo em que o Vasco vencia o Santos, por 2 x 0, e o Pelé empatou, nos dois minutos finais?

 

Sim, e até marquei um gol, de cabeça. Mas um lance do Pelé foi demais,  complementando cobrança de escanteio. Ele saltou entre o Brito e o Fontana, que eram altões, matou a bola no peito e, de primeira, executou o nosso goleiro. Foi um gol de gente grande. No segundo, eu estava por perto. Após um cruzamento, o Pelé só desviou a trajetória da bola. Comentaram muito que o Brito e o Fontana curtiram bastante com a cara do Pelé, quando o Vasco vencia, por 2 x 0 Pois é! Foram mexer nma abelheira (gauchesco para ninho de abelhas). O cara era cruel.

 

 O que pesa mais hoje no futebol, a técnica ou o preparo físico?

 

 Um bom preparo físico vale, hoje, 70%, no mínimo, da capacidade necessária para se jogar. Mas quem decide, ainda, é o talento. Quem decidiu a Copa do Mundo de 2002? Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, principalmente. No gol deste, contra a Alemanha (na final), não deixou a bola passar para bater com a (perna boa de chute) direita. Achou um jeito de tocar com a canhota. O preparo científico moderno é mais científico, mais apurado, desde a base, quando os caras pegam a gurizada e faz o alongamento, espicha pra lá, pra cá. Isso ajuda muito, mas tem que ter talento pra decidir, reafirmo.

 

O futebol atual paga fortunas aos seus ídolos. No seu tempo, mãodavamesmo pra ficar rico?

 

Quando cheguei ao Vasco, o maior salário era o do (zagueiro e capitão) Bellini, o equivalente a 8 mil dólares. Hoje, qualquer juvenil está ganhando isso. Na minha época, para se comprar um imóvel, um automóvel, teria de financiá-lo. Agora, há quem possa comprar um apartamento por mês. Há muitos ganhos com publicidade. Eu vendi muitas figurinhas das balas Atlas, sem recebem nenhum direito de imagem. Nem nos consultavam. Não existia empresários, procuradores, além de a maioria dos atletas não terem esclarecimentos, etudos. O futebol tornou-se uma as melhores profissões. Quando eu começava a casrreira, o pai de uma namorada minha não queria o namoro porque eu era jogador de futebol. Éramos muito mal vistos.

 

Como era o assédio aos jogadores de sua época?

      

 O Vasco tinha um time famoso, que levava muitos fãs para a frente dos hotéis onde nos hospedávamos, querendo autógrafos, tirar fotografias conosco, conversar. Nós atendíamos a todos, a rapaziada vascaína era muito simpática. 

 

Você passou por quantos treinadores?

 

Beto Camélia, Alfeu Cachapuz e Alípio Rodrigues, no Guarany (de Bagé), Martim Francisco, Oto Glória, Zezé Moreira e Jorge Vieira, no Vasco; e Carlos Fronter, na Seleção Gaúcha.

 

Porque você não seguiu a careira de treinador?

 

Treinei o Guarany (de Bagé), em 1969, e até me saí bem. É muito estressante. Desisti.

  

Você jogou na despedida do Zizinho, em Brasília...!

 

Foi em um aniversário da cidade, que convidou o Zizinho para defender a sua seleção. Empatamos, por 1 x 0, e eu marquei o nosso gol, de cabeça. Me lembro que, no centro de Brasília, só estava em pé o Hotel Nacional (o maior e mais famoso,que hospedous reis, rainhas, príncipes, chefes de Estado e artistas famosos).

 

Como seria a sua seleção brasileira...

 

Barbosa; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Oldair; Carlinhos e Gérson; Sabará, Célio, Pelé e Zagallo. Me deixo de fora, porque esta gente era muito melhor do que eu. Acho que eu pegaria uma reservinha, junto com o Amarildo, o Quarentinha, esta raça. 

 
O Vasco da Gama abriu a temporada-1965 conquistasndo o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro. Em 17 de janeiro, venceu a seleção da então Alemanha Oriental, por 3 x 2. Quatro dias depois goleou o Flamengo, por 4 x 1, com ambos os jogos disputados no Maracanã. Na foto, o goleador Célio exibe o Troféu Viking, juntamente com o president Manoel Joaquim Lopes (de terno preto).O atacante, por sinal, foi principal artilheiro da disputa, batendo na rede por quatro vezes - duas durante a virada de placar contra os alemãs, sendo um em cobrança de pênalti, emais duas diante dos rubro-negros. O time foi dirigiudo poir Zezé Moreira e usou: Ita; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lirico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho. Pelassuas grande atuações naquela temporada, o artilheiro Célio foi convocado ara os treinos da Seleção Brasileira que disputaria a Copa o Mundo-1966, como aparece (segundo abaixado, da esquerapar a irieta) na foto abaixom ao lado de: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas, Dudu (em pé), Jairzinho, Tostão, Lima e Ivair.        
 

   FOTO REPRODUZIDA DA REVISTA DO ESPORTE 

O Vasco da Gama jamais ficou de fora de formações reunindo os melhores jogadores cariocas, fosse em progamações oficiais, ou festivas. Eis um dos exemplos. Por aqui, durante a década-1960, tivemos o zagueiro Brito (terceiro, em pé, da equerda para a direita) e o lateral-esquerdo Barbosinha (quinto, na mesmas ordem). Agachado, ao centro do ataque, com uma flâmula nas mãos, está o goleador Célio, que foi o maior ídolo da torcida cruzmaltina, entre 1963 a 1966. Integram, ainda, a foto, o lateral-direito Fidélis (então banguense) e o ponteiro-direito Mário 'Tilico' , que vestiram a camisa da Turma da Colina.
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      ENTREVISTA/SAULZINHO

 

 Único atacante a obter uma média de gols superior a de Pelé, em campeonatos estaduais da década-60, e maior artilheiro do Campeonato Carioca-1962, Saul Santos Silva, o Saulzinho, tornou-se “matador” por volta dos 12, 13 de idade, em sua terra, a gaúcha Bagé-RS. Aos 15, ainda juvenil, jogou e fez gol pelo time profissional do Bagé. Ele concedeu esta entrevista em sua casa bageense, em...      

 

P – Você começou a carreira arrumando confusão entre o Bagé e o Guarany?

 

R – Eu tinha contrato de gaveta (antiga e extinta estratagema dos clubes para prender um atleta) com o Bagé, mas o troquei, pelo Guarany.  Fiquei um ano sem poder jogar. No entanto, por volta de 1956/1957, pude voltar a campo e fui campeão municipal, até 1959. Em 1960, o Guarany tinha um time poderoso, fomos vice-campeões gaúchos e, por ali, a minha carreira decolou.

 

Como você foi parar no Vasco da Gama?

 

No início de 1961, o Guarany venceu o Internacional (de Porto Alegre), em dois amistosos: 2 x 1, no Estádio dos Eucaliptos (antiga e já demolida casa do Inter), quando marquei o gol da nossa vitória, e 4 x 2, em Bagé. Nesse segundo jogo, eu não fiz gol, mas o técnico do Inter, o Martim Francisco, gostou do meu futebol e, pouco depois de trocar o Colorado (apelido do Inter) pelo Vasco, pediu a minha contratação.

 

O Vasco daquele tempo tinha fera como Bellini, Orlando Peçanha, Coronel, Sabará, Pinga, etc. Como você arrumou uma vaguinha naquele time?

 

Cheguei a São Januário no dia 1º de abril de 1961 e, no meu primeiro treino, que foi à noite, fiz três gols, no primeiro tempo. Joguei no time reserva, que tinha, entre os que me lembro, Brito (zagueiro) e Maranhão (apoiador). Era um time bom. Por ter marcado três gols no primeiro tempo, o presidente vascaíno, o João Silva, um industrialista muito forte, dono das Carrocerias Metropolitana, mandou fazerem, logo, o meu contrato.

 

Quando você chegava, o Vasco estava negociando Vavá, para o (espanhol) Atlético de Madrid, e Almir, para o Corinthians. Facilitou a sua vida?

 

Eu era um garoto interiorano no meio de tantos cobrões, mas fui logo me enturmando. A concorrência era dura, pois o Vasco tinha outros três bons centroavantes, o Wilson Moreira (filho do técnico Zezé Moreira), o cearense Pacoti (Francisco Nunes Rodrigues) e um que me foge da memória (Javan).

 

Ainda se lembra da sua estréia no Vasco?

 

Foi uma, duas semanas depois da minha contratação. Saí da reserva pra jogar só dez minutos contra aquele timaço do Santos, com Pelé, pelo Torneio Rio-São Paulo. O Pepe fez um gol, batendo do meio do campo; o Sabará empatou e o Wilson Moreira desempatou. Ganhei um salário de bicho. Nos meus outros jogos contra o Pelé, levamos de 5 x 1, mas lhe aplicamos um 3 x 0, no Maracanã, onde houve, também, um empate, por 2 x 2.  Antes, eu havia empatado com eles, por 1 x 1,  em Bagé, defendendo o Guarany. Meu último jogo pelo Vasco foi também contra o Santos, na decisão da Taça Brasil, em dezembro de 1965.

 

Quando você herdou a vaga de titular no Vasco?

 

Entre maio e junho (de 1961), quando fizemos uma longa excursão pela Europa. Marquei muitos gols (nove, em 10 jogos, de um total de 14).

 

E o seu primeiro gol vascaíno, diante da torcida vascaína? E fora do Rio?

 

No Ro de Janeiro foi em cima do Pompéia, goleiro do América. Fora, contra um outro América, o mineiro, em amistoso com 3 x 1 pra gente. Depois, em outros jogos, fiz mais (gols) e fui me revelando o artilheiro que o Vasco precisava.

  

Qual foi o seu primeiro time-base no Vasco?

 

Barbosa; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, eu, Roberto Pinto e Da Silva, ou Tiriça.

 

Você considera 1962 a sua grande temprada vascaína?

 

Sim, pois estava em grande forma e fui o (principal) artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols. Fiquei de fora de pouquíssimas partidas. Estava cotado para a Seleção Brasileira (que foi bi, no Chile), mas tive um problema de garganta, que exigiu cirurgia, e uma forte distensão na virilha, o que pesou mais e me deixou uns 45 dias, sem qualquer condição física para jogar.  

 

Você disputou e ganhou a artilharia carioca de 62 com o Dida, do Flamengo, que foi à Copa do Mundo do Chile...

 

 Gente muito boa, o Dida. Eu morava na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e ele na (Avenida) Sá Ferreira. As vezes, a gente se encontrava e batia bons papos. Era um cara muito legal. Antes dos jogos, brincávamos, dizendo: hoje é comigo. Mas a concorrência pela artilharia não foi não só contra o Dida. Tinha outras feras, como o Henrique, também do Flamengo, o Quarentinha, o Amoroso e o Amarildo, do Botafogo, e o Rodarte, do Olaria, entre os queme lembro, agora. 

 

Uma grande glória, depois do Campeonato Carioca?.

 

No início de 1963, vencemos um torneio internacional, no México, muito famoso, na época. Marquei quatro gols. Lembro que goleamos Oro, o campeão nacional, por 5 x 0. Jogamos, também, o time das massas mexicanas, o América (da Cidade do México) e o Dukla, de Praga, que tinha o Masopust e aquela turma toda que estivera na seleção da (antiga) Tchecoeslováquia que enfrentou o Brasil na final da Copa do Mundo de 62. Contra o América, por sinal, marquei um gol antológico, de bicicleta, que foi capa da revista mexicana “Futbol”. 

 

O seu Vasco não ganhou títulos nacionais, porquê?

 

Ganhamos disputas internacionais, como o Torneio Ramon de Caranza, na Espanha, o Torneio o Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma disputa no Chile, vencendo, inclusive, aquele fabuloso Peñarol, de Maidana, Sacia, Spencer, Jóia, etc, e o torneio mexicano que já me referi, no qual nenhum time estrangeiro havia ganho. Em 1962, tínhamos chances de chegar ao títul carioca. Mas, por incrível que pareça, perdemos quatro pontos para o Olaria (à época, vitórias contavam dois pontos).  Levamos um baile, dentro de São Januário. Fiz um gol, de saída, mas eles viraram, para 3 x 1, no segundo tempo. Quando jogamos na Rua Bariri (no estádio do rival), um gol de falta, pelo final da partida, nos liquidou. Terminamos a três pontos do campeão, o Botafogo. Mas o Olaria tinha um bom time, revelou gente boa, como o Murilo e o Nelson, que foram para o Flamengo, o Jaburu, também artilheiro, levado pelo Fluminense, o Rodarte e Cané, que foi contratado pelos italianos. Enfim, era uma boa equipe.

 

No início da temporada de 1966, você deixou o Vasco e voltou para a sua terra. Porquê?

 

Eu estava com 28 de idade, tinha convites do (português) Benfica e daquele grande time do Bahia, do  Alencar, Nadinho, Henricão, contra quem marquei dois gols, em um amistoso, em Ilhéus. Mas coloquei o lado familiar em primeiro plano, pois a minha mulher, que também era de Bagé, nunca se sentiu bem no Rio de Janeiro. Então, decidi voltar pra casa.

 

Porque o Benfica se interessou por você, aos 28 de idade?

 

Em 1965, o Vasco o trouxe ao Maracanã, para um amistoso comemorativo das festividades do IVCentenário do Rio de Janeiro. Marquei um dos gols mais bonitos da minha vida. Até olhei para o pé de onde saíra o chute, para conferir se era verdade. Recebi um passe, venci um marcador, com o que, antigamente, era chamado corte, e soltei um foguete, quase da intermediária. Eu era rápido dentro da área, mas não de chutar muito forte, de longe. Foi um jogo bárbaro, maravilhoso, que terminou no 1 x 1, com o Eusébio marcando o deles.

 

O seu nome era muito gritado pela torcida vascaína?

 

Quando eu fazia gols, o Maracanã vinha abaixo (gíria da época). Em 1962, fui o goleador da casa, sem ser um jogador de rush. Mas tinha rapidez, batia bem de perto, tinha drible e raciocínio rápidos pra intuir o que deveria fazer quando estivesse marcado. Quando eu fazia dupla de ataque com o Célio (Taveira Filho), eu avisava: parte que vou lançar. Eu recebia a bola de costas para o ataque, tocava par ele, que tinha rush e velocidade. Assim, fizemos muitos gols. O Célio foi um dos grandes atacantes com quem joguei, o meu melhor companheiro de frente, no Vasco.

 

O Célio conta muitas histórias do Sabará, companheiro que considerava  muito engraçado. Confere?

 

 O Sabará, realmente, era uma figura. Brigava durante todo o jogo, com a gente e com o adversário. Não queria ver ninguém parado. Se visse, soltava o linguão (xingava).

 

Qual foi a grande partida de sua vida?

 

Contra o Flamengo, decidindo o Torneio do IV Centenário do Rio de Janeiro, em 1965 (noite da quarta-feira 21 de janeiro). Ganhamos, por 4 x 1, fiz dois gols. Uma outra (partidaça) foi contra o (uruguaio) Peñarol, que era uma autêntica seleção uruguaia (Vasco 3 x 2, em 9 de abril de 1963, peloTorneioInternacional do Chile, Estádio Nacional de Santiago). 

 

Você só vestiu a camisa da Seleção Brasileira quanto voltou do Vasco para o Guarany, de Bagé...!

 

 O Carlos Froner, (então) técnico do Grêmio (de Porto Alegre), formou uma seleção gaúcha para representar o Brasil na disputa da Taça O´Higgins, contra o Chile, em 1966. Joguei 30 minutos em uma partida e mais 15 na outra. Fomos campeões.

 

Você formou no ataque mais famoso do Guarany. Ainda se lembra da rapaziada?

 

 Era Eusébio, Max Ravazza (maior goleador do futebol de Bagé, com 131 gols. Jogou, com Garrincha, no Botafogode 1955),  Saulzinho, Tupãzinho, que marcou época no Palmeiras (década-1960), e João Borges. Aqueles quatro eram craques. Mas joguei pouco com eles, só amistosos, porque fui para o Vasco.

 

Quantos gols você marcou pelo Guarany de Bagé?

 

Uns 95, mais ou menos. Não tenho a estatística exata, mas a minha carreira apresentou média de meio gol por partida. Boa média!

 

Se Pelé jogasse hoje, faria muitos gol?

 

Uns dois mil, porque as defesas sobem muito. O quarto-zagueiro, os laterais, que viraram alas, se mandam. Se, enfrentando zagueiros plantados, fez o que fez, imagine agora. Antes, par se entrar na área, teria que ser muito rápido, ou ficava sem as canelas.  

 

Qual foi o seu marcador mais difícil?

 

O Luís Carlos, do Flamengo (de 1963.  O Jadir (do Botafogo) também era duro. Chagavam junto, mas não eram desleais.

 

 Contra o América, do México, em 1963, no torneio já falado. Teve uma plástica perfeita, valeu capa de revista. O Sabará cruzou, da direita, a bola bateu no chão, veio no meu peito, e finalizei, de bicicleta, antes da  chegadas do marcador.

 

Você estava naquele jogo em que o Vasco vencia o Santos, por 2 x 0, e o Pelé empatou, nos dois minutos finais?

 

Sim, e até marquei um gol, de cabeça. Mas um lance do Pelé foi demais,  complementando cobrança de escanteio. Ele saltou entre o Brito e o Fontana, que eram altões, matou a bola no peito e, de primeira, executou o nosso goleiro. Foi um gol de gente grande. No segundo, eu estava por perto. Após um cruzamento, o Pelé só desviou a trajetória da bola. Comentaram muito que o Brito e o Fontana curtiram bastante com a cara do Pelé, quando o Vasco vencia, por 2 x 0 Pois é! Foram mexer nma abelheira (gauchesco para ninho de abelhas). O cara era cruel.

 

 O que pesa mais hoje no futebol, a técnica ou o preparo físico?

 

 Um bom preparo físico vale, hoje, 70%, no mínimo, da capacidade necessária para se jogar. Mas quem decide, ainda, é o talento. Quem decidiu a Copa do Mundo de 2002? Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, principalmente. No gol deste, contra a Alemanha (na final), não deixou a bola passar para bater com a (perna boa de chute) direita. Achou um jeito de tocar com a canhota. O preparo científico moderno é mais científico, mais apurado, desde a base, quando os caras pegam a gurizada e faz o alongamento, espicha pra lá, pra cá. Isso ajuda muito, mas tem que ter talento pra decidir, reafirmo.

 

O futebol atual paga fortunas aos seus ídolos. No seu tempo, mãodavamesmo pra ficar rico?

 

Quando cheguei ao Vasco, o maior salário era o do (zagueiro e capitão) Bellini, o equivalente a 8 mil dólares. Hoje, qualquer juvenil está ganhando isso. Na minha época, para se comprar um imóvel, um automóvel, teria de financiá-lo. Agora, há quem possa comprar um apartamento por mês. Há muitos ganhos com publicidade. Eu vendi muitas figurinhas das balas Atlas, sem recebem nenhum direito de imagem. Nem nos consultavam. Não existia empresários, procuradores, além de a maioria dos atletas não terem esclarecimentos, etudos. O futebol tornou-se uma as melhores profissões. Quando eu começava a casrreira, o pai de uma namorada minha não queria o namoro porque eu era jogador de futebol. Éramos muito mal vistos.

 

Como era o assédio aos jogadores de sua época?

      

 O Vasco tinha um time famoso, que levava muitos fãs para a frente dos hotéis onde nos hospedávamos, querendo autógrafos, tirar fotografias conosco, conversar. Nós atendíamos a todos, a rapaziada vascaína era muito simpática. 

 

Você passou por quantos treinadores?

 

Beto Camélia, Alfeu Cachapuz e Alípio Rodrigues, no Guarany (de Bagé), Martim Francisco, Oto Glória, Zezé Moreira e Jorge Vieira, no Vasco; e Carlos Fronter, na Seleção Gaúcha.

 

Porque você não seguiu a careira de treinador?

 

Treinei o Guarany (de Bagé), em 1969, e até me saí bem. É muito estressante. Desisti.

  

Você jogou na despedida do Zizinho, em Brasília...!

 

Foi em um aniversário da cidade, que convidou o Zizinho para defender a sua seleção. Empatamos, por 1 x 0, e eu marquei o nosso gol, de cabeça. Me lembro que, no centro de Brasília, só estava em pé o Hotel Nacional (o maior e mais famoso,que hospedous reis, rainhas, príncipes, chefes de Estado e artistas famosos).

 

Como seria a sua seleção brasileira...

 

Barbosa; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Oldair; Carlinhos e Gérson; Sabará, Célio, Pelé e Zagallo. Me deixo de fora, porque esta gente era muito melhor do que eu. Acho que eu pegaria uma reservinha, junto com o Amarildo, o Quarentinha, esta raça. 

 
              O CLUBE DAS TAÇAS E FAIXAS
 
  No ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, 1965, o Clube de Regatas Vasco da Gama realizou uma grande temporada. De três competições importantes do futebol carioca, conquistou duas, o Torneio Internacional de Verão e a primeira Taça Guanabara. Além disso, foi vice-campeão da Taça Brasil, a primeira disputa nacional a classificar representantes brasileiros à Taça Libertadores da América, e do Torneio Rio-São Paulo, empatado com Botafogo, Flamengo e Portuguesa de Desportos. Nos esportes amadores, venceu a principal disputa estadual, o Campeonato Carioca de Basquetebol Masculino Adulto, e, ainda, a Taça Gerdal Boscoli.

 

                                         MELHORES DO ANO

O Vasco da Gama havia feito uma mal campeonato estadual, ficando em sexto lugar, atrás de Fluminense, Bangu, Botafogo, Flamengo e América. Enquanto os tricolores faziam 39 e perdiam 13 pontos, os cruzmaltinos conquistavam dez a menos e perdiam 19, distância inaceitável para a tradição do clube, que sofrera seis derrotas e empatara em sete jogos – vencera 11 –, marcando 44 e sofrendo 28 gols. Mesmo com aquela fraca campanha (4), Célio foi eleito o centrovante do time dos “Melhores do Futebol Carioca de 1964”, que ficou formado com: Castilho (Flu); Carlos Alberto Torres (Flu)... 

Durante aquela temporada que lhe valeu figurar na galeria das ”feras do ano”, o gol mais bonito de Célio fora marcado num partida noturna, no Maracanã, em que o Vasco venceu o Fluminense (5), por 1 x 0. “Representou um prêmio ao esforço feito por mim, pelo Saulzinho e o Zezinho. Este, depois de ter ultrapassado o Carlos Alberto Torres, me fez o passe. De frente para o gol, tentei o arremesso, mas a bola não chegou até o Castilho. Bateu no Procópio e ficou entre o Saulzinho e o Altair. O zagueiro demorou a rebatê-la, e o gaúcho, rapidamente, chutou a gol. Novamente, a bola tocou no Procópio, e ia saindo pela linha de fundo. Corri e, antes que ela escapasse, tentei dar um passe para o Saulzinho. A bola, batendo no Altair, que tentou tirá-la de campo, enganou o Castilho, que havia saído do gol, para atentar a defesa. Entrou, mansamente, para a rede tricolor. Perdi o equilíbrio com o esforço feito e beijei a grama”, narra.

Obs 5:  O jogo em que o Vasco venceu o Fluminense, por 1 x 0, quando Célio fez o seu gol mais bonito do Campeonato Carioca de 1964 – aos 20 minutos do primeiro tempo – foi na noite de 13 de setembro, no Maracanã, apitado por Frederico Lopes. O Vasco jogou com: Ita: Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário “Tilico”, Célio, Saulziho e Da Silva. É a formação que se vê acima,  sem o ponta esquerda Da Silva, que tem seu lugar na foto ocupado por Zezinho. O Fluminense foi: Castilho; Carlos Alberto, Procópio, Altir e Nono; Denílson e Oldair; Amoroso, Evaldo, Ubiraci e Mateus   

 

Em 1965, Célio fazia parte de outra galeria: a dos grandes cobradores de pênaltis no futebol brasileiro, que incluía Pelé, Didi (Botafogo), Parada (Bangu), Roberto Dias (São Paulo), Rinaldo (Palmeiras), Fefeu (Flamengo), Gílson Nunes (Fluminense), Flávio (Corinthians), Nair (Portuguesa de Desportos) e Carlos Pedro (América-RJ). Na época, o grande sucesso era a “paradinha”, inventada pelo “Rei Pelé” e que andou sendo proibida. Era um deboche.

 Em entrevista à Revista do Esporte de número 333, de 24 de julho daquele no, Pelé garantia que não era para tirar o goleiro da jogada, como a imprensa falava. “Eu travava a corrida para que o arqueiro se atirasse para o canto que tivesse escolhido, e chutava no outro, sempre com a perna direita”, explicou o camisa 10 santista. De sua parte, Célio tinha esta receita para cobrar o penal: “A maneira de chutar depende, inteiramente, da ação do goleiro. Normalmente, gosto de bater bem forte, visando um canto qualquer. Porém, na corrida, sempre olho para o goleiro, pra ver se ele se mexe, ou não. No caso do arqueiro sair para  um lado, procuro colocar a bola no outro”.                                      

 
                       

                                       CÉLIO, O GOLEIRO

Nem só de visitas às redes viveu Célio. Nos inícios de carreira, ele foi, também, zagueiro central, lateral-esquerdo e até goleiro. Até 1957, raramente, era atacante. Inclusive, disputou o Campeonato Paulista Juvenil, com a camisa 1. Nos jogos dos aspirantes e dos amadores era que atuava na zaga ou na lateral. Em 1958, no entanto, definiu-se pelo ataque, quando estava no Jabaquara, também, de Santos. Antes, porém, teve de passar por uma que ele ñão esperava.

 Corria a temporada paulista de 1957 e a Portuguesa Santista, seu clube, teria um compromisso, contra o Noroeste, de Bauru, no estadinho Ulrico Mursa,  em Santos. Incrivelmente, naquele dia, o técnico Filpo Nuñez estava com os seus três goleiros  sem condições de jogo. O titular, Le Pera, tinha um dedo fraturado; o reserva, Lugano, argentino, como ele, tratava de uma luxação num dos cotovelos, e  terceira opção, Aprecido, padecia com dores musculares. Sem saída, o treinador recorreu ao comandante dos times juvenil e aspirante, um cara chamado Papa, que, surpreendentemente, indicou Célio, para a missão. “Por aquele tempo, se o goleiro se machucasse, não havia substituição por especialistas da posição. De olho em uma situação daquelas, eu treinava tudo o que eles tinham de fazer. Durante os coletivos, era atacante, mas, nos bate-bolas, ia brincar no gol. Gostava daquilo”, explica Célio, que só não foi para o “fogo” porque anestesiaram as costas do reserva do reserva.

 Estava escrito, porém, que chegaria a vez de Célio sentir na pele os apuros que os goleiros passavam. Em 1960, ele e Filpo Nuñez se reencontraram no Jabaquara. E não foi que o argentino lhe fez voltar a treinar no gol! Ainda bem, pois faltando 20 minutos para o final da partida em que o “Jabuca” encarava o Corinthians, no Parque São Jorge, seu goleiro, Barbosinha, foi expulso de campo. E não precisou nem Filpo Nuñez ordenar. Barbosinha, logo, lhe entregou a camisa 1.

 O Jabaquara colocou 3 x 2 no placar e os corintianos foram, com tudo, pro jogo do abafa. Agitado, Filpo gritava, pedindo a Célio pra socar, para o mais longe que pudesse, as bolas chutadas contra as suas traves, em vez de tentar agarrá-las. Numa dessas vezes, seu “goleiro emergencial” acertou um tremendo murro na cabeça do zagueiro Chico, que ficou grogue, mas não perdeu o bom humor. “Pode continuar tentando me nocautear, desde que a gente vença”, propôs.

Célio não se esquece do desfecho daquele jogo. “Faltavam uns dois minutos para o final, quando o Corinthians  fez um outro cruzamento para a nossa área. O centroavante deles, o Almir (x), pressentindo que não alcançaria a bola, acertou-me uma cabeçada. Pouco depois, o lateral-direito, o Egídio, mandou mais um cruzamento, num chute enviesado. Fiz uma daquelas chamadas, na época, ponte cinematográfica. Pra ganhar um tempinho, rolei com a bola, pela área. Então, o Almir, deslealmente, pisou numa das minhas mãos. Senti uma dor horrível e revidei, com uma cabeçada. Instantes depois, o jogo terminou. A torcida corintiana invadiu o gamado e eu não sabia pra onde correr. No meio da pancadaria, acertei, com os dois pés, o peito e o rosto do primeiro que tentou me pegar. Depois, encontrei um cassetete de um guarda e, com ele, fui me defendendo. Fui salvo por dois adversários, o  goleiro Gylmar (dos Santos Neves)  e o zagueiro Olavo. A chegada de uma tropa de choque policial até serenou os ânimos, parcialmente. Mas, quando saíamos do estádio, o nosso ônibus foi apedrejado e quebrado à pauladas. Nunca mais eu quis saber de ser goleiro”, conta Célio, que considerava Castilho, do Fluminense,  e o uruguaio Maidana, do Peñarol, os melhores arqueiros que viu jogar.

  O estilo corajoso de Célio, de não levar desaforos para casa, valeu-lhe um questionamento, tempos depois, do semanário esportivo de maior circulação no país, a Revista do Esporte, pelo número 347, de 30 de outubro de 1965, quando ele já defendia o Vasco da Gama. Indagava a publicação: “Vítima ou farsante?” O atacante respondia, garantindo “não ser um fiteiro”, encenador. Para ele, era fácil julgar, comodamente, sentado, assistindo a uma partida. Sugeria, então, que seus críticos fossem para dentro do gramado, levar sarrafadas. “Se eu trocasse de lugar com eles, garanto que mudariam de opinião”, acreditava.

  Para exemplificar o que Célio sofria dentro de campo, a Revista do Esporte citava duas situações em que o atleta cruzmaltino saíra de campo em precárias condições físicas, enfrentando Flamengo e Botafogo, pela Taça Guanabara daquele 1965. Contra os rubro-negros, aludia a um choque, com o zagueiro Ditão (Gilberto de Freitas Nascimento), que resultou-lhe em pontos na cabeça e sair da partida carregado; diante dos alvinegros, a menção, acompanhada de foto, era sobre uma bola dividida, com o meia Gérson (Nunes de Oliveira), quando tivera a perna esquerda duramente atingida.

Sobre os dois lances, Célio comenta: “Com o Ditão, o choque foi casual. Disputamos uma bola aérea e cada um caiu para um lado. O Gérson, porém, foi desleal, deixando-me de fora de muitos treinos e jogos. Abriu uma avenida em minha canela. E olhe que foi num lance de meio do campo, sem perigo de gol. O Vasco vencia, por 1 x 0, rumando para a conquista da Taça Guanabara”. E avisava: “Não tenho e nem nunca tive medo de cara feia. E não mudarei a minha maneira de jogar, por causa de entradas violentas”.

O que foi lido acima era até pouco, diante de uma situação vivida por Célio, quando defendia ..... em seu início de carreira.  Ele enfrentava o São Paulo e vinha dando muito trabalho à defesa tricolor. Durante uma cobrança de escanteio, ao pular, para tentar a cabeçada, Bellini (x) De Sordi lhe acertaram dois socos, bem aplicados, no rosto, levando-o a cuspir vários dentes. Ele se lembra como foi: “Eu estava caído no gramado, sofrendo, e os caras ainda vieram tripudiar, dizendo:  ‘É assim, mesmo, garoto. Depois, piora’.

Passados muitos anos desse acontecimento de seus inícios de carreira, Célio conta o episódio, hoje, sorrindo. Ele era do tipo que sofria calado, para não apontar nenhum colega como jogador violento. Diante daqueles, quando recebia uma botinada, se fosse casual, não tomava conhecimento, considerava fato natural do jogo. No entanto, se fosse proposital, saía para o revide, na primeira oportunidade.      

                               OS MAIORES GOLS DE CÉLIO

  Célio considera seu tento mais bonito o marcado na noite de 21 de janeiro de 1965, no Maracanã, decidindo o I Torneio Internacional de Verão, contra o Flamengo. Ele conta: “O goleiro deles, o Marcial, defendeu a bola, e eu me abaixei, como se estivesse amarrando as chuteiras. Fiquei com o rabo de olho ligado nele, que me intuiu  repor a bola para a lateral-esquerda. Quando o fez, dei o bote, no bico da grande área, e toquei na pelota por cima dele, que saiu correndo. Até conseguiu pegá-la, mas caiu com bola e tudo dentro do gol”.

  Dois anos antes, Célio marcou um daqueles gols que não sai da memória. “Foi contra o Penãrol, jogando no Chile. Perdíamos, por 1 x 0, e o árbitro marcou um pênalti a favor dos uruguaios. Como o nosso goleiro, o Humberto (x), fez uma grande defesa, nos animamos e, num dos nossos ataques, o Joãozinho (x) sofreu pênalti. Cobrei-o e igualei o placar, algo muito importante, para mim, que estava iniciando a minha vida cruzmaltina. No entanto, o outro gol que marquei foi mais bonito. O Brito (x) cortou um ataque deles, passou a bola ao Lorico (x), que a jogou num espaço vazio, entre os zagueiros e o goleiro deles. Como  pararam, fui na bola. Quando o goleiro saiu para tentar a defesa, apliquei-lhe o que era chamado de “drible da roça”, na época, ou seja, toque por um lado e corrida pelo outro. Como fiz o toque com muita força, a pelota ia saindo, pela linha de fundo. Então, apliquei um carrinho, no bico da pequena área, e consegui mandá-la para a rede”.

 Outra bola na rede destacada por Célio aconteceu durante o Campeonato Carioca de 1963, contra o Olaria, clube que, há dois anos, o Vasco não vencia. “Recebi a bola no meio do campo e ataquei. Como o Nésio, meu marcador, foi recuando, de costas, em vez de me combater, perto da grande área, vi que dava pra arriscar. Mandei uma bomba, chute tão bem disparado, que nem senti o pé trabalhar. A bola bateu no travessão e quicou dentro do gol. Ganhamos, por 1 x 0, e acabamos com o tabu”, historia.

Também, diante do Olaria, mas no campeonato de 1964, Célio mandou pra rede outro dos gols que ele considera dos seus mais bonitos. “O jogo foi à noite, em General Severiano (estádio do Botafogo), e nós goleamos, por 5 x 0. O lance começou na nossa linha média. O Mário (x), que estava escalado de ponta-direita, trocou a sua colocação comigo, numa movimentação sem bola, pra confundirmos a marcação. Foi para o miolo do ataque. Naquele momento, o Lorico mandou a bola para a ponta-esquerda. Pressenti que dali sairia um cruzamento e corri  pra área. A bola chegou-me à meia-altura. Peguei-a de bate-pronto e fechei o placar. Fiz três, naquela partida”, narra.

Ainda de 1964, mas contra o Bonsucesso, Célio separou outro gol. “Eles vieram todos para o nosso campo, e nós recuamos. No sufoco, a nossa zaga conseguiu dar um chutão, pra frente.  A bola caiu nas costas do zagueiro Zé Maria, que me deu a entender que não chegaria nela. Corri para o lance e, quando  pelota quicou no gramado, a conduzi com a barriga e com os braços levantados, para fugir de reclamações de que eu a teria ajeitado com uma das mãos. Quando o goleiro Cláudio saiu, para tentar a defesa, o, encobri e finalizei a jogada para a rede”, descreve.

Célio sempre achou que “quem não tenta não faz”. Por isso, agia assim, marcando “gols bonitos e preciosos”. Dos goleiros de clubes cariocas, embora apontasse o tricolor Castilho como o melhor, era contra o botafoguense Manga que ele tinha mais dificuldades de vazar. “Mas fiz um nele que valeu muito. Foi de falta. Dando a entender que não botava fé na minha cobrança, ele mandou a barreira abrir. Afinal, na época, era considerado o melhor se sua posição no país. Fui para a cobrança, com redobrada vontade de fazer o gol. A bola voou, com muito efeito, e caiu lá no fundo da rede. Resultado: um bicho de Cr% 100 mil cruzeiros, para cada jogador, pela nossa vitória, por 1 x 0”, comemora.

Dos seus inícios de carreira, Célio destaca dois gols marcados em 1962, quando defendia o Jabaquara. No primeiro, enfrentava o favorito Corinthians, na Vila Belmiro (estádio do Santos). “Perto do final da partida, eu estava pela intermediária. Fui lançado e lancei o Marcos (ponteiro que, depois, foi corintiano e chegou à Seleção Brasileira), pela ponta direita. Nós, que havíamos recuado, para ajudar a defesa, tabelamos, até a grande área deles. Em seguida, o Marcos abriu, para a linha de fundo, e cruzou, na medida. Antecipei-me ao Gylmar (jornais e revistas da época escreviam Gilmar, desprezando a letra “y”) e ao Olavo, para fazer o tento da nossa vitória, por 2 x 1. Foi o meu primeiro grande gol como profissional (x).

O outro golaço, pelo “Jabuca”, é descrito assim: “Enfrentávamos o Noroeste, em Bauru, e estávamos perdendo, por 3 x 2. Pra piorar, tivemos o nosso zagueiro central expulso de campo. Então, recebi a ordem de ir para a zaga. Nos últimos minutos, desarmei um ataque do “Norusca” (x) e fui saindo da nossa área, com a bola dominada, procurando alguém para entregá-la. Como não aparecia ninguém para receber ou me combater, de repente, eu já estava na entrada da área deles. Bati forte, pelo alto, mandando a bola no ângulo, como se diz na linguagem esportiva. Só não me lembro mais se foi no direito ou no esquerdo. Só sei que foi um belo gol”, regosija-se. 

Célio tinha esta receita para fazer gols: 1 – escapar das botinadas, maliciosamente, para desarmar o adversário; 2 – chutar ao gol de qualquer distância, havendo ângulo favorável; 3 – tentar trabalhar a bola até a “zona perigosa, para deixar “meio gol” garantido; 4 -  ficar atento à movimentação da bola, só desistindo dela quando ultrapassar a linha de fundo; 5 – evitar a tentação de fazer o gol com as chamadas bolas colocadas. “Um erro beneficia o goleiro. Deve-se tentar o chute forte e certeiro”.    

             

 

            AMISTOSOS DO VASCO EM 1964

04.03/1964 - Vasco 0 x 2 Guarani-PAR. Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai.

06/03/1964 - Vasco 1 x 1 Racing Club (PAR). Estádio: Defensores del Chaco, em Assucin (PAR). Gols: Célio e...

 09/03/1964 - Vasco 1 x 2 Cerro Corá (PAR). Estádio Defensores del Chaco, em Assunção (PAR). Gols: Mário Tilico e...

19/04/1964 - Vasco 0 x 0 Atlético-MG. Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG).

21/04/1964 - Vasco 2 x 2 Vila Nova-MG. Gols: Lorico......

23/04/1964 - Vasco 0 x 0 Siderúrgica-MG. Local: Sabará (MG).

25/04/1964 - Vasco 1 x 0 Valério Doce-MG. Local: Itabira (MG). Gols: Célio e...

01/05/1964 - Vasco 3 x 2  Atlético-PR. Gols: Célio, Lorico (2) e...

14/05/1964 – Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: São Januário. Árbitro: Luciano Segismundo. Público: 2.093. Gol: Célio, aos 2 min do 2º tempo. Vasco:

18/05/1964 - Vasco 2 x 1 Bangu. Estádio: Moça Bonita. Ábitro: Jorge Paes Leme. Gols: Lorico e Maranhão (Vasco) Paulo Borges (Ban). Vasco:

21/06/1964 - Vasco 2 x 0 Rio Branco-es. Estádio: Governador Bley, em Vitória- ES. Árbitro: Mauro Guimarães. Gols: Maranhão e Saulzinho. Vasco: Levis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. Técnico: Duque

25/06/1964 -  Vasco 3 x  0 Vila Nova-GO. Estádio: São Januário.

13/08/1964 - Vasco 3 x  0 Porto-POR. Estádio: Maracanã. Gols: Mário e... 30/08/1964 - Vasco 1 x  1 Atlético-GO. (vila nova?)

01/09/1964 - Vasco  1 x  0 Atlético GO. Gol: Célio.

11/10/1964 - Vasco 1 x 0 Paysandu-PA. Torneio Cidade de Belém. Local: Belém, do Pará. Gol: Lorico.

14/10/1964 - Vasco 3 x 1 Tuna Luso-PA. Torneio Cidade de Belém. Local: Belém. Gopls: Zezinho, Célio e...........

14/10/1964 - Vasco 3 x 2 Clube do Remo Torneio Cidade de Belém. Local: Belém. Gols: Mário....

18/10/1964 - Vasco 3 x 2 Robin Hood (PARAM).  Local: Paramaribo. Gols: Zezinho (2) Célio e...

23 - Data : 20/10/1964                Vasco Da Gama 1 x 1 Transvaal (PARAM). Gols: Célio e ...

 15/11/1964 - Vasco 2 x  0 Porto Alegre-RJ. Local: Itaperuna-R. Gols: Célio e Mário Tilico.

Jogos 24; vitórias 15; empates  07; derrotas  02; gols pró  39; gols contra  18; artilheiro: Célio, 10 gols.

                                 SAULZINHO ERA ASSIM EM 1964

 

 Casado, com Marilu, o goleador Sulzinho ainda não tinha filhos, em 1964. Continuva sempre dormindo oito horas diárias, pesando, normalmente, 65 quilos, que subiam a 69, quando abusava um pouco do paladar, principalmente do seu prato predileto, o churrasco gaúcho, bem tostado na brasa. Residindo em Copacabana, desde que chegara ao Rio de Janeiro, ele adorava a praia do bairro e roupas esportivas. Tinha uma variada coleção de blusões.       

Devoto de Nossa Senhroa Aparecida, o católico Saulzinho fazia as suas orações antes dos jogos, pedindo proteção física, porque era muito visado pelos zagueiros, pois as suas chuteiras, de número 39, eram um perigo. Embora medisse 1,69m de altura, pouco para um centroavante, ele não via aquilo por problema, e brincava, dizendo:  “Não encolho quando tenho de enfrentar os becões grandalhõs e durões”.

 Quando desembarcou em São Januário, com seus olhos verdes claros admirando muito as belezes cariocas, Saulzinho usava os seus cabelos castanhos claros mais curtos do que em 1964, quando já cultivava uma cabeleira mais à moda das efervecente década-1960. Mantinha, também, o hobby de colecionar flâmulas e distintivosde clubes, o que corria sempre atrás, durantes as excurões vascaínas. No entanto, o cinema era o seu passatempo predileto, sendo fã do ator Paul Newman.

 Por ter nascido na gaúcha Bagé - 31 de outubro de 1937 - , Saulzinho era um bom relações públicas de sua terra no Rio de Janeiro. Não perdia a chance de louvar os encantos do seu povo, e dizia que, quando as “pernas não dessem mais par correr”, voltaria, correndo, pra fonteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o que o fez. 

 Centroavante, Saulzinho contou ao repórter Milton Salles, da Revista do Esporte - Nº 299, de 28 de dezembro de 1964 -, ter começado a carreira pela ponta esquerda do Grêmio Atlético Clube de Bagé, aos 17 de idade. Em 1955, mais encorpado, assinara o seu primeiro contrato, com aquele clube, ganhando Cr$ 700 cruzeiros mensais. Depois do futebol, o seu esporte preferido era o basquete. 

 

                                               TEMPORADA-1964

 O Vasco iniciou novas jornadas com dois amistosos, vencendo um e empatando o outro, com times mineiros. Em seguida, começou o Torneio Rio-São Paulo, empatando. Nos dois jogos seguintes, levou dois tombos, para se  recuperar, no paulistano Pacaembu, virando placar a13 minutos do final da partida, que chegou a lhe deixar com dois gols de desvantagem. Após aquele grande resultado, mais um empate e uma vitória. O time andava muito irregular. Nos três jogos seguintes, perdeu dois e empatou um, encerrando a sua participação naquele torneio interestaual com apenas duas vitórias, em nove jogos. Empatou outros três e perdeu quatro, marcando 10 e levando 14 gols:

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                       AMISTOSOS DO VASCO EM 1964

26/01/1964 - Vasco 1 x 1 Atlético-MG. Local: Rua Teixeira de Castro, no Rio de Janeiro. Gols:..... e Afonsinho (Atl-MG).

27.02.1964 – Vasco 1 x 0 Cruzeiro. Estácio: Octacílio Negrão de Lima, em Belo Horizonte. Árbitro: Alcebíades Dias. Gol ¨Célio, aos 19 minutos do 1º e tempo. Vasco: Levis; Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Fontana Barbosinha (Pereira); Odmar (Maranhão) e Lorico; Joãozinho (Valtinho), Mário Célio (Saulzinho) e Da Silva. Técnico: David Ferreira, o Duque.

04.03/1964 - Vasco 0 x 2 Guarani-PAR. Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai.

06/03/1964 - Vasco 1 x 1 Racing Club (PAR). Estádio: Defensores del Chaco, em Assucin (PAR). Gols: Célio e...

 09/03/1964 - Vasco 1 x 2 Cerro Corá (PAR). Estádio Defensores del Chaco, em Assunção (PAR). Gols: Mário Tilico e...

14.03.1964 – Vasco 0 x 0 Fluminense.  Estádio: Maracanã

04.03/1964 - Vasco 0 x 2 Guarani-PAR. Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai.

06/03/1964 - Vasco 1 x 1 Racing Club (PAR). Estádio: Defensores del Chaco, em Assucin (PAR). Gols: Célio e...

 09/03/1964 - Vasco 1 x 2 Cerro Corá (PAR). Estádio Defensores del Chaco, em Assunção (PAR). Gols: Mário Tilico e...

19/04/1964 - Vasco 0 x 0 Atlético-MG. Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG).

21/04/1964 - Vasco 2 x 2 Vila Nova-MG. Gols: Lorico......

23/04/1964 - Vasco 0 x 0 Siderúrgica-MG. Local: Sabará (MG).

25/04/1964 - Vasco 1 x 0 Valério Doce-MG. Local: Itabira (MG). Gols: Célio e...

01/05/1964 - Vasco 3 x 2  Atlético-PR. Gols: Célio, Lorico (2) e...

14/05/1964 – Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: São Januário. Árbitro: Luciano Segismundo. Público: 2.093. Gol: Célio, aos 2 min do 2º tempo. Vasco: Técnico: Bangu: Ubirajara, Fidélis, Orestes, Luís Alberto e Consani; Zé Carlos, Roberto Pinto e Cabralzinho; Vermelho, Paulo Borges e Aladim. Técnico: Denoni Alves.

18/05/1964 - Vasco 2 x 1 Bangu. Estádio: Moça Bonita. Ábitro: Jorge Paes Leme. Gols: Lorico e Maranhão (Vasco) Paulo Borges (Ban). Vasco: Técnico: Bangu: Ubirajara, Orestes, Fidélis, Luís Alberto, Consani, Romeu, Ocimar, Paulo Borges, Adauri, Parada e Aladim. Técnico : Denoni Alves

21/06/1964 - Vasco 2 x 0 Rio Branco-es. Estádio: Governador Bley, em Vitória- ES. Árbitro: Mauro Guimarães. Gols: Maranhão e Saulzinho. Vasco: Levis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. Técnico: Duque

25/06/1964 -  Vasco 3 x  0 Vila Nova-GO. Estádio: São Januário.

13/08/1964 - Vasco 3 x  0 Porto-POR. Estádio: Maracanã. Gols: Mário e... 30/08/1964 - Vasco 1 x  1 Atlético-GO. (vila nova?)

30.08.1964 - Vasco 1 x  1 Atlético-GO.

01/09/1964 - Vasco  1 x  0 Atlético GO. Gol: Célio.

11/10/1964 - Vasco 1 x 0 Paysandu-PA. Torneio Cidade de Belém. Local: Belém, do Pará. Gol: Lorico.

14/10/1964 - Vasco 3 x 1 Tuna Luso-PA. Torneio Cidade de Belém. Local: Belém. Gopls: Zezinho, Célio e...........

18/10/1964 - Vasco 3 x 2 Robin Hood (PARAM).  Local: Paramaribo. Gols: Zezinho (2) Célio e...

20/10/1964 -  Vasco 1 x 1 Transvaal (PARAM). Gols: Célio e ...

15/11/1964 - Vasco 2 x  0 Porto Alegre-RJ. Local: Itaperuna-R. Gols: Célio e Mário Tilico.

20/10/1964 -  Vasco Da Gama 1 x 1 Transvaal (PARAM). Gols: Célio e ...

15/11/1964 - Vasco 2 x  0 Porto Alegre-RJ. Local: Itaperuna-R. Gols: Célio e Mário Tilico.

Jogos 24; vitórias 15; empates  07; derrotas  02; gols pró  39; gols contra  18; artilheiro: Célio, 10 gols.

                           

                    

 

 

                           TORNEIO RIO-SÃO PAULO-1964

21.03.1964 – Vasco 1 x 3 Flamengo. Estádio: Maracanã. Árbitro:Gualter Portale Filho. Público: 27.559 pagantes. Gols: Aaírton, a 1 min: Paulo Choco, aos 16; Célio, aos 18, e Aírton, aos 37 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo (Ita); Joel, Brito, Barbosinha, Pereira, Maranhão (Odmar) e Lorico; Milton, Célio, Mário Tilico e Ramos (Da Silva). Técnico: Duque. Flamengo: Marcial, Murilo, Luís Crlos, Joubert (Paulo Lumumba) e Paulo Hebnrique; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Aírton, Paulo Alves e Osvaldo II. Técnico: Flávio Costa

29/03/1964 - Vasco 0 x  2 Santos. Estádio: Maracanã.

04/04/1964 – Vasco 3 x  2 Palmeiras. Estádio: Pacaembu. Árbitro: Antônio Viug: Gols: Tupãzinho, aos 15; Servílio, aos 24; Zezinho, aos 40, e Lorico, aos 43 min do 1º tempo; Célio, aos 23 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Maranhão e Odmar (Lorico); Joãozinho, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Duque. Palmeiras: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias e Geraldo Scotto; Zequinha (Rubens Sales) e Ademir Da Guia; Gildo (Julinho), Vavá (Geraldo II), Servílio, Tupãzinho e Tarciso. Técnico:  Silvio Pirilo.

 12/04/1964 - Vasco 1 x  1 São Paulo. Estádio: Maracanã. Árbitro: Armando Marques. Gol: Lorico, aos  23 min do 1º tempo. Vasco: Técnicio: Duque. São Paulo: Suli; De Sordi, Deleu e Ilso; Dias, Virgílio, Faustino, Norival, Pagão (Édson ((Nondas), Bazzaninho e Sabino. Técnico:  Oto Vieira.

 15/04/1964 -  Vasco 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã. Árbitro: Gualter Portela Filho. Público: 18.774. Gol: Célio, aos 31 min do 1º tempo. Vasco: Marcelo; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Alcir, Odmar e Lorico; Saulzinho, Célio e Zezinho. Técnico: Duque.

 03/05/1964 -  Vasco 1 x  2 Bangu. Estádio: Maracanã. Árbitro: Gualter Portela Filho: Gols: Ocimar e Bianchini (Ban) e Odmar (Vasco). Vasco: Técnico: Duque.

06/05/1964 - Vasco 0 x 1 Corinthians. Estádio: Maracanã. Árbitro: Armando Marques.  Público: 2.626. Gol: Silva, aos  24 min do 1º tempo. Vasco: Técnico: Duque.

 09/05/1964 -  Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu.

Jogos 9; Vitórias 2; Empates 3; Derrotas 4; gols pró 10; gols vontra 14; artilheiro: Célio, com 3 gols.           

                                         CAMPEONATO CARICA-1964

Saulzinho fez apenas quatro gols da temporada estadual  de 1964. De sua parte,  Célio foi o principal artilheiro do time, anotando 16 tentos, de um total de 44 marcados pela equipe, que levou 28 bolas nas redes, em 24 jogos, que renderam 11 vitórias, sete empates e seis derrotas, que deixaram o Vasco na sexta colocação.

Revista do Esporte - Nº 306,  de 16 de janeiro de 1965 -, considrou 1964 um ano melancólico para o futebol vascaíno, “acumulando muitos resultados  incompatíveis  com a sua tradição” - no Estadual, derrotas para Portuguesa (1 x 2) e América (1 x 2); empates com Campo Grande (2 x 2), São Cristóvão (3 x 3)  e Madureira ( 0 x 0 e 1 x 1).

 Dos “grandes”, só conseguiu vencer e empatar com Fluminense (respectivame te 1 x 0 e (1 x 1), além de se igualar, também, duas vezes, com o Bangu (1x 1 e 2 x 2). Contra Flamengo (1 x 2 e 1 x 2) e Botafogo (0 x 2 e 0 x 2), perdeu quando se cruzaram Quanto ao América,  que já não era tão “grande”, foi batido, uma vez, por 2 x 0.   

                                                    FICHAS TÉCNICAS

04/07/1964 - Vasco 1 x 2 América. Estádio: Maracanã. Árbitro: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 5.082.803. Gols: Zezinho, aos 10, e Maranhão, aos 3 (48) min do 1º tempo; Fernando Cônsul, aos 30 min do 2º tempo. Vasco: Levis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.


12/07/1964  - Vasco 2 x 2 Campo Grande. Estádio: Ítalo Del Cima. Árbitro: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 2.211.220,00. Gols: Célio, aos 4; Joãozinho, aos 32; Guaraci, aos 37, e Jairo, 42 min do 1º tempo. Vasco: Levis; Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Mário, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.

19/07/1964 - Vasco 1 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã. Árbitro: Gualter Portella Filho. Público: 16.581. Renda: Cr$ 6.830.808,00. Gols: Bianchini, aos 23, e Célio, aos  37 min do 1º tempo. Vasco: Levis; Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Mário, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.

23/07/1964 - Vasco 1 x 2 Portuguesa. Estádio: Álvaro Chaves (Laranjeiras). Árbitro: Cláudio Magalhães. Renda: Cr$ 1.459.550,00. Gols: Mário Tlico, Inaldo e Tião. Vasco: Levis; Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico: Duque.

09/08/1964 -  Vasco 3 x 3 São Cristóvão. Local: Rua Figueira de Melo. Árbitro: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 2.266.150,00. Gols: Mário, aos 2 e aos 43; Valter (p), aos 6 min do 1º tempo; Célio (pen), aos 15 (60); Aladim, aos 16, e Válter (p), aos 45 min do 2º tempo. Vasco: Márcio, Massinha, Fontana, Barbosinha e Pereira; Odmar e Maranhão; Joãozinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico: Duque.

16/08/1964  -  Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Estádio: São Januário. Árbitro: José Monteiro. Renda: Cr$ 3.464.250,00. Gols: Mário, aos 10 e aos 19 min do 1º tempo; Zezinho, aos 21 min (66) do 2º tempo. Vasco: Marcelo; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio, Mário e Da Silva. Técnico: Duque.

19/08/1964 - Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã. Árbitro: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 12.047.074,80. Gols: Jairzinho, aos 11, e Quarentinha, aos  31 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo; Joel FelícioO, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio,  Mário e Da Silva. Técnico: Duque.

23/08/1964  -  Vasco 2 x 1 Olaria. Estádio: São Januário. Árbitro: José Monteiro. Renda: Cr$ 1.642.950,00. Gols: Luis Carlos, aos 27 min do 1º tempo; Zezinho, aos 12 (57), e Mário, aos 31 (76) min do 2º tempo.
Vasco: Marcelo; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, 
Célio, Mário e Da Silva. Técnico: Eli do Amparo.


27/08/1964 -  Vasco 1 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã. Árbitro: Frederico Lopes. Público: 44.346. Renda: Cr$ 19.538.352,00.  Gols: Célio, aos 31, e Carlinhos, aos 44 minn do 1º tempo:  Nelsinho, a  1 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo (Levis); Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Alcir; Zezinho, Célio, Mário e Ronaldo. Técnico: Ely do Amparo.

 Detalhe 1: Aos 12 minutos do primero tempo, o árbitro paralisou a partida e retirou-se de campo, alegando estar sem condições psicológicas para continuar a dirigi-la. Dez minutos depois, voltou e reiniciou o jogo, como se nada tivesse acontecido. Detalhe 2: O goleiro vascaío Marcelo sofreu um gol (frango), por baixo das pernas, aos 44 minutos do primeiro tempo, em chute por Carlinhos “Violino”, despretensioso e fraco. Em seguida, pediu substituição, deixou o gramado chorando e inconsolável, e abandonou o futebol.

 

06/09/1964 -  Vasco 2 x 0 Canto do Rio. Estádio: São Januário. Árbitro: Valdemar Meireles. Renda: Cr$ 609.500,00. Gols: Mário, aos  34 min do 1º tempo e aos 24 (69) min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel, Caxias, Fontana e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Célio, Mário e Da Silva. Técnico: Eli do Amparo.

13/09/1964  - Vasco 1 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Árbitro: Eunápio de Queiroz. Público: 49.288. Renda: Cr$ 22.566.384,00. Gol: Célio, aos 20 min do 1º tempo. VASCO: Ita; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho  e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo. 

20/09/1964 - Vasco 0 x 0 Madureira. Estádio: São Januário. Árbitro: Valdemar Meireles. Renda: Cr$ 1.085.000,00. Vasco: Ita; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.

27/09/1964 - Vasco 2 x 0 América. Estádio: Maracanã. (Preliminar de Flamengo e Bonsucesso). Eastádio: Maracanã. Público: Renda: Cr$ 30.592.116,50. Árbitro: Frederico Lopes. Gols: Célio (p), aos 39 min do 1º tempo, e aos 31 (86) min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Da Silva.
Técnico: Ely do Amparo.

01/10/1964 -  Vasco 2 x 0 Campo Grande. Estádio: São Januário. Árbitro: Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 945.506,00. Gols: Célio, aos 5, e Saulzinho, aos 22 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha;  Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 04/10/1964 -  Vasco 2 x 2 Bangu. Estádio: São Januário. Árbitro: José Monteiro. Público: 8.407. Gols: Roberto Pinto, aos 5; Célio, aos 11; Mário, aos 15 min do 1º tempo; Roberto Pinto, aos 30 nmiubn aso 2º tempo.
Vasco: Ita, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, 
Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

07/10/1964 -  Vasco 2 x 0 Portuguesa. Estádio: São Januário. Árbitro: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 1.219.180,00. Gols: Zezinho, aos 16, e Mário, aos  18 mio dpo 1º tempo. Vasco: Ita (Levis); Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

25/10/1964 – Vasco 4 x 2 São Cristóvão. Estádio: São Januário. Árbitro: José Monteiro. Renda: Cr$ 1.824.600,00. Gols: Zezinho, aos 3; Saulzinho, aos 22 e aos e 27; Petit, aos 34 e, Mário, aos 42 min do 1º tempo; Valter, aos 30 min do 2º tempo. Vasco: Miltão; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

31/10/1964 -  Vasco  4 x 2 Bonsucesso. Estádio: Maracanã. Árbitro: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 8.224.349,50. Gols: Zezinho, aos 16; Célio, aos 31 do 1º e aos 19 (54) min do 2º tempo; Zé Maria; Antoninho, aos 21, e Saulzinho, aos 22 (67) min do 2º tempo. Vasco: Miltão, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

07/11/1964 - Vasco  0 x 2 Botafogo. Estádio. Maracanã. Árbitro: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 23.163.894,50. Gols: Quarentinha, aos 34 min do 1º tempço, e Arlindo, aos 23 in do 2º tempo. Vasco: Miltão; Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

13/11/1964 -  Vasco  5 x 0 Olaria. Local: Rua General Severiano. Árbitro: José Teixeira de Carvalho. Renda: Cr$ 1.744.300,00. Gols: Marcos (contra), Célio (3) e Saulzinho. Vasco: Lévis (Ita); Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 22/11/1964 -  Vasco  1 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã. Árbitro: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 24.374.646,00.  Gols: Paulo Alves, aos 28 min do 1º tempo; Aírton, aos 15, e e Célio, aos  17 min do 2º tempo. VASCO: Levis; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.  

 29/11/1964 - Vasco 3 x 1 Canto do Rio. Estádio: Caio Martins, em  Niterói-RJ. Árbitro: Valdemar Meireles. Renda: Cr$1.358.200,00. Gols: Zezinho, aos 6 (51); Lorico, aos 24 (61), Ramos e Maranhão, aos 33 (88) min do 2º tempo.  Vasco: Levis (Ita); Joel, Brito, Fontana e Barbosinha: Maranhão e Lorico; Máriio Tilico, Zezinho, Célio e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.   

06/12/1964 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã. Árbitro: José Teixeira de Carvalho. Público: 69.639. Renda: Cr$ 40.843.509,00. Gols: Denílson, a 1 min, e Zezinho, aos 7 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

12/12/1964 - Vasco 1 x 1 Madureira. Local: Rua Conselheiro Galvão. Árbitro: José Teixeira de Carvalho. Renda: Cr$ 1.225.650,00. Gols: Célio, aos 38 min do 1º tempo, e Neném, aos 47. Vasco: Ita; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Quincas; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

Jogos 24; vitórias  11; empates 7;  derrotas  6; gols pró 44;gols contra  28; artilheiro Célio: 16  gols;  colocação 6º lugar.                                         

 

 

                                 TAÇA CIDADE DE BELÉM                                    

          

O Vasco vinha mal no Campeonato Carioca de 1964. Cinco tropeços nas primeiras rodadas. Célio, porém, cumpria a sua parte, já tendo marcado três dos oito tentos da equipe –  1 x 2 América/04.07;  2 x 2 Campo Grande/12.07; 1 x 1 Bangu/19.07; 1 x 2 Portuguesa/23.07; 3 x 3 São Cristóvão/09.08. Dias depois, o time arrumou uma folga na tabela, para disputar o Torneio Cidade de Belém, no Pará. Estreou com 1 x 0 sobre o Paysandu, no dia 11, um domingo, no Estádio Leônidas de Castro. Três dias depois, numa quarta-feira, 3 x 1 diante da Tuna Luso. Em 17 de outubro, carregou a taça, mandando 3 x 2 no Clube do Remo.

Caneco na sacola, este demorou um pouco para ser guardado nas prateleiras de São Januário, pois o Vasco esticou o giro até Paramaribo, onde venceu o Robin Hood (18.10), por 3 x 2, e empatou, por 1 x 1, (20.10) com o Transvaal. Dos quatro gols nesse giro externo, a metade foi de Célio. Animada, a moçada voltou ao Campeonato Carioca, em 25 de outubro, e não teve santo que desse jeito. Sapecou 4 x 2 no São Cristóvão. E um dos gols foi de Célio.                             

 

 

 

 

                                FESTA PORTUGUESA

 

O Rio de Janeiro comemorava o seu quarto centenário, em 1965,  e fervia em festas e badalações. Todos queriam homenageá-lo, entre estes o Vasco da Gama. Para isso, o Almirante convidou o Benfica, para um prélio de confraternização dos portugueses com a colônia luso-brasileira.

 No dia oito de julho de 1965, o Maracanã recebeu 38.838 pagantes querendo assistir o amistoso vascaíno com o time do bairro lisboeta da Luz - base da seleção portuguesa, com 10 titulares da equipe que, no ano seguinte, ficaria em terceiro lugar na Copa do Mundo. Valia a Taça Estácio de Sá.

 De um lado - Costa Pereira; Augusto Silva, Germano, Raul e Cruz; Neto e Coluna; José Augusto, Eusébio, Tôrres e Yaúc -, um timaço que assombrava a Europa; do outro, um Vasco que, desde a conquista do Torneio Rio-São Paulo-1958, entrara em jejum de títulos, mas com a sua formação – Gainete; Joel Felíco,  Brito, Fontana e Barbosinha, Maranhão e Lorico; Luizinho, Mário, Saulzinho e Zezinho -  prometendo se superar naquela partida.  

 Tudo era festa no estádio. O árbitro, Eunápio de Queirós - auxiliado por Frederico Lopes e Guálter Potela Filho -, chamou para o meio do campo os capitães Coluna e Barbosinha, que se cumprimentaram, sorteou a escolha de lado a defender e mandou as feras se pegarem. O Benfica começou  melhor  e assim o foi na maior parte da “contenda” , mostrando futebol objetivo, com todas os setores do seu time bem coordenados. De sua parte, o Vasco se segurava. Até os 27 minutos do primeiro tempo, Eusébio, considerado um dos maiores craques do planeta -, agitava as ofensivas do seu time. No entanto, aos 28 minutos, Saulzinho recebeu a bola nas proximidades da área fatal benfiquista, driblou Neto e, com um chute de pé direito, pelo alto e à esquerda do goleirão Costa Pereira, abriu o placar. O presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes exultava-se. Seu clubeestava vencendo o bicampeão purtuguês. Mas teve de se sacudir muito em sua cadeira, pois os patrícios eram terríveis. Se não fosse o goleiro Carlos Gainete a coisa seria bem complicada.

 A farra do Almirante durou até os 44 minutos do primeiro tempo. Bola nos pés de Eusébio, nas imediações da trave vascaína, e este, com   bateu na pelota  à meia altura, com muito efeito, iludindo Gainete, que depois da pugna confessou aos repórteres que teve a impressão vê-la indo para fora.

 Para o segundo tempo, as expectativas eram enormes. Os portugueses trocaram o grandalhão Tôrres, por Pedras, no intervalo, enquanto o Vasco esperou 17 minutos para tirar Luizinho Goiano e usar Benê. O Benfica dominava, Gainete fazia defesas espetaculares e, quando os cruzmaltinos atacavam, Germano era um leão no desarme.  Por isso, ninguém balançou mais as redes. O Benfica ainda trocou Yaúca, por Serafim, aos 34, enquanto o anfitrião, aos 40, lançou Oldair Barchi, em lugar de Lorico. Mas ficou no 1 x 1 mesmo. Como era festa luso-brasileiro-carioca, Manoel Joaquim Lopes resolveu oferecer a taça ao Benfica. Ele só reclamou da renda, de Cr$ 56.258, 660, garantindo ter lhe deixado o prejuízo de Cr$ 35 milhões de cruzeiros (a moeda da época). Nenhum problema: “O importante é que o Vasco empatou com a seleção portuguesa”, comemorava.

Em 1963, o Vasco da Gama excursionou ao continente africano, jogando em Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Sudão. Na estreia, venceu o Stade d’Abidjan, da Costa do Marfim e campeão da liga nacional, por 3 x 0, com Saulzinho marcando os três tentos, diante de 17 mil espectadores. 

O segundo jogo, em Gana, levou mais gente ao estádio – 22 mil – e repetiu o 3 x 0, pra cima do Kotoco, com Célio, Lorico e Fagundes pintando na rede. Em relação ao jogo anterior, o time só trocou Ronaldo, por Fagundes, na ponta-esquerda. Na terceira partida, novamente em Gana, o público chegou aos 30 mil desportistas, mas a rapaziada ficou pelo 0 x 0, com o Real Republicans. O Almirante enfrentou temperatura de 47 graus durante os três compromissos.

Próxima parada: Nigéria. De saída, goleou a seleção nigeriana, por 6 x 0, por conta de Célio (4), Saulzinho e Lorico. A seguir, 3 x 1 Seleção da Nigéria Ocidental, com Célio (2) e Sabará na rede. Houve mais um prélio no país, placarizado por 2 x 1 Westem Roveres, escritos por Fagundes e Lorico.

 Da Nigéria, o time vascaíno foi, para o Sudão, vencer o Al Mourada, por 4 x 2, com gols de Sabará (2), Ronaldo e Écio. No 7 de julho – os jogos desta excursão começaram no 5 de maio – a rapaziada escorregou, por 1 x 2 Al-Hilal  , time, também, sudanês e que levou gol de Lorico. Dois dias depois, um meio-tropeço, por 1 x 1 Al-Merreikh, ainda no Sudão e com Sabará batendo pênalti e marcando o gol vascaíno. Esta partida foi marcada por algo inusitado: o lateral-direito Paulinho de Almeida dirigiu o time no segundo tempo, pois o treinador Jorge Vieira desentendeu-se com a chefia dirigente da delegação. Mas o problema foi contornado e o treinador voltou a dirigir a rapaziada pelos cinco jogos finais do giro, que foram em gramado europeus: 0 x 3 Sporting; 2 x 0 Málaga; 2 x 3 Mônaco; 3 x 2 Elche e 0 x 1 Espanyol, o primeiro em Portugal e os demais na Espanha. 

Nesses encontros, Saulzinho (4), Sabará, Joãozinho e Ronaldo marcaram os gols, enquanto os jogadores que atuaram foram: Humberto (Ita), Joel Felício (Paulinho de Almeida), Brito, Barbosinha (Russo), Dario, Maranhão (Écio); Sabará (Joãozinho), Lorico, Saulzinho, Célio e Ronaldo (Fagundes). Saulzinho (8), Célio (7), Sabará (5) e Lorico (4) foram os principais maracadores. 

   2 - Capa do Nº 145 da Revista do Esperte, de 16 de dezembro de 1961, Saulzinho marcava gols vascaínos com 1m68cm de altura. Nasceu no 31 de outubro de 1937, na gaúcha Bagé, e ganhou diminutivo em seu nome por haver um outro Saul no Guarany de sua terra. 




 1 - Saul Santos Silva, o Saulzinho, nasceu na gaúcha Bagé, em 31 de outubro de 1938. Estreou no time do Grêmio Esportivo Bagé, aos 16 de idade anos de idade, marcando um gol bicicletado, diante do já  o extinto Nacional, de Porto Alegre. Ele foi descoberto pelo ex-zagueiro João Nascimento, quando jogava no pátio do Ginásio Auxiliadora, de sua cidade, em 1955. Mas a sua carreira só começou, efetivamente, em 1956, pois havia assinado contrato com o Guarany Futebol Clube, após ir para o Bagé, e, por conta de regulamento, não pode jogar pelo novo clube. Assim, profissionalmente, sua bola pelo Guarany só fii rolar em 1956, ficando campeão citadino. No Guarany, ele ficou, de 1956 a 1960, quando foi para o Vasco da Gama, o qual defendeu até 1965.Voltou para Bagé e ou Guarany e encerrou a carreira em 1968. Depois, graduou-se em Direito

2 - Durante toda a década-1960, Célio Taveira fora o principal goleador do Vasco da Gama e um dos seus maiores ídolos, importantíssimo nas conquistas dos Torneios Pentagonal do México-1963; Internacional do Chile-1963; Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro-1965; da Taça Guanabra-1965 e do Torneio Rio-São Paulo-1966 (este rempatado com Botafogo, Santos e Corintians). 

3 - Em uma quinta-feira de 1967, Célio e o o Almirante eram adversários. No amistoso  Vasco 2 x 0 Nacional, de Montevidéu, valendo a Taça Governador Negrão de Lima. Célio defendia o tricolor uruguaio desde os inícios das temporada-67 e encarou os velhos companheiros por esta formação: Dominguez, Ubinas, Manicera, Mujica (Ancheta), Alvarez; Viera, Bita (Cúria), Montero, Célio, Paz (Techera) e Uruzmendi. Treinado por Zizinho e com gols marcados por Moraes e Paulo Bim, o time vascaíno alinhou: Fraz; Ari (Nilton Paquetá), Ananias e Jorge Andrade; Oldair, Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bianchini, Paulo Bim e Moraes.


 


               

  


 Imaginada pelo general Julio Argentino Roca, que governou o país vizinho, de 1880 a 1886, e de 1898 a 1904, a Copa Roca vinha sendo disputada por Brasil e Argentina desde 1914, ano em que ficou por aqui – e, depois, em 1922 e em 1945.
Considerado por uns como pai do moderno estado argentino, e por outros um caudilho sanguinários, que teria promovido um genocídio de índios mapuche, para atingir os seus objetivos políticos, o general Roca foi o primeiro a ver a força do futebol no Cone Sul. E tratou de remetê-lo aos dividendos eleitorais, expecialidade dos ditadores dos dois países na década-1970.
Bola no lugar de política, é preciso passar, antes, pelo Torneio Morumbi, para “generalar” o que este texto pretende. Pois bem! Vasco da Gama e Santos se uniram em um combinado para disputar a competição que incluía, ainda, Flamengo, São Paulo, Sporting, de Portugal, e Dínamo, de Zagreb, da antiga Iugoslávia. Então, um garoto, de 16 anos, que começava a surgir no time santista, foi incluído na equipe. Ele já havia jogado em duas ocasiões, no Maracanã, contra o Flamengo e o América, mas a imprensa carioca nem sabia direito do seu nome,isto é, apelido: Pelé ou Pelê? Os ouvidos estavam mais acostumados a ouvir Telê, nome de jogador do Fluminense.
 Enfim, rolou a bola pelo torneio internacional e o garoto de apelido confuso encantou  o treinador da Seleção Brasileira, Sílvio Pirillo. Chegado o momento de convocar o time canarinho para enfrentar os “hermanos”, em mais uma edição da Copa Roca, a torcida brasileira foi surpreendfida, com a inclusão daquele menino de 16 anos. Poucos o conehciam. O ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos, João Havelange, diz que foi ele quem mandou convocar. Mas o certo é Pirillo Pirillo esteve no Maracanã vendo-o jogar, viu, gostou e apostou.
Em 7 de julho de 1957, estava o menino Pelé no banco dos reservas da Seleção Brasileira. No Maracanã, 60 mil pagantes assistiam aos argentinos cozinharem todo o primeiro tempo, com um gol marcado por Labruna aos 14 minutos. Para mudar a situação, Pirillo chamou o garoto Pelé, para entrar no segundo tempo. Ele ocupou a vaga de Del Vecchio, que era seu colega no Santos, e empatou a partida, aos 77 minutos. Pena que, um minuto depois, Juárez tenha desempatado para os argentinos, que venceram, por 2 x 1.
Na estreia de Pelé como canarinho, o juiz foi o austríaco Erwin Hieger. A Seleção Brasileira teve: Gilmar (Santos), Paulinho de Almeida (Vasco) e Bellini (Vasco/capitão); Jadir (Flamengo), Oreco (Corinthians) e ZIto (Santos)/Urubatão (Santos); Maurinho (São Paulo), Luisinho (Corintians), Mazzola (Palmeiras)/Moacir (Flamengo), Del Vecchio (Santos)/Pelé (Santos) e Tite (Santos). Os argentinos foram escalados pelo técnico Guilermo Stáile com Carrizo; Pizarro, Vairo, Gianserra, Néstor Rossi (Guidi), Urriolabeitia, Corbatta, Herrera (Antonio), Juárez (Blanco), Labruna e Moyano. (foto reproduzida de  www.globoesporte.com.com) Agradecimento          


 
 
 
 
 








 
 
 

 
 
 
 


 
 
 
 

 
 
 
 

 

 
 

 

 
 

 
 



 
 

 

 
 
 
 
 
 

 
 
 

 
 
 

 
 

 
 

 

 

 
 

 
 
 
 

 

 
 
 
 


 
 
 
 
 

 
 

 
 


 


 
 
 
 



 
 
 
 
 


 
 
 
 
 

 



 



 
 
 

 
 
 




 

 


 
 
 












 

 

 
 

 

 
 
 



 

 


 

 
 












Lorico, Da Silva e Saulzinho em foto-capa da Revista do Esporte


 
 
 










 
 


 

 
 

 

 

 

 



 

 
 

 
 

 
 

 

 

 

 



 

 
 
 

 

 



 





 
 
 

O atacante Pinga, como capitão do time cruzmaltino, troca flâmula com o colega do francês Racing, e depois mata a pau o adversário, pelo Torneio de Paris, do qual aa rapaziada carregou o caneco. (Foto reproduzida de Manchete Esportiva)

The striker Pingaas captain of the team cruzmaltino, streamer exchange with fellow French Racingand then kills to stick the opponent, the Tournament of Paris, which the boys carried the cup(Photo reproduced Headline Sports)

        
 
 
 

 
 
 
 
 







 
 
 
 
 
 

 

 

 
 

 


 

 

 




 

 

 
 
 
 

 

 
 

 

 
 

 








 
 

 
 


 


 
 



 

 

 




 
 
 

 



 
 

 

 

 
 

 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 

 
 

 
 




 
 

 

 
 

 

 

 
 


 

 

 

 




 

 



 
 
 
 


 
 
 

 
 










 

 
 

 

 
 

 


 

 
 

 
 
 

 
 

 
 

 
 

 

 

 
 
 

 
 
 

 

 
 

 

 

 
 









 

 

 

 
 
 

 



 
 

 
 






 
 


 



 
 
 

 
 

 
 
 

 

 

 

 
 




 
 






 
 



 
 





 
 
 
 
 
 
 
 


 
 



 
 














 
 
Pintava gata bonita e gostosa no esporte? Pintava na revista Manchete. Prendia os olhos do leitor, o fazendo pecar. Mas, logo, ele estava perdoado. Por ter bom gosto. É regra bem  brasileiríssima.








 
 



 

 

 

 



 
 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 

 
   

 
 

 

 

 
 
 

 
 


 
 


 
 

 
 

 

 
 
 



Lorico, Da Silva e Saulzinho em foto-capa da Revista do Esporte


 
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

 
 
 
 

 



 
VASCO 14 X 0 CANTO DO RIO, no 6 de setembro de 1947, ainda é a maior goleada na era do profissionalismo nas temporadas oficiais do futebol carioca. O placar estonteante, em um sábado, em São Januário, teve maldades de Ismael (5), Maneca (4), Dimas (3), Nestor e Chico. Como trabalhou o árbitro foi Alberto da Gama Malcher, colocando a bola no centro do gramado! Os impiedosos rapazes da Colina eram: Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Nestor, Maneca, Dimas, Ismael (foto)e Chico.  Este time, treinado por Flávio Costa, atropeleva. Era a fase do “Expresso da Vitória”, montado, a partir de 1944, pelo uruguaio Ondino Viera. Campeão carioca já em 1945, os vascaínos não tiveram adversários durante a temporada carioca-1947, com 17 vitórias e três empates, marcando 68 e sofrendo 20 gols, o que lhe deixou com o espantoso saldo de 48 tentos, em 20 jogos. 6 X 2 BANGU - A força dos ventos da Colina foram sentidos, nos 7 de setembro, também, pelos “Mulatinhos Rosados de Moça Bonita”. As seis trocas de marchas do “Expresso da Vitória” foram em um domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca-1952.
   Aquele foi um dos jogos da campanha do último título da melhor fase vascaína, iniciada, em 1944, pelo treinador uruguaio Ondino Vieira que, no dia do jogo contra os banguenses, estava em outro vagão, assistindo a mais uma história do feitiço contra o feiticeiro. Maneca (3), Ipojucan (2) e Ademir Menezes foram ao filó. Gentil Cardoso era o comandante destruidora: Barbosa, Augusto e Haroldo; Ely, Danilo e Jorge; Edmur, Maneca, Ademir Menezes, Ipojucan e Chico. Além de Ondino, mais dois ex-vascaínos estavam do outro lado: o zagueiro Rafagnelli e o atacante Djalma (fotos).

.1 - Aconteceu. E por duas oportunidades. O Vasco juntou-se ao Flamengo, formando um combinado pra ir à luta. Da primeira vez, em 23 de dezembro de 1955, homenageando o ex-presidente rubro-negro, Gilberto Cardoso, que havia partido, 37 dias antes, com oO Vas-Fla vencendo o combinado argentino Racing/Independiente, por 3 x 1; da segunda, a formação carioca caiu ante o combinado Corinthians/Palmeiras, por 2 x 1, em  23 de janeiro de 1992, e ambos os jogos no Maracanã.

2 - VAS-FLA contra os hermanos foi apitado pelo inglês Harry Davis e teve o lateral-direito cruzmaltino  Paulinho de Almeida abrindo  o placar, aos 7 minutos. Rodolfo Michelli empatou, aos 15; o  rubro-negro Dida desempatou, aos  25, e o vascaíno paraguaio  Sílvio Parodi fechou a conta, aos 11 do segundo tempo. Formação: Hélio (Vsc), Paulinho de Almeida (Vsc) e Pavão (Fla); Jadir (Fla), Dequinha (Fla) e Jordan (Fla); Joel (Fla), Paulinho (Fla) (Ademir Menezes (Vsc), Dida (Fla) (Vavá ([Vsc]), Pinga (Vsc) e Parodi (Vsc). O Combinado Racing/Independiente teve: Rogério Dominguez (Rac), Norberto Anido (Rac) e José García Perez (Rac); Nestor de Vicente (Rac) (José Varacka (Ind) (Alberto Brito (Ind), Vladilao Cap (Rac) e Natalio Sivo (Rac); Rodolfo Michelli (Ind), Danse Juárez (Ind) (Manoel Bianco (Rac), Ricardo Bonelli (Ind), Ernesto Grillo (Ind) e Oswaldo Cruz (Ind).


Bebeto era rubro-negro e Júnior esteve cruzmaltino
 3 - VAS-FLA 1 X 2 PAULISTAS teve o gol carioca marcado por  Bebeto, aos 40 minutos do segundo tempo.  Paulo Sérgio, aos  34 da etapa  inicial, e Tupãzinho, aos 14, da final, fizeram os dos vencedores. A mescla dos rivais do RJ reuniu: Gilmar (Fla), Luiz Carlos Winck (Vsc), Gottardo (Fla), Alexandre Torres  (Vsc) e Eduardo (Vsc)/Piá (Fla); Charles Guerreiro (Fla) e Júnior (Fla); Willian (Vsc), Zinho (Fla) Bebeto (Fla) e Gaúcho (Fla). Comandados por Carlos Alberto Parreira, os paulistas foram:  Carlos (P)/ Ronaldo (C); Giba (C), Marcelo (C), Guinei (C) e Dida (P); Odair (P), César Sampaio (P), Wilson Mano (C) Erasmo (P) e Neto (C); Tupãzino (C), Edu Marangon (P), Evair (P) e Paulo Sérgio (C). O juiz foi  José Aparecido de Oliveira-SP.
 
4 - RIVAIS SE PEGANDO -  Esta é uma história iniciada em 1944 e que inclui vários pegas emocionantes. No primeiro,  o atacante argentino Valido e fez o gol do título rubro-negro, aos 41 minutos da etapa final. Os vascaínos choraram diante de 20.308 torcedores espremidos no estadinho da Gávea, jurando que o cara cometera falta no lance.  Passados 14 anos, a nova final já rolou na “Era  Maracanã”. Valeu pelo "SuperSuper Campeonato Carioca-1958, quando ambos (e mais o Botafogo), se igualaram e disputaram dois triangulares. Na finalísima, Vasco 1 x 1 Flamengo, em 17 de janeiro já de 1959. Roberto Pinto fez o gol do título vascaíno, com time treinado por Gradim.
 
5 -A terceira decisão VAS-FLA demorou 25 anos. Em 6 de maio de 1973, levando 100.342 torcedores ao “ Maraca”. Valia pela Taça Guanabara e  Arílson, aos 30 do primeiro tempo, deu a taça ao Fla de Mário Jorge Lobo Zagallo. Mas o Vasco descontou, em 1976, pela mesma disputa, com jogo extra e prorrogação. No tempo normal, Roberto Dinamite, de pênalti, abriu a conta, aos 6 minutoso. O Fla empatou na fase final, com Geraldo 'Assoviador', levando a decisão para os pênaltis.  Zico e Geraldo perderam suas cobranças e o goleiro vascaíno Mazaropi virou herói, junto com o apagado Luís Augusto, executor do pênalti que selou a vitória cruzmaltina.
 
6 - Em 1977, o Vasco repetiu tudo, batendo o rival também nos pênaltis. Mas a decisão valia pelo segundo turno estadual, a Taça Rio – os cruzmaltinos já haviam ganho a Taça GB. O próximo duelo foi em 28 de setembro, com o Maracanã recebendo 152. 059 pagantes. Em nova decisão por pênaltis, Tita perdeu a dele e o Dinamite expolodiu o “Urubu”, na última batida.

7 - O Flamengo venceu três seguidas. Em 3 de dezembro de 78, aos 41 da fase final, Zico cobrou escanteio e o zagueiro Rondinelli cabeceou, para escrever  1 x 0 no placar e levar a taça diante de 120.433 viventes. Em dezembro de 19 81, o ladrilheiro Roberto Passos Pereira invadiu o gramado do Maracanã e esfriou a reação cruzmaltina.  O Vasco precisava ganhar três jogos extras, para ser campeão. Venceu os dois primeiros, por 2 x 0 e 1 x 0, e foi para o terceiro, diante de 169.989 corações. Adílio e Nunes marcaram para o Fla, e Ticão para a “Turma da Colina”.  Em 1982, o meia Adílio fez a bola (e a Taça GB) passar entre a trave direita e o goleiro Mazaropi, no último lance do jogo disputado em 23 de setembro de 82, sob as vistas de 100.967 expectadores.
 
8 - Em 1986, começava a era-Romário e as faixas de campeão voltaram a São Januário, na decisão da Taça GB. Em 20 de abril, o ‘Baixinho’ marrento, aos 20 anos, fez os dois dos 2 x 0 vascaínos,  assistidos por 121.039 almas. Mas o título da temporada parou na Gávea, após três jogos e dois 0 x 0. No ato final, em 10 de agosto, 127.806 presentes ao  Maracanã viram Bebeto cravar o primeiro gol e o goleiro vascaíno Acácio engolir uma "avestruz", no chute fraco de Júlio César, de fora da área.

9 - Em 1987, o Vasco fez um campeonato muito melhor, mas foi o rival que levou o título, marcando o final das decisões entre Zico e Roberto Dinamite. Era o dia 9 de agosto e 114.628 pagantes conferiram  Tita decidir, ao final do primeiro tempo. Em 22 de agosto de 1988, foi a vez do lateral-direito Cocada, em 120 segundos, passar à história vascaína e desaparecer rápido. Entrou no jogo a dois minutos do final,  soltou  uma "pancada" de fora da área, fez o gol da vitória vascaína e foi expulso, em seguida, por  tirar a camisa e atirá-la no banco rubro-negro.

10 - Encerradas as decisões Roberto Dinamite X Zico, o duelo Vas/Fla levou 11 anos para “reacontecer”. Em 1999, após 1 x 1 no primeiro jogo, Rodrigo Mendes, de falta, de fora da área, aos 76 minutos, deu o título ao Fla, perante 80.590 torcedores, em 19 de junho. A bola bateu em Nasa e enganou o goleiro Carlos Germano.

11 - Em 2000, Romário  fez três nos 5 x 1 completados por Pedrinho e Felipe, decidindo a Taça Guanabara, assistido por  53.750 pagadores. Era 23 de abril e pintou o rebu quando Pedrinho resolveu fazer embaixadinhas diante dos rubro-negros. O clássico terminou com seis expulsões. O Fla vingou-se na decisão da temporada: 3 x 0 no primeiro jogo e 2 x 1 no segundo, testemunhado por 68.043 vidas. Foi a primeira final carioca transmitida ao vivo pela TV para o Rio

12 - Em 2001, após 57 anos,  o herói rubro-negro voltaria a ser um gringo: o sérvio Petkovic.  Vasco 2 x 1 no primeiro, podendo perder, no segundo, por  um gol de diferença, em 27 de maio. Primeiro tempo 1 x 1. Aos 8 minutos da segunda fase,  Edílson colocou o Fla na frente. Ainda estava bom para o Vasco. Estava, até que Fabiano Eller fez uma falta desnecessária, na entrada da área. Pet  mandou a bola no ângulo esquerdo da forquilha defendida pelo goleiro Élton, a dois minutos do final. Fla 3 x 1 e taça na Gávea.

13 - Mais duas decisões colocaram vascaínos e rubro-negros frente-a-frente. No sábado de carnaval de 2003, dia 1º de março, com o ridículo público de 25.780 pagantes, a  “Turma da Colina arrebatou a Taça Guanabara, com 1 x 1, no Maracanã. Wellington Monteiro marcou para os campeões e Zé Carlos Baiano para o Fla. A última decisão foi a do título estadual de 2004, em dois jogos. Após 2 x 1 no primeiro, o Flamengo teve Jean inspirado e marcando três vezes nos 3 x 1 que lhe consagraram. Valdir Bigode descontou para o Vasco, que havia saído na frente, aos dois minutos. Naquele último duelo, os rubro-negros deixaram os vascaínos comendo poeira. (Foto  reproduzida de www.netvasco.com.br). Agradecimento..;..............

 


 Nº 263, de 21 de março de 1964)

Célio fustiga o goleiro tricolor Castilho, protegido por Carlos Alberto Torres. Grande duelo de 1963, no Maracanã.

 

 

 


 

 

 

 


VASCO, CAMPEÃO DO IV CENTENÁRIO

                                         

                                           APRESENTAÇÃO

 Em tempo de Rio de Janeiro vivendo o seu IV Centenário – 1965 -, o Club de Regatas Vasco da Gama realizou grande temporada. Em três competições do futebol, venceu duas, o Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro e a I Taça Guanabara. Também, saiu vice-campeão da Taça Brasil - primeira disputa nacional a classificar times à Taça Libertadores da América -, e do Torneio Rio São-Paulo - um dos embriões do atual Campeonato Brasileiro –, neste empatado com Botafogo, Flamengo e Portuguesa de Desportos. Nos esportes amadores, venceu o Campeonato Carioca Infanto-Juvenil de Futebol, o Campeonato Carioca Adulto Masculino de Basquetebol e a Taça Gerdal Boscoli.  Temprada de muitas emoções. Vamos ver!

                                                        Gustavo Mariani           

 

                                             1 - FUTEBOL INFANTO-JUVENIL

 

 O título de campeão carioca da categoria foi conquistado durante a tarde da quarta-feira  22 de dezembro, em Vasco da Gama 2 x 1 Flamengo, no estádio do Fluminese, que tinha o gramado muito encharcado pela chuva.

 Os gols da garotada campeã foram marcados por Adílson Albuquerque – irmão de Almir Pernambuquinho, um dos grandes ídolos da torcida vascaína da década-1950 – aos 10, Alcir, aos 20 minutos do primeiro tempo. Para o Jornal dos Sports,  “vitória justa”.

  Os Garotos da Colina, incluídos, inicialmente, na Série Coelho Neto, que homenageava o escritor – pai do atacante Preguinho, autor do premiro gol brasileiro em Copas do Mundo –, encarou Bangu, Campo Grande, Fluminense e Madureira. No segundo turno, times do Departamento Autônomo. A seguir, foi para a chamada superdecisão, sem pontos perdidos, contra os rubro-negros, também  zerados.

 Adílson tornou-se o principal artilheiro do campeonato, com quatro tentos. Alcir, Ézio e William marcaram um, e o goleiro Celso foi o menos vazado,  só o gol da final, quando o treinador Célio de Souza escalou: Celso; Mizael, Ari, Álvaro e Russo; Ézio e Bené; William, Adílson, Alcir e Okada.

O Flamengo - Walckenair; Marcos, Sapatão, Alcir e Iranir (Álvaro); Sílvio e César; Michila, Carlos Magano, Pelé e Carlos Alberto – exigiu muito não só dos cruzmaltinos, mas, também, do árbitro Válter Vieira Borges - auxiliado por Bráulio Teixeira e Arlindo Nunes dos Santos –, que teve de se virar para segurar os ânimos da moçada e, até, exular de campo, o rubro-negro   Marcos e o cruzmaltino Alcir, aos 32 minutos, por trocas de pontapés.  

O Estadual Infanto-Juvenil-RJ - até os 17 de idade -,  rolou até 1979, quando foi criada a categoria júnior. O Vasco da Gama só havia sido campeão em 1960m, mas, naquele 1965, conquistou, ainda, o Torneio Quadrangular da Marinha, encarando juvenis, gente mais velha.

 

                                             2 - O CHEFE DA GAROTADA

   

Além de ter levado a garotada ao título do Campeonato Carioca Infanto-Juvenil de Futebol-1965, o treinador  Célio de Sousa entrou para a história do Vasco da Gama por mais um motivo: teve papel importante no surgimento  do maior ídolo da torcida do clube,  Roberto Dinamite, autor de com 708 gols, em 1.108 jogos.

Relembrando: levado para São Januário, pelo olheiro Fernando Ramos, apelidado por Gradim (não confundir com um ex-atleta e ex-treinador vascaíno), Roberto foi entregue ao Seu                      
Rubens, na divisão de base. Era 1969 e o garoto garimpado nas peladas de Duque de Caxias, pouco tempo depois, já estava treinando entre os juvenis. No Campeonato Carioca da categoria, em 1970, foi o artilheiro da equipe, com 10 tentos. Em 1971, o principal do campeonato, com 13. Enão demorou a começar a jogar pelo time A de São Januário - o restante da história todos conhecem.

Quanto a Célio Oliveira de Sousa, esta é uma das muitas histórias de amor e ondas que rolaram pelos mares da Colina. Ganhador de vários títulos nas divisões inferiores, este mineiro, de Além Paraíba, nascido em 4 de março de 1923, projetou-se dirigindo times de juvenis e aspirantes. Ele atribuía grande parte do seu sucesso aos aprimoramentos com Zezé Moreira, Ely do Amparo e Paulinho de Almeida.  

Em 1967, Célio saiu do Vasco, acusando Zizinho (Thomás Soares da Silva) de ter contribuído para isso, ao rotulá-lo por “ondeiro”. Foi para o Madureira e ficou vice-campeã do Torneio Início do Campeonato Carioca-1967. Mas não demorou-se naquele clube, devido problemas com o seu emprego de fiscal do trabalho.

 Em 1968, Célio conseguiu tempo para atender ao treinador Aymoré Moreira e montar uma escolinha de futebol para o maior rival do Vasco, o Flamengo. Em 1969, porém,  estava de volta a São Januário, dirigindo o time principal, o que voltou a fazê-lo, em 1972.

À Revista do Esporte - Nº 474 -, de 6 de abril de 1968, Célio de Sousa apontou três itens principais para aprovar um candidato: a maneira de bater na bola, o andar e a flexibilidade dos seus membros. Mas ressaltando: “Há os que surpreendem. Chegam desengonçados e acabam abafando”.

Em 30 de maio de 1972, a então chefe da torcida organizada vascaína, Dulce Rosalina, liderou movimento e coleu assinaturas de associados do Vasco da Gama, pedindo a volta do trabalho de Célio de Sousa junto aos juvenis. Ela disse ter reunido oito mil autógrafos e levantado Cr$ 70 mil cruzeiros, para  indenização por dispensa sem justa causa. Mas a campanha terminou esvaziada, porque o irmão do treinador, Carlos de Sousa, aceitou convite para supervisionar uma nova comissão técnica vascaína.

 Casado, com Abigail Campos de Sousa, o treinador teve o filho Leonardo, que não o seguiu.    

 

                                                  O ARTLHEIRO ADÍLSON

 

  Não só ser irmão de Almir, um dos maiores ídolos da torcida vascaína, durante parte da década-1950, dava cartaz ao garoto Adílson. Ele era considerado um dos mais habilidosos atacantes lapidados pelo Vasco da Gama. Mesmo assim, ao subir para o grupo principal, não conseguia se firmar como titular, o que só aconteceu depois que Paulinho de Almeida assumiu o comando do time, em 1968.

 Adílson não marcava muitos gols. Deixava os companheiros de ataque em condições de finalizar, mas o que a torcida vascaina queria era vê-lo balançando a rede. Como não o fazia, terminu na resrva reserva, aborreceu-se e chegou a pensar em abandonar São Januário e voltar para a sua Recife. Foi quando Paulinho de Almeida apareceu em sua vida.

 Considerado atleta temperamental, Adílson via a imprensa carioca criando um estereótipo sobre ele, mas admitia haver ocasiões em que não conseguia controlar o seu gênio. Se o treinador lhe pedisse opinião sobre a sua colocação em campo,  lhe diria preferir trabalhar entre o meio do campo e a entrada da área, armando jogadas.

O recifense Adílson Moraes Albuquerque nasceu em 27 de janeiro de 1948. Podia ser considerado um atacante de boa estatura – 1m72cm – para a sua época. Cria do Sport Clube Recife, chegou ao Vasco em 1965, para jogar pelas categorias inferiores. Passou, também,  pelos aspirantes e jogou no time principal, de 1967 a 1972.  Entre 1970/1971, atuou pelo Sport Recife, tendo no mesmo 1971 voltado a São Januário, para ficar até 1972.  No exterior, defendeu o Olimpic de Charleroi, da Bélgica.

Filho de Seu Arlindo, que tocava uma mercearia na Estrada dos Remédios, em Recife, e torcia pelo Snta Cruz, o garoto Adílson – bem como oss irmãos Almir, Arlindo e Chumbinho (consagrado como Ayres, no argentino Boca Juniors) – não deu ouvidos às histórias de glórias da Cobra Coral, contadas pelo pai,  e foi treinar no Sport, que tinha campo perto de sua casa. No Vasco da Gama, viveu muitas emoções provocadas pelo fulgor das juventude, como esta contada pelo seu colega de vascainices da época, o goleiro Valdir Appel, em um dos seus livros:

 “O pernambucano Adilson e o goleiro juvenil Tuca resolveram espairecer no Teatro Rival. Na época, uma parede de oito metros de altura dividia os sanitários masculino e feminino da casa. Adilson subiu com dificuldades uma escadinha que conduzia ao topo do teatro e, de lá, se posicionou para brechar a paquera no toalete vizinho.

Deu azar: a mulher viu o seu vulto e chamou o segurança do teatro. Apanhado com a boca na botija (ou quase!), o alpinista foi recolhido juntamente com o seu cúmplice, Tuca, ao distrito policial mais próximo. Interrogados, tentaram aliviar a pressão, dizendo que eram jogadores do Vasco.

O delegado, um gozador (por sinal, flamenguista), resolveu colocá-los à prova. Às 3 horas da manhã, levou-os para a quadra de futebol de salão, no pátio da delegacia. Colocou Tuca no gol e Adilson chutando bolas pro goleiro defender. Adilson estava recuperando o joelho operado e seus chutes saíam de canela e sem força. Os policias em volta sacaneavam os dois: "Tá mal o Vasco, heim?""Este aí mal sabe chutar!""É por isso que esse time não ganha de ninguém!".

Após uma boa reprimenda, o delegado liberou os dois, certo de que a punição tinha sido exemplar. Os dois folgados chegaram em São Januário com o sol raiando, um para treinar e outro direto para o departamento médico, para cuidar da recuperação do joelho.

 

                                                CAMPEÃO DA I TAÇA

                                                      GUANABARA

  A Federação Carioca de Futebol-FCF pensava em ter um representante não saído do campeonato estadual, para representar o Estado da Guanabara na Taça Brasil – competição que classificava dois times brasileiros à Taça Libertadores das América. Seria o campeão carioca.

 A proposta ficou mal esclarecida, pois, por campeão carioca, entendia-se o campeão da temporada estadual, reunindo os clubes filiados classificados para a competição. Houve problema de linguagem, de explicação.

Menos para a revista Manchete – semanária do grupo Adolpho Bloch - e a revista Futebol e Outros Esportes,  que ficaram ligadas no que a FCF propuseram e, quando a I Taça GB chegou ao final, estamparam: “Vasco campeão do IV Centenário”.

  Considerações, proposições, habitualidades à parte, o Vasco da Gama carregou a primeira Taça Guanabara, logo apelidada, pelo torcerdor, por Taça GB, disputando sete partidas, vencendo cinco, empastando uma e escorregando em só uma. Sua defesa levou dois gols, mas seu ataque compensou mandando 15 bolas ao filó. Formado por Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio Taveira, Lorico e Zezinho, eles escreveram nos placares das partidas: 14.07.1965 -  5 x 0 Fluminense (Célio (2 gols),  Mário (2) e Luizinho (1); 22.07.1965 - 1 x 1 Flamengo (Luizinho (1); 28.07.1965 - 1 x 0 América (Célio (1); 07.08.1965 – 3 x 1 Bangu (Mário (2) e Oldair (1);  11.08.1965 – 0 x 3 Botafogo; 21.08.1965  2 x 0 Fluminense (Célio (2); 25.08.1965  1 x 0 Flamengo (Célio (1); 05.09.1965 - 2 x 0 Botafogo (Paulistinha (contra) e Oldair (1).

Após este último jogo citado acima - Vasco 2 x 0 Botafogo -, era o final da tarde do 5 de setembro de 1965, no Maracanã, quando o capitão e zagueiro Hércules Brito Ruas ergueu a I Taça Guanabara. Fora conquistada por esta escalação: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e  Lrico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho, treinados por Zezé Moreira. 

O artilheir do time foi o atacante Célio, com seis  tentos, diante de Fluminense (4), Flamengo (1) e América (1). Eleito o melhor vascaíno daquela temporada, repetindo 1963, nasceera na pulista  Santos-SP, no 16.10.1940 - viveu até o 29.05.2020.

Quem o viu jogar o definiu por "um daqueles românticos da bola, goleador fino, galã que seduzia, ao mesmo tempo, os brutos das arquibancadas e as moçoilas recatadas que buscavam um recorte holiwoodiano nos jogadores da época".

 OS  CAMPEÕES


                                                              CAMPEÕES DA I TAÇA GUANABARA-1965     

GAINETE – tudo era festa no Rio de Janeiro do IVCentenário. Principalmente, o Carnaval de 1965, com Gainete curtindo as festanças. Enquanto a folia fervia, o seu concunhado Saulzinho, artilheiro da Turma da Colina, chamou-o para treinar em São Januário. Topou, treinou e agradou a quem o viu em ação, levando o Vasco da Gama a querer saber como estava a situação dele - o Internacional-RS pedia CR$ 7,5 milhões de cruzeiros para liberá-lo.

Carlos Gainete Filho, nascido no 15 de novembro de 1940, na catarinense Florianópolis, topou trocar de clube, não só pela chance de atuar no centro de maior visibilidade do futebol brasileiro, mas, também, por acreditar ser possível tocar pra frente o curso de Ciências Econômicas, que cursara até a terceira etapa. No mais, era só brigar com Ita (José Augusto da Silva) e Lévis (Bispo de Sá) pela camisa de número 1 do time cruzmaltino.

Gainete estreou em 14 de março e teve batismo de fogo durante o Torneio Rio-São Paulo – maior competição brasileira de então -, quando o treinador Zezé Moreira achou que ele pegava mais do que dois concorrentes. Encerrada a disputa interestadual, em 23 de maio, o Almirante saiu catando níquel pelo país - 11 amistosos -, a fim de pagar a sua folha salarial. No 14 de julho, começou a disputar a I Taça Guanabara. Era o começo da consagração de Gainete como goleiro de grande visibilidade. Em oito partidas, sagrou-se campeão, finalmente - antes, havia conquistado três vices, pelo Internacional-RS, no qual chegara, em 1962.

 Embora fosse atleta de evitar gols, Gainete começou a carreira correndo atrás deles, sendo ponta-direita juvenil do catarinense Guarani, de Florianópolis. Era 1955 e, em peladas, ele gostava de tirar onda debaixo das traves. Por conta daquilo, num daqueles famosois dias em que alguém não aparecer para jogar – no seu caso, o goleiro -, ele foi convocado a substituí-lo - para sempre. Um temporada depois, já era titular no time principal, até 1958, quando mudou para o Tamandaré, ainda no futebol amador da caital catarinense. Em 1959, já profissional, a carreira avisou que decolaria, com o título de foi campeão catarinense, pelo Paula Ramos, além de, em 1960, ficado bi do Sul Brasileiro de Seleções. O feito valeu-lhe convite do gaúcho Gurany, de Bagé, que o defendeu só por uma temporada, pois o Internacional achou que ele seria o goleiro ideal para o time colorado.

 No mesmo 1965, Gainete foi, também, vice da Taça Brasil, a competição que levava um clube brasileiro à Taça Libertadores da América. Não dava para conquistá-la, pois, à época, era quase impossível vencer decisões contra o Santos de Pelé.

Embora tivesse enfretado os melhores atacanteds brazucas, Gainete elegia como a sua maior defesas uma de Seleção Catarinense 1 x 0 Paraná. Contu ao Nº 5 da revista Futebol e Outros Esportes, em 1966: “O Gauchinho, ponta-esquerda do Paraná, chutou a bola da entrada da área. Saí do gol e consegui tocá-la, com um dos pés. Ela (a bola) subiu e ia entrar (no gol), quando pulei para trás, desses pulos que a gente não sabe como, e tirei-a do seu caminho. Até hoje tento descobrir como fiz aquela defesa”.

 Gainete esteve vascaíno só por uma temporada. Em 1966, o Inernacional-RS voltou a requisitar as suas defesas, que foram coloradas até 1972, quando foi para o Atalético-PR. Em 1974, encerrou a carreira, em um outro Atlético-RS, no futebol gaúcho. 

 

LEVS – jogou só parte de uma partida da I Taça Guanabara, entrando em lguar de Gainete, na estreia, quando o Vasco da Gama goleou o Fluminense, por 5 x0. Nascido em Curitiba – em 22 de fevereiro de 1940 -, foi um dos goleiros mais altos do futebol carioca da década-1960, medindo 1m86cm de altura. Começou a vestir a camisa 1 no Huracan São Vicente, de liga amadora de Curitiba e, ao final de 1961, assinou o seu primeiro contrato profissional, com o Olímpico, de Irati-PR. Com a jaqueta do Almirante, esquentou muito o banco dos reservas, pois Seu Zezé Moreira defnira uma formação e pouco mudou. Esteve vascaíno ente 1964/1965 e viveu até 2007.

JOEL FELÍCIO – ele não começou a I Taça Guanabara como titular da lateral-direita, que ficou com Ari. Mas o treinador Zezé Moreira lhe deu vaga no time do segundo jogo, gostou dos seus serviços e manteve-o em suas próximas sete escalações. Dono de uma boa estatura para a sua época no futebol brasileiro – 1m82cm -, ele foi uma barreira para os atacantes que partiram para cima dele durante aquela competição, o que agradou muito ao chefe, que pedia jogo duro, seriedade. Viram isso no seu estilo de jogo os ponteiros-esquerdos Lula (Flu), Neves (Fla), Ramon (América), Guaraci (Bangu) e Roberto (Botafogo), que levaram uma canseira.

Joel Felício nasceu mineiro, de Muriaé - em 27 de outubro de 1939 -, mas foi no Rio de Janeiro que começou a gostara da bola, mais precisamente no bairro do Irajá, onde havia um time peladeiro chamado Rio Douro, em que toda a molecada, descamisada,  rolava a pelota usando gorro e calções da mesma cor,  e sem camisas, por não ter dinheiro para comprar mais nada. Antes de mudar-se para aquele bairro, ele residia na Vila Isabel, onde não ligava a mínima para o futebol, porque o que mandava por ali era o samba de Noel Rosa.

Joel Felício Pinheiro assinou o seu primeiro contrato, como atleta, em 1957, e entrou para o time juvenil do Vasco da Gama, em uma fase em que era muito comum os cartolas prenderem jogadores pelos chamados contratos de gaveta. Antes de se campeão da I Taça Guanabara, ele ajudara a Turma da Colina a vencer o Torneio Pentagonal do México-1963. Pouco depois, comemorava mais um caneco, o do Torneio de Santiago-1963. Em 1965, com a chegada de Zezé Moreira a São Januário, disputou a decisão do I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro e conquistou o seu terceiro título vascaíno. Na temporada seguinte, ainda sob o comando do mesmo treinador, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo-1966, embora empatado com Botafogo, Santos e Corinthians, por falta de datas para decisão. Ele esteve vascaíno ate 1966.

 

ARI – Ari Moreira Garcia, 18/2/1942, Rio de Janeiro-RJ,esteve vascaíno, de 1965 a 1967. Em sua primeira temporada na Colina, foi suplente de Joel Felício. Em 1966, ganhou a posição, deixando, também, o uruguaio Mendez no banco, mas em suas últimas campanhas ficou na reserva de Jorge Luís. Despertou o interesse vascaíno por ter ajudado a Seleção Brasileira a vencer o Sul-Americano de Acesso-1964 e ele fazer bom papel no vice-campeoanto do São Cristóvão durante o Torneio Início do mesmo 1964. Antes disso, havia chamado a atenção da Turna da Colina por ter segurado o ponta-esquerda Ede, em São Cristovão 1 x 1 Vasco Gama, pela penúltima rodada do segundo turno do Campeonato Carioca-1963, quando “O Santo” terminou em sétimo lugar, uma posição abaixo e duas vitórias a menos do que o Almirante. Ari foi um dos destaques da defesa que tinha ele e mais Franz (goleiro), Édson, Renato e Moisés.   

 

BRITO  - Sinônimo de fortaleza, ele impressionou ao pai no nascimento, mostrando-se um bebê tão forte que não de outra: Seu Ruas o registrou por Hércules (homem mais forte do mundo, na literatura), adicionado o sobrenome Brito Ruas. Cria do amador Flexeiras, da Ilha do Governador, ele chegou infantil ao Vasco da Gama, em 1955, e amargou muito o banco dos reservas dos aspirantes, porque a vaga era de Viana. O jeito foi sair, por empréstimo, para os gaúchos Internacional, de Porto Alegre e de Santa Maria, entre 1958 e 1959. Em São Januário, só teve vez depois que o capitão (Hideraldo Luís) Bellini foi negociado, como São Paulo, em 1961.

 Brito jogava duro, mas, até 1964, gostava de brincar com a bola dentro da sua área. Assim que chegou ao São Januario, em 1965, o treinador Zezé Moreira acabou com aquela farra, mudando, completamente, a sua forma de jogar e tornando-o um “zagueiro-zagueiro”, ou “zagueiro enxuto”, como se falava na época. Cumpriu tão bem as ordens do chefe, que este o fez de capitão do time. De quebra, levantou a I Taça Guanabara.

Sujeito brincalhão, também, fora das quatro linhas, sempre alegre e comunicativo Brito não era de ficar cobrando dos companheioros, mesmo sendo o capitão.  “Não gosto de dar ordens, argumentar ou mesmo ponderar. Não me sinto à vontade. Prefiro jogar sério e calado, e que os meus companheiros me dirijam a palavra” dizia a quem lhe cobrava “mandar na zaga”. Sobre o posto, analisava: “Ser capitão ... é uma honra, porque demonstra o prestígio de um jogador ...principalmente perante o técnico”.

 Nascido na Ilha do Governador-RJ, em 9 de agosto de 1939, esteve vascaíno, de 1955 a 1969, quando foi negociado com o Flamengo. Conquistou três títulos como integrante da Turma das Colina: campeão do I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro-1965; da I Taça Guanabaras-1965 e do Torneio Rio-São Paulo-1966, este dividido com Botafogo, Santos e Cointhians, por falta de datas, pois as próximas seriam dedicadas ao preparo da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo das Inglaterra.  

 

FONTANA – O auarto-zagueiro do time de Zezé Moreira trilhou caminho parecido com o de Brito. Tinha dois fortes concorrentes pela frente - Russo, nos aspirantes, e Barbosinha, no time A – e arrependia-se de não ter aceito convites de dois outros clubes, tendo, inclusive, chegadoa a preencher ficha de inscrição, como amador, em um deles.

José de Anchieta Fontana, capixaba de Santa Tereza, nascido em 31 de dezembro de 1940, obedeceu, fielmente, as ordens de “Seu Zezé Moeira”, como o chamava, para as oito partidas em que foi titular durante a conquista da I Taça Guanabara. Atuou firme, sem nunca brincar, ajudando a sua defensiva a levar apenas quatro gols na campanha – o ataque marcou  15.

Para repórteres bricalhões, como Deni Menezes, da Rádio Globo-RJ, o xerifão Fontana levava atacantes a “fazerem o testamento antes de entrarem na área do Vasco”.  Umdos que mais se quixavam da sua virilidade era Dario (José dos Santos), um dos maiores goleadores brasileiros da décadas-1960/70. Com 1m82cm de altura e pesando 76, ele vivia dizendo não ter medo de cara feia, quando estivesse a servioço do Atlético-MG. Mas respeitava - e muito -, duas dessas caras. Indagado pelo repórter Eliomário Valente, para o Nº 505 da Revista do Esporte, de 9 de novembro de 1968, o Dadá Jacaré (um dos seus apelidos) respondeu: “Tenho dois marcadores implacáveis: Brito e Fontana. Batem bem. Até tapas no resto já levei deles, além de outras entradas mais violentas. Quando eu apanhava a bola e partia para a área do Vasco, temia pela minha saúde”.

De acordo com o meio-campista Buglê (José Alberto Bougleux), o quarto-zaqueiro Fontana poderia ser um terror para os atacantes, mas, “fora dos gramados é um santo”, garantia e fazia questão de ressaltar que o amigo jamais fora expulso de campo. E ia além: “Os pais dele acertaram tornando-o xará do jesuíta José de Anchieta” - uma das figuras mais admiradas na época da colonização do Brasil. Espanhol de nascimento, ingressou na Companhia de Jesus, em Portugal, e ao vir para o Brasil foi um dos fundadores das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Também, foi dramaturgo, poeta e gramático, tendo vivido entre 1534 a 1597. De sua prte, José de Anchieta Fontana, que esteve vascaíno, de 1962 a 1969, viveu até 1980.

 

OLDAIR – Desde que subira para o time de aspirantes do Palmeiras, o paulistano Oldair atuou como apoiador. Quando chegou ao clube, em 1957, queria ser o centroavante do time juvenil, mas deu mais certo como o então chamado “médio de apoio”. Tanto que sagrou-se naquela posição bicampeão paulista de aspirantes-1959/1960 e, campeão carioca-1964, pelo Fluminense, que defendeu entre 1961 e 1964. Em janeiro de 1966, ele foi para o Vasco da Gama e disputou todo o Torneio Rio-São Paulo e vários amistosos formando meia-cancha com Lorico. Veio a Taça Guanabara e, com ela, a indefinição vascaína pela renovação do contrato do lateral-esquerdo Barbosinha (Jorge dos Santos Barbosa). Para começar a disputa, o treinador Zezé Moreira teria o Fluminense pela frente e nenhum lateral-esquerdo em quem confiasse. Como fora ele quem aceitara a indicação do treinador juvenil palmeirense Milton Medeiros para levar Oldair para as Laranjeiras, por conhece-lo bem, antes de um treino, pediu-lhe para quebrar o galho marcando o arisco ponta-direita tricolor Jorginho. Topou colaborar e, durante o coletivo, surpreendeu o chefe, não deixando ninguém passar por ele. Dali pelos sete jogos da Taça GB, segurou a vaga de titular da posição e, ainda, foi convocado para a Seleção Brasileira que treinaria para a Copa do Mundo da Inglaterra-1966.

 Nascido em 1º de julho de 1939, no paulistano bairro de Bom Retiro, Oldair Barchi estudou até o segundo período do curso de Contabilidade. No jogo final da Taça Guanabara, em 5 de setembro de 1965, foi ele quem abriu no placar de Vasco da Gama 2 x 0 Botafogo, diante de 115.064 pagantes, no Maracanã, aos 40 minutos do primeiro tempo - Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho foi o time escalado pelo treinador Zezé Moreira naquela tarde de domingo. Oldair defendeu o Vasco até 1967 e viveu até 1º de novembro de 2014. 

 

 

LUISINHO GOIANO – Estava escrito que ele seria jogador de Zezé Moreira. Pelos começos da décadas-1960, quando era amador - nos times São Luiz e Mariana -, do seu estado ana, foi para o Rio de Janeiro, fez testes no Fluminense e agradou ao Seu Zezé, que dirigia a turma do tricolor carioca. No entanto, com a chegada do final de ano e final da temporada, ele voltou para a sua terra, que nem tinha, ainda, futebol profissional – só a partir de 1963 – e terminou assinando contrato como Atlético Goianiense, onde virou ponteiro – antes, era ponta-de-lança.

 Veio a terça-feira 26 de janeiro de 1965 e o Vasco da Gama foi a Goiânia mandar 4 x 1 Atlético-GO. Embora os locais tivessem sido goleados, Seu Zezé Moreira reviu e lembrou-se de Luisinho, que atuara bem naquela partida. Pediu a sua contratação, que virou empréstimo. Três semanas depois, o Vasco da Gama dobrou os rubro-negros goianaienses e ficou com o rapaz, em definitivo, pagando antigos Cr$ 20 milhões de cruzeiros e mais a renda de dois amistosos em Goiânia. E confimou que tinha feito bom investimento, no 20 de fevereiro, quando Luisinho entregou bola limpa para Saulzinho bater na rede e, depois,  marcou o seu gol, cortando o macador para dentro e batendo, como pé esquerdo, da entrada da grande área, em Vasco da Gama 2 x 1 Fluminense, em seu primeiro jogo no Maracanã, diante de 35.239 pagantes.

Firmado titular do ataque vascaíno, Luisinho disputou todas as partidas da conquista da Taça Guanabara.  Também, comandado pelo Seu Zezé, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo-1966. Nascido na goiana m Jandaia, em 1º de dezembro de 1941, esteve cruzmaltino entre 1965 a 1967, quando foi para a paulista Prudentina. No futebol carioca, ele só não se entendia com os jornais e revistas. Embora dissesse que fora registrado por Luís de Oliveira e Silva, os caras só escreviam Luizinho, em vez do mais correto Luisinho.

 

LORICO – ele gostava de jogar mais atrás, armando lances. No entanto, durante a I Taça Guanabara, o treinador Zezé Moreira preferia usaá-lo como uma espécie de ponte entre o meio-de-campo e o ataque, do que não reclamava, pois já atuara, por diversas vezes, mais à frente, com os diversos treinadores pelos quais passara, em São Januário. Atleta de muita técnica e inteligência, Lorico jamais chegou à Seleção Braileira, pois tinha a concorrência do botafoguense Gerson (de Oliveira Nunes), dono absoluto da posição.

Ele foi cria da Portuguesa Santista e chegou a ser campeão sul-americano militar, em 1959, com o time tendo Pelé e vencendo os argentinos, por 2 x 0, na final. Registrado por João Farias Filho, o Lorico nasceu no 11 de dezembro de 1940, na paulista Santos e chegou ao Vasco da Gama em 1961, fazendo a sua estreia no 8 de fevereiro, nos 2 x 2 amistosos, com o espanhol Real Madrid, que truixe ao Maracanã os astros Puskas, Di Stefano e Gento, feríssimas – Humberto Torgado (Miguel): Paulinho de Almeida, Bellini, Orlando Peçanha e Coronel; Écio e Lorico (Waldemar); Sabará, Wilson Moreira (Da Silva), Delém e Pinga foi o time, dirigido por Martim Francisco.

 Lorico não foi campeão só da Taça Guanabara, em 1965. Na mesma temporadas, em janeiro,ajudou o Vasco da Gama a conqusitar, também, o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, com vitórias sobre a seleção da Alemanha Oriental, (3 x 2) e o Flamengo (4 x 1) – Ita; Joel Felício, (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhãoe Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho foi a escalação de Zezé Moreira. Em 1966, esteve nos times campeões do Toeio Internacional do México e do Torneio rio-São Paulo, este dividido com Botafogo, Corinthians e Santos, por falta de datas para uma decisão. Pelas metades de 1966, Lorico deixou São Januário e foi defender a Prudentina, da pulista Presidente Prudente.

 

 MÁRIO TILICO -   O pernambucano Mário era um autêntico cabra-da-peste, como os seu conterrâneos chamavam um sujeito que dava conta de tudo. Ele era assim no ataque do Vasco da Gama. Atuava pelo meio e pontas, como o fez durante a I Taça Guanabara, quando formou dupla fatal com Célio e rolou a maricota pelo lado do gramado. Em uma, ou outra, colaborou com quatro tentos que ajudaram o Almirante a caregar o caneco.

Juvenil do Santa Cruz, de Recife, em 1960, Mário foi pintar pela ponta-direita quando o Santa negociou o passe de Gildo, com o Palmeiras, em 1961. Ele foi promovido ao time A e intimado a vestir a camisa 7. Mas, em 1962, quando a paulistana Portuguesa de Desportos o levou, mudou de lado e foi parar na ponta-esquerda. Em 1963, o Vasco da Gama o levou para vestir a camisa 11, mas ele terminou vestindo toda a numeração atacante, embora tivesse, em 1963, passado quase toda a temporadas no time de aspirantes. Resgatado por Oto Glória, voltou ao time A e, quando Zezé Moreira o assumiu, foi deslocado para a ponta-direita, porque o miolo do ataque estava bem com Sasulzinho e Célio. Teve, novamente, de esperar vez pelo meio.    

Nascido, em Recife, no 30 de abirl de 1942, Mário foi batizado e registrado por Amaro Amaro Gomes das Costa. No entanto, se alguém fosse à sua casa procurar pelo Amaro, diriam que tal sujeito não residia por ali. Todos já estavam acostumado com o apelido Mário, surgido nos campos do futebol. Mais tarde, ele  ganhou mais um apelido – Tilico, por aprontar muito com os marcdoress. O seu começo de vida vascaína foi ajudando a moçada a conquistar o Torneio  Internacional do México-1963. Próximo caneco, o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro-1965. Ao ser campeão da I Taça GB-1965, colaborou com quatro gols. Em 1966, trocou São Januário pelo Fluminense. Viveu até 2001 e teve um filho que herdou o seu apelido e, também, foi atacante cruzmaltino.

 

CÉLIO  - Ele foi “o cara” do time vascainoi durante a conquista da I Taça Guanabra. Principal artilheiro da equipe (e da competição) com seis tentos, infernizou a vida dos zagueiros em todos os prélios.

 Nascido em Santos-SP, no 16 de outubro de 1940, quando estava com 16 de idade, Célio tentou jogar pelo Santos, mas foi dispensado. Então, arrumou vaga nos times de Portuguesa Santista, Ponte Preta e Jabaquara, até o Vasco da Gama leva-lo, em 1963, para ficar em São Januário por quatro temporadas. Começou a ser Vasco vencendo dois torneios internacionais, em 1963, o Pentagonal, do México e o Quadrangular  de Santiago do Chile. Na temporada seguinte, foi vencedor no  Torneio Cidade de Belém-1964, dirigido, nos três, pelo treinador Jorge Vieira. Depois, sob o comando de Zezé Moreira, ajudou a  Turma da Colina a ganhar os Torneios  IV Centenário do Rio de Janeiro- 1965 e o Torneio Rio-São Paulo-1966, este dividido com Botafogo, Corinthians e Santos.  

Dos seis tentos marcados durante a Taça GB, quatro foram contra o Fluminense e dois diante do Flamengo. Ao deixar São Januário, tornou-se ídolo, também, da torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu. Viveu até o 29 de maio de 2020.

 

ZEZINHO – Ele começara a carreira pela ponta-esquerda do inanto-juvenil da Portuguesa, da Ilha do Governador-RJ, em 1954. Depois passou para ponta-de-lança e teve breve passagem pela ponta-direita. Mas era pelo miolo do gramado que se sentia bem. Em 1964, quando Duque (David Ferreira) era o treinador do time do Vasco da Gama, de repente, o clube se desfez do ponteiro-esquerdo Ramos e ficou sem especialista para a posição. Chamado para a vaga, Zezinho não gostou e pensou em se nagar a vestir a camisa 11. Tudo o que ele não queria era voltar para a extrema-esquerda. No entanto, pensou um pouco e lembrou que o seu contrato não lhe dava o direito de escolher posto. Para não ficar mal com o chefe, terminou aceitando. Veio 1965 e um outro treindor, Zezé Moreira, o manteve por onde jogava. De forma diferente, porém. Com Duque, ele voltava para ajudar o meio-de-campo, mas era mais agressivo. Seu Zezé o colocou para cobrir os colega que atacasse. Assim, se alguém fosse à frente, ele ficava mais atrás. Se perdesse a bola, imediatamente,  ele recuava para a sua posição. Jogava de acordo com o jogo. Assim, atuou em todos os jogos da I Taça Guanabara, mas não marcando nenhum gol. José de Oliveira Barros,s eu nome oficial, nasceu no 13 de agosto de 1939, em Corumbá-MT, e esteve vascaíno entre 1964 a 1966. Além de campeão da Taça GB, ajudou a Turma da Colina a conquistar, também, o I Tornei Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro; o Torneio Gilberto Alveds, em Goiás, e o Torneio Cinquentenáro da Federação Pernambucana de Futebol, os três em 1965, e o Torneio Rio-São Paulo-1966, esse dividido com Botafogo, Santos e Corinthians.

 

ZEZÉ MOREIRA – velho sonho do Vasco da Gama, só em 1965 chegou a São Januário. De cara, ganhou três disputas - I Torneio Intertnacional do IV Centenário do Rio de Janeiro; Torneio Presidente Gilberto Alves, da Federação Goiana de Desportos, em Goiás, e Torneio Cinquentenário da Federação Pernambucana de Futebol. Em 1966, conquistou mais um caneco para os cruzmaltinos, o Torneio Rio-São Paulo, e, em 1967, encerrou o seu ciclo entre os vascaínos. Alfredo Moreira Júnior foi o seu nome. Nascido, em Miracema-RJ, no 16 de outubro de 1907, viveu por 90 temporadas, até 10 de abril de 1998.            

 

Taça Guanabara 1965

1º Turno


1º RODADA
14/07
Vasco 5 x 0 Fluminense -
(Maracanã)
Renda – CR$ 8.303.300,00
Juiz : Eunápio de Queiroz
Fluminense : Edson, Altair, Procópio, Dari e Bauer; Zequinha e Denílson; Jorginho, Joaquim, Antunes e Lula II. Técnico : Tim.
Vasco : Gainete (Levs), Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Gols : 1º tempo : Célio 26’ e 27’, Luizinho 35’; 2º tempo : Mário 2’ e 34’


17/07
Bangu 5 x 1 América
(Maracanã)
Renda – CR$ 2.545.640,00
Juiz : Amilcar Ferreira
Bangú : Ubirajara (Aldo), Fidélis, Mário Tito, Luis Alberto e Ari Clemente; Jaime e Ocimar; Paulo Borges, Araras, Parada e Cabralzinho. Técnico : Gentil Cardoso.
América : Tião, Luciano, Pepeu, Leônidas e Itamar; Farah e Amorim; Zuino, Ariovaldo, Zezinho e Edurado. Técnico : Lourival Lorenzi.
Gols : 1º tempo : Jaimie 5’, Parada 24’ e Farah 40’; 2º tempo : Cabralzinho 11’, Paulo Borges 19’, Parada 40’.
Expulsão : Leônidas aos 22’ por desreipeito ao juiz.


18/07
Botafogo 2 x 1 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 30.421.870,00
Juiz : Armando Marques.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Elton e Gérson; Jairzinho, Bianchini, Roberto e Artur. Técnico : Daniel Pinto.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Ditão, Luis Carlos e Paulo Henrique; Carlinhos e Fefeu; Amauri, Almir, Silva e Neves. Técnico : Flávio Costa.
Gols : Almir, Jairzinho.
Expulsão : Bianchini.


2º RODADA
22/07
Vasco 1 x 1 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 25.679.34,00
Juiz : Armando Marques.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Jaime, Ditão e Paulo Henrique; Carlinhos e Fefeu; Carlos Alberto, Almir, Silva e Neves. Técnico : Flávio Costa.
Gols : 1º tempo : Fefeu 2’; 2º tempo : Luizinho 7’
Expulsões : Fefeu e Célio aos 20’ 1º tempo, por agressão mútua.


24/07
Fluminense 1 x 0 América
(Maracanã)
Renda – CR$ 6.367.000,00
Juiz : Frederico Lopes.
Fluminense : Edson, Zé Luis, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Joaquim; Amoroso, Samarone, Antunes e Lula. Técnico : Tim.
América : Ari, Jorge, Sérgio, Leônidas e Luciano; Farah e Carlos Pedro; Zuino, Oriovaldo, Fernando Cônsul e Eduardo. Técnico : Lourival Lorenzi.
Gols : 2º tempo : Amoroso 40’.


25/07
Botafogo 0 x 0 Bangu
(Maracanã)
Renda – CR$ 16.295.260,00
Juiz : Cláudio Magalhães.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Elton e Gérson; Jairzinho, Roberto, Bianchini e Artur. Técnico : Daniel Pinto.
Bangú : Ubirajara, Fidélis, Mário Tito, Luis Alberto e Ari Clemente; Ocimar e Jaime; Paulo Borges, Araras, Parada e Cabralzinho. Técnico : Gentil Cardoso


3º RODADA
28/07
Vasco 1 x 0 América
(Maracanã)
Renda – CR$ 5.328.480,00
Juiz : Eunápio de Queiróz.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luisinho, Mário, Célio e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
América : Ari, Jorge, Serjão, Leônidas e Casimiro; Farah e Carlos Pedro; Zuino, Fernando Cônsul, China e Ramon. Técnico : Lourival Lorenzi.
Gol : 1º tempo : Célio (pênalti) 43’.


31/07
Flamengo 2 x 1 Bangu
(Maracanã)
Renda – CR$ 10.680.760,00
Juiz : Armando Marques.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Ditão, Jaime e Paulo Henrique; Carlinhos e Fefeu; Pedrinho, Paulo Chôco, Silva e Neves; Técnico : Flávio Costa.
Bangú : Ubirajara, Fidélis, Mário Tito, Luis Alberto e Ari Clemente; Ocimar e Jaime; Paulo Borges, Araras, Parada e Cabralzinho. Técnico : Gentil Cardoso.
Gols : 1º tempo : Paulo Choco 16’, Silva 20’ e Jaime 41’.


01/08
Fluminense 1 x 1 Botafogo
(Maracanã)
Renda – CR$ 17.673.180,00
Público : 32.217
Juiz : Frederico Lopes.
Fluminense : Edson, Ismael, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Denílson; Amoroso, Samarone, Evaldo e Antunes. Técnico : Tim.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Elton e Gérson; Jairzinho, Bianchini, Roberto I e Roberto II. Técnico : Daniel Pinto.
Gols : Amoroso (penal) e Gérson.
Expulsão : Ismael no 1º tempo.


4º RODADA
04/08
Botafogo 4 x 0 América
(Maracanã)
Renda – CR$ 2.627.540
Juiz : Armando Marques.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Elton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Sicupira e Roberto. Técnico : Daniel Pinto.
América : Ari, Jorge, Alemão, Leônidas e Casemiro; Carlos Alberto e Carlos Pedro; Zuino, Zezinho, Edu e Édson. Técnico : Lourival Lorenzi.
Gols : 1º tempo : Sicupira 16’, Roberto 18’; 2º tempo : Jairzinho 16’ e Roberto 29’.
Curiosidade : O jogador Zezinho em consequência de choque violento com Gérson, retirou-se do campo aos 24’ do primeiro tempo, voltando no 2º tempo.


07/08
Vasco 3 x 1 Bangu
(Maracanã)
Renda – CR$ 14.746.240,00
Juiz : Frederico Lopes.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho, Mário, Célio e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Bangú : Ubirajara, Orestes, Mário Tito, Luis Alberto e Ari Clemente; Jaime e Roberto Pinto; Paulo Borges, Araras, Parada e Guaraci. Técnico : Gentil Cardoso.
Gols : 1º tempo : Paulo Borges 24’ e Mário 34’; 2º tempo : Mário 4’, Oldair 8’ (pênalti)


08/08

Fluminense 0 x 0 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 34.071.900,00
Juiz : Cláudio Magalhães.
Fluminense : Edson. Ismael, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Denílson; Carlinhos, Samarone, Evaldo e Antunes. Técnico : Tim.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Luis Carlos, Jaime e Paulo Henrique; Carlinhos e Fefeu; Pedrinho, Silva, Paulo Chôco e Neves. Técnico : Nilton Canegal.



5º RODADA
11/08
Botafogo 3 x 0 Vasco
(Maracanã)
Renda – CR$ 27.782.930,00
Público – 48.557
Juiz : Armando Marques.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Sicupira, Jairzinho e Roberto. Técnico :
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico :
Gols : 1º tempo : Jairzinho 21’; 2º tempo : Sicupira 10’ e Garrincha 36’.
Expulsão : Mário aos 18’ do segundo tempo, por ofensas morais ao árbitro.


14/08
América 0 x 0 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 9.994.680,00
Juiz : Antônio Viug.
América : Ari, Jorge, Alemão, Leônidas e Casimiro; Amorim e Carlos Pedro; Miro, Zezinho, Edu e Zuino. Técnico : Lourival Lorenzi.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Ditão, Jaime e Paulo Henrique; Carlinhos e Fefeu; Amauri, Paulo Chôco, Silva e Evaristo. Técnico : Nilton Canegal.


15/08
Fluminense 2 x 2 Bangu
(Maracanã)
Renda – CR$ 10.990.380,00
Juiz : Armando Marques.
Fluminense : Edson, Ismael, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Denílson; Amoroso, Samarone, Antunes e Gilson Porto. Técnico :
Bangú : Ubirajara, Fidélis, Mário Tito, Paulo e Ari; Roberto Pinto e Ocimar; Paulo Borges, Araras, Parada e Rezende. Técnico :
Gols : 1º tempo : Paulo Borges 8’, Fidélis 14’; 2º tempo : Gilson Nunes 1’ e Antunes 10’.


2º Turno
1º RODADA
21/08
Vasco 2 x 0 Fluminense
(Maracanã)
Renda – CR$ 15.628.380,00
Juiz : Guálter Portela Filho.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Mário, Célio e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Fluminense : Edson, Ismael, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Denílson; Amoroso, Antunes, Samarone e Gilson Nunes. Técnico : Tim.
Gol : 1º tempo : Célio 44’ (pênalti).


22/08
Botafogo 1 x 0 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 36.477.400,00
Juiz : Cláudio Magalhães.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Sicupira e Roberto I. Técnico : Daniel Pinto.
Flamengo : Marco Aurélio, Murilo, Ditão, Jaime e Paulo Henrique; Jarbas e Fefeu: Amauri, Silva, Evaristo e Paulo Chôco. Técnico : Renganeschi.
Gols : 2º tempo : Garrincha 20’.


2º RODADA
25/08
Vasco 1 x 0 Flamengo
(Maracanã)
Renda – CR$ 18.916.960,00
Juiz : José Gomes Sobrinho.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Flamengo : Marco Aurélio (Valdomiro), Murilo, Ditão, Jaime e Paulo Hnerique; Jarbas e Fefeu; Amauri, Evaristo, Silva e Neves. Técnico : Renganeschi.
Gol : 2º tempo : Célio 22’.


29/08
Botafogo 2 x 0 Fluminense
(Maracanã)
Renda – CR$ 15.967.760,00
Juiz : Frederico Lopes.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Jairzinho, Bianchini, Sicupira e Roberto I. Técnico : Daniel Pinto.
Fluminense : Edson, Ismael, Valdez, Altair e Bauer; Oberdan e Denílson; Amoroso, Antunes, Joaquim e Gilson Nunes. Técnico : Tim.
Gols : Jairzinho e Gérson.
Obs ; Amoroso perdeu um pênalti chutando por cima da trave.


3º RODADA
01/09
Fluminense 2 x 2 Flamengo
(Laranjeiras)
Renda – CR$ 1.145.000,00
Público : 1.183
Juiz : Wilson Lopes de Souza.
Fluminense : Márcio, João Francisco, Zé Luis, Ivan e Baiano; Denílson e Gonçalo; Amoroso, Carlinhos, Evaldo e Gilson Nunes. Técnico : Tim.
Flamengo : Ivã, Mário Braga, Paulo Lumumba, Itamar e Rui; Derci e Jarbas; Clair, Fio, César Lemos e Rodrigues. Técnico ; Renganeschi.
Gols : Amoroso, Gilson Nunes, Fio e César Lemos.


05/09
Vasco 2 x 0 Botafogo
(Maracanã)
Renda – CR$ 72.927.360,00
Juiz : Frederico Lopes.
Vasco : Gainete, Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.
Botafogo : Manga, Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Sicupira e Roberto I. Técnico : Daniel Pinto.
Gols : 1º tempo : Oldair 44’; 2º tempo : Paulistinha (contra) 3’.


Classificação...........Pts...J...V...E...D...GP...GC...SG
1º Vasco.................13...8...6...1...1...15....5..+10
2º Botafogo..............12...8...5...2...1...13....4...+9
3º Flamengo...............6...8...1...4...3....6....8...-2
3º Fluminense.............6...8...1...4...3....6...14...-8
5º Bangu..................4...5...1...2...2....9....8...+1
6º América................1...5...0...1...4....1...11..-10


Artilheiros :
1- Célio (Vasco) 6
2- Mário (Vasco) 4
5- Luisinho (Vasco) 2
Oldair (Vasco) 2

Ataques Positivos :
1- Vasco 15
2- Botafogo 13
3- Flamengo 6
- Fluminense 6


Goleiros Vazados :
2- Gainete (Vasco) 5

                                                      FICHAS TÉCNICAS

 

14.07.1965 (quarta-freira) – Vasco da Gama 5 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 15.397 pagantes. Renda: Cr$ 8.303.300,00. Gols: Célio, aos 27 e aos 28, e Luizinho, aos 34 min do 1º  tempo; Mário, aos 3 e aos 39 min do  tempo. VASCO: Gainete (Lévis); Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lirico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico:Zezé Moeira.   

 

22.07.1965 (quinta-feira) – Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 44.990 pagantes. Renda: Cr$ 25.679. 340,00. Gol: Luizinho, aos 7 min do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: Célio foi expulso de campo, juntamente com o flamengusitsa Fefeu, aos 20 min do 1º tempo.

 

28.07.1965 - (quarta-feira) – Vasco da Gama 1 x 0 América. Estádio; Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 15.850 pagantes. Renda: Cr$ 8.328. 480,00. Gol: Célio, aos 43 min do 1º tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

07.08.1965 - (sábado). Vasco da Gama 3 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 27.657 pagantes. Renda: Cr$ 14.746.240,00. Gols: Mário, aos 34 min do 1º e aos 4 do 2º tempo, e Oldair (pen), aos 8 da etapa final. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

11.08.1965 - (quarta-feira)- Vasco da Gama 0 x 3 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 48.557 pagantes. Renda: Cr$ 27.782.9870,00. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

21.08.1965 - (sábado) – Vasco da Gama 2 x 0 Fluminense. Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 27.821 pagantes. Renda: Cr$ 15.628.380,00. Gols: Célio (pen), aos 44 min do 1º tempo e aos 24 do . VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

25.08.1965 – (quarta-feira) – Vasco da Gama 1 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Público: 34.368 pagantes. Renda: Cr$ 18.916.960,00. Gol: Célio, aos 23 min do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

05.09.1965 (domingo) – Vasco da Gama 2 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Púlico: 115.064 pagantes. Renda: Cr$ 72.927.380,00. Gols: Oldair, aos 40 min do 1º tempo, e Paulistinha (c), aos 5 do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

                               

                                                    BASQUETEBOL            

     

  A data 11 de julho de 1965 é gloriosíssima para o calendário do basquetebol vascaíno. Foi nela que a Turma da Colina conquistou o título da temporada do IV Centenário do Rio de Janeiro, na categoria principal, a masculino adulto, vencendo o Botafogo, por 85 x 71, no ginásio do Clube Municipal.

 De acordo com a Revista do Esporte - Nº 335 -, de 7 de agosto, os alvinegros foram grandes adversários durante o primeiro tempo, quando o placar ficou Vasco da Gama 35 x 34, mas, durante a etapa final, os cruzmaltinos os dominaram, amplamente,  contando com: Oto (25 pontos), Douglas (20), Paulista (15 pontos), Barone (15), Leonardo (8) e Carneirinho.

 A final,  apitada por João Nogueira Macedo e Célio Pádua Guedes, elogiadíssimos, não chegou pra todos os que queriam assisti-la. Muitos torcedores ficaram do lado de fora do ginásio, levando a imprensa carioca a calcular que, se tivesse sido no Maracanãzinho, a arrecadação, de Cr$ 2 milhões, 352 mil cruzeiros teria sido dobrada.

Após a partida, a torcida vascaína improvisou um verdadeiro carnaval, carregando, nos ombros, os atletas e o treinador José Pereira. Muito justo! Aquele era o terceiro título cruzmaltino na bola ao cesto e, nãose esquecia, na temprada anterior, a taça fora tirada pelo maior rival, o Flamengo, por apenas um ponto de frente, o que impedira um tricampeonato.

A geração campeã do IV Centenário começou a ser formada em julho de 1963, três meses antes do inicio do Estadual.  O  planejamento era de longa prazo, para disputar o título a partir de 1964, quando se tentaria quebrar jejum, de 17 temporadas. Sim! O Vasco só havia carregado o caneco em 1946. Para a empreitada, um grupo, com média de idade girando pelos 22/23 anos, foi entregue ao treinador Zé Carlos, que precisou só do turno classificatório, disputando pela Zona Suburbana, para sentir que já poderia ser campeão jáem 1963. Fora surpreendente ver a sua rapaziada vencer a sua série e chegar à final, para encarar o Flamengo.

Do grupo de 1963, o Vasco mantinha Carneirinho, Douglas, Barone, Paulista e Leonardo, que estiveram na final de 1965 – Cianela, Válter, Chico, Zezé, Aílton, Lulu e Jorge eram os outros embriões que ajudaram a levar a taça colocada em jogo em uma melhor de três, no Maracanãzinho, duas temporadas antes.

Naquele início de projeto que foi dar no título de 1965, o Vasco venceu o estadual de basquete adulto masculino-1963 somando 39 pontos e tendo o cestinha do certame, Paulista, com 412. Carneirinho foi eleito a revelação,  Douglas o melhor pivô móvel e Paulista o melhor infiltrador.

Além disso, Leonardo, Barone e  Cianela receberam menção honrosa pelas atuações na melhor-de-três. Na seleção do campeonato, entraram os  atletas Douglas e Carneirinho e o treinador Zé Carlos. Mais: a torcida vascaína foi a mais presente aos  ginásios, ajudando a proporcionar o maior público – 9 mil presentes – em jogos regionais nacional e o recorde de renda – Cr$ 2 milhões, 212 mil cruzeiros (o total beirou Cr$ 5 milhões e 500 mil)  – na última rodada, antes da melhor-de-três, contra o Flamengo.  

Em 1964, o presidente Manuel Joaquim Lopes Queria marcar a sua administração por grandes conquistas. E mandou avisar ao técnico Zé Carlos que facilitaria o seu trabalho.  Por exemplo, seguiria a política do Flamengo, levando para São Januário os melhores atletas,  sem medir sacrifícios.

Antes do início do torneio, a Federação Carioca de Basquetebol-FCB anunciava a maior de suas temporada masculinas, devido a igualdade de forças entre os quatro principais favoritos - Flamengo, campeão-1964; Vasco da Gama, vice; Botafogo, terceiro colocado, e Fluminense, o quinto -, além do clima festivo do IV Centenário do Rio de Janeiro.

  Realmente, os quatro haviam se armado bem para ganhar o título da temporada mais do que  histórica. Os rubro-negros, por exemplo, tiraram  o paulista Tozi, do XV de Piracicaba, mas perderam vários atletas para os rivais, casos de Gabiru e César e Oto – capaz de fazer 546 pontos, em 20 jogos -, para os vascaínos, bem como Marcelo e Coqueiro, que se tornaram tricolores. Estes, voltarma contar com seus ex-jogadores Lupércio e Paulo Góis, que andavam pelo time da AABB.

Pelo lado flamenguista, o treinador Kanela (Togo Renan Soares) mandava avisar aos adversários: seria bi, “para desgosto dos nossos inimigos”. Ele, porém, discordava da FCB, acreditando que 1965 não teria o maior dos campeonatos, porque os melhores jogos não seriam no Maracanãzinho. Nesse ponto, criticava o ginásio do Clube Municipal, por não comportar grande assistência e nem oferecer comodidade ao público.  

 Kanela tinha bom grupo para tentar o bi: Valdir, Chocolate, Montenegro, Piraí, Guilherme, Coelho, Pedrinho, o norte-americano Bill, o campeã sul-ameticano Válter, Tozi e o mito Algodão.     

No Vasco da Gama, buscou-se Moacir Gato, na AABB. Manteve-se o treinador José Pereira, que tivera experiência, também, com o time feminino. Ele prometia grande campanha, em caso de apoio da sua diretoria e considerava o time do Flamengo uma “incógnita”, por ter se renovado bastante. Perreira definiu a sua base com nove jogadores  - Douglas, Oto, Paulista, Barone, Leonardo, Gato, Carneirinho  Julico e César -, ficando Válter, Virgílio, Nílton e Gabiru para as eventualidades.

 Diferente de Kanela, o treinador vacaíno acreditava participar de uma grandiosa temporada, desde que a imprensa colaborasse, incentivando o público a comparecer aos jogos. E convocava a “numerosa torcida vascaína” a incentivar a sua rapaziada.

De sua parte, os botafoguense mantiveram a base da temporada anterior, grupo jovem, homogêneo e muito perigoso. O treinador  Tude Sobrinho - eleito, pelo Comitê dos Cronistas de Basquetebol-RJ, o melhor da temporada masculina-1964 -  só temia a falta de maior experiência da maioria de jovens em sua equipe e a falta de um líder para a garotada. “Uma espécie, assim, de cabeça pensnte e controladora, como necessita um quadro jovem”, explicava.

 Tude esperava o Flamengo ser o seu grande adversário, sobretudo pela tradição e o comando de Kanela, mas apontava, time por time, o do Vasco da Gama sendo o melhor. Ao Fluminense, dava maios heterogeneidade. Seus jogadores seriam: Sérgio, Ilha, Franklin, Aurélio, Edinho, Fernandão, Raimundo, Generoso, Renê, Cláudius e Conde.

  Renato Brito Cunha, o treinador tricolor, colocva o Tijuca em pé de igualdade com os quatro considerados favoritos. E seguia o vascaíno Pereira na espera do melhor campeonato carioca de basquete dos últimos tempos. Receito, ele só tinha um: ...“as arbitragens, que...constituem um sério problema”

Brito Cunha estivera com treinador do time olímpico brasileiro e contava, par ser campeão carioca, com esta rapaziada: Marcelo, Coqueiro, Osmar, Gritz, Isnard, atiê, Tentativa, Arnaldo, Hiram, Lupércio, Paulo Góis e Renato Tovar, que voltara dos Estados Unidos, onde passara duas temporadas estagiando. Por fim, correndo por fora, o Tijuca prometia valorizar a sua participação.

 

CAMPANHA

 

Confira como Vasco da Gama carregou o caneco do basquete masculino adulto do IV Centenário do Ro de Janeiro-1965 - Turno – 88 x 43 Vila Isabel; 96 x 46 América; 98 x 38 Florença; 69 x 61 Fluminense; 83 x 67 Botafogo; 77 x 33 São Cristóvão; 90 x 38 Municipal; 80 x 45 Grajau; 74 x 48 Mackenzie; 71 x 51 Tijuca; 92 x 75 Flamengo - Returno – 99 x 41 Municipal; 116 x 62 Florença; 104 x 49 Vila Isabel; 104 x 42 América; 95 x 38 Grajaú; 91 x 51 Mackenzie; 87 x 52 São Cristóvão; 69 x 51 Flamengo; 82 x 52 Tijuca; 65 x 58 Fluminense; 85 x 71 Botafogo.

 

                                                            OS CAMPEÕES

 

Oto Ditrich Júnior – cestinha do time, com 540 pontos, jogou usando a camisa 14, com 1,93cm de altura (o mais alto da equipe), pesando 87 quilos. Nascido em São Paulo (capital), estava com 23 de idade.

 Benedito Cícero Torteli (Paulista) – encestou 265 pontos, com a jaqueta 9, medindo 1m84cm e pesando 82 quilos. Também, paulistano, já tinha apagado 25 velinha. Campeão carioca na turma de 1963, tinha, ainda, o título de bicampeão mundial pela Seleção Brasileira.

César Augusto Sebba – autor de 265 cestas, igualado a Paulista, estava com 19 de idade  e era o mais jovem da rapaziada. Natuaral de Goiânia-GO, medindo 1m86cm e pesando 79 quilos, usou a camisa 13.

Carlos Barone Neto – campeão, também, em 1963, somou 213 pontos, em 1965, usando a jaqueta 11. Mais um paulista no time, nascido em Campinas, era o mais vleho da rapaziada, aos 27 de idade, pesando 79 quilos e medindo 2m82cm.

Jose Douglas Alves de Lima -  se o Paulista (Benedito Torteli) era o loiro do time, ele era o colored, também, campeão carioca-1963. Marcou 187 pontos, usando o número 12 na camisa, medindo 1m87cm de altura e pesando 85 quilos.          

Leonardo Paulo de Faria – o camisa 10, autor de 163 pontos. Carioca, aos 23 de idade, jogava medindo 1m81cm de altura e pesando 77 quilos. Outro do time campeão-1963.

Moacir Dias César (Gato) – paulista, de Itapira, a terra do zagueiro Hideraldo Luís Bellini, um dos maiores ídolos da torcida vascaína da década-1950 e o primeiro capitão da Seleção Brasileria a erguer a taça Jules Rimet. Usou a jaqueta 15 e marcou 157 pontos, pesando 76 quilos e medindo 1m80cm de altura.

Júlio Céasar Fernandes Mano (Julico) – camisa 6, marcou71 pontos, medindo 1m90cm de altura e pesando 93 quiulos, o mais gordinho da turma. Carioca, estava com 20 de idade e sido campeão, em 1963.

Luís Antôno Rapôso Carneiro (Carneirinho) – o baixinho da turma, com 1m69cm de altura. Pesando 72 quilos, marcou 41 pontos e era considerado o cabeça da equipe. O dono da camisa 8 era prata da casa, desde 1956.          

 

Virgílio Fernandes Mano Filho -  dentro de sua camisa 7 cabiam 1m83cm de altura e 85 quilos. Irmão de Julico, estava com 22 na idade e fez sete pontos durante a disputa. Outro do grupo campeão-1963. 

 

João Renato Mazzini Rodrigues Pereira (Gabiru) – coerente com número da camisa e de  pontos marcados: 4. Embora medisse 1m92cm de altura, era o mais magro da turma, com 71 quilos, menos do que Carneirinho (72kg), que media 1mc9cm. Tinha 27 de idade.

 

Aílton da Silva – usou a camisa 5 e encostou dois pontos. Carioca, estasva com 24 de idade, pesando 85 quilos. Medindo 1m89cm, fora campeão carioca-1963.

 

José Pereia Gomes – português, com 1m67cm de altura, naturalizado brasileiro, estava com 36 de idade, ao sagrar-se campeão carioca pelo basquetebol masculino. Antes, só havia dirigido times femininos, mudando de setor por ter o Vasco da Gama errado as suas atividades com as moças.     

 

José de Oliveira Melo – massagista, com 1m68cm de altura, nascido em Sergipe, foi do grupo campeão-1963.

 

Alberto Rodrigues – carioca e vice-presidente vascaíno, aos 40 de idade, era chamado de “dono do basquete” no clube, por resolver de tudo no setor. Estava nessa desde 1962, quando iniciou a montagem do grupo campeão-1963. Dentista na vida profisisoal. Fora das quadras, vivia para a odontologia.

 

Hílson Faria – representava o Almirante junto à Federação Metropolitana de Basquetebol. Carioca, funcionário do Banco do Brasil, ocupara vários cargos em diretorias vascaínas anteriores. Fazia questão de contar ter nacido ao lado do estádio de  São Januário.     

 

 

HISTÓRIA - O basquetebol começou a se praticado pelo vascaínos em 1925, tendo o primeiro título sido conquistado após 10 temporadas, por  rapazes como Adílio de Oliveira, Alfredo Mota e Raimundo dois Santos, vencendo o Campeonato Carioca da Segunda Divisão.

 O título mais importante, o da divisão principal, demorou mais para chegar, só em 1946, novamente no masculino adulto, com time comandado por Oto Glória que, mais tarde, se consagraria com treianador de futebol.  

Chegada a década-1960, o Vasco montou o timaço, com Barone, Gogô, Jomar, Manteiga, Felipão, Felinto, Aurélio, Peixotinho e Edinho. Além de campeão cariocas, em  1965 e em 1969, o Almriante conquistou, também, sequencialmente, de 1964 a 68, o penta da Taça Gerdal Bôscoli, de muito prestigio, na época. Na conta, dois vices do Brasileiro.

 

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                                               A DUPLA DO BARBANTE    

                                                        APRESENTAÇÃO

    

 O gaúcho Saulzinho e o paulista  Célio formaram a maior dupla atacante do Vasco da Gama da década-1960. Juntos, andaram perto dos 200 gols, num tempo em que se jogava bem menos. Como s época deles não dava importância às estatísticas, a pesquisa para este livro encontrou 192 partidas e 103 gols, para Célio - 25, em 1963; 29, em 1964; 32, em 1965, e 14, em 1966 -, e 87 tentos, em 172 partidas, para o gauchinho. É por aí!

 Eles se conheceram durante o Torneio Pentagonal do México, em 1963, quando o treinador vascaíno era Jorge Vieira. De cara, a formação em que atuaram  -  Ita; Joel Felício, Brito, Dario e Barbosinha; Maranhão (Écio), Lorico e Viladônega (Célio); Sabará, Saulzinho e Ronaldo (Fagundes) – já foi conquistando titulo. Vamos correr atrás da bola deles, começando pelo tchê, que pulo primeiro para dentro da nau do Almirante.

 Em muitas fichas técnicas não aparecem árbitros, públicos e nem rendas. Não foram encontradas. Gols de adversários, nem pensar!  O importante por aqui é o que está escrito por Saulzinho e Célio. Confere? Então, vamos correr atrás desse placar.

                                                       

                                                       Gustavo Mariani 

 

                                              1 - O GAROTO DOS PAMPAS
                                      

 Revelado pelo Guarany Futebol Clube, de Bagé, nas fronteiras do Brasil com o Uruguai, o centroavante Saulzinho tornou-se vascaíno com a responsabilidade de confirmar que saíra de uma fábrica de craques, em sua terra, como haviam demonstrado Candiota, Martim Silveira, Calvet e Tupãnzinho, principalmente.

  Ele foi o único atacante a obter uma média de gols superior à do Rei Pelé, nas disputas estaduais da década-60. Principal artilheiro do Campeonato Carioca de 1962, com 18 gols em 24 jogos, Saulzinho iniciou a sina de matador, por volta dos 12, 13 de idade, num areião onde agora fica a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, em sua cidade, disputando um campeonato interno, nas manhãs de domingo. Aos 15, juvenil, já jogava e fazia gols pelo time profissional do Bagé, o rival do Guarany. Aos 17, foi protagonista de um casoi incomum.

  Era 1955, quando o Conselho Nacional de Desportos-CND deparous-e com  um juvenil disptuado por dois clubes gaúcho. Levou um ano para decidir, tempo em que oo garoto ficou sem jogar. Era a primeira vez que se falava sobre Saulzinho, no Rio de Janeiro. Mas estava escrito que, futuramente, se falaria bastante dele.

Saul Santos Silva, o Saulzinho, dava trabalho aos zagueiros  da Liga de Futebol de Bagé, sua terra, desde as disputas de 1954, vestindo a camisa do time juvenil do Grêmio Esportivo Bagé, com o qual tinha contrato de gaveta. Atrevido, quando lançado no time A,em seu primeiro jogo, em 1954, contra o Nacional, de Porto Alegre, marcou um gol de bicicleta. Na temporada seguinte, o Guarany Futebol Clube, grande rival do Bagé, o roubou e ficou com ele, no tapetão, tornando-o um índio, como jogador do clube alvirrubro era chamadoa.

 Para o Guarany, brigar por Saulzinho valera muito. Que o diga o que ele jogou durante a a decisão do Campeonato Municipal Bageense de 1956.  Marcou o único gol de uma das partidas que valera o título de uma rivalidade iniciada em 1918 e que só não tivera a dupla Ba-Gua campeã citadina, em 1937, quando o título ficou com o Grêmio Sportivo Ferroviário – o outro jogo da final bageense de 1956 teve uma  goleada alvirrubra, por 4 x 1.

Em 1958, mais uma vez Saulzinho ajudou o Guarany a ser campeão citadino.  Com time renovado, do qual só restava  Éden, Bataclan, Max Ravaza e Luiz Silva, ele teve por colega de equipe Raul Donazart Calvet, que viria a ser um dos maiores quarto-zagueiros do futebol brasileiro da década-60, defendendo o Santos, de Pelé – em1960, o Guarany voltou a ser campeão, e um dos seus grandes nomes foi o atacante Tupanzinho, futuro astro do Palmeiras e que chegou à Seleção Brasileira.

 Sulzinho começou a tomar o destino do Rio de Janeiro durante um amistoso, em 17 de abril de 1960, no  Estádio  Antônio Magalhães Rossell (patrono do Guarany), o Estrela D´Álva, nome da casa do, desde 4 de janeiro de 1960. E tinha tudo para não pintar po lá. Dos 4 x 2 mandados, pelos índios sobre o  Internacional, que time fortíssimo para os padrõs do futebol gaúcho da época, Saulzinho não marcara gol e nem merecera elogios do treinador colorado, Francisco Duarte Junior, o Teté, que  dissera, apenas, à imprensa: “Triunfo justo e merecido do Guarany”.

Tempos depois, já era Martim Francisco o treinador do Internacional. Saulzinho,  com 1m,69cm de altura, nada recomendável para um centroavante, agradara muito mais ao treinador colorado do que todos os seus concorrentes estaduais. E pediu a contratação dele quando estava no Vasco da Gama. Recebeu um não do presidente Alah Batista, para quem o baixinho não deveria passar de um jogador igual a tantos outros que eream oferecidos ao seu clube.  Mas o seu diretor de futebol, João Silva, dera ouvidos ao treinador e, em março de 1961, por Cr$ 2,3 milhões de cruzeiros, negociou, com o presidente do Guarany, Paulo Barcelos da Silveira, a compra do passe do goelador, por um preço superior ao que o Vasco da Gama pagara pelo grande ídolo Pinga. Na transação, Saulzinho embolsou Cr$ 500 mil cruzeiros, de luvas, e salário de Cr$ 20 mil mensais. Levou, ainda, Cr$ 690 mil cruzeiros, de gratificação, do Guarany, clube que existia nas fronteiras gaúchas,  com o Uruguai, desde 19 de abril de 1907.

Saulzinho ficou em São Januário até fevereiro de 1966. Chegou  no 1º de abril de 1961 e, no seu primeiro treino, marcou três gols. Isso, durante o primeiro tempo e jogando pelo time time reserva, que tinha o zagueiro Brito e o volante Maranhão. Deixo muito boa impressão para João Silva, industrial forte, dono das Carrocerias Metropolitana.

Saulzinho, garoto interiorano no meio dos cobrões vascaíno, vivia uma nova realidade, bem diferente dos seus velhos tempos de 12, 13 de idade, quando rolava a bola em um areião – hoje, o local abriga a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora –, em Bagé, onde disputava campeonatos, nas manhãs de domingo. Levou com ele pra São Januário a raça dos gaúchos da época da colonização brasileira, que passaram mais tempo guerreando contra os invasores espanhois do que vivendo em paz. Ele era um desses gueirreiros, decidido a vencer no futebol carioca.

Saulzinho viajou para o Rio de Janeiro, indagando-se: se, com 15 de idade, ainda juvenil, jogava e fazia gol pelo time profissional do Bagé, porque não repetiria tudo em um centro maior, onde as portas lhe seriam abertas para grande futuro? Enturmou-se, raápido, com a rapaziada da Colina, mas viu, também, rápido, que a concorrência pela camisa nove seria dura, ainda mais com a cobrança da torcida que ainda sentia muita saudade de Vavá, negociado, em 1958, para o Atlético de Madrid. Teria que suar muito para ganhar a disputa pela vaga de titular, com Pacoti, Wilson Moreira, Javan e Itajubá.

 

                                                  2 - GUARANY

 Fundado, em 19 de abril de  1907, na cidade gaúcha de Bagé, o Guarany Futebol Clube nasceu  na Praça de Matriz, criado por João Guttemberg Maciel, Viriato Bicca Nunes, Cervantes Perez, Secundino Maciel, Francisco Sá Antunes, Manoel Berruti, Carlos Martins Peixoto, Lucidio Garrastazu Gontan, Carlos Garrastazu e Gonzalo Perez.

A maioria dos títulos do Guarany (21) é do Campeonato Citadino, isto é municipal, mas os gandes feitos dos alvirrubros foram aas conqusitgas dos Campeonatos Gaúchos de 1920 (o primeiro de uma equipe do interiro do estado) e de 1938. Em 1926 e em 1929, o clube voltou a brilhar, ficando vice-campeão estadual. Em 1958, a rapaziada estgeve, novamente, nas finais da temporada estadual, mas não levou. Uma nova taça só viria em 1999, mas do Estadual da Terceira Divisão. Em 2007, ganhou a Seunda Divisão e voltou à elite do futebol dos pampas, após 25 anos nas divisões inferiores. Voltou, porém, a ser rebaixado, em 2008. Vejamos algumas histórias do clube:

 

1 - O Guarany já teve duas revelações disputando Copas do Mundo: o meio-camapista Martim Silveira, nos Mundiais de 1934 e de 1938, cobrão do Botafogo, e  o lateral-esquerdo Branco, ídolo da torcida do Fluminense e campeão, em 1994, nos Estados Unidos – disputou, também, as Copas de 1986 e de 1990.

 

2 - Os maiores goleadors índios foram Max, com 129 gols;  Picão, com 125, e Rubilar, com 123 gols. Saulzinho calcula ter feito cerca de 90 tentos. Se tivesse ficado mais, acredita que poderia teria batido o recorde de Max, levando em conta os mais de 80 tentos feitos com a camisa cruzmaltina. 

 

3 - Provavel formação do Guarany que decidiu o título gaúcho de 1958, contra o Grêmio: Salvador Rubilar; Bira, Sílvio, Calvet e Ataíde; Danga e Célio; Calvet I, Max, Juarez, Solis Rodrigues e Saulzinho.

 

4 - Em 1960, o time-base do Guarany era: Saul Mujica, Sílvio e Solis; Danga, Célio e Augusto; Eusébio, Ivo Medeiros, Saulzinho, Sérgio e João Borges.

 

5-  Em 1956, o Guarany foi campeão municipal, vencendo o Bagé, nas finais, por 1 x 0 e 4 x 1. O time tinha: Éden, Rubens e Bataclan; Mário, Nadir Gonçalves e Ninha; Carlos Calvete, Max Ravaza, Saulzinho, Luiz Silva e Luiz Carlos (Porquinho).

 

5 - Em 1958, o Guarany foi o campeão, vencendo por 1x0 (duas vezes), 2x1, 4x1 e 3x1, perdendo por 2x1 (duas vezes) e empatando, por 1 x 1. O grupo campeão foi: Haroldo Campos, Éden, Bira, Danga, Bataclan, Sílvio Scherer, Athayde Tarouco, Raul Calvete, Humberto Camacho, Juarez, Max Ravaza, Saulzinho, Solis Rodrigues, Ivan Ravaza, Gitinha, Luiz Silva e Juca.

 

6 - Guarany 4 x 2 Internacional, no Estádio Estrela D´Alva, em 16.04.1960, em Bagé,  foi apitado por Flávio Cavendini e rendeu Cr$ 78.110,00. O Guarany foi:  Saul Mujica, Danga e Augusto; Solis Rodrigues e Sílvio; Ivo Medeiros, Naninho, Saul, Sérgio e João Borges. Inter teve: Silveira, Zangão, Osmar e Louro; (Gago (Kim) e Barradinhas; Osvaldinho, Ivo, Diogo, Paulo Vecchio, Vilmar e Alfeu (Deraldo). João Borges, aos 24, e aos 42 minutos do 1º tempo, e aos 42 do 2º tempo, marcou para o Guarany, que teve, aidna gol de Naninho, aos 30 da 1ª etapa; Paulo Vecchio, aos 24 do 1º, e aos 47 minutos do 2º tempo, anotou para os colorados.

 

7 – Ao deixar o Vasco da Gama, na metade da década-1960,  Saulzinho voltou a jogar bola em sua terra e seguiu artilheiro. Em 18 e 25 de junho de 1967, nos dois clássicos pelo torneio citadino, fez o gol de Guarany 1 x 0 Bagé. No segundo, marcou o gol da virada Guarany 3 x 2. Em 1970, durante o inédito hexa do Guarany, ainda rolva a pelota.

         

                                             3 - TEMPORADA-1961

 

  O Vasco da Gama iniciou a temporada-1961, em quatro de janeiro, disputando o Torneio Internacional de Verão e empatando, com o São Paulo, por 2 x 2, no Maracanã. Quatro dias depois, caiu ante o Corinthians,  por 2 x 1, no Pacaembu. No dia  10, venceu o primeiro jogo da temporada, 1 x 0 Flamengo, no Maracanã.

 Passados quatro dias, o Vasco saiu para mais um Torneio de Verão, o da Argentina. Em 14 de janeiro, caiu em 0 x 2 Boca Juniors, em Buenos Aires.  Recuperou-se, oito dias depois, com 2 x 1 River Plate. Seguiu para Montevidéu e disputou outro Torneio Internacional de Verão. No dia 21, queda 1 x 2 Cerro, no Estádio Centenário. Passados mais três dias, no mesmo Centenário, 1 x 1 Nacional. Em 27 de janeiro, voltou à Argentina, mandou 3 x 0 Quilmes, em Mar del Plata. Por fim, no dia 29, goleou: 5 x 0 Combinado de Mar del Plata, no mesmo local.

 

De volta ao Brasil, o Vasco fez um amistoso, em oito de fevereiro, no Maracanã, com o Real Madrid, um dos maiores times do mundo da época, empatando, por 2 x 2, sob arbitragem de Juan Brozzi, auxiliado por Alberto da Gama Malcher e Eunápio de Queirós. O público foi de  122.038, mas calculava-se que mais de 140 mil pessoas estavam no estádio. A renda, de Cr$ 21.395.2650,00, era recorde na América do Sul. Del Sol, aos 14, e Canário, aos 15m30seg do primeiro tempo, abriram vantagem para os espanhóis, mas os cruzmaltinos igualaram o placar, no segunda etapa, com Casado (contra), aos 7, e  Pinga, cobrando pênalti, aos 17 minutos, jogando com:  Humberto Torgado (Miguel), Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Orlando; Sabará, Delém, Wilson Moreira (Da Silva), Lorico (Waldemar) e Pinga. O forte time do Real foi: Dominguez; Marquitos (Miche), Santamaría (Zagarra) e Casado; Vidal e Pachin; Canário, Del Sol, Di Stefano (Pepillo), Puskas e Gento.

 Aquele era o Vasco pré-Saulzinho. Quando ele desembarcou em São Januário, vivia-se uma época sem preocupações com as estatístics. Mas ele se lembra,  com precisão, do seu primeiro gol. “Foi (em 4 de maio de 1961) nos 3 x 1 amistosos, contra o América-MG, em Belo Horizonte.  Pouco depois, iniciamos uma excursão à Europa”, recorda.

O primeiro jogo de Saulzinho com a camisa cruzmaltina está anotado em 16 de abril daquele mesmo 1961, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo, em Vasco 2 x 0 Corinthians. Partida tumultuada, em que o juiz Armando Marques expulsou de campo os corintianos Olavo, Miranda e Rafael. Saulzinho entrou no decorrer da partida, em lugar de Lorico, e o time vascaíno teve: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Da Silva, Wilson Moreira (Itajubá), Lorico (Saulzinho) e Pinga. 

Seis dias depois, Saulzinho já foi titular, em Vasco 0 x 1 Palmeiras, novamente, no Pacaembu, apitado pelo carioca Wilson Lopes de Souza, com um gol contra de Russo, aos cinco minutos do primeiro tempo. O Vasco daquela tarde: Ita; Paulinho (Joel), Bellini, Barbosinha e Russo; Écio (Lorico) e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Wilson Moreira (Da Silva) e Pinga. Estas, então, foram as duas apresentações de Saulzinho. Confira as fichas técnicas:.

 

16.04.1961 – Vasco 2 x 0 Corinthians. Torneio Rio-São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Armando Marques-RJ. Rendeas: Cr$ 1 milhão, 130 mil e 700 cruzeiros. Gols: Roberto Pinto, aos 36 e aos 39 minutos do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Roberto Pinto; Da Silva, Wilson Moreira (Itajubá), Lorico (Saulzinho) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.

 

22.04.1961 – Vasco 0 x 1 Palmeiras. Torneio Rio–São Paulo. Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Juiz: Wilson Lopes de Souza-RJ. Renda: Cr$ 683 mil cruzeiros. Gol: Russo (contra), aos 5 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho (Joel), Bellini, Barbosinha e Russo; Écio (Lorico) e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Wilson Moreira (Da Silva) e Pinga. Técnico: Martim Francisco.

 
                                                 4 - PRIMEIRA EXCURSÃO

 

  O primeiro giro de Saulzinho com jogos amistosos sendo atleta vascaíno começou pela segunda-feira do feriado de primeio de maio de maio de 1961, no estádio Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em Recife, em Vasco da Gama 2 x 1 Santa Cruz-PE.  Argemir Sherlock Félix apitou e a Turma da Coliuna venceu, de virada, com gols por Cunha, aos 18 e aos 20 minutos. Martim Francisco era o treinador – e o foi em todo o giro nacional e internacional - e escalou: Ita; Joel Felício, Brito e Russo (Edílson); Écio (Laerte), Maranhão e Barbosinha; Sabará, Da Silva, Cunha, Pacoti (Saulzinho) e Pinga.

Três dias depois, Saulzinho marcaria o seu primeiro gol vascaíno: em  Vasco 3 x 1 América-MG, amistosamente, no Estádio Otacílio Negrão de Lima, em Belo Horizonte-MG, no cinco de maio do mesmo 1961. Apitado por Geraldo Toledo, foi mais uma vitória de virada, com gols por Pacoti, aos 10, Cunha, aos 30 e Saulzinho, aos 43 do segundo tempo, estreando nas redes, como vascaíno, por este time do treinador Martim Francisco: Ita; Joel Felício, Brito, Edílson e Barbosinha; Laerte (Nivaldo) e Maranhão; Da Silva, Cunha (Saulzinho), Pacoti e Pinga.

 Vencidos dois amistosos, o Vasco da Gama fez mais dois, com o Uberaba-MG, ficando no 0 x 0 (07.05), no Estádio Garibaldi Pereira, em Igarapava-SP - Miguel; Joel Felício, Brito, Edilson e Barbosinha; Laerte e Maranhão (Ivaldo); Da Silva, Cunha, Pacoti (Wilson Moreira) e Pinga (Saulzinho) foi o time – e em 2 x 2 (10.05) no Estádio Boulanger Pucci, em Uberaba, apitado porAírton Veira de Morais, famoso no futebol carioca, e com gols vascaínos por Laerte, aos 3, e Cunha, aos 9 minutos - Ita (Miguel); Joel Felício, Brito, Edílson e Barbosinha; Laerte e. Maranhão e Barbosinha; Da Silva, Saulzinho, Pacoti (Cunha) e Pinga jogaram.

 Tinha, portanto, Saulzinho atuado em duas partidas oficiais e em quatro amistosas – Vasco 2 x 0 Corinthians; 0 x 1 Palmeiras; 2 x 1 Santa Cruz; 3 x 1 América-MG e 0x 0 e 2 x 2 Uberaba  - quando partiu para a sua primeira excursão ao exterior. Entre 21 de maio e 5 de julho daquele 1961, no giro por campos europeus e africanos, ele marcou 12 dos tentos assinados pela equipe  de Martim Francisco, nos jogos: 01.06 - Vasco 11 x 0 Trondheim-ALE (3); 04.06- 10 x 0 EIK-NOR (3); 11.06 – 4 x 1 Frem/DIN  (2); 14.06 – 4 X 1 AIK/AIK-SUE (1); 18.06 – 4 x 2 Dalama-SUE (2); 21;-06 – 8 x 1 Bodens-SUE (1).

                               

                                             5 - FICHAS TÉCNICAS

21.05.1961 - Vasco 1 x 1 Kickers-ALE. Local: Offenbach. Gol: Pacoti, aos 34 min do 1 tempo. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Bellini, Barbosinha e Edílson: Écio e Maranhão; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga. Técnico: Martim Francisco.

 27.05.1961 – Vasco 2 x 0 Saint Pauli-ALE. Estádio: Millerntor, em Hamburgo-ALE.  Público. 9.000 torcedores. Gols: Pinga, aos  18,  e Roberto Pinto, aos  30 min do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho e Pinga.

30.05.1961 – Vasco 3 x 2  Alemannia Aachen-ALE. Estádio: Tívoli, em Aachen-ALE. Público: 25.000. Gols: Pacoti, aos 14, e Pinga , aos 43  min do 1º tempo e aos 16 do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Pacoty; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho e Pinga.

 

01.06.1961 – Vasco 11 x 0 Combinado Trondheim-NOR. Estádio: Lerkendal Stadion, em Trondheim-NOR. Gols: Pacoti, a 1; Sabará, aos  3; Pinga, aos 12 e aos 20; Saulzinho, aos 25 e aos  35 min do  1º tempo; Sabará, aos  5 e aos  8; Saulzinho, aos  18, Roberto Pinto, aos  25, e Laerte, aos  30 min do  2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho (Russo), Bellini (Brito), Barbosinha e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Maranhão); Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga (Da Silva).

 

04.06.1961 – Vasco 10 x 0 EIK-NOR. Local: Toensberg-NOR. Público: 8.000. Gols: Roberto Pinto, aos 24; Sabará, aos 27; Pacoti, aos 43, e Saulzinho, aos  45 min do 1º tempo. Pacoti, aos 2; Roberto Pinto, aos 10; Laerte, aos 16; Lorico, aos 19 e aos  22, e Saulzinho (pen), aos 37 min do 2º tempo. VASCO: Miguel (Ita), Paulinho, Bellini (Brito), Barbosinha (Russo) e Edílson; Écio (Laerte) e Roberto Pinto (Lorico); Sabará (Da Silva), Saulzinho, Pacoti (Maranhão) e Pinga.

 

06.06.1961 – Vasco 2 x 0  Combinado Skeid/Lyn-NOR. Local: Oslo-NOR. Gols: Pacoti, aos 19, e Roberto Pinto, aos 40 min do do 2 tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoti e Pinga.

 

11.06.1961 – Vasco 4 x 1 Frem-DIN. Estádio: Idreatsparken, em Copenhagen-DIN. Gols Saulzinho, aos 25 e Pinga, aos 41 min do 1º tempo; Pinga, aos  35, e Saulzinho, aos  43 min do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pacoty e Pinga.

 

14.06.1961 – Vasco 4 x 1 Combinado IFK/AIK-SUE. Local: Malmöe-SUE. Público: 9.000. Gols: Pinga, aos 16; Lorico, aos 20; e Saulzinho, aos  44  min do 1ºT; Lorico, aos  27 min do  2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva.

 

18.06.1961 – Vasco 4 x 2 Dalarna-SUE. Local: Borlänge-SUE. Gols: Saulzinho, aos 10; Sabará, aos 13; Pinga, aos 26, e Saulzinho, no 2º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga.

 

 21.06.1961 – Vasco 8 x 1 Bodens BK-SUE. Estádio: Bjorenasvallen, em Boden-SUE. Público: 5.841. Gols: Roberto Pinto, aos  4; Lorico, aos 7 e aos 33; Roberto Pinto, aos 42 min do  1º tempo; Saulzinho, aos 14; Roberto Pinto, aos 16 e aos  28, e Lorico, aos 33 min do  2º tempo. VASCO:  Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Lorico, Saulzinho e Pinga. .

OBS: jogo inaugural do estádio.


27.06.1961 – Vasco  1 x 1 Combinado Hammarby/Djurgarden-SUE. Estádio: Olímpico de Estocolmo-SUE. Gol: Roberto Pinto, aos  26 min do 1º tempo. VASCO: Miguel, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Roberto Pinto e Pinga.

 

29.06 – Vasco 1 x 0 Norkïoping-SUE. Local: Noirköping-SUE. Público: 11 mil. Gol: Pinga, a um minuto. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga.  

 

02.07 – Vasco 5 x 1 Sundsvall-SUE. Local: Helsingborg-SUE. Gols: Lorico (2), Laerte, Sabará e Pacoti. Vasco: Miguel; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Edílson; Écio e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Pinga.   

 

05.07 – Vasco 0 x 3 Porto-POR. Estádio das Antas, no Porto-POR. Vasco: Miguel: Paulinho de Almeida (Russo), Brito, Barbosinha e Edílson; Laerte e Lorico; Sabará, Pacoti, Roberto Pinto e Da Silva.   

 

OBS: Saulzinho teve três treinadores em 1961. Martim Francisco deixou o vasco da Gama, depois da excursão, em julho, sendo substituído pelo antigo zagueiro do clube, na década-1950, Ely do Amparo, que ficou até 29 de agosto, quando passou o cargo para Paulo Amaral, que ficou até o fnal da temporada, em dezembro.

                                           

 

                                           6 -  O CRAQUE DA CAPA

 

  Embora tivesse voltado de excursão internacional, na metade da temporada, com 12 gols na conta, só em dezembro Saulzinho tornou-se um craque da capa - Revista do Esporte - Nº 145, de 16 de dezembro de 1961.

 Entrevistado pelo repórter Deni Menezes – e fotografado por Jurandir Costa -, ele disse não ter ido para o futebol carioca a fim de ficar famoso e jurava não ser tão vaidoso. Explicava-se e indagava: "Vim para o Rio porque não poderia deixar fugir a excelente oportunidade que me apareceu para melhorar a minha vida, financeiramente. Sou profissional. Não acham que estou certo?"

Saulzinho garantia ter encontrado bom ambiente e camaradagem, em São Januário, o que tornara fácil a sua aclimatação em um novo ambiente. Segundo ele, jogar pelo Vasco era um seus grande sonhos. "Sempre tive muita admiração pelo grêmio cruzmaltino, por suas vitórias, títulos e grandes e famosos craques, justificava" pela matéria na qual dizia que Grêmio-RS e Internacional, também, o queriam.

Quanto  à sua forma de jogar, declarava preferir receber mais bolas rasteiras e elogiava a qualidade dos lançamentos do volante Écio Capovila. Indagado se esperava ser ídolo no Vasco da Gama, respondeu: "Muitas vezes, o jogador rende bem, apresenta bom futebol, mas os torcedores não o veem como um candidato a ídolo".

Seguro, Saulzinho prometia muita luta para seguir titular absoluto e, "com muitos gols, tornar-me o novo ídolo da grande torcida vascaína, em todo o Brasil". Jurava não ter sabor especial por vitória sobre algum time, mas deixava escapar que ganhar de Fluminense, Botafogo, "é ainda melhor e merece ser comemorado", principalmente por  "receber elogios e ganhar bicho gordo e moral para os jogos seguintes".

O desejo de Saulzinho, de ser ídolo em São Januário, coincidia com o da diretoria vascaína, de ter novos jogadores de grande cartaz, para o clube voltar a ter a grande popularidade de antes, pois só viam o zagueiro Bellini com força no coração da torcida, embora Pinga, em final de carreira, Sabará, Écio e Pacoti, também, tivessem muitos admiradores.

O pior para os cartolas da Colina era verem o Santos, de Pelé, e o Botafogo, de Garrincha, ocupando o lugar que pertencera ao Vasco, entre 1945 a 2952, quando os grandes talentos do futebol nacional, invariavelmente, tomavam o destino de São Januario. Não fora a toa que, antes da entrevista de Sulzinho a Deni Menezes, um outro repórter da RevEsp - Milton Salles – publicara a manchete: "Vasco precisa de novos ídolos" -  Nº 122, de 8 de julho de 1961.

A vaga de ídolo da camisa nove vinha tornando-se um problemão, para o Vasco da Gama, porque o cearense Pacoti, com muita fama no futebol pernambucano, onde fora buscado, mesmo voluntarioso e rompedor, não dera a respostas esperada. Custou caro e terminou sendo repassado, barato, à Portuguesa Santista. Com aquilo, tentou-se improvisar o meia Roberto Pinto no comando do ataque. Também, não deu certo. A próxima tentativa foi com Cabrita, tirado do Bonsucesso e saudado como um "novo Vavá". Ele até fez boas partidas, mas envolveu-se num caso esquisito com um dirigente e foi negociado.Um outro que não vingou foi Wilson Moreira, de bom nível técnico, mas sem a raça, sem o vigor físico que os vascaínos tanto admiravam em Edvaldo Izídio Neto, o Vavá. Até mesmo Delém, que chegara à Seleção Brasileira, não fora visto como o substituto ideal para aquele.

Enfim, o treinador Martim Francisco, quando dirigia o time do Internacional, de Porto Alegre, gostara muito do centroavante do Guarany, de Bagé, que gremistas e colorados já estavam de olho. Martim pediu a sua contratação do garoto, de 23 de idade, mas encontrou a resistência do chefão vascaíno Allah Batista, como contou à Revista do Esporte - Nº 285, de 22 de agosto de 1964: "O presidente disse que Cr$ 2 milhões de cruzeiros para contratar o Saulzinho seriam mal empregado, pois o tinha como mero jogador bonzinho, e iguais a ele o Vasco estava cheio” - a resposta do baixinho Saulzinho foi ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca-1962.

 Ter só 1m67cm de altura, não preocupava Saulzinho, conforme garantiu a uma outra edição da e mereceu capa da Revista do Esporte-  Nº 122 - 8 de julho de 1961. Segundo a semanária, na luta contra os zagueirões altos, dentro da área, ele compensava o que lhe faltava com boa colocação e impulsão. Indo aos jogos vascaínos, a revista concluiu: Saulzinho supria “a falta de alguns centímetros na altura com muita disposição e entusiasmo para a luta”. De sua parte, ele garantia que, para ser um ponta-de-lança, “não seria preciso ser nenhum gigante”.

Em seu período cruzmaltino, Saulzinho pegou pela frente marcadores bem mais altos e mais fortes, como, entre outros, Luís Carlos (Fla); Procópio (Flu); Mário Tito (Bang); Flodoaldo (Ame); Nésio (Olaria); Augusto Macarrão(Port-RJ); Geneci e Guilherme (Camp.Gra); Zé Carlos Gaspar e Nílton Santos (Bota) – este último, passou uma temporada como zagueiro, para abrir vaga a Rildo na lateral-esquerda alvinegra. Quando enfrentava os zagueiros paulista, os marcadores pareciam ter o dobro do seu físico, casos Mauro Ramos (San); Bellini (SP); Djalma Dias e Waldemar Carabina (Palm); Cláudio e Eduardo (Cor), entre outros.

Sem respeitar centimetragem, Saulzinho encarava. Por isso, chegou a marcar três tentos em algumas partidas.

Em seu primeiro Campeonato Carioca, Saulzinho foi treinado pelo ex-zagueiro vascaíno Ely do Amparo, e terminou vice-campeão, empatado com os flamenguistas, que fizeram os mesmos 30 pontos dos vascaínos, 12 a menos do que os campeões botafoguenses, em 25 jogos. Naquela temporada, ele disputou 14 prélios oficiais – marcou três gols – contra América, Bangu e Fluminense – e duas pelo Torneio Rio São Paulo. Somados aos 12 tentos da excursão à Europa e à África, e mais um do amistoso contra o América-MG, totalizou 15, em 26 compromissos, à média de 1,7 por jogo.

O Campeonato Carioca-1961 teve um turno classificatório, com 12 times jogando pelo sistema todos contra todos. Depois, mais duas etapa, do mesmo molde, sem Bonsucesso, Canto do Rio, Madureira e Portuguesa, eliminados na primeira fase. Daquela, o Vasco saiu em segundo lugar, com cinco vitórias, quatro empates e duas quedas, em 11 refregas, marcando 16 e sofrendo seis gols. Fez os mesmos 14 pontos do Flamengo, mas teve uma derrota a menos. No turno final, com 14 confrontos, em dois turnos, a pontuação cruzmaltina foi idêntica à dos rubro-negros e a do Fluminense, 16, oito a menos do que a do Botafogo. Mas o time teve mais vitórias (7) do que Fla (6) e Flu (5), e empatou menos (2), contra (4) igualdades rubro-negras e (6) tricolores. No entanto, perdeu mais (5). O Fla (4) e o Flu (3) foram melhores neste iten, o que, pelo critério técnico, deixou a equipe de Saulzinho em quarto lugar.

Turma da Colina desperdiçou cinco pontos em jogos contra os considerados pequenos Olaria e Bangu, que lhe derrubaram, e empatou com o mesmo Olaria e o São Cristóvão. Nos clássicos, só venceu um, contra o Flamengo, do qual perdeu duas vezes. Ainda empatou duas e perdeu uma, para o Flmuinese, enquanto diante do Botafogo caiu em duas e empatou em uma outra.

 

                            CAMPEONATO CARIOCA-1961                                          
                                        FICHAS TÉCNICAS

09.09.1961– Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juz: Airton Vieira de Morais. Público: 58.299. Renda: Cr$ 2.092.078,00. Vasco: Miguel (Humberto), Paulinho, Brito, Barbosinha e Dario; Écio e Roberto Pinto; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

16.09.1961– Vasco 0 x 1 Bangu. Estádio: da Rua General Severiano. Juiz: Valdemar Meireles. Renda: Cr$ 666.820,00. Gol: Durval, aos 7 min. Vasco: Ita, Paulinho, Brito e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Javan, Roberto Pinto, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

21.09.1961 - Olaria 0 x 3 Vasco. Estádio: da Rua General Severiano. Juiz: Airton Vieira de Morais. Renda: Cr$ 351.200,00. Gols: Sabará, aos 17 min do 1º tempo: Sabará, 46 e Lorico, aos 87 min. Vasco: Ita; Joel, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Saulzinho, Lorico, Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.

 

30.09.1961- Vasco 1 x 0 América. Estádio: Maracanã. Juiz: Waldemar Meireles. Renda: Renda: Cr$ 796.617,00. Gol: Saulzinho, aos 53 min. Vasco: Ita; Joel, Bellini e Dario; Écio e Barbosinha; Sabará, Lorico, Saulzinho Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.

 

04.10.1961- Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 449.065,00. Público: 14.924. Gol: Saulzinho, aos 22 min. Vasco: Ita (Miguel); Joel, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo.Técnico: Paulo Amaral

08.10.1961- Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz:: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 1.381.440,00. Público: 15.937. Gols: Saulziho, os 43 min do 1º tempo; Paulinho, 57, e Jaburu, aos 75 min. Vasco: Miguel; Joel, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Ronaldo. Técnico: Paulo Amaral.

 

14.10.1961– Vasco 0 x 3 Flamengo. Estádio Maracanã. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ Público: 69.778. Gols: Gérson, aos 7;e Henrique, aos 10  e aos 86 min. Vasco: Ita; Joel, Bellini, Barbosinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Pinga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

12.11.1961- Olaria 1 x 1 Vasco. Estádio: da Rua Bariri. Juiz: José Monteiro. Renda: Cr$ 430.060,00. Gols: Teotônio, aos 40 min do 1º tempo, e Nelson, aos 90 min. Vasco: Miguel; Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Écio e Lorico; Sabará, Saulzinho, Teotônio e Pinga. Técnico: Paulo Amaral.

 

19.11.1961– Vasco 0 x 4 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.504.137,00. Gols: Didi, aos 39 min do 1º tempo; Amoroso, aos 8; Amarildo, aos 22, e Didi, aos 44 min do 23º tempo. Vasco: Ita; Paulinho, Bellini e Coronel; Écio e Barbosinha; Sabará, Viladoniga, Saulzinho, Lorico e Pinga. Técnico: Paulo Amaral. 

 

25.11.1961- Vasco 2 x 0 São Cristóvão. Estádio: São Januário. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 214.380,00. Gols: Sabará, aos 15 e aos 75 min. Vasco: Ita; Paulinho e Bellini; Nivaldo, Barbosinha e Coronel; Sabará, Roberto Pinto, Saulzinho, Viladoniga e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral. 


01.12.1961 – Vasco 3 x 2 América. Estádio: Maracanã. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 740.268,00. Gols: Sabará, aos 5; Da Silva, aos 30, e Gilbert, aos 34 e aos 56, e, Viladônega, aos 75 min. Vasco: Ita; Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral. 

 

06.12.1961– Vasco 2 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã. Juiz: Guálter Portela Filho. Renda: Cr$ 390.723,00. Gols: Sabará, aos 14; Da Silva, aos  56, e Durval, aos 88 min. Vasco: Ita, Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Roberto Pinto; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

09.12.1961 Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 676.550,00. Público: 9.230. Vasco: Ita; Paulinho, Bellini, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Valdemar; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

AMISTOSO - Em primeiro de novembro, o Vasco fez uma fugidinha do Campeonato Carioca e foi ao Estádio Centenário, em Montevidéu, empatar, por 2 x 2, com o Nacional. Bellini e Viladônega marcaram os tentos. Com isso, o time totalizou 30 amistosos na temporada, com 18 vitórias, sete empates e cinco derrotas, marcando 84 e sofrendo gols.

 

                                                 JORGE POLIDOR

 Saulzinho chegou  ao Vasco da Gama por intermédio de Martim Francisco. Mas foi com um outro treinador, Jorge Vieira,  que ele conseguiu se firmar como titular em São Januário. Dizia não ter queixas do primeiro, garantindo ter aprendido muito com ele, da mesma forma que falava beme Ely do Amparo, que substituíra o Martim, quando este trocou o Vasco pelo Corinthians. Creditava, porem, ao Jorge, os últimos retoques em seu futebol. “Quando cheguei ao Vasco, ainda não estava maduro. Tinha de aprender muito”, viu.

  Provocado por um repórter sobre as suas possibilidades de ser o principal artilheiro do Campeonato Carioca - Revista do Esporte - Nº   188, de 13 de outubro de 1962 -  Saulzinho via muitas dificuldades para concorrer, sobretudo, com o flamenguista Dida, com quem disputou a artilharia, jogo a jogo. E dava uma de político gaúcho, plantando  não querer que a torcida vascaína esquecesse de ídolos como Ademir Menezes e Vavá, embora deixando claro querer ficar no coração dela. “Pretendo marcar muitos gols, para ser lembrado como um dos que mais fizeram a a alegria da torcida cruzmaltina vibrar”, avisou.

 Saulzinho colocou todos os concorrentes para trás, no Campeonato Carioca-1962. Marcou 18 gols, contra 17 do botafoguense Quarentinha; 16 do flamenguista Dida;,15 de outro botafoguense, Amarildo; 14 de Rodrigo, do Fluminense, e do rubro-negro Henrique Frade.

 Durante a nona rodada, por marcar três gols, recebeu, até então, o maior bicho de sua carreira, além de prêmios oferecidos por uma emissora de rádio e uma de TV. Tornando-se o principal goleador do Carioca-62, derrubou barreira que vinha desde 1950, quando Ademir Menezes fora o último vascaíno a liderar aquela corrida, marcando 25 gols – Ademir havia feito o mesmo, também, em 1949, com 31 tentos. Depois de Saulzinho, o Vasco só voltou a liderar aquela competição de goleadores, 16 anos depois, em  1978, quando Roberto Dinamite balançou as redes por 19 vezes – repetiu o feito, em 1981, com     31, e em 85, com 12 gols.

Os demais artilheiros  vascaínos em Campeonatos Cariocas foram: 1929, Russinho 23 gols; 1931, Russinho 17; 1937, Niginho 25; 1945, Lelé 13; 1947, Dimas 18; 1986, Romário 20; 1987, Romário 16; 1993, Valdir Bigode 19; 2000, Romário 19, e 2004, Valdir Bigode 14. No total de gols marcados pelo Vasco, Roberto Dinamite atingiu 698, em 1.110 jogos;  Romário a 322, além de dois lhe tirados de um jogo anulado, contra o Brasilense, pelo Brasileiro de 2000; Ademir, 301, em 429 jogos, e Lelé,  147 – Pinga, 250;   Sabará, 165; Vavá, 150; Maneca, 137 e Chico, 127 completam a lista dos 13 jogadores que mais balançaram as redes para o Vasco da Gama.

 

                                         INÍCIO DE TEMPORADA-1962

 

O técnico Paulo Amaral armou o time vascaíno para começar a temporada-1962 com um time-base -  Ita; Paulinho de Almeida, Bellini, Brito e Coronel; Nivaldo (Maranhão) e Lorico (Roberto Pinto); Joãozinho,Saulzinho, Viladôneg e Sabará (Ronaldo) que mudasse pouco.

 Com esta turma citada acima, o Vasco da Gama  abriu a temporada fazendo amistosos, pelo Nordeste, e vencendo. Em seis jogos, Saulzinho marcou seis tentos, tendo por vitimas: Santa Cruz-PE; CRB-AL; Moto Club-MA e Ferroviário-CE. Confra placares e goleadores do giro:

14.01 - 1 x 0 Santa Cruz-PE (Saulzinho); 17.01 - 2 x 0 Bahia (Lorico (2); 21.01 - 6 x 0 CRB. (Viladônega (3), Saulinho, Joãozinho e Laerte); 24.01-  4 x 0 Ceará (Viladônega (3) e Joãozinho); 28.01- 3 x 0 Moto Club (Sabará, Saulzinho e Viladônega); 31.01 3 x 1 Ferroviário ( Saulzinho (3); 04.02 3 x 1 Sergipe (Vevé (2) e Nivaldo); 11.02- 2 x 1 Fluminense (Vevé e Nivaldo).

  Encerrada a jornada pelo Nordeste, o time vascaíno comeu a disputar o Torneio Rio-São Paulo, a então maior disputa do futebol brasileiro, com Saulzinho empatando o clkássico, que ficou no 1 x 1, aos 40 minutos do primeiro tempo, em 25 de fevereiro. Cinco dias depois, ele marcou mais dfois, aos em Vasco 4 x 3 Fluminense.

No primeiro desses jogos, no Maracanã, o técnico Paulo Amaral lançou: Ita, Paulinho, Brito, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Villadônega, Saulzinho(Javan) e Da Silva. No segundo, em 10 de março, em, São Januário, com público pagante decepcionante – 4.143 - , Saulzinho foi à rede aos sete e aos 15 minutos do segundo tempo, com a equipe sendo:  Ita; Dario, Brito e Coronel (Russo); Nivaldo e Barbosinha; Sabará (Joãozinho), Viladôniga, Saulzinho, Lorico (Roberto) e Da Silva.

 Entre 21 de abril e 16 de junho, o Vasco fez outra excursão. Daquela vez, pelo Centro-Oerte e o Sudeste, vencendo sete e empatando dois jogos. Marcou 23 e levou cinco gols, com Saulzinho sendo o principal artilheiro do giro, com sete tentos, totalizando 13, em 17 amistosos, com 15 vitórias e dois empates, que representaram 43 gols pró e oito contra.
Veio, então, o 21 de abril de 1962 e Brasília comemorava o seu segundo aniversário. Para marcar a data, a Seleção Brasiliense convidou o Vasco para uma gande festa que marcaria, também, a despedida do futebol do maior craque brasileiro pré-Pelé, o meia Zizinho, o Mestre Ziza, que jogaria pelo time candango. Saulzinho não deixou por menos. Compareceu ao barbante do estádio Vasco Viana de Andrade, marcando o tento carioca, aos 43 minutos, diante de 15 mil torcedores - Arnaldo Gomes, um ex-juvenil vascaino havia aberto o placar, aos 15.

O árbitro carioca Amilcar Ferreira foi convidado para apitar e o Vasco frez a sua primeira apresentaçao na nova capital brasileira com: Ita; Paulinho de Almeida, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva. A equipe candanga alinhou: Matil; Jair (Aderbal), Edílson Braga e Enes; Sabará (Zezito), Matarazo e Bimba; Ubaldo (Invasão), Capela (Zizinho), Ely (Ceninho), Beto (Reinaldo) e Arnaldo.

Passsada a festa, vasco foi à Goiània, golear o Vila Nova, por 4 x 1, em primeiro de maio. Novamente, Saulzinho visitou a rede, aos 25 minutos da etapa inicial. Em Uberlândia-MG, cinco dias depois, nos 5 x 0 Uberelândia, fez mais um, aos 24 do primero tempo. Seguindo para o Sul, mais um, em 10 de maio, nos 3 x 1 Grêmio, de Maringá-PR, no estádio Willie Davids. E mais dois, no dia 20, subindo rumo ao Nordeste, para encarar o Santa Cruz, em Recife.

Ficou assim a série amistosa: 01.05.1962 - Vasco 4 x 1 Vila Nova-GO; 06.05 - 5 x 0 Uberlândia-MG; 10.05 - 3 x 0 Grêmio de Maringá-PR; 13.05 – 2 x 1 Portuguesa de Desportos-SP; 20.05 - 3 x 1 Santa Cruz-PE; 23.05 - Vasco 3 x 1 Atlético Mineiro-MG; 27.05 - 2 x 0 Juventus-SP. Como ficou o restnte da temporada vascaína:

 

                              TORNEIO RIO-SÃO PAULO-1962

A competição desta temporada foi um fracasso de público e de renda, levando os organizadores a não realizarem o segundo turno. Com isso, o Vasco da Gama só disputou jogos contra rivais caseiros e Saulzinho só marcou três gols, sobre o Flamengo (1) e o Fluminense (2). Confira as fichas técnicas:

 

14.02 - Vasco 0 x 1 América-RJ – Estádio: Maracanã. Juiz: Francisco Lopes. Público: 16.572. Renda: 1.431.045,00. Vasco: Ita; Dario, Brito e Coronel; Nivaldo e Barbosinha; Joãozinho (Da Silva), Viladoniga, Vevé, Lorico e Sabará. Técnico: Paulo Amaral.


21.02 – Vasco 1 x 4 Botafogo. Estádio: Maracanã. Juiz: Antônio Viug. Público: 20.117. Renda: 2.011.155,00. Gol: Da Silva. Vasco: Ita; Paulinho, Brito, Barbosinha, Coronel (Dario), Nivaldo (Laerte), Lorico, Sabará, Javan, Vevé e Da Silva. Técnico : Paulo Amaral.

 

25.02 – Vasco 1 x 1 Flamengo. Local: Maracanã. Árbitro: José Teixeira de Carvalho. Renda: 2.766.000,00. Gol: Saulzinho aos 40  min do 1º tempo. Vasco: Ita; Paulinho, Brito, Barbosinha e Coronel; Nivaldo e Lorico; Sabará, Viladôneg, Saulzinho (Javan) e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

 

10.03 – Vasco 4 x 3 Fluminense. Estádio: São Januário. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 4.143. Renda: 422.930,00.  Gols: Clóvis (contra), aos 16 e Da Silva, aos 32 min do 1º tempo; Saulzinho aos 7 e aos 15 min do 2 tempo.  Vasco: Ita; Dario, Brito e Coronel (Russo); Nivaldo e Barbosinha; Sabará (Joãozinho), Villadoniga, Saulzinho (Roberto Pinto) , Lorico e Da Silva. Técnico: Paulo Amaral.

OBS: o torneio não teve returno, devido aofracasso de público e de renda.

 

                               PRMEIRO GOL VASCAÍNO EM BRASILIA

 

Em 1962, ainda, era grande a curiosidade dos brasileiros pelas modernidades de Brasília, a nova capital do país, com dois aniversários comemorados Aproveitando a onda, a Federação Desportiva de Brasília propôs a Zizinho pvomover a despedida dele dos gramados.

 Chamado, pela imprensa, por por Mestre Ziza, considerado o mairo craque do futebol brasileiro da Era Pré-Pelé, inclusive, tendo sido o ídolo do futuro Rei do Futebol,  nos tempos em que se aconpanhava o futebol pelo rádio, o antigo meia-atacante topou e o Vasco da Gama participou da promoção, no sábado 21 de abril, perante quase 15 mil candangos, com entrada franca, no Estádio Vasco Viana de Andrade, em uma área chamada por Metropolitana.

Zizinho vestiu a camisa amarela da Seleção Brasilienses e Saulzinho a preta vascaína, no empate, por 1 x 1. E coube a ele marcar o primeiro gol do Vasco da Gama em Brasília. Aos 43 minutos do primeiro tempo, cabeceando, sem pular e empatando a partida por lance iniciado em cobrança de falta – os candangos haviam aberto o placar, aos 13 minutos, por Arnaldo Gomes.

 O Vasco do dia, treinado por Jorge Vieria, alinhou: Ita; Paulinho, Brito Barbosinha e Coronel (Russo); Écio (Laerte) e Lorico; Sabará (Joãozinho), Javan, Saulzinho (Roberto Pinto) e Da Silva. Seleção Brasiliense: Matil; Jair (Aderbal), Edílson, Bimba (Zezito) e Enes; Sabará (Reinaldo/Matarazzo) e Beto Pretti: Ubaldo (Invasão), Alaor Capela (Zizinho), Eli (Ceninho) e Arnaldo Gomes, comandados por Waldir de Carvalho, o Didi. Amílcar Ferreira, um dos principais árbitros do futebol carioca, apitou o amistoso, contando com Moacir Siqueira e Jorge Cardoso nas bandeirinhas.

 

                                             CAMPEONATO CARIOCA-1962

 

Melhor temporada de Saulzinho com a camisa vascaína. Principal artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols, chegou à disputa levando no currículo de matador  mais  três do Torneio Rio-São Paulo – contra Flamengo (1) e Fluminense (2)  - e  seis de giro, de oito jogos pelo Nordeste -  diante do Santa Cruz-PE (1); CRB-AL (1); Moto Clube-MA (1) e Ferroviário-CE (3). 

Pelo Estadual-RJ, os goleiros que foram ao fundo das redes buscar bolas enviadas por Saulzinho defendiam: Bonsucesso (3); Canto do Rio (4); São Cristóvão (4); América (1); Campo Grande (3); Portuguesa (1); Olaria (1) e Bangu (1).  Aconteceu nos jogos abaixo:

 

01.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Bonsucesso. Turno – Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 541.290,00. Gols: Saulzinho, aos 14 do 1º  e aos 30 min do 2º  tempo, e Laerte, aos 32 da etapa final. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

08.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: da Rua Teixeira de Cstro-RJ. Juiz: José Montreiro. Renda: Cr$ 1.080.030,00. Gols: Joãozinho, a 1 minuto, e  Lorico, aos 40 do 1º tempo; Laerte (pen), aos 14 do 2 º tempo.VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

   

15.07.1962 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 1 Olaria. Estádio: da Rua Bariri-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 1.316,350,00. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Laerte e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.07.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 1.308.692.00. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

04.08.1962 (sábado) – Vasco da Gama 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz:Armando Marques. Público: 47.629 pagantes. Renda: Cr$ 6.745.500,00. Gol: Tiriça, aos 30 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

12.08.19562 0 (domingo) – Vasco da Gama 0 x 0 Madureira. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Cláudio Magalhhães. Renda: Cr$ 538.599,00. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

19.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 4 x 0 Canto do Rio. Estádio: de São Januário-

RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 465.360,00. Gols: Saulzinho (2), Lorico e Nivaldo: VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

26.08.1962 (domingo) – Vasco da Gama 3 x 1 São Cristóvao. Estádio: da Rua Figueira de Melo. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 712.680,00. Gols: Saulzinho, aos 6 min do 1º tempo; aos 14 e aos 43 do 2 tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.   

 

02.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 2 x 1 América. Estádio: de4 São Januário-RJ.  Juiz: Armando Marques. Gols: Vevé, aos 25 min do 1º tempo, e Saulzinho, aos 10 min do  2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

09.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aíton Vieira de Moraes. Público: 54.821 pagantes. Renda: Cr$ 7.951.378,00. Gol: Vevé, aos 26 min do 1º tempo. VASCO:  Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

16.09.1962 (domjingo) – Vasco da Gama 0 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 9.238.310,00.  VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.09.1962 (sezta-feira) – Vasco da Gama 7 x 0 Campo Grande. Estádio: Maracnã-RJ. Juiz: Frederico Lopes.  Renda: Cr$ 585.490,00. Gols: Sabará, aos 31; Saulzinho, aos 34; Lorico, aos 42 e aos 44 min do 1º tempo; Barbosinha, aso 2; Saulzinho, aos 9, e Lorico, 21 do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

30.09.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 0 Bonsucesso. RETURNO – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Públilco: 10.722 pagantes. Renda: Cr$ 1.327.304,00. Gol: Saulzinho, aos 21 min do 1º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

06.10.1962 (sábado) – Vasco da Gama 3 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 2.686 pagantes. Renda: Cr$ 429.930,00. Gols: Vevé, aos 11 e aos  43, e Saulzinho, aos 28 do 2 º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

14.10.1962 ( domingo) – Vasco 1 x 3 Olaria. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Guálter Gomes de Castro. Renda: Cr$ 1.206.910,00. Gol: Saulzinho, aos 22 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Vevé e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

21.10.1962 (domingo) Vasco da Gam 3 x 2 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Monteiro. Público: 18.726 pagantes. Renda: Cr$ 2.409.570,00. Gols: Saulzinho, aos 31 min do 1 º tempo; Lorico, aos 23; Sabará, aos 30, e Roberto Pinto, aos 39 do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

04.11.1962 (domingo). Vasco da Gama 1 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 69.461 pagantes. Renda: Cr$ 10.077.210,00. Gol: Sabará, aos 32 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

10.11.1962 (sábado) - Vasco da Gama 5 x 1 Madureira. Estádio: General Severiano-RJ. Juiz: Guálter Gomes de Castro.  Renda: Cr$ 764.670,00. Gols: Saulzinho, aso 15; Sabará, aos 19; Maranhão, aos 25 e Da Slva, ao 39 min do 1º tempo; Viladônega, aos 34 do 2º tempo. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

15.11. 1962 (quinta-feira) - Vasco da Gama 5 x 0 Canto do Rio. Estádio: Caio Martins, em Niterói-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Renda: Cr$ 1.436.110,00. Gols: Viladônega, aos 15; Saulzinho, aos 30, e Da Silva, aos 36 min do 1º tempo; Lorico, aos 25, e Viladônega, aos 37 do 2 º tempo. VASCO:  Ita (Humberto Torgado); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

18.11.1962 (domingo) – Vasco da Gama 1 x 1 São Cristóvão.  Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Wilson Lopes de Souza. Renfda: Cr$ 680.760,00. Gol: Saulzinho, aos 25 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

25.11.1962 (domongo) – Vasco da Gama 2 x 0 América. Estádio: de Moça Bonita. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 1.526.580,00. Gols: Sabará (pen), aos 28 min do 1º tempo, e Fagundes, aos 41 do 2º tempo. Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Fagundes e Da Silva. Técnico: Jorge Vieira.

 

02.12.1962 (Idomingo) - Vasco da Gama 0 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz. Armando Marques. Público: 57.393 pagantes. Renda: Cr$ 8.363. 860,00. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Fagundes e Tiriça. Técnico: Jorge Vieira.

 

09.12.1962 (domingo) –  Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antônio Viug. Público: 79.181 pagantes. Renda: Cr$ 11.648.670,00. Gol: Lorico, aos 29 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Fagundes. Técnico: Jorge Vieira.

 

14.12.1962 (sexta-feira) – Vasco da Gama 3 x 3 Campo Grande. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amilcar Ferreira. Renda: Cr$: 196.340,00. Gols:  Darci Santos (con), aos 18 e Saulzinho, aso 34 min do  1º tempo, e Viladônega, aos 42 do 2 º  tempo VASCO: Ita; JNoel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

 

                                          MELHORES DA TEMPORADA-1962

 

  No dia 18 de dezembro de 1962, o jornal O Globo e a Rádio Globo promoveram, no Hotel Glória, a festa dos destaques da temporada, que valeu o Troféu Atlas-1962. Artilheiro do Campeonato Carioca, com 18 gols, Saulzinho recebeu o dele das mãos de José Araújo e figurou nesta seleção: Manga (Botafogo); Jair Marinho (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos (Botafogo) e Rildo (Botafogo); Carlinhos (Flamengo) e Gérson (Flamengo); Garrincha (Botafogo), Saulzinho (Vasco), Amarildo (Botafogo) e Zagallo (Botafogo).
Além, deles, também foram premiados: Marinho Rodrigues, treindor campeão (Botafogo); Jordan , melhor capitão (Flamengo); Armando Marques, melhor árbitro, e Rui da Conceição, pela categoria aspirantes. As homenagesns incluíram, ainda, Lilian Moreira, nadadora; Eder Jofre, boxeador; José Teles da Conceição, do atletismo e algodão, do basquete. 

 Embora a festa global privilegiasse a temporada carioca, Saulzinho já avisara, pelos primeiros compromissos de 1962, que ele aprontaria. E foi um terror para os goleiros, durante giro, de oito jogos, pelo Nordete, mandando seis bolas às redes: 14.01.1962 – Vasco 1 x 0 Santa Cruz  (1); 17.01.1962 – 2 x 0 Bahia ; 21.01.1962 – 6 x 0 CRB (1); 24.01.1962 – 4 x 0; Ceará. 28.01.1962 – 3 x 0 Moto Clube (1); 31.01.1962 – 3 x 1 Ferroviário-CE (3) e 04.02.1962 – 3 x 1 Sergipe.   

 

                                              GOLS MAIS BONITOS

 

 A Revista do Esporte - Nº 204, de 2 de fevereiro de 1963 – pediu a Saulzinho para eleger os seus os cinco gols mais bonitos. Ele os identificou, mas não os desfilou por ordem de beleza técnica. Só os enumerou:

 

1 – Em 1954, ele estreava, como atleta profissional, em Bagé x Nacional, de Porto Alegre, amistosamente. Faltavam 10 minutos para o final da partida, quando o treinador Francisco Brochadochamou-o, para entrar na ponta esquerda. Lá pelas tantas, o ponta-direita Camacho, em grande velocidade, passou pelo marcador, foi até a linha de fundo e centrou para a área. “A bola tocou no chão, a amaciei, no peito e, de costa para o gol, apliquei uma bicicleta. Um golaço, em meu primeiro lance no jogo que terminou 1 x 0 para nós”, lembrou, acrescentando estar com 17 de idade.

2 - Era 1956 e ele defendia o Guarany, diante do Bagé, quando rolou nova jogada com participação de Camacho. Este foi à linha de fundo e cruzou a bola para a frente da grande área. “Eu estava no lugar certo para apará-la, com uma das coxas. Antes de deixá-la cair ao chão, chutei, entre dois zagueiros, para a pelota passar sobre a cabeça do goleiro. Eram jogados 13 minutos do segundo tempo e aquele, único tento do jogo, deu o título municipal à nossa equipe”, lembrou, recomemorando.

3 - 25 de fevereiro de 1962 – enfrentava o Flamengo, pelo Torneio Rio-São Paulo, com os vascaínos pressionando pelo empate. "O Coronel (lateral-esquerdo) chutou a bola, para a área rubro-negra, entrei, de carrinho, à meia-altura, desviando-a para o canto oposto ao que o goleiro Fernando esperava” Foi o gol do empate", narrou.

 

4 - 1º de julho de 1962 – o time vascaíno  estreava no Campeonato Carioca-1962, mandando 3 x 0. Saulzinho marcou dois gols e conta do eu gostou mais: "O Joãozinho (ponta-direita) apanhou a bola na intermediária deles, conduziu-a até a lateral da grande área e centrou-a, pelo alto. Quando caía, pela altura da marca do pênalti, apanhei-a, de pé esquerdo, num sem-pulo fulminante, sem que o goleiro pudessem nem tocá-la. Foi um gol, realmente, sensacional e que valeu instgnstes de delírio para a nossa torcida".

5 – 4 de outubro de 1961 -  diante do Bangu, pelo turno do Campeonato Carioca de 1961. Citou os detalhes: "Houve um chute longo, da nossa retaguarda. A bola passou entre indecisos Mário Tito e o Zózimo. O goleiro Ubirajara vacilou, ao sair do gol, e formou-se jogada de incertezas, de parte a parte. Cheguei a passar da bola. No entanto, improvisei uma bicicleta, tocando na pelota com o bico da chuteira, num impulso firme que terminou em gol”.

 

Para o torcedor vascaíno brincalhão, aquele que vivia inventando histórias pelos botequins, arquibancadas e gerais dols estádios, Saulzinho não gostava de santidades. Inventou isso por ter o tchê marcado quatro gols diante do São Cristóvão, durante o Campeonato Carioca de 1062: três, pelo turno, em Vasco da Gama 3 x 1, na casa do adversário, à Rua Figueiriad de Melo, em 26 de agosto, e mais um, pelo returno, em 18 de novembro, em São Januário.

  Com certeza, o torcedor vascaíno de 1962 não tinha bola de cristal pra prever o futuro de

Saulzinho diante do Santo. Mas a saga continuou. Em 25 de agosto de 1964, por mais um Estadual-RJ, em Vasco da Gama 4 x 2 São Cristóvão, jogo do retgurno, ele deixou mais duas bolas no filó, totalizando meia-dúzia de maldades contra o chamado (pelos speaker s radiofônicos) time alvo.

 

                                                   TEMPORADA -1963

 

Saulzinho a iniciou marcando gol nos 4 x 0 amistosos com o costa-riquenho Alajuelense, em Alajuela, no 6 de janeiro. O time era dirigido por Jorge Vieira e, quatro dias depois, começou a disputar o Torneio Pentagonal Cidade do México, com ele escrevendo o tento de Vasco da Gama 1 x 0
América-MEX, na Cidade do México. No dia 17, fez o seu terceiro gol na excursão, nos 5 x 0 El Oro, também na Cidade do México.

Saulzinho voltou à redes no dia 20, em Vasco 1 x 1 Gudalajara-MEX, o seuu quarto tento, de um total de 11 já marcados pelo time. Em 31 de janeiro, no 1 x 1 Dukla Praha-TCHE, ele começou a formar, com Célio, a dupla mais importante do ataque cruzmaltino na década-1960 - mais detalhss no texto sobre Célio, adiante.

Saul disputou mais dois jogos pela excursão, totalizando sete: em 3 de fevereiro, Vasco 1 x 1 Toluca-MEX, ainda na Cidade do México, e, no dia 10, 2 x 0 selecionado de El Salvador, em San Salvador. Confira as fichas:

 

06.01.1963 (domingo) – Vasco 4 x 0 Alajuelense. Amistoso, em Alajuela-Costa Rica. Estádio: Alejandro Morera Soto, em San José da Costa Rica. Juiz: Bento Alfaro. Gols: Sabará, aos 40, e Saulzinho, aos 44 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Laerte, aos 23 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel, Brito, Barbosinha e Cporonel; Maranhão (Écio) e Viladônega (Russo); Sabará, Lorico, Saulzinho (Vevé) e Ronaldo (Fagundes). Técnico: Jorge Vieira.

OBS: na véspera desta partida, o Vasco contratou os atacantes Mário “Tilico”, junto à Portuguesa de Desportos, por Cr$ 5.000.000,00, e Célio, ao Jabaquara, por Cr$ 11.500.000,00. Os dois foram se juntar ao grupo que excursionava.

 

1963 (quinta-feira) - Vasco 1 x 0 América-MEX. Torneio Pentagonal do México. Estádio: da Cidade versitária da Cidade do México. Gol: Saulzinho, aos 19 minutos do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel, Brito, rbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

OBS: o tento marcado por Saulzinho, de bicicleta, foi capa de uma revista mexicana e considerado “sensacional” pelos jornalistas cariocas que cobriam a viagem vascaína.

 

17.01.63 (quinta-feira) – Vasco 5 x 0 El Oro-MEX. Torneio Pentagonal do México. Estádio: da Cidade Universitária da Cidade do México. Gols: Sabará, aos 7; Maranhão, aos 12, e Felipe Ruvacalbo (contra), aos 27 min do 1º tempo; Viladônega, aos 7, e Écio, aos 42 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

OBS: o jogo marcou a estréia de Célio no time vascaíno, aos 25 minutos do segundo tempo, substituindo Viladônega. O Oro havia sido o campeão mexicano-1962.

 

20.01.1963 (domingo) - Vasco 1 x 1 Gudalajara-MEX. Torneio Pentagonal do México. Estádio: da Cidade Universitária. Gol: Saulzinho aos 28 min do 1º tempo. VASCO: Ita; Joel, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

OBS: Joel Felício foi expulso de campo.

 

31.01. 1963- Vasco 1 X 1 Dukla de Praga (Tche). Torneio Pentagonal Cidade do México. Estádio: Universitário, na Cidade do México. Arbitro: Ramiro Garcia. Público: 70.000. Gol: Ronaldo. VASCO: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel (Dario); Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Fagundes).

 

03.02.63 (domingo) - Vasco 1 x 1 Toluca-MEX. Amistoso. Estádio: Nemesio Diez, em Toluca-MEX. Gols: Mário Tilico. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

 

10.02.1963 - Vasco 2 x 0 Seleção de El Salvador.

 

                                                TORNEIO PENTAGONAL DO CHILE

 

Além do Pentagonal do México, Saulzinho, formando dula fatal com Célio, foi buscar o título de um outro torneio idêntico, no Chile. Célio marcou o seu primerio tento vascaíno, a um ,minuto do segundo tempo, contra a Universidad Católica, foi o artilheiro e eleito o melhor jogador da disputa. Na estreia, os dois marcaram todos os gols vascaínos. Confira as fichas:

 

31.03.1963 (domingo) - Vasco 2 x 2 Universidad Católica-CHI. Torneio Pentagonal do Chile. Estádio: Nacional do Chile, em Santiago. Juiz: José Luis Silva-CHI. Gols: Tobar, aos 3, e Joãozinho, aos 44 min do 1º tempo; Célio, a 1, e Acuña, aos 32 min do 2º tempo. VASCO: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

 OBS: primeiro gol de Célio pelo Vasco

 

09.04.1963 (terça-feira) - Vasco 3 x 2 Peñarol-URU. Torneio Pentagonal do Chile. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Gols: Célio (pen), aos 3,  e Joãozinho, aos 14 e aos 20 min do 2º tempo. VASCO: Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Ronaldo: Técnico: Jorge Vieira.

OBS: primeiro pêalti vascaíno batido por Célio.

 

11.04.1963 (quinta-feira) – Vasco 3 x 1 Colo Colo-CHI. Estádio: Nacional de Santiago do Chile. Juiz: Lorenzo Castillana-CHI. Gols: Célio (2), um em cada tempo, e e Saulzinho, na etapa final. VASCO: Humberto; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho (Vevé) e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.

 

14.04.1963 (domingo) - Vasco 2 x2 Universidad do Chile. Torneio Pentagonal do Chile. Estádio: Nacional de Santiago. Juiz: Gols: Joãozinho, aos 41 min do 1 tempo, e3 Célio, aos 17 da fase final. VASCO: Humberto Torgado; Joel Felícvio, Brito, Russo e Dario: Maranhão (Écio) e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.

 

Voltando do Chile, o Vasco foi a Campos, que pertencia ao antigo Estado do Rio de Janeiro - a cidade do Rio de Janeiro era da Guanabara – e não aguentou o rojão do time local do Goytacaz: 2 x 3. Saulzinho não jogou.

 

27.04.1963 (sábado) - Vasco 2 x 3 Goytacaz-RJ. Amistoso. Estádio: Ary de Oliveira, em Campos-RJ. Juiz: Guálter Portela Filho. Renda: Cr$ 2.000.000,00. Gols: Ronaldo, aos 22; Jarbas aos 32, e Célio, aos 44 min do 1º tempo; Jarbas, aos 32; Odir, aos 39, e Barbosinha (contra) aos 43 do 2º tempo. VASCO: Humberto (Ita); Joel, Brito, Russo (Barbosinha) e Dario (Fontana); Maranhão (Fagundes) e Lorico; Sabará, Célio, Viladônega e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

 

 

                                       TORNEIO RIO-SÃO PAULO-1963

       Três dias depois – 13 de fevereiro de 1963 – de encerrar giro por México e El Salvador, o Vasco da Gama iniciou nova disputa, o Torneio Rio-São Paulo, mantendo Jorge Vieira treinador e com este usando muito a recém formada dupla Saulzinho-Célio.

 No 16 de fevereiro, Saulzinho viveria uma das noites mais famosas do futebol brasileiro. O Vasco fez 1 x 0  Santos, por Ronaldo, aos 32 minutos do primeiro tempo e, aos 12 do segundo tempoi, Sabará aumentou: 2 x 0. Razão os xerifões Brito e Fontana tirarem um sarro do Pelé: "Cadê o Rei?", indagavam. O Camisa 10 respondeu-lhes: diminuiu o placar, aos 42, e empatou o jogo, aos 43, fechando a conta nos 2 x 2.

  "Naquela noite, um amigo meu, de Bagé, que estava no Rio de Janeiro, aproveitou para ir ao Maracanã. Veria o Pelé e eu, seu conterrâneo, jogarem. Ele saiu do estádio, uns 10 minutos antes do final da partida, pegou um táxi e falou pro pro motorista que o Vasco deveria ter vencido, por 2 x 0. Levou um susto, quando o cara contou-lhe que o jogo estava 2 x 2", lembra Saulzinho, sorrindo.

O artilheiro gaúcho só tinha quatro gols na temporada-1963, enquanto o time já totalizava 20. A sua primeira bola na rede pela competição interestadual foi em 17 de março, quando o Vasco venceu o São Paulo, no Pacaembu, por 1 x 0. Aquela, no entanto, fora uma disputa fraca pela rapaziada. Constou de apenas uma vitória. Na última partida, Célio marcou o seu primeiro gol como vascaino em gamados brasileiros. No empate, por 1 x 1, com o Palmeiras. No mais, foram cinco epates e três derrotas, com os vascaínos marcando nove e sofrendo 12 gols. Confira a campanha:

                     

13.02 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 18.485. Renda: Cr$ 3.394.208,00. Gols: Lorico, aos 6, e Waldir Araújo, aos  27 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega (Célio), Saulzinho e Ronaldo (Mário Tilico). Técnico: Jorge Vieira.

16.02.1963 - Vasco 2 x  2 Santos. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Stefan Walter Glanz. Público: 29.200. Renda: Cr$ 9.652.000,00. Gols: Ronaldo, aos 32 min do 1º tempo; Sabará, aos 12, e Pelé, aos 42 e aos 43 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel, Brito, Dario, Maranhão, Barbosinha (Fontana), Sabará, Villadônega, Saulzinho
, Lorico (Fagundes) e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira. Santos: Gilmar, Mauro, Zé Carlos (Tite), Dalmo, Calvet, Lima, Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.

 

 21.02.1963 - Vasco 1 x  3 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando  Marques. Público: 30.539. Renda: Cr$ 6.836.294,00. Gol:  Sabará, aos 11 min do 2º tempo. Vasco: Humberto Torgado; Joel, Brito, Russo, Dario, Maranhão (Écio), Lorico, Sabará,  Villadônega (Javan), Célio e Ronaldo (Mário). Técnico: Jorge Vieira.

 

06.03.1963 - Vasco 0 x  0 Olaria. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Jose Monteiro. Renda: Cr$ 898.710,00. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Russo e Dario; Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Viladônega (Vevé), Célio e Ronaldo (Javan). Técnico: Jorge Vieira. Obs: Célio e Roberto Peniche foram expulsos de campo, por agressão mutua, aos 25 minutos do 2º tempo.

09.03.1963 - Vasco 1 x  2 Corinthians. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Morais. Renda: Cr$ 2.865.870,00. Gol: Lorico, aos 12 min do 2º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito e Dario; Écio e Russo (Fontana); Sabará, Célio (Javan), Viladônega (Zezé), Lorico e Ronaldo. Técnico : Jorge Vieira.


13.03.1963 - Vasco 1 x  1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antonio Viug. Renda: Cr$ 4.106.444,00. Gol: Sabará. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana)e Dario; Écio (Maranhão) e  Lorico; Sabará (Ronaldo), Saulzinho, Célio e Mario Técnico: Jorge Vieira.  

 

17.03.1963 - Vasco 1 x  0 São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 3.675.600,00. Gol: Saulzinho, aos 30 min do 1º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Fontana) e Dario; Écio (Maranhão) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio, (Villadônega) e Ronaldo. Técnico : Jorge Vieira.

 

24.03.1963 - Vasco 1 x  2 Portuguesa. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Amílcar Ferreira. Renda: Cr$ 1.333.300,00. Gols: Ivair, aos 13, e Maranhão, aos 40 min do 1º tempo; Neivaldo, aos 34 min do 2º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito e Dario; Maranhão (Ecio) e Barbozinha; Sabará, Viladônega, Célio, Lorico e Ronaldo (Fagundes). Técnico: Jorge Vieira.

 

28.03.1963 - Vasco 1 x  1 Palmeiras. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 1.048.750,00. Gol: Célio, aos 41 min do 1º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará (Joãozinho), Vevé (Laerte), Célio e Ronaldo. Técnico: Jorge Vieira.

 

                                          CAMPEONATOCARIOCA-1963
 O Torneio Rio-São Paulo era uma disputa, tenicamente, mais forte. Mas os clubes davam mais valor aos seus Estaduais. O título interestadual ficava em segundo plano, a partir das festas do levantamento do caneco caseiro. Neste Estadual, os vacaínos começaram com Jorge Vieira, que prestigiava Saulzinho e Célio, e depis passaram pelos comandos técnicos de Oto Glória e de Eduardo Pelegrini, que usaram a dupla atacante Mário Tilico & Célio.

Em 1963, o Vasco da Gama não fez um bom Campeonato Carioca. Terminou em sexto lugar, com 11 vitórias sete empates e seis derrotas, ems 24 jogos. Marcou 39 e levou 23 gols. Célio foi seu artilheiro, com 14 gols. Como ele havia marcado um,  pelo Torneio Rio-São Paulo; cinco no giro pelo Chile; mais um no amistoso contra o Goytacaz e três entre Europa e África, estes 10 tentos, somados aos 14 do Estadual-RJ totalizaram 23, em sua primeira temporada cruzmaltina. Saulzinho aparece só com duas bolas nas redes, totalizando 19 na temporada. Confira as súmulas:

30.06.1963 - Vasco 4 x 1 Portuguesa. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 2.062.6000,00. Gols: Célio, a 1 minuto; Saulzinho, aos 35 do 1º aos 26 do 2º tempo, e Sabará, aos 31 da mesma fase final. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho, Célio e Ronaldo: Técnico: Jorge Vieira.

OBS: o gol de Célio é um dos mais rápidos da história do futebol vascaíno.

 

07.07.1963 - Vasco 1 x 2 Campo Grande. Estádio: Ítalo Del Cima-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 2.417.800,00. Gol: Sabará. Detalhe: Joel Felício marcu gol contra. Vasco: Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Célio Saulzinho e Mário Tilico. Técnico: Jorge Vieira.

 

14.07.1963 - Vasco 5 x 0 Canto do Rio. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Morais. Renda: Cr$ 1.648.650,00. Gols: Maurinho, Lorico, Altamiro e Célio, aos 18 e aos 27 min do 2º tempo. Técnico: Jorge Vieira. Vasco: Ita, Joel, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Altamiro, Célio e Maurinho.

OBS: embora torcida e  imprensa só se refiram a São Januári, rua que fica ao fundo da sede do clube  a casado futebol cruzmaltino tem por nome oficial Estádio Club de Regatas Vasco da Gama.

 

28.07.1963 - Vasco 1 x 3 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ.  Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 63.168. Renda: Cr$ 17.006.300,00. Gol: Célio, aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha, Dario, Écio, Lorico, Sabará, Célio, Altamiro e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira.

 

04.08.1963 - Vasco 2 x 0 América-RJ. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 5.354.860,00. Gols: Célio, aos 25 min do 2º tempo, e Altamiro. Vasco: Humberto; Joel Felício, Brito, Brbosinha e Dario; Écio e Maranhão; Joãozinho, Célio, Altamiro e Milton. Técnico: Jorge Vieira.

 

10.08.1963 - Vasco 1 x 0 Olaria. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Airton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 2.389.110,00. Gol: Célio, aos 37 min do 1º tempo. Vasco: Humberto; Joel, Brito, Barbosinha e Dario; Ecio e Lorico; Joãozinho, Altamiro, Célio e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira.

 

24.08.1963 - Vasco 0 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Vasco: Ita, Joel Felício, Brito, Barbosinha, Dario, Écio, Lorico, Joãozinho, Célio, Saulzinho e Sabará. Técnico: Jorge Vieira.

 

18.08.1963 – Vasco 1 x 1 Madureira. Estádio: Conselheiro Galvão-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 2.864.250,00. Gol: Célio, aos 17 min do 2º tempo. Vasco: Humberto, Joel Felício, Brito, Barbozinha e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Célio, Saulzinho e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira

OBS: por o atleta Jalmir, do Madureira, estar inscrito, também, na Federação Fluminense de Futebol, o jogo foi anulado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Carioca de Futebol, levando os dois times a se reeenfrentarem, em 25 de setembro, quando os vascaínos venceram, por 2 x 1. (ver adiante)

 

24.08.1963 – Vasco 0 x 0 Famengo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 21.448.760,00. Juiz: Airton Vieira de Moraes. Vasco: Ita, Joel, Brito e Dario; Ecio e Barbozinha; Joãozinho, Célio, Saulzinho, Lorico e Sabará. Técnioco: Jorge Vieira.

 

03.09.1963 - Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Claudio Magalhães. Renda: Cr$ 5.326.688,00.  Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Ecio e Barbosinha; Joãozinho, Célio, Saulzinho, Lorico e Sabará. Técnico: Jorge Vieira.

 

06.09.1963 - Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Waldemar Meireles. Gols: Lorico, aos 41 min do 1º tempo; Maurinho, aos 20, e Célio, aos 33  min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Russo e Dario; Écio e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Maurinho. Técnico: Jorge Vieira.

 

15.09.1963 - Vasco 0 x 1 São Cristóvão. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Antônio Viug. Renda: Cr$ 363.350,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Ecio e Russo; Joãozinho, Lorico, Saulzinho, Sabará e Maurinho.

OBS: a derrota, em casa, para time pequeno, derrubou Jorge Vieira, o lançador da dupla Saulzinho & Céli, do comando técnico vascaíno.  

 

21.09.1963 - Vasco 1 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amilcar Ferreira. Público: 16.440. Renda: Cr$ 3.977.400,00. Gol: Altamiro, aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito e Dario; Écio e Barbosinha; Maurinho, Maranhão, Altamiro, Lorico e Mario Tilico. Técnico: Oto Glória.

 

25.09.1963 - Vasco 2 x 1 Madureira. Estádio: Aniceto Moscoso, na
Rua Conselheiro Galvão-RJ. Juiz: José Monteiro. Renda: Cr$ 904.950,00. Gols: e Lorico, aos 12, e Mílton, sos 38 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Barbozinha e Dario; Écio e Lorico; Sabará, Mílton, Altamiro e Maurinho. Técnico: Otto Glória.

OBS: este jogo havia sido disputado, em 18 de agosto, mas foi anulado por o Madueira ter usado jogador, ilegalmente. 


29.09.1963 -Vasco 1 x 0 Portuguesa. Estádio: General Severiano-RJ.  Juiz: Cláudio Magalhães. Renda: Cr$ 1.222.350,00. Gol: Vevé, aos 19 min do 2º tempo. Vasco: Ita; Pereira, Brito, Barbozinha e Fontana; Maranhão e Lorico; Mario Tilico, Vevé, Altamiro e Mílton. Técnico: Oto Glória.

 

06.10.1963 - Vasco 1 x 1 Campo Grande. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Guálter Gama de Castro. Renda: Cr$ 1.050.000,00. Gols: Célio, aos 16, e Alecir, aos 24 min do 1º tempo. Vasco: Ita (Humberto); Paulinho, Brito, Barbosinha e Fontana; Ecio e Maranhão: Lorico, Vevé, Célio e Mário Tilico. Técnico: Oto Glória.

 

09.10.1963 - Vasco 0 x 0 Canto do Rio. Esstádio: da Rua Bariri-RJ. Juiz: Airton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 317.350,00. Vasco: Humberto; Paulinho, Brito, Barbosinha e Fontana; Écio e Lorico; Sabará, Maranhão, Célio e Mário Tilico. Técnico: Oto Glória. 

 

20.10.1963 - Vasco 0 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amílcar Ferreira. Público: 33.255. Renda: Cr$ 8.664.618,00. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Célio, Altamiro e Mílton. Técnico: Oto Glória.

 

26.10.1963- Vasco 2 x 2 América. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Gama de Castro. Renda: Cr$ 1.555.876,00. Gols: Célio, aos 6 e aos 16 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Da Silva, Célio e Mário Tilico. Técnico: Oto Glória.

 

03.11.1963 - Vasco 2 x 0 Olaria. Estádio: de São Januário-RJ.  Juiz: Antonio Viug. Renda: Cr$ 689.150,00. Gols: Mario, aos 26 min do 1º tempo, e Célio, a 1min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinhoi, Célio, Da Silva e Mário Tilico. Técnico: Oto Glória.

OBS:  Célio havia marcado gol a 1 minuto de Vasco 4 x 1 Portugues, em 30 de junho. Com este, de 3 de novembro, a 1 minuto do segundo tempo, estabelecia registro incomum.   

10.11.1963 - Vasco 4 x 1 Madureira. Estádio: de São Januário-RJ. Juiz: Wilson Lopes de Sousa. Renda: Cr$ 376.400,00. Gols: Célio, aos 2 e aos 4, e Da Silva, aos 25 min do 1º tempo; Joãozinho, aos 21 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Mario Tilico, Célio e Da Silva. Técnico: Oto Glória.

 

15.11.1963 - Vasco 3 x 4 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Amilcar Ferreira. Renda: Cr$ 10.506.590,00. Gols: Célio, aos 9, e Mário Tilico, aos 16  1º e aos 15 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva. Técnico: Eduardo Pelegrini.

 

22.11.1963 - Vasco 1 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Árbitro: Antônio Viug. Público: 7.448. Renda: Cr$ 1.725.858,00. Gol: Mário Tilico, aos 7 min do 2º tempo.  Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Maranhão, Mário Tilico, Célio e Da Silva.

OBS: Maranhão aprece escalado como ponta-direita, quando o Vsco da Gama não anunciava escaações no sistema tático 4-3-4. Era novidade. Ele ajuaria Odmar e Lorico no meio-de-campo.

 

01.12.1963 - Vasco 2 x 0 Bonsucesso. Estádio da Rua Teixeira de Castro. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 401.050,00. Gols: Milton, aos 18 min do 1º tempo, e aos 27 do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Mílton, Mário Tilico, Célio e Da Silva. Técnico: Eduardo Pelegrini.

OBS: o estádio do Bonscesso chama-se, hoje, Leônidas da Silva, em homenagem ao craque que passou pelo clube – defendeu o Vasco da Gama, em 1934.

 

07.12.1963- Vasco 1 x 1 São Cristóvão. Estádio da Rua Figueira de Melo. Juiz. José Monteiro. Renda: Cr$ 378.000,00. Gol: Célio, aos 15 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Paulinho de Almeida, Brito; Barbosinha e Fontana; Odmar e Lorico; Mílton, Mario Tilico, Célio e Ede. Técnico: E#duardo Pelegrini.

 

14.12.1963 - Vasco 2 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Renda: Cr$ 977.140,00.  Gols: Lorico, aos 14, e Mário Tito (contra), aos 34 min do 1º tempo. Vasco: Marcelo Cunha, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Fontana; Odmar e Lorico; Milton, Mário Tilico, Célio e Ede. Técnico: Eduardo Pelegrini.

 

OBS: a campanha, de 24 jogos, teve 11 vitórias, 7 empates, 6 derrotas, 39; gols pró 39, 23 contra, valendo a seta colocação no Campeoanto /Carioca-1963. Célio foi o principal aratilheiro do time, com 14 gols.

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                                                 SAULZINHO SEM BOLA

Casado, com Marilu, o goleador Sulzinho ainda não tinha filhos, em 1964. Dormia oito horas diárias, pesava, normalmente, 65 quilos, que subiam para 69, quando abusava um pouco do seu prato predileto, o churrasco gaúcho, bem tostado na brasa. Residindo, em Copacabana, desde que chegara ao Rio de Janeiro, gostava muito de visitar a praia do bairro e de roupas esportivas. Tinha coleção de blusões. Para perfumes, não ligava muito. Preferia cuidar melhor de suas chuteiras de número 39.

Católico devoto de Nossa Senhroa Aparecida, Saulzinho orava, antes dos jogos, pedindo proteção física para seu 1m69cm de altura, pois os zagueirões malvados não lhe perdoavam quando pintava diante deles: “Não encolho quando tenho de enfrentar becões grandalhõs e durões”, avisava.

Quando desembarcou, em São Januário, com seus olhos verdes claros admirando muito as belezas do Rio de Janeiro, Saulzinho usava os seus cabelos castanhos claros mais curtos do que em 1964, quando já cultivava uma cabeleira mais na moda dos efervecentes anos 60. Mantinha o hobby de colecionar flâmulas e distintivos, correndo muito atrás disso durantes as excursões vascaínas. Pra sair de casa, o cinema era a sua diversão predileta,  fã do ator Paul Newman.

 Nascido na gaúcha Bagé, em 31 de outubro de 1937, Saulzinho era um bom relações públicas de sua terra no Rio de Janeiro. Não perdia chance de louvar os encantos do seu povo e dizia que, quando as penas não dessem mais par correr, voltaria, correndo, apra fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o que fez, realmente, em dezembro de 1965.

Embora tivesse se destacado como centroavante, Saulzinho contou ao repórter Milton Salles, da Revista do Esporte - Nº 299, de 28 de dezembro de 1964 - , que ele começara a carreira pela ponta-esquerda do Grêmio Atlético Clube, de Bagé, aos 17 anos. Em 1955, mais encorpado, assinou o seu primeiro contrato, com aquele clube, ganhando Cr$ 700 cruzeiros mensais. Depois do futebol, dizia ser o basquete o seu esporte predileto.

 Em 1964, o futebol de Saulzinho sofreu impressionante queda. A temporada, no entanto, não fora fraca só para ele, mas para todo o time vascaíno. Razão da desastrosa campanha pelo Campeona Carioca, não indo além de um..... lugar, com apenas .. vitórias, em ... jogos, marcando... e sofrendo... gols. Só com a chegada do treinador Zezé Moreira, em 1965, ele voltu a encher a sua bola de atacante perigoso e inteligente. Uma das razões foi passar a desempenhar papel tático que, ass vezes, o fazia jogava sem bola.

Nesse esquema, em lgumas oportunidades, o ponta-esquerda Zezinho recuava para buscar jogo. Quando dominava a bola e atacava o campo do adversária, Saulzinho deslocava-se para o miolo da área, ou a ponta-esquerda, dando a impressão de colocar-se para ser lançado. Recebendo o combate dos zagueiros, surgiam brechas para Célio ser municiado, por Zezinho, e tentar oo gol.

Zezé Moreira tinha variações para a tática, com deslocamentos constantes, a fim de que a surpresa fosse a característica da jogada sem bola, com o sincronismo de todas as peças no lance, partindo do ponta-direita, ou da esquerda. “Jogar sem bola, como falava o Seu Zezé (Moreira), não é apenas correr pra lá ou pra cá, mas deslocar-se com  método e inteligência...Graças ao papel que venho desempenhando, tenho feito com que os meus companheiros façam  muitos gols...E o mais importante é que, jogando assim, tenho tido a oportunidade de pegar uns lançamentos à feição (de matar). Quando o adversário percebe a manobra, vai pra cima do Célio, me deixa  sozinho e eu balanço a rede”, contou Saulzinho à Revista do Esporte – Nº 323, de 15.05.1965.

 A fase em que Saulzinho encaixou-se, perfeitamente, no esquema tático de Zezé Moreira coincidiu com o fim des contusões que o deixaram, por muito tempo, fora de combate. Antes das  lesões, marcara gol durante o amistoso de 21 de junho de 1964, contra o capixaba Rio Branco e mais um diante do mineiro Villa Nova, de Nova Lima, passados mais quatro dias. O próximo só foi sair quase dois meses depois, nos 3 x 0 pra cima do português Porto (13.08.1964), em mais um amistoso.

 Dois meses se passaram até Saulzinho voltar às redes, nos 2 x 0 Campo Grande (01.10.1964), pelo Campeonato Carioca. E fechou a temporada com mais quatro tentos, nos 4 x 2 São Cristóvão (2); nos 4 x 2 Bonsucesso (1) e nos 5 x 0  Olaria (1), respectivamente, em 25 e 31 de outubro e em 13 de novembro. Uma marca leve, de oito tenos, para um goleador.

 Com Zezé Moreira, na temporada seguinte, Saulzinho começou marcando dois gols nos 4 x 1  Flamengo (21.01.1965), que deram ao Vasco o título do I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro.  A seguir, foi às redes nos amistosas 4 x 1 Atlético-GO (26.01) e 3 x 1 Sport-PE (04.02), além de mais  2 x 1 Fluminense (20.02), pelo Torneio Rio-São Paulo.

Saulzinho não ficou, em São Januário, para a temporada-1966. Preferiu não renovar contrato e voltar para os Pampas, pois a sua esposa, uma gaúcha da fronteira com o Uruguai, acostumada aos termômetros com o filamento de mercúrio lá embaixo, nunca se dera bem com o clima quente do Rio no Rio de Janeiro. Queria voltar para a sua terra. Antes, ainda ajudou o time do “Seu Zezé”, com uma bola nas redes, respectivamente, (24 e 25.06. 1965) nos 3 x 0 e 2 x 1; no 1 x 1 Benfica (08.07) e nos 4 x 0 River-PI (29.08).                

  

                                         TEMPORADA-1964

                                             

 A torcida cobrava. Desde o último título do futebol carioca, em 1958, o Vasco da Gama vivia na fila. Andara perto, em 1961, terminando vice-campeão, empatado com o Flamengo. Nas duas temporadas seguintes, não ficou nem entre os quatro primeiros.

Para mudar a situação, os cartolas vascaínos prometiam fazer uma revolução no clube, em 1964. A vida nova era saudada, principalmente, pela chegada de Manoel Joaquim Lopes à presidência cruzmaltina, anunciando a realização de um grande sonho, a contrtação do treinador Zezé Moreira. E uma grande embromação: tirar do Flamengo o goleador Henrique Frade.  

 Na conversa, o Vasco ia bem. Nos gramados, complicado. Demitira  treinador Jorge Vieira, em de setembro de 1963, por causa de derrota para o pequeno São Cristóvão. Oto Glória o substituiu, mas foi embora, menos de dois meses, para ganhar mais grana no futebol português do Porto. Com aquilo, entarram e saíram Eduardo Pelegrini, Paulinho de Almeida, Ely do Amparo e Duque.  Zezé Moreira só chegou em 6 de janeiro de 1965, com uma temporada de atraso.

 Treinado por Eduardo Pelegrini, o Vasco-1964 começou a temporada disputando amistosos. Saulzinho subtituiu Célio ems jogos em que o companheiro marcou gols – Vasco 1 x 1 Atlético-MG; 1 x 0 Cruzeiro-MG e 1 x 1 Racing-ARG. Durante a terceira substituição, diante dos argentinos, Saulzinho foi expulso de campo, aos 44 minutos do segundo tempo, em sua primeira exclusão de partida como vascaíno. No dia, o seu até poucos dias colega de time Paulinho de Almeida, estava com treinador interino. Confira como foram os amistosos:

                                
26.01.1964 (domingo) - Vasco 1 x 1 Atlético-MG. Amistoso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: Nuno Alvarez Ribeiro (RJ). Renda: Cr$ 1.824.440,00. Gol: Célio (pen), aos 10 min do 1 º tempo. VASCO: Ita; Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Célio (Saulzinho) , Mário Tialico e Da Sila (Edu). Técnico: Eduardo Pelegrini.     

 

06.03.1964 (sexta-feira)  – Vasco 1 x 2 Guarani-PAR. Torneio Quadrangular.  Estádio: Rogelio Livieres, em Assunção-PAR. Gol: Célio, aos 5 min  do 2º tempo. VASCO: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito e Barbosinha; Odmar e Lorico; Maurinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico. Paulinho de Almeida (interino).

27.02.1964 - Vasco 1 x 0 Cruzeiro. Estádio: da Alameda, em Belo Horizonte-MG. Juiz: Alcebíades Dias. Renda. Cr$ 1.190,800,00. Gol: Célio, aos 19 min. VASCO: Lévis; Paulinho de Almeida (Joel Felício), Brito, Fontana e Barbosinha; Odmar (Maranhão) e Lorico; Joãozinho (Valtinho), Mário Tilico, Célio (Saulzinho) e Da Silva. Técnico: Eduardo Pelegrini..                                                         

06.03.1964 (sexta-feira)  – Vasco 1 x 2 Guarani-PAR. Quadrangular Internacional de Assunção.  Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção-PAR. Juiz:  Wenceslao Zarale. Gol: Célio, aos 5 min  do 2º tempo. VASCO: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito e Barbosinha; Odmar e Lorico; Maurinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico. Paulinho de Almeida (interino).

 

08.03.1064 -  Vasco 1 x 1 Racing-ARG. Quadrangular Internacional de Assunção-PAR. Estádio: Manuel Ferreira, em Assunção-PAR. Gol? Célio (pen), aos 4 min do 2º tempo. VASCO:  Marecelo Cunha; Joel Felício, Brito, BVarbosinha e Fontana; Odmr e Lorico; Mílton (Maranhão), Mário Tilico (Altamiro), Célio (Saulzinho) e Da Silva (Pereira). Técnico: Paulinho de Almeida.

OBS: Fontana, aos 46 min do 1 tempo,  e Saulzinho, aos 44, da etapa final, foram expulsos de campo pelo árbitro paraguaio Rodolfo Pérez Osorio   

 

10.03.1964 – Vasco 1 x 2 Cerro Porteño-PAR. Quadrangular Internacional de Assunção-PAR. Estádio: Defensores del Chacoi, em Assunção-PAR. Juiz: Saslvador Valenzuela. Gol: Mário Tilico, a 1 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Odmar (Maranhão) e Lorico; Mílton (Maurinho), Mário Tilico, Célio e Da Silva (Saulzinho). Técnico: Paulinho de Almeida.  

 

                          TORNEIO SIO-SÃO PAULO-1964

 O Vasco da Gama teve poucos dias para descansar e começar a disputar um torneio forte, tecnicamente.  Nele, Saulzinho e Célio jogaram juntos, apenas, quatro vezes: 14.03 – Vasco 0 x 0 Fluminense; 29.03 – 0 x 2 Santos; 04.04  – Vasco 3 x 2 Palmeiras; 03.05 – 1 x 2 Bangu;06.05 – 0 x 1 Corinthians.   

 O time vascaíno teve participação muito fraca em disputa de turno único, terminando em oitavo lugar, entre 10 participantes, com sete pontos, em nove jogos. Apenas duas vitórias. E três empates e quatro derrotas. Marcou 10 e levou 14 gols. Dos dois goladores, apens Célio bateu na rede: 04;04 – Vasco 3 x 2 Palmeiras; 15.04 -  1 x 0 Botafogo e 21.03 – 1 x 3 Flamengo. Todas as fichas técnica:

 

14.03.1964 - Vasco 0 x 0 Fluminense. Estádio Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Renda: Cr$ 9.607. 410,00.Público: 20.118; Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito e Pereira; Odimar (Maranhão) e Barbosinha; Nilton, Célio, Mário (Saulzinho), Lorico e Da Silva (Ramos). Técnico: Duque.

OBS: o jogo inauhgurou os refletores eletrônicos do Maracanã.

 

21.03 – Vasco 1 x 3 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 27.659. Renda: Cr$ 12.283.206,00. Gol: Célio (pen), aos 18 min do 2 tempo. Vasco:  Marcelo Cunha (Ita); Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico; Milton, Célio, Mário  Tilico e Ramos (Da Silva). Técnico: Davi Ferreira, o Duque

 

29.03 - Vasco 0 x 2 Santos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Aírton Vieira de Moraes. Público: 27.659.  Renda: Cr$ 4.423.200,00. VASCO: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico; Zezinho, Mario (Saulzinho), Célio e Ramos (Sabará). Técnico: Duque.

 

 04.04 – Vasco 3 x 2 Palmeiras. Estádio: do Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug;
Renda: Cr$ 10.709.800,00. Gols: Zezinho 40; Lorico 43 min do 1  tempo, e Célio, aos  23 min do 2 tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana, Pereira, Maranhão, Odmar (Lorico), Joãozinho, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Duque

 

12.04.1964 - Vasco 1 x 1 São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 9.923 pagantes. Renda. Cr$ 3.992.965, 80. Gols: Loridco, aos 25 min do 1º tempo. VASCO: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Milton) e Lorico (Ramos); Joãozinho, Zezinho, Mario Tilico,Célio e Sabará. Técnico: Duque.

 

15.04 - Vasco 1 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Gol: Célio, aos  31 min do 1 tempo. Vasco: Marcelo Cunha;  Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Barbosinha) e Lorico; Sabará, Milton, Célio e Zezinho. Técnico: Duque

 

03.05 – Vasco 1 x 2 Bangu. Estádio: Marcanã-RJ. Juiz: Guálter Portela Filho. Renda: Cr$ 2.261.709,60. Gol:e Odmar (pen), aos 40 min do 2º tempo. VASCO: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana (Barbosinha) e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho (Sabará), Saulzinho, Célio e Zezinho (Da Silva). Técnico: Duque.

06.05 - Vasco 0 x 1 Corinthians: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 2.629 pagantes. Renda: Cr$ 1.039.718,00.  VASCO: Marcelo Cunha; Massinha (Joel Felício), Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho (Altamiro), Saulzinho (Sabará), Célio e Zezinho. Técnico: Duque.

 

09.05 - Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Antônio Viug-RJ. Renda: Cr$ 919.900,00. Golse Barbosinha, aos 44 min do 1º tempo; Altamiro, aos 21, e Zezinho, aos 26 min do 2º tempo. VASCO: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Pereira; Barbosinha (Maranhão), Odmar (Altamiro) e Lorico; Joãozinho, Célio e Zezinho. Técnicio: Duque.

 

NOVA SÉRIE AMISTOSA

 O Vasco da Gama tinha bom mercado no Brasil e no exterior, durante a década-1960. Além dos cinco amistosos que abriram a temporada-1964, o clube atendeu convites de várias regiões do país, para amistosos. Por dois deles, contra times do norte brasileiro - - Vasco 3 x 1 Tuna Luso (14.10) e Vasco 3 x 2 Clube do Remo (17.10), ambas pelo Torneio Quadrangular Francisco Vasques, em Belém do Pará, Saulzinho voltou a substituir Célio, no decorrer das partidas. Em Vasco 3 x 2 Atlético-PR (01.05), estiveram juntos, mas com Saulzinho entrando, em lugar de Zezinho. Em  dois amistosos com o Bangu -  Vasco 1 x 0 Bangu (14.05) e Vasco 2 x 1 (18.06), começaram e terminaram juntos as partidas, bem como nos 2 x 0 Rio Branco-EC (21.05), quando Saulzinho bateu no barbante, e nos 3 x 0 Villa Nova-MG (25.056), neste com Saulzinho, novamente, no filó. Nos dois primeiros, quem esteve pela rede foi Célio, que a revisitou. em Vasco 1 x 0 Atlético-GO (01.09). Outros créditos dele ficaram em: Vasco 3 x 2 Robin Hood-SUR (18.10); Vasco 1 x 1 Transvaal-SUR (20.10), e  em-Vasco 2 x 0 Porto Alegre-RJ (15.11). Com 10 carimbadas, ele foi quem mais colocou a rede pra balançar nesses prélios. Eis as fichas:

 

19.04.1964 - Vasco 0 x 0 Atlético-MG. Estádio: Independência, em Belo Horizonte-MG. Juiz: Elmo Sanches-MG. Renda: Cr$ 2.235.000,200,00. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira (Odmar); Mílton e Lorico; Joãozinho (Célio), Altamiro, Zezinho (Sabará) e Ramos. Técnico: Duque.

OBS: Célio sofreu uma forte pancada no pescoço, chegando a ficar desacordado dentro do gramado.
 
21.04 - Vasco 2 x 2 Villa Nova-MG. Estádio JK (do Cruzeiro), em Belo Horizonte. Juiz: Alcebíades Magalhães Dias. Renda: Cr$ 640.000,00. Gols: Odmar, aos 36, e Lorico, aos 40 min do 2º tempo. VASCO: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Mílton (Odmar) e Lorioco: Joãozinho, Altamiro, Zezinho e Sabará. Técnico: Duque.

OBS: por chocar-se contra o alambrado, o ponta-direita Joãozinho saiu de campo contundido.

23.04 - Vasco 0 x 0 Siderúrgica-MG. Estádio: Praia do Ó, em Sabará-MG. Juiz Elmo Sanchez. Renda: Cr$ 217.500,00,  VASCO: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico (Milton); Joãozinho, Zezinho, Célio e Sabará (Ramos). Técnico Duque.

 

26.04. Vasco 1 x 0 Valeriodoce-MG. Estádio: Israel Pinheiro, em Itabira-MG. Juiz: Joaquim Gonçalves dos Santos. Gol: Lorico, aos 35 min o 2º tempo. VASCO: Marcelo Cunha (Ita); Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Mílton) e Lorico; Joãozinho, Zezinho, Célio e Sabará (Altamiro). Técnico: Duque.

 

01.05 - Vasco 3 x 2  Atlético-PR. Estádio: Durival de Brito e Silva, cm Curitiba-PR.  Juiz: Kalil Karan Filho. Gols: Lorico, aos 25 min do 1º tempo; Célio, aos 7, e  Lorico, aos 13 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar e Lorico; Joãozinho, Zezinho (Saulzinho), Célio e Sabará (Da Silva). Técnico: Duque.

 OBS: Amistoso comemorativo ao dia do Trabalhador. Os portões foram abertos ao público, gratuitamente, e o Vasco recebeu a cota de R$ 2.500.000,00 pela exibição.

 

14.05 - Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: São Januário. Juizo: Luciano Segismundo. Público: 2.093.  Renda: Cr$ 793.450,00. Gol: Célio, aos 3 min do 2º tempo. Vasco: Levis; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Jorge Laurindo, Célio, Saulzinho e Da Slva (Altamiro).

18.06 - Vasco 2 X 1 Bangu.   Estádio: Proletário, em Moça Bonita-RJ. Renda: Cr$ 619.500,00. Juiz: Jorge Paes Leme. Gols: Lorico, aos 2, e Maranhão (pen), aos 10 min do 2º tempo. VASCO: Levis; Joel (Massinha), Brito, Barbosinha e Pereira, Maranhão e Lorico, Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva.

    
21.06 - Vasco 2 x 0 Rio Branco-ES. Estádio: Governador Bley, em Vitória-ES. Juiz: Mauro Guimarães. Gols: Maranhão, aos 8 min do 1 temo (pen) e Saulzinho, aos 32 do segundo. Vasco: Levis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. Técnico: Duque


25.06 -  Vasco 3 x  0 Villa Nova-MG. Estádio: São Januário-RJ. Juiz: Guálter Portela Filho. Público: 1.251 pagantes. Renda: Cr$ 552.000,00. Gols: Zezinho, aos 15 min do 1º tempo e aos 10 do 2º; Saulzinho, aos 18. Vasco: Lévis (Marcelo Cunha); Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão (Odmar) e Lorico (Milton); Zezinho (Joãozinho), Saulzinho (Altamiro), Célio e Da Silva. Técnico: Duque

  
13.08 -  Vasco 3 x  0 Porto-POR.  Estádio: Maracanã -RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 20.914 pagantes. Renda: Cr$ 18.532.931,00. Gols: Da Silva, aos 44 min do 1º tempo; Saulzinho, aos 8 , e Mário Tilico, aos 38 do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Odmar) e Alcir Portella; Zezinho (Joãozinho), Saulzinho (Altamiro), Mário Tilico e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.
OBS: jogo comemorativo do 66º aniversário vascaíno, com a rapaziaeda devolvendo os 3 x 0 levados, durante encerramento de giro pelo exterior, em 1961. Saulzinho voltava de lesão e de cirurgia de amígdalas. Lesionou-se e ficou mais 15 dias em tratamento.

30.08 -Vasco 1 x 1 Atlético-GO.  Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Antônio Cândido de Oliveira. Renda: Cr$ 4.000.000,00. Gols: Maranhão, aos 10 min do do 2º tempo. VASCO: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana (Caxias) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Alcir): Zezinho, Célio, Mário Tilico (Altamiro) e Ronaldo (Ramos). Técnicoi: Ely do Amparo.

 

01.09.1964 -  Vasco 1 x 0 Atlético-GO. Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Otoniel de Sousa Diniz. Gol: Célio, aos 38 min do 2º tempo. Vasco: Lévis (Miltão); Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Odmar) e Lorico; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Ramos. Técnico: Ely do Amparo.

OBS: em 1964, o Vasco nem passava por uma boa temporada. Mesmo assim, o estádio ficou tão lotado, que a torcida derrubou um muro. 

 

11.10.1964-  Vasco 1 x 0 Paysandu-PA. Torneio Quadrangular Francisco Vasques (Torneio Cidade de Blém). Estádio: Francisco Vasques, em Belém-PA. Juiz: Fernando de Jesus Andrade. Renda: Cr$ 4.600.000,00. Gol: Lorico, aos 2 min do 2ºtempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Saulzinho, Célio e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.


14.10 - Vasco 3 x 1 Tuna Luso-PA. Torneio Quadrangular Francisco Vasques. Estádio: Francisco Vasques, em Belém-PA. Juiz: Sena Muniz. Renda: Cr$ 3.500.000,00. Gols: Célio, aos 32 mnin do 1º tempo (pen); Morais (contra), aos 12; Zezinho, aos 40 min do 2º tempo (pen).  Vasco:  Levs (Miltão); Massinha, Caxias, Fontana (Russo) e Barbosinha; Alcir Portella e Lorico;  Mário “Tilico”, Joãozinho, Célio (Saulzinho) e Nivaldo (Zezinho). Técnico: Ely do Amparo.


17. 10.1964 (sábado)- Vasco 3 x 2 Clube do Remo-PA. Torneio Quadrangular Francisco Vasques. Estádio: Francisco Vasques. Juiz: Fernando de Jesus Andrade. Renda: Cr$ 4.500.000,00. Gols: Célio, aos 21; Mário, aos 30, e Humberto, aos 35 min do 1º tempo; Chaminha, aos 25, e Fontana, aos 40 min do 2º tempo.  Miltão; Massinha (Joel), Caxias, Fontana e Pereira (Barbosinha); Alcir e Lorico;  Mário “Tilico”,  Joãozinho, Célio (Saulzinho) e Zezinho . Técnicio: Ely do Amparo.


18.10.1964 (domingo) – Vasco 3 x 2 Robin Hood-SUR. Amistoso. Local: André Kamperveenstadion, em Paramaribo-SUR. Gols: Célio, Lorico e Zezinho (Vsc) e Niekoop e Krenten (RH). Vasco: Miltão; Massinha, Caxias, Fontana e Pereira; Alcir e Lorico; Mário Tilico,  Joãozinho, Célio e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 

20.10 - Vasco 1 x 1 Transvaal-SUR. Estádio: Andre Kamperveenstadion, em Paramaribo, no Surinam. Gol: Célio. Vasco: Miltão; Massinha, Caxias, Fontana e Pereira: Alcir e Lorico; Mário “Tilico”,  Joãozinho, Célio (Saulzinho) e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 
15.11. - Vasco 2 x 0 Porto Alegre-RJ. Local: Itaperuna-RJ. Juiz: Geraldino César. Renda: Cr$ 8.000.000,00. Gols: Mário Tilico, aos 28 min do 1º tempo, e Célio, aos 2 min do 2º tempo. Vasco: Lévis (Ita); Joel (Massinha), Caxias (Brito), Fontana (Russo) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Mário Tilico, Saulzinho, Célio (Clemente) e Zezinho (Da Silva). Técnico: Ely do Amparo.

OBS: o jogo fez parte das comemorações do aniversário de Itaperuna. Aos 21 minutos do 2º tempo, devido ao número excessivo de torcedores, o muro atrás do goleiro vascaíno ruiu, machucando 16 torcedores. Por tais números, há 24 vitórias vacaínas, 15 empates, duas escorregadas, 39 gols marcados e 18 contra.

                                            

                                          

                                 CAMPEONATO CARIOCA-1964

 

  Saulzinho fez apenas quatro gols na temporada estadual  de 1964 – em Vasco 2 x 0 Campo Grande  (1);  nos 4 x 2 São Cristóvão (2), e nos 4 x 2 Bonsucesso (1). De sua parte, Célio foi o principal artilheiro do time, anotando 16 tentos, diante de América, Campo Grande,  Bangu, São Cristóvão, Flamengo e Fluminense, nos jogos do turno, e, no returno, contra América, Campo Grande, Bangu e Bonsucesso. Nos jogos do returno, contra o Campo Grande e o Bonsucesso, marcaram gols  pelo mesmo ataque.

 Ele iniciaram o Campenato Carioca formando a dupla fatal contra o América, mas, depois, só foram a repetí-a diante do Fluminense, mais de dois meses depois. Até lá, o que vigorou foi Mário Tilico & Célio, na preferência dos treinadores Davi Ferreira, o Duque, e Ely do Amparo, o que repromoveu o reencontro do gaúcho, de Bagé, com o paulsita, de Santos, correndo com a jaqueta cruzmaltina. E a manteve pelos oito jogos restantes do Estadual. Ficaram assim as fichas técnicas vascaínas da temporada:

   

04.07.1964 -  Vasco 2 x 1 América. Estádio: Maracanã. Renda: Cr$ 5.082.803. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Zezinho, aos 10, e Maranhão, aos  48. Vasco: Lévis; Massinha, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.


12.07.1964 - Campo Grande 2 x 2 Vasco. Estádio: Ítalo del Cima-RJ.Renda: Cr$ 2.211.220,00. Juiz: Eunápio de Queiróz. Gols:  Célio, aos 4; Joãozinho, aos 32; Guaraci, aos 37, e Jairo, aos 42 min. Vasco: Lévis; Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Mário Tilico, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.

19.07.1964 - Bangu 1 x 1 Vasco. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 6.830.808,00. Público: 16.581. Juiz: Guálter Portela Filho. Gols: Bianchini, aos 23, e Célio, aos 37 min do 1º tempo. Vasco: Levs; Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Mário, Célio e Da Silva. Técnico: Duque.


23.08.1964 – Vasco 1 x 2 Portuguesa. Estádio: das Laranjeiras-RJ. Renda: Cr$ 1.459.550,00. Juiz: Cláudio Magalhães. Gol: Mário Tilico. Vasco: Lévis, Joel, Brito, Barbosinha e Pereira; Zé Carlos e Lorico; Joãozinho, Célio, Mário e Zezinho. Técnico: Duque.


09.08.1964 – Vasco 3 x 3 São Cristóvão. Estádio: da Rua Figueira de Melo-RJ. Renda: Cr$ 2.266.150,00. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Mário Tilico, aos 2 e aos 43 min do 1 º tempo, e Célio (pen), aos 13 min da etapa final. Vasco: Marcelo Cunha; Massinha, Fontana, Barbosinha e Pereira; Odmar e Maranhão; Joãozinho,  Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Duque.


16.08.1964 - Vasco 3 x 0 Bonsucesso. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 3.464.250,00. Juiz: José Monteiro. Gols: Mário Tilico, aos  13 e aos 22, e Zezinho, aos 24 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão;  Zezinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico: Duque.

 

19.08.1964 – Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 12.047.074,80. Juiz: Frederico Lopes. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico: Duque.


23.08.1964 - Vasco 2 x 1 Olaria. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 1.642.950,00. Juiz: José Monteiro. Gols: Zezinho, aos 12, e Mário Tilico, aos 31 min do 2º tempo. Vasco: Marcelo Cunha; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.

 

27.08.1964 – Vasco 1 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 19.538.352,00. Juiz: Frederico Lopes. Gols: Célio (pen), aos 22. Vasco: Marcelo Cunha (Lévis); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Alcir e Maranhão; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Ronaldo. Técnico: Ely do Amparo.

 OBS: aos 12 min do 1º tempo, o árbitro parou o jogo e saiu de cena, alegando falta de condições psicológicas para continuar. Dez  minutos depois, voltou e reiniciou a contenda.

06.09.1964 - Vasco 2 x 0 Canto do Rio. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 609.500,00. Juiz: Valdemar Meireles. Gols: Mário Tilico, aos 30 min do 1º tempo e aos  17 do 2º. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Pereira; Maranhão e Lorico; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.


13.09.1964 - Vasco 1 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 22.566.384,00. Público: 49.288. Juiz: Eunápio de Queiroz. Gol: Célio, aos 20 min do 1º tempo.  Vasco: Ita;  Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.


20.09.1964 - Vasco 0 x 0 Madureira. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 1.085.000,00. Juiz: Valdemar Meireles. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Da Silva.  Técnico: Ely do Amparo.


27.09.1964 - Vasco 2 x 0 América. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Gols: Célio (pen), aos 39 min do 1 º e aos  41 do 2 º tempo. Vasco: Ita, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Ely do Amparo.


01.10.1964 - Vasco 2 x 0 Campo Grande. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 945.506,00. Juiz: Gomes Sobrinho. Gols: Célio, aos 5, e Saulzinho, aos 22 min. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio,  Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 

04.10.1964 - Vasco 2 x 2 Bangu. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ Público: 8.407.  Juiz: José Monteiro. Gols: Célio, aos 11, e Mário Tilico, aos 15 min. Vasco: Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 

07.10.1964 - Vasco 2 x 0 Portuguesa. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 1.219.180,00. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Zezinho, aos 16 min do 1º tempo, e Mário Tilico, aos 11 min da etapa final. Vasco: Ita (Lévis), Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 

25.10.1964. Vasco 4 x 2 São Cristóvão. Estádio: São Januário-RJ. Renda: Cr$ 1.824.600,00. Juiz: José Monteiro. Gols: Zezinho, aos 3; Saulzinho, aos 22 e aos 27, e Mário Tilico, aos 42 min do 1º tempo. Vasco: Miltão, Joel, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Ely do Amparo.

 

31.10.1964 -  Vasco 4 x 2 Bonsucesso. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 8.224.349,50. Juiz: Eunápio de Queiroz. Gols: Zezinho, aos 17, e Célio, aos 35 min do 1 tempo;  Célio, aos 9, e Saulzinho, aos 23 min do 2 º tempo. Vasco: Miltão;  Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e   Zezinho. Técnico: Ely do Amparo


07.11.1964 - Vasco 0 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 23.163.894,50. Juiz: Frederico Lopes. Vasco: Miltão; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho.Técnico: Ely do Amparo.

 

                       TORNEIO  IV CENTENÁRIO DO RIO DE JANEIRO

 Foi a primeria disputa vascaína no inicio da temporada festiva dos cariocas. E valeu título, com grandes atuações da dupla Célio & Saulzinho, em Vasco da Gama 4 x 1 Flamengo, no Maracanã, apitado por Armando Marques, o então considerado melhor árbitro do futebol brasileiro.

O time vascaíno, que havia encerrado a temporada-1964 comandado por Ely do Amparo, agora estava sob nova direação, de Zeazé Moreria, o seu gande sonho. E o Seu Zezé mentlizou e mandou pra campo rapaziada motivada a não sair dali sem o valioso Troféu Viking. Foi o que se viu. Aos 39 minutos de um primeiro tempo que vinha sendo equilibrado, Célio abriu o placar. E o aumentou, aos 42, com a etapa terminando em vascaínos 2 x 1.

Na fase final, os 59.814 pagantes que gastaram CR$ 58 mil, 425 cruzeiro e 80 centavos prestigiando a luta pela conquista do barco (Troféu Viking teve formato de um barco) viram Saulzinho encarnando velhas tradições dos gaúchos que, nos tempos da colonização brasileira, passavam mais tempos em guerra do que na paz. Com tamanha energia e boa técnica, a defesa rubro-ngra não conseguiu segurá-lo. E ele consolidou a vitória da Turma da Colina, batendo na rede, aos  24 e aos 32 minutos do segundo tempo, saíndo para o abarço do grande amigo Célio, a quem considerava o melhor de sua posição no futebol brasileiro - espécie de ponta-de-lança, ou meia-atacante, hoje – Ita; Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Célio, Saulzinho e Zezinho foram os que golearam..   

Antes, porém, de a dupla brilhar durante a conquista ado barco, Célio e Saulzinho precisaram, primeiramente, passar pela seleção da então Alemanha Oriental, no domingo 17 de janeiro, no mesmo Maracanã, diante de 33.794 pagantes – renda de Cr$ 19 milhões, 701 mil, 493 inflacionados cruzeiros. Foi mais uma das tantas vitórias com virada do placar. Os visitantes saíram na frente, aos 13 minutos; Célio, cobrando pênalti, aos 24, empatou, mas os alemães voltaram a passar na frente, aos 27. No segundo tempo, o Time da Virada rodou o o dial sua tradição e dobrou o adversário, com gols por Maranhão, aos  39, e Célio, na última volta do ponteiro do cronômetro árbitro Eunapio Gouveia de Queiroz, aos 44 minutos – Ita; Massinha, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho foi o time.       

 

                                               ME DÁ UM DINHEIRO AÍ

 

Após a conquista do I Tornieo Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, o Vasco da Gama disputou nove dos chamados amistosos caça-níqueis pelo país. Em todos, o treinador Zezé Moreira acionou a dupla Célio & Saulzinho, tendo o primeiro marcado cinco tentos – sobre Independente-MG; Atlético-GO (2); Sport-PE e Náutico-PE – e o gaúcho dois – contra Atlético-GO e Sport-PE. Fichas técnicas:

 

24.01.1965 – Vasco 1 x 0 Independente-MG. Estádio: de Porto Novo da Cunha-MG. Gol: Célio, aos 39 min do 1º  tempo. Vasco:  Ita (Lévis); Joel Felício Massinha), Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho (Altamiro), Célio (Quincas) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: forte chuva obrigou o juiz Adalberto Silva a encerar o amistoso aos 15 minutos do segundo tempo.


26.01.1965 - Vasco  4 x 1 Atlético Goianense. Taça Gilberto Alves. Estádio Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Juiz: Antônio Dinis. Gols: Zezinho, aos 14 e Célio, aos 22 min do 
1º tempo; Célio, aos 18, e Saulzinho, aos 26 min do 2º tempo. Vasco: Ita (Lévis); Joel Felício, Brito, Fontana (Caxias) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Mário Tilico, Saulzinho, Célio (Da Silva) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

31.01 - Vasco 0 x 0 Flamengo-RJ. Taça Gilberto Alves: Estádio: Pedro Ludovico, em Goiânia-GO. Público: 35.000. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano (Joãozinho), Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: o juiz José Botoso expulsou Zezinho de campo, aos 44 minutos do segundo tempo.  


 
04.02 - Vasco 3 x 1 Sport Recife. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: Cr$ 2.231.600,00. Gols: Saulzinho, aos 18 min do 1º tempo; Célio, aos 12, e Lorico, aos 30  min do 2º tempo. VASCO: Lévis; Joel Felício, Brito (Caxias), Fontana (Pereira) e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano, Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho (Joãozinho). Técnico: Zezé Moreira.

07.02 - Vasco 2 x 0 Santa Cruz-PE. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Sebastião Rufino. Renda: 6.387.200,00.  Gols: Luizinho Goiano, aos 2 e aos 7 min do 2º tempo. VASCO: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Quincas); Luizinho Goiano (Joãozinho), Saulzinho (Mário Tilico), Célio e Zezinho; Técnico: Zezé Moreira.

 

10.02 - Vasco 1 x 1 Náutico. Estádio: Adelmar Carvalho, na Ilha do Retiro, em Recife-PE. Juiz: Alfredo Bernades Torres. Renda: Cr$ 4.128.200,00. Gols: Célio, aos 14 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha, Maranhão e Lorico, Luizinho Goiano, Saulzinho, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: vitórias sobre Sport-PE e Santa Cruz e empates com Flamengo e Náutico deram ais pntos ao Vasco da Gama, que saiu campeão do Torneio 50 Anos da Federação Pernaambucana de Futebol.

 

14.03 - Vasco 0 x 1 Cruzeiro (MG). Estádio Independência, em Belo Horizonte-MG. Juiz: Doraci Jerônimo. Renda: Cr$ 5.600.000,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

Obs: Gainete defendeu pênalti, cobrado por Tostão, aos dois minutos do primeiro tempo.

 

17.03 -  Vasco 2 x 0 Clube do Remo-PA. Estádio: Baenão, em Belém-PA. Gols: Lorico, aos 29 min do 1º tempo, e Mário Tilico, aos 43 da etapa final. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Da Silva. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: o juiz Teodorico Rodrigues expulsou Maranhão de campo, no segundo tempo.    

 

21.04 -  Vasco 1 x 1 Rio Branco-ES. Estádio: Governador Bley, em Vitória-ES. Árbitro: José Antônio Braga. Gol : Benê, aos 5 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Pereira; Oldair e Lorico (Maranhão); Joãozinho (Aloísio), Célio (Benê), Saulzinho (Nivaldo) e Da Silva (Walmir). Técnico: Zezé Moreira. 

 

Após enfrentar o Clube do Remo, o Vasco da Gama iniciou o Torneio Rio-São Paulo. Fez seis jogos e saiu para um amistoso, voltando, em seguida, à disputa, para emendá-la com mais 12 caça-níqueis. Desses, Saulzinho entrou em 1 x 1 Entrerriense-RJ ( 06.06);  1 x 0 Vila Nova-GO (10.06); 0 x 1 Atlético-GO (13.06); 7 x 2 Combinado de Manaus-AM (17.06), marcando dois gols; 4 x 0 Naiconal-AM (20.06); 3 x 0 Bahia (24.06), fazendo um; 2 x 1 Bahia (27.06), novamente deixando o dele; 2 x 1 Ceará (29.06) e 1 x 1 Benfica-POR, com mais uma bola na rede. Célio não participou de nenhum dele.

Encardado o time português, os vascaínos foram para a I Taça Guanabara e o Torneio Início do Campeonato Caricoa. Mas sem parar de fazer amistosos, se bem que jogaram poucos: 01.08 – 4 x 0 Tupi, de Juiz de Fora-MG, com Célio e Saulzinho, novamente, juntos no ataque; 29.08 – 4 x 0 River-PI, comn Saulzinho entrando no decorrer do jogo e marcando gol, sem a presença de Célio, e em 26.09 – 0 x 1 Portuguesa de Desportos.            

 

                                        I TAÇA GUANABARA-1965

                             

  A Taça Guanabara foi uma fórmula criada pela Federação Carioca de Futebol para apresentar o seu representante na Taça Brasil, o que, antes cabia ao campeão estadual. Disputada, inicialmente, por seis times – América, Bangu, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama –, os dois primeiros foram eliminados para a segunda fase, quando duas rodadas de mata-mata classificaram vascaínos e botafoguenses para disputar o troféu.

 Na tarde de 5 de setembro de 1965, o Vasco da Gama sagrou-se o primeiro vencedor da competição, com 2 x 0 Botafogo, no Maracanã, com gols de Oldair e Paulistinha (contra). Em oito partidas, a Turma da Colina ganhou seis, empatou uma e perdeu só uma, totalizando 15 gols pró e cinco contra.

Além de levar o principal troféu da disputa, o Vasco da Gama, ainda, teve direito à Taça Ari Franco, pelo ataque mais positivo: Célio (6 gols), Mário Tilico (4), Oldair (2), Luisinho Goiano (2) e Paulistinha (Botafogo/contra) fizeram a sua artilharia. Pra completar, os vascaínos participaram dos recordes de público – 120 mil – e de renda – Cr$ 72.927.380,00 – na partida final. 0,00.

 Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho foi o time-base da conquista cruzmaltina, treinado por Zezé Moreira. Confira as fichas técnicas:

                                                            

 14.07.65 – Vasco 5 x 0 Fluminense – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápío de Queirós. Renda: Cr$ 8.303.300,00. Gols: Célio, aos 26 e aos 27, e Luizinho Goiano, os 35 minutos do 1 º tempo; Mário Tilico, aos 2 e aos 34 do segundo. Vasco: Gainete (Lévis); Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.

 

 22.07.1965 – Vasco 1 x 1 Flamengo – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 25.679.040,00. Gol: Luisinho Goiano, ao 7 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. OBS: Célio foi expulso de campo, juntamente com o flamenguistsa Fefeu, aos 20 minutos do 1º tempo, por agressão mútua.

28.07.65 – Vasco 1 x 0 América – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 8.328.480,00. Gol: Célio, aos 43 min do 1º tempo (pen). Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Oldair e Maranhão; Luizinho, Célio, Mário Tilicoe Zezinho.

07.08.65 – Vasco 3 x 1 Bangu – Estádio: Maracanã-RJ. Juiz:  Frederico Lopes. Renda: Cr$ 14.746.240,00. Gols: Paulo Borges, aos 24 e Mário Tilico, aos 34 min do 1º tempo e aos 4 do 2 º, etapa em que Oldair (pen) marcou aos 8 min. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.  

 

11.08.65 – Vasco 0 x 3 Botafogo – Estádio: Maracanã-RJ. Árbitro: Armando Marques. Renda: Cr$ 27.782.980,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho. 

OBS: o Tilico foi expulso de campo, aos 18 min do do segundo tempo, por ofensas morais ao árbitro.

 

21.08.65 – Vasco 2 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Renda: Cr$ 15.628.380,00. Gols: Célio, aos 44 min do 1º tempo, de pênalti, e aos 44 da fase final. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico;  Luisinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho.

 

25.08.65 – Vasco 1 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 18.916.960,00. Gol: Célio, aos 23 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.   

 

05.09.65 – Vasco 2 x 0 Botafogo – Estádio: Maracanã-RJ; Juiz: Frederico Lopes. Público: 1154.064 pagantes. Renda: Cr$ 72.927.380,00. Gols: Oldair, aos 44 min do 1º tempo, e Paulistinha (contra), aos 3 da segunda etapa. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho.

                                             CAMPEÃO ACOMODADO

   Pelo Nº 356, de18 de setembro de 1965, a semanária carioca Revista do Esporte circulou com chamada de capa estranha: “Taça Guanabara fez mal ao time do Vasco”. De acordo com o texto das páginas 28/29, a empolgação dos cartolas fizera o clube desconsiderar os alertas do treinador Zezé Moreira, por acreditarem que “o time já estava certinho, sem qualquer ponto falho”.

 Para a RevEsp, o time campeão perdera, surpreendentemente, muitos pontos no Campeonato Carioca, despedindo-se da disputa pelo título que era o grande projeto do presidente Manoel Joaquim Lopes, exatamente, por não ouvir o seu treinador. Além disso, põe na conta dos insucessos vascaínos ter ficado com a missão de disputar a Taça Brasil, estafando a sua rapaziada com duas frentes de batalhas.

 Na verdade, a matéria exagerava. Após os 2 x 0 Botafogo da final da Taça GB, o Vasco só pegara na bola oficial carioca, em 1 x 2 Bangu (12.09). O terceiro prélio do mês rolara um dia após a circulação da revista (19.09), em 1 x 1 Fluminense. Só em 3 e 10 de novembro, respectivamente, encarou e eliminou o Náutico-PE (2 x 2 e 1 x 0) da Taça Brasil. Depois, os vascaínos decidiram a competição, com o Santos de Pelé, em 1º e 8 de dezembro, quando ficaram vice-campeões).

 Pelo mesmo Estadual, só o 0 x 2 Bonsucessso (24.10) Bonsucesso, poderia ser vista como surpresa. Os tropeços ante Flamengo – 1 x 2 (09.10) e 0 x 1 (28.12); Fluminense – 1 x 2 ( 07.11) – e Botafogo – 1 x 2 (04.12) – foram resultados normais, por se tratarem de clássicos, e os rivais, além do Bangu, também, sonharem com faixa de campeão.

O Vasco da Gama terminou em quinto lugar, somando 15 pontos, de sete vitórias e um empate (houve seis pisadas na bola). Marcou 24 e sofreu 17 gols, em 14 jogos.

OBS: a imprensa divulgou ter a Federação Carioca de Futebol decidido ser por campeão carioca da temporada-1965 o vencedor da I Taça GB. Com isso, apontaria o seu representante à Taça Brasil. Inclusive, a revista Manchete, por ocasião da conquista da Turma da Colina, estampou o Vasco como o campeão do IV Centenário carioca.

                               

                                                  

                                          TORNEIO INÍCIO-1965

 

Disputado durante a tarde domingueira do feriado de 7 de setembro, no Maracanã, o pouco brilo vascaíno da jornada passou mais pelas chuteiras de Saulzinho. Definido como o batedor de pênaltis do time, em caso de decisões por tal critério, ele fez o chamado dever de de casa, no primeiro jogo vascaíno, terminado no 0 x 0  e que ele transformou em Vasco 3 x 1. Benê ficou com as glórias da partida seguinte, mas, na terceira, a viagem do Almirante ficou pelo caminho. Vejamos:   

  

Vasco 0 x 0 Portuguesa-RJ. Juiz: Arlindo Tavares Pinho. Decisão por pênaltis: Vasco 3 x 1. Batedor: Saulzinho. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo.

 

Vasco 1 x 0 São Cristóvão. Juiz: Antônio D’Ávila Lins. Gol: Benê,  aos 8min do 1° tempo. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Saulzinho, Benê e Nivaldo.

 

Vasco 0 x 1 Flamengo. Juiz: José Aldo Pereira. VASCO: Lévis; Ari, Caxias, Jorge Andrade e Hipólito; Zé Carlos e Bonim, Jorge Laurindo, Rubilota, Benê e Nivaldo.

 

                                        TORNEIO RIO-SÃO PAULO-1965

  

Com seis gols marcados por Célio – contra Palmeiras, Botafogo, América (2), Flamengo e São Paulo -  e um por Saulzinho – diante do Fluminense –, o Vasco da Gama saiu vice-campeão deste interestadual.  Em 16 jogos, somou sete vitorias. Houve mais seis empates  e três escorregadas. O ataque fez 24 gols e a defesa bobeou em 22, tendo Célio, igualado-se a Mario Tilico e os dois ficado com com sete gols, puxando o cordão dos artilheiros vascaíno.

  Foram 10 participantes divididos em dois grupos, um carioca e o outro paulista. Em turno único, eles se enfrentaram dentro de suas chaves, eliminando-se os últimos colocados, para a fase final ter oito equipes e um só turno. O Vasco totalizou os mesmos 17 pontos de Botafgo, Flamengo  e Portuguesa, tendo ficado com o segundo lugar no saldo de gols. Nos primeios amistosos da temporada, Saulzinho e Célio aturam juntos em todos eles. Confiria o que eles fizeram em 1965:

                                         

14.02 -  Vasco 1 x  3 Corinthians. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz:  Cláudio Magalhães. Público: 33.786. Renda: Cr$ 25.860.700,00. Gol: Mário Tilico, aos 46 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

 20.02 - Vasco 2 x  1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Renda: Cr$ 20.183.760,00. Público: 35.235. Árbitro: Armando Marques. Gols: Luizinho Goiano e, Saulzinho. Vasco: Levis; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha (Pereira); Maranhão e Lorico (Quincas); Luisinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

 07.03 -  Vasco 1 x  4 Palmeiras. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Público: 39.806. Renda: Cr$ 20.183.760,00. Gol: Célio, aos 25 min do 2º tempo. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Ari e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Saulzinho); Luisinho Goiano, Célio, Oldair e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

                                                                         . 

24.03- Vasco 4 x  2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queirós. Renda: Cr$ 16.370.010,00. Público:  24.000. Gols: Joel Felício, Maranhão, Célio e, Zezinho. Vasco: Lévis, Joel Felício, Brito, Barbosinha e Ari; Maranhão e Lorico (Saulzinho); Luisinho Goiano,  Célio, Oldair e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira. 

 

04.04 -  Vasco 3 x  0 Santos. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Aírton Vieira de Morais. Público: 42.250. Renda: Cr$ 36.470.180,00. Gols: Luisinho Goiano  e Mário Tilico. Vasco: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); LuisinhoGoiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

07.04 - Vasco 2 x  1 São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Público: 16.300. Renda: Cr$ 10.837.720,00. Gols: Lorico, aos 21, e Luisinho Goiano, aos 24 min do 1º tempo. Vasco: Ita; Joel Felício (Ari), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Luisinho Goiano (Joãozinho), Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

10.04 - Vasco 0 x  0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 64.875. Renda: Cr$ 42.571.580,00. Vasco: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Joãozinho (Nivaldo), Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Técnico : Zezé Moreira.

 

14.04 -  Vasco 4 x  0 América. Estádio: Maracanã-RJ. Público: 5.200. Renda: Cr$ 3.350.670,00. Juiz: Gualter Portela Filho. Gols: Célio (2) e Mário Tilico(2). Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito e Barbosinha; Maranhão e Fontana; Joãozinho, Célio (Nivaldo), Mário Tilico, Lorico (Oldair) e Zezinho (Da Silva). Técnico: Zezé Moreira. 

 

17.04 - Vasco 0 x  1 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 9.000. Renda: Cr$ 6.061.800,00. Vasco: Lévis; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

24.04 - Vasco 1 x  1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 29.448.  Renda: Cr$ 16.098.980,00. Gol:  Mário Tilico, aos 20 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha: Maranhão e Lorico; Luizinho, Mário Tilico (Saulzinho)), Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

02.05 - Vasco 2 x  3 Palmeiras. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Albino Zanferrari Público:  53.400. Renda: Cr$ 35.512.210,00. Gols: Mário Tilico (2) Vasco: Gainete (Ita), Joel Felício, Brito, Fontana, Maranhão, Barbosinha, Luisinho (Oldair), Lorico, Célio, Saulzinho, Mário Tilico e Zezinho (Joãozinho). Técnico: Zezé Moreira. 

 

05.05 - Vasco 1 x  0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 59.318. Renda: Cr$ 34.906.500,00. Gol: Célio (pen), aos 3 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana, Barbosinha, Maranhão, Lorico, Luisinho, (Saulzinho), Célio (Benê), Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

09.05 -  Vasco 1 x  4 São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: José Teixeira de Carvalho. Público: 25.300. Renda: Cr$ 21.867.500. Gols: Célio, aos 30 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico (Saulzinho); Luisinho Goiano(Bené), Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

16.05 -  Vasco 0 x 1 Portuguesa de Desportos. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Armando Marques. Público: 6.100. Renda: Cr$ 4.137.500,00. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão (Oldair) e Lorico; Luizinho Goiano (Araken), Célio (Benê), Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

20,05 -  Vasco 1 x  0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Árbitro: Juiz: Armando Marques. Público: 11.000. Renda: Cr$ 7.578.460,00. Gol: Mári Tilico. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito e Barbosinha (Ari); Maranhão e Fontana; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico, Lorico e Zezinho (Saulzinho). Técnico: Zezé Moreira. 

 

23.05 - Vasco 1 x 1 Corinthians. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Ethel Rodrigues. Público: 14.705. Renda: Cr$ 11.710.490,00. Gol: Oldair, aos 26 min do 1º tempo. Vasco: Amauri; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luisinho (Zezinho), Célio, Lorico e Tião. Técnico: Zezé Moreira.

 

                                 CAMPEONATO CARIOCA-1965

 

O Vasco da Gama terminou a temporada em quinto lugar. Em 14 jogos, venceu sete, empatou  um e perdeu seis, marcando 24 e sofrendo 17 gols. Terminou em quinto lugar. A dupla Célio & Saulzinho só esteve junta em quatro oportunidades -  contra Portuguesa (02.10); Botafogo (17.10); Bonsucesso (24.10) e Fluminense (07.11) -, tendo o paulista sido o artilheiro do time, com sete gols – diante de Fluminense (2), Botafogo (2), América, Portuguesa e Bonsucesso. O gaúcho não balançou a rede em nenhuma das quatro vezes em que jogou.

 Naquela temporada, observou-se a classificação do campeonato de 1964 e rebaixou-se Campo Grande, São Cristóvão, Olaria e Madureira para Divisão de Acesso. Já o Canto do Rio desligou-se da Federação Carioca de Futebol. Confira os jogos cruzmaltinos.

 

12.09.1965 - Vasco 1 x 2 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Renda: Cr$ 12.036.200. Gol: Zezinho, aos 29 min do 1º tempo.  Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Bené, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 


19.09 - Vasco 1 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 38.739. Renda: Cr$ 22.449.100. Gol: Célio, aos 23 min do 1º tempo. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: Zezinho foi expulso de campo.

 

02.10 - Vasco 2 x 0 Portuguesa-RJ. Estádio: Luso Brasileiro, na Ilha do Governador-RJ. Juiz:  Frederico Lopes. Renda: Cr$ 10.406.500. Gols: Zezinho e Luisão (contra). Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Silas; Maranhão e Oldair; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: inauguração do Estádio Luso-Brasileiro, da Portuguesa-RJ.

 

09.10 - Vasco 1 x 2 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 54.809. Renda: Cr$ 32.185.370. Gol:  Mário Tilico, aos 44 min do 1º tempo.Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Oldair; Luizinho, Célio, Mário Tilico e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

17.10 - Vasco 2 x 1 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Renda: Cr$ 24.486.320. Gols: Célio, aos 23 (pen) e aos 31 min do 2 tempo.  Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

24.10 - Vasco 0 x 2 Bonsucesso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-
RJ. Juiz: Antônio Viug.  Renda: Cr$ 5.772.500. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

30.10 - Vasco 4 x 1 América. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 5.493.000. Gols: Maranhão, aos 5 min do 1º tempo; Célio, aos 5, e Lorico, aos 8 e aos 24 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

07.11 - Vasco 1 x 2 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Cláudio Magalhães. Público: 8.171. Renda: Cr$ 9.465.000. Público: 8.161. Gol: Célio, aos min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Lorico; Mário Tillico, Célio, Saulzinho e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira. 

 

14.11 - Vasco 3 x 1 Portuguesa. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.695.000. Gols:  Lorico, aos 6: Célio, aos 18, e Telê Santana, aos 28  min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Telê, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. 

 

21.11 - Vasco 1 x 0 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 25.931. Renda: Cr$ 14.383.140. Gol: Danilo Menezes, aos 6 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel  Felício, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira.

28.11 - Vasco 0 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ.  Juiz: Armando Marques. Público: 73.243. Renda: Cr$ 44.912.000. Vasco: Gainete; Joel Felício, Brito, Ananias, Oldair, Maranhão, Lorico, Luisinho, Mário Tilico, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. 

 

04.12 - Vasco 1 x 2 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Renda: Cr$ 6.675.180. Gos: Maranhão, aos 27 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Joel, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bené, Mário e Tião. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: Maranhão foi expulso de campo aos 43 minutos do segundo tempo.

 

12.12 - Vasco 5 x 1 Bonsucesso. Estádio: da Rua Teixeira de Castro-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 1.108.000. Gols: Oldair,  aos 12, e Célio,  aos 18 min do 1º tempo; Danilo, aos 2; Tião, aos  24 e Mário Tilico, aos 26min do 2º tempo. Vasco: Gainete (Pedro Paulo); Joel Felício, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: Tião consagrou-se, a partir de 1969, no Atlético-MG, como Tião Cavadinha.

 

15.12 - Vasco 2 x 1 América. Estádio: da Rua Álvaro Chaves-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Renda: Cr$ 3.146.000. Público: 2.869. Gols: Ari, aos 6, e Danilo Menezes, aos 11 min do 2º tempo. Vasco: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Célio, Mário Tilico e Tião. Técnico: Zezé Moreira. 

                                             

                                               TAÇA BRASIL-1965

 

 Esta, que foi a primeira disputa do futebol brasileiro, oficializada pela Confederação Brasileira de Desportos. A aprtir de 1959, indicava o representante do país à Taça Libetadores da América. E foi ela que marcou cou a depedida de Saulzinho do Vasco da Gama.

 Foi diante do Santos-SP, durante a noite de 1 de dezembro de 1965, no paulistano Pacaembu, encerrando, também, a parceria dele com Célio que, por sinal, foi o artilheiro do time naquela disputa, com três gols, em quatro jogos.

Saulzinho não renovou contrato, ao final de 1965, porque a sua mulher não se dava bem no Rio de Janeiro. Preferiu voltar para sua terra, a gaúcha Bagé, onde encerrou a carreira, defendendo, mais uma vez,  o Guarany, clube no qual o Vasco fora buscá-lo.

 Neste seu último jogo pelo Vasco da Gama, o time caiu ante um quase imbatível Santos, por 1 x 5, tendo oO treinada Zezé Moreira escalado: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho Goiano); Zezinho, Saulzinho, CXélio e Danilo Menezes -  Célio marcou o único tento da Turma da Colina.

  Saulzinho encerrou a sua história vascaína vice-campeão da Taça Brasil não só por ter participado de um dos dois jogos da decisão, contra o Santos, mas, também por ter atuado na semifinal da quarta-feira 3 de novembro, no Estádio dos Aflitos, em Recife, nos 2 x 2 Náutico-PE.

 Naquela vez, ele entrou em campo no decorer da partida, substituindo Luizinho Goiano. Os dois gols foram marcados por Célio, aos 44 minutos do primeiro tempo e aos 26 da etapa final, tendo Zezé Moreira escalado: Gainete; Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano (Saulzinho), Célio e Zezinho.       

                                                                                                        

                                   FICHA TÉCNICA DA DESPEDIDA

 

 01.12.1965 - Vasco 1 x 5 Santos. Taça Brasil. Estádio: Pacaembu-SPO Juiz. Romualdo Arppi Filho. Gols: Coutinho, aos 5 min do 1 tempo; Dorval, aos 17 e aos 19;Toninho Guerreiro, aos 36 e aos 42, e Célio (pen), aos 37 min do 2 tempo. VASCO: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho);  Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes. Técnico: Zezé Moreira. SANTOS: Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro, Orlando e Geraldino; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Toninho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula

                                                       

                                          ÚLTIMOS GOLS VASCAÍNOS

 

 Foram diante do português Benfica e do piauiense River, amistosamente, as duas últmas bolas mandadas às redes por Saulzinho, com a jaqueta da Turma da Colina.

 Era 1965 e o Rio de Janeiro comemorava o seu IV Centenário. O Vsco da Gama queria participar das comemorações e, então, seu presidente, Manuel Joaquim Lopes, que fora vendedor de pimentões ao chegar ao Brasil, trouxe o Benfica, para confraternização da colônia portuguesa e disputar uma taça com o Almirante, no 8 de julho, no Maracanã.

O time de Lisboa era bicampeão nacional e escalava 10 jogadores da seleção portuguesa que, no ano seguinte, ficaria em terceiro lugar na Copa do Mundo da Inglaterra, eliminando o Brasil. Diante de 37.383 almas – renda de Cr$ 56 milhões, 258 mil, 660 cruzeiros -, aos 28 minutos, Saulzinho abriu o placar, com chute de pé direita, pelo alto, à esquerda do goleiro Costa Pereira – o maior astro português, Eusébio,  empatou, aos 44, e o jogo, apitado por Eunapio de Queirós, auxiliado por Gualter Poertela Filho e Frederico Lopes, ficou pelo 1 x 1.

O Vasco da Gama alinhou: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano, (Bené), Mário Tilico, Saulzinho e Zezinho, enquanto o Benfica, a quase seleção lusa teve: Costa Pereira; Augusto, Germano, Raul e Cruz; Neto e Coluna; José Augusto, Eusébio, Torres e Yaúca (Serafim).

 O último gol vascaíno foi no domingo 29 de agosto do mesmo 1965, no Estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina, com Saulzinho saíndo do banco dos reservas, o árbitro Abdala Jorge Cury, aos 20 minutos do segundo tempo, determinar nova saída de bola -  Mário Tilico, aos 24 min do 1º tempo; Oldair, de pênalti, aos 17 do segundo, e Benê, aos 37, da mesma etapa, marcaram os outros tentos do time que o treinador Zezé Moreira mandou assim ao gramado: Gainete (Ita); Ari, Brito (Caxias), Ananias (Fontana) e Oldair (Zé Carlos); Maranhão e Bonin (Aloísio); Luizinho Goiano, Mário Tilico (Saulzinho), Benê e Zezinho (Joel).       

                                                                        

                                            SAULZINHO & VEVÉ

Além de Célio, um outro atacante a fazer dupla fatal com Saulzinho no atgaque vacaíno foi o pernambucano Vevé. Este, porém, foi emprestado ao Esporte Clube Bahia, em 1964, e a parceria acabou por ali.

O Vasco já havia roubado da torcida do Sport Recife os artilheiros Ademir Menezes, em 1942, e Vavá e Almir Albuqueque, nos anos-1950. Pelos inícios da temporada-1960, um olheiro vascaíno pelo Nordeste viu Vevé jogando pelo time juvenil do Santa Cruz, contra o América de Recife e gostou. Rápid, o cartola Cié Barbosa teve mais veneno do que os caretolas perenambucanos e roubou o atacante Everaldo Lopes, o Vevé, para a nau do Almirante.

Buscado na divisão de base vascaína pelo treinador Paulo Amaral, Vevé estreou em um clássico, com o Fluminense, marcando o gol da vitória, aos 29 minutos de Vasco 2 x 1, em 11 de fevereiro de 1962,  no Maracanã, diante de 25,4 mil pagantes. Naquele dia, no entanto, Vevé e Saulzinho não atuaram juntos, tendo a formação vascaína sido: Ita; Dario, Brito, Barbosinha (Russo) e Coronel; Nivaldo e Viladônega (Javan); Da Silva, Lorico (Roberto Pinto), Vevé e Ronaldo.   

Da primeira vez em que Vevá e Saulzinho foram juto para uma partida um entrou em lugar do outro. No 14 de janeiro de 1962,  quando o Vasco da Gama venceu o Santa Cruz, no estádio da Ilha do Retiro, em Recife, por 1 x 0, com Saulzinho fazendo o gol, aos aos 21 minutos. Depois, ele cedeu vaga a Vevé, tendo o treinador Paulo Amaral usado esta formação: Ita; Paulinho de Almeida, Brito, Barbosinha e Joel; Nivaldo e Lorico: Sabará,
Viladônega, Saulzinho (Vevé) e Da Silva.

A primeira parceria terminou ficando para um outro amistoso, no 21 de janeiro, no Estádio da Pajuçara, em Maceió, em Vasco 6 x 0 Clube de Regatas Brasil-CRB, com cada um marcando um golpara esta formação: Ita (Humberto Torgado, Bellini, Barbosinha e Coronel;  Nivaldo (Laerte) e Lorico (Roberto Pinto); Joãozinho, Viladônega (Vevé), Saulzinho e Sabará.

Nascido em 3  de setembro de 1943, em Recife, Vevé desagradava aos seus pais,  Edvaldo e  Lucinete, com aquela história de querer ser jogador de futebol. Mas quando os dois viram que não iriam impedi-lo, o jeito foi passar a incentivá-lo. Descoberto pelo treinador Valdemiro Silva, o atacante pintou no time juvenil do Santa Cruz, em 1960. Ao fugir para São Januário, estava repetindo um outro goleador surgido no tricolor pernambucano, Gildo, que consagrou-se depois pelo Ceará Sporting.

Em 1962, em oito amistosos, Vevé marcou  sete gols.  Durante o Campeonato Carioca, disputou 15 rodadas como titular, formando dupla de ataque com Saulzinho  Em seguida, o treinador Jorge Vieira o trocou por Viladônega, situação que perdurou pela temporada-1963. Só começou jogando na última partida do Torneio Rio-São Paulo, em dupla ofensiva com Célio, repetido em uma partida pelo Campeonato Carioca – em uma outra, antes, fora parceiro de Altamiro – chances dadas pelo técnico Oto Glória. 


                                                   SAULZINHO X PELÉ

 A data: 16 de fevereiro de 1963. Noite de sábado, no Maracanã, pelo turno único do Torneio Rio-São Paulo. Saulzinho estava escalado, pelo treinador vascaíno Jorge Vieira, enfrentando o Santos, com Pelé no auge. Os  torcedores vascaínos se entreolharam, como se não estivessem acreditando no que tinham visto bater na rede:  Ronaldo, aos 32 minutos do primeiro tempo, e Sabará, aos 12 do segundo, realmente, haviam escrito  dois gols de frente para a Turma da Colina. Por aqui, surgiram lendas, por ter Pelé empatado a partida nos minutos finais.

As mais popularescas contam que os xerifões vascaínos Brito e Fontana tiravam o maior sarro da cara do Pelé, quando o Vasco o vencia. E que, após igualar o placar, o Rei do Furebol teria pegado a bola, a entregue a Fontana e sugerido que ele a levasse, de presente, para a mãe dele. A vrsão do Camisa 10 é:

O Fontana e o Brito me enchiam demais. Toda vez que a bola saía e eu ia busca-la, um deles achutava, pra mais longe, aproveitando que, na época, não havia tantos gandulas. Depois, falavam: “É crioulo, essa não dá mais…”. Só que, faltando três minutos para o jogo terminar, fiz um go (1 x 2. Faltando dois minutos, um outro (2 x 2). Aí peguei a bola, dei-a pro Fontana e disse: “Tá vendo isso aqui? Leve pra a sua mãe, de presente”. Mas eu não falei  “foi o Rei que mandou” (como acrescentram).

  Naquela noite, um velho amigo de Saulzinho, de Bagé, que visitava o Rio de Janeiro, foi ao Maracanã, rever o futebol do conterrâneo e, sastisfeito com os 2 x 0, faltando 10 minutos para o apito final, saiu, pegou um taxi e falou para o motorista: ‘Tchê! Mas que noite sensacional. Vim ver o meu patrício jogar e ganhar do Pelé: 2 x 0”. O taxista, então,  o informou: “O jogo terminou 2 x 2. O Pelé empatou, no finalzinho”.

O Vasco daquela noite: Ita; Joel Felício, Brito, Dario e Barbosinha (Fontana); Maranhão e Lorico (Fagundes); Sabará, Viladônega, Saulzinho e Ronaldo. No Santos, o treinador, Luís Alonso Peres, o Lula, mandou a campo: Gilmar; Dalmo, Mauro e Zé Carlos (Lima); Calvet e Lima (Tite); Dorval, Mengálvio, Pagão (Toninho), Pelé e Pepe.

 

                                           SAULZINHO x GARRINCHA

 

 Foram quatros jogos contra o maior nome do futebol carioca, durante a  temporada cruzmaltina de Saulzinho,   O primeiro. em 19 de novembro de 1961, com goleada botafoguense, por 4 x 0, no Maracanã,  pelo Campeonato Carioca. Nenhum dos dois foi às redes. O treinador Paulo Amaral escalou o Vasco com: Ita; Paulinho de Almeida, Bellini e Coronel; Écio e Barbosinha; Sabará, Viladônega, Saulzinho, Lorico e Pinga.  Pelo lado botafoguense, Marinho Rodrigues contou com: Manga; Rildo, Zé Maria e Chicão; Airton e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Amoroso, Amarildo e Zagallo.

Em 4 de agosto de 1962, pela mesma disputa e no mesmo local, o Botafogo era o favorito, com o Mané Garrincha no auge da popularidade, por ter sido o principal nome da Seleção Brasileira durante a conquista Copa do Mundo do Chile. Tinha, ainda do seu lado, os também bicampeões mundiais Nílton Santos, Didi, Amarildo e Zagallo. Com tantos cobras no gramado, a torcida botafoguense só esperava pelo show de bola dos seus craques. Mas foi Saulzinho quem comemorou: Vasco  1 x 0, embora ele não tivesse marcado o gol da vitória, assinado por Lorico, com o treinador Jorge Vieria escalando: Humberto Torgado; Joel Felícioi, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Vevé, Saulzinho e Tiriça. Eles bateram em: Manga; Joel, Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Aírton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo, chefiados por Marinho Rodrigues.     

  Exatos quatro meses depois, em 4 de novembro, Saulzinho e Garrincha saíram do Maracanã igualados, no 1 x 1, pelo returno do Campeonato Carioca, sem que nenhum dos dois fossem às redes – Quarentinha e Sabará foram, nos lugar deles.  Coincidentemente, os treinadores Jorge Vieira  e Marinho Rodrigues usaram a mesma escalação dos dois clássicos anteriores: Vasco: Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Nivaldo e Lorico; Sabará, Vevé, Saulzinho e Tiriça. Botafogo:  Manga; Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Rildo; Airton e Didi; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo.

  O último Saulzinho X Garrincha rolou em 20 de maio de 1965, pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã e contou com os o paulistsa e o gaúcho juntos duante parte da partida. O Almirante voltou a vencer – 1 x 0 -, mas o treinador  Zezé Moreira só mandou o tchê pro jogo no segundo tempo.  Mário Tilico, aos 44 minutos do segundo tempo, bateu na rede para este Vasco da Gama: Gainete; Joel Felício, Brito e Barbosinha (Ari); Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Célio, Mário Tilico e Zezinho (Saulzinho). O Botafogo, treinado por Admildo Chirol, era: Manga; Joel, Zé Carlos e Rildo; Airton e Zé Maria; Garrincha, Gérson, Sicupira, Bianchini e Roberto.

 

RECORDAÇÕES INESQUECÍVEIS

1 - Saulzinho ficou por São Januário até fevereiro de 1966. De volta ao Guarany, reconquistou o título municipal da temporada, jogando um novo Ba-Guá, evidentemente. Como os rivais ficaram no 1 x 1 e no 0 x 0, a taça teve de ser decidida nos pênaltis. E ele balançou a rede em suas três cobranças, enquanto o adversário  acertou só uma, para o Bagé.

2 -  Em 1967, Saulzinho voltou a ganhar o título municipal, o tetra, vencendo a decisão por 1 x 0, em 18 de junho, em 3 x 2, em 25 de junho. Ele fez o gol do primeiro jogo e mais um no segundo, quando o Bagé chegou a estar vencendo por 2x 0. Como em 1968 não houve a disputa da Liga, Saulzinho foi hexa, em 69 e 70, quando encerrou a carreira, sendo campeão na decisão em que venceu o Bagé por 3 x 0, 1 x , 1 x 0 e empatou, por 1 x 1, no inédito hexacampeonato ocorido em 1970.

 

3 - Pelo tri do Guarany, em 1966,  seu grupo campeão era: Henrique, Darci Menezes, Bejeja, Solis Rodrigues, Danúbio, Sérgio Cabral, Didi Pedalada, Luiz Augusto, William Bond, Machadinho, Válter, Mortosa, Saulzinho, Zé Roberto, Lima. Pedro Celso, Itiberê. Em 1967, o Guarany foi tetracampeão, ganhando do Bagé por 1x 0 e 3 x 2, com estas turma: Henrique, Mano, Solis Rodrigues, Danúbio, Sérgio Cabral, Válter, Amarante, Aécio, Abílio, Saulzinho, Gilberto Andrade, Jara I, Luiz Augusto, Pedro Celso, Nilson, Darci Menezes, Zé Roberto e Didi Pedalada.

 

4 - Em 1969, o campeão Guarany venceu o Bagé, por 6 x 1 e 1 x 0, utilizando: Plínio, Selmar, Danúbio, Ismael Moreira, Zé Roberto, Carlinhos, Ilton, Amarante, Saulzinho, Toninhgo, Abílio, Osmar, Ico, Geraldo, Miconga, Machadinho, Válter Patron, Afonso e Éder. Seus últimos colegas deo futebol, em 1970, durante o inédito hexacampeonato do Guarany, com 1 x 0, 1 x 0, 3 x 0 e 1 x 1 sobre o Bagé,  foram: Jorge, Plínio, Nílson, Neco Oliveira, Selmar, Nanão, Jorge Jobim, Zé Roberto, Jorge Neis, ismael Moreira,Válter Patron, Luiz Auguto, Luiz Fernando Paim, Noel Rubilar Danúbio, Carlinhos, Amarante, Ilton, Afonso, Beto, Toninho, Danilinho, Gilmar, Zico, Maçarico, Celso, Abílio, Créscio  e Vicente.


5 - Saulzinho calcula ter marcado, antes de ir para o Vasco da Gama, uns 90 gols para o Guarany, de Bagé. De volta aos torneios de sua terra,  em 18 e 25 de junho de 1967,  nos dois clássicos pelo torneio citadino, ele fez o gol de Guarany 1x 0 Bagé. No segundo, o Bagé abriu 2x0, mas o Guarany empatou e ele virou o placar, para 3 x 2. Lha agrada ser reconhecido por torcedores como tendo feito parte de uma patota que abusou de botar goleiros pra chorar.

 

6 - Saul Santos Silva, o Saulzinho nasceu em 31 de outubro de 1937, na gaúcha Bagé e jogava peladas pelo time do Auxiliadora. Marcou um golaço, de bicicleta, durante um amistoso, em 1955, tão bonito, que mereceu o reconhecimento do goleiro vazado, Machado, do Nacional, de Porto Alegre. Não precisava mais do que aquilo para o torcedor João Marques do Nascimento convidá-lo para defender o time que exaltava o nome da terra, o Bagé.

 

7 – Saulzinho marcou quatro tentos com a camisa do novo time e não demorou a arrumar encrenca: assinou contrato com o rival Guarany. Evidentemente, que o Bagé reagiria. Apelou ao Conselho Nacional de Desportos e o atacante passou quase todo o ano de 1956 só jogando amistosos. Além de escutar os torcedores do Bagé acusndo-o de ser um "gato", o que na gíria esportiva significav alguém atualndo ilegalmente. Mas o Guarany ganhou a parada. De quebra, interrompeu a série de conquistas do rival, que papava o campeonato municipal, (citadino, para os bageenses), há cinco anos. 

 

8 - Em 1959, a Federação Gaúcha de Futebol mandou Bagé e Guarany disputarem duas partidas, pra ver quem levaria para a sua divisão principal. No primeiro jogo na casa do Bagé, o visitante venceu, por 1 x 0, com gol de Saulzinho. Só que, com a mão na vaga, o Guarany não teria o seu artilheiro no segundo jogo. No dia seguinte à vitória, ele estava viajando para o Rio de Janeiro. O treinador Martim Francisco, que estava treinado o time do Internacional, o indicou ao Vasco da Gama. Com aquilo, ele compareceu ao segundo Ba-Gua, valendo vaga  no Gauchão de Honra, apenas, como torcedor, o que não impediu a torcida alvirrubra bageense de prestar-lhe uma grande homenagem, comemorada, também, com mais uma vitória de suas antiga turma, por 2 x 1.

 

9 - Para tirar Saulzinho do Guarany,  o Vasco da Gama pagou a maior soma até então triada do cofre do Almirante:  Cr$ 2,5 milhões de cruzeiros (moeda da época). O valor da transação assustou aos repórteres que cobriam o clube, pois era superior ao que fora pago pelo grande ídolo Pinga, quatro anos antes. O retorno da grana, porém, não demorou a pintar. Em 1962, Saulzinho superou todos os grandes artilheiros da Cidade Maravilhosa, e liderou o pelotão de fuzilamento do Campeonato Carioca, com 18 gols, deixando para trás feras como Amarildo e Quarentinha (Botafogo). Dida e Henrique (Flamengo); Rodrigo (Fluminense) e Rodarte (Olaria).

 

10 - Com as suas bolas no barbante, naquela temporada, Saulzinho começou a aparecer nas  listas de potenciais parceiros do “Rei Pelé” para a Copa do Mundo-1962. Mas uma contusão que levou quatro meses para ser curada o tirou de combate. Um ano antes, durante excursão ao exterior, ele já havia mostrado que tanto fizesse jogar com a camisa do Vasco, como a do Guarany, de sua terra, que o caminho do gol ninguém lhe fazia desaprender. Voltou trazendo na bagagem 12 bolas no filó.
O final da carreira de Saulzinho foi defendendo o clube que o projetou, o Guarany bageense, após deixar o Vasco, em 1965. Jogou até o início de 1970, quando passou a treinador do time e conquistou um inédito hexa citadino Na caderneta, anotou 101 gols pelo Guarany, 87 pelo Vasco e 4 pelo Bagé. Á última bola na rede foi mandada em 1º de março de 1970, quando o alvirrubro bajeense caiu ante o Cruzeiro, de Porto Alegre, por 1 x 3.
  Na foto, Saulzinho aparece ao lado de Áureo e de Sérgio Lopes, quando viajava com a Seleção Brasileira, representada pela seleção gaúcha, para disputar a Taça O-Higgins, contra o Chile, que ele ajudou a trazer para as prateleiras da então Confederação Brasileira de Desportos-CBD, a atual CBF, trocando a palavra desportos por futebol. Além de atleta e treinador, Saulzinho foi, também, dirigente do Guarany. Colaborou com vários diretorias.  Anote onde ele entra na história da Colina:

 

ARTILHEIROS VASCAÍNOS EM CAMPEONATOS CARIOCAS: 1929 – Russinho (23 gols); 1931 - Russinho (17); 1937 –Niginho (25); 1945 – Lelé (13); 1947 – Dimas (18); 1949 – Ademir Menezes (31); 1950 – Ademir Menezes (25); 1962 – Saulzinho (18); 1978 – Roberto Dinamite (19); 1981 – Roberto Dinamite (31); 1985 – Roberto Dinamite (12); 1986 –Romário (20); 1987 – Romário (16); 1993 – Valdir Bigode (19); 2000 – Romário (19) E 2004 – Valdir Bigode (14); Alecsandro (12) em 2012: Edmílson (11) em 2014.

MAIORES GOLEADORES DA


A temporada de 1966 marcou a oprtunidade de Saulzinho vestir a camisa da Seleção Brasileira. Foi durante a disputa da Taça Bernardo O´Higgins, quando a CBD encarregou a Federação Gaúcha de Futebol de formar uma equipe para represetnar o país naquela disputa, contra os chilenos. O treinador de campo foi Carlos Benevenuto Froner, de 46 anos (futuro guru do técnico pentacampeão mundial Luiz Felipe Scolari, o Felipão), mas oc cargo, oficialmente,  era de Fernando Brunelli.

O Chile estava se preparando para disputar a Copa do Mundo, na Inglaterra. De uma partida parta a outra, modificou bastante as suas formações, enquanto a brasileria foi estável. Saulzinho entrou no decorrer do segundo tempo dos dois dois jogos, sempre no lugar de David (casado com Maria Lúcia, a irmã de Pelé). Com o time usando, em ambas as vezes, camisa canarinha, calção azul e meiões brancos, em 17 de abril, em Santiago, o Brasil venceu, por 1 x 0, e Saul substituiu Davi, aos 18 minutos (73) do segundo tempo. No segundo, em Viña del Mar, o Chile ganhou, por 2 x 1, com a ajuda da  arbitragem, pois, em seu primeiro gol, a bola não entrou. Ari Hercílio a cabeceou, em cima da linha fatal. Pra completar, o jogo terminou cinco minutos antes do tempo regulamentar.

OBS: os convocados foram: Arlindo, Alberto, Altemir, Cleo, Paulo Souza, Áureo, Volmir, João Severiano, Sérgio Lopes, Vieria e Eloi, do Grêmio; David, Sadi e Dorinho, do Internacional; Ari Hercílio, do Floriano; Babá, do Juventude; Birinha, do Brasil de Pelotas; Didi Pedalada e Saulzinho, do Guarani de Bagé; Lambari, do Rio Grande, e Jadir e Joaquim, do Aymoré.     


                                                           FICHAS TÉCNICAS

17. 04.1966 – Brasil 1 x 0 Chile – Taça O´Higgins – Local:Estádio Nacional, em Santiago do Chile. Árbitro: Kevin Howlei (ING). Público: 32.358 pagantes. Gol: João Severiano, o Joãozinho, aos 15 min (60) do 2º tempo. Brasil: Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir. Técnico: Carlos Froner.

 

20.05.1966 – Brasil 1 x 2 Chile – Estádio: Susalaito, em Viña del Mar |(CHI); Taça O´Higgins – Árbitro: Kevin Howley (ING). Público: 19.011 pagantes. Gols: Joãozinho, aos 19 min do 1º tempo; Landa, aos 33, e Valdez, aos 35 min do 2º tempo. Brasil:  Arlindo; Altermir, Ari Hercílio, Áureo (cap) e Sadi; Cleo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Davi (Saulzinho) e Volmir (Vieira). Técnico: Carlos Froner.



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                                          CÉLIO SANGUE VASCAÍNO

 

 Zagueiro que se prezasse jamais bobearia  perto de Célio. Aquele sujeito calmo, que gostava de ficar em casa, só de calção e chinelos, como todo descendente de português, e não dispensava um animado buraco no  jogo de baralho,  tendo por parceiros a sua mulher Nilda e o vizinho Dari, defensor do Fluminense, era um perigosíssimo matador. Que o diga a centena de vezes em que deixou goleiro chorando, no dizer dos locutores esportivos da época.

Para a carioca Revista do Esporte, principal publicação esportiva do país na década-60 - N 246, de 23 de novembro de 1963 - , Célio aliava "a valentia e a determinação de completar uma jogada à inteligência com que conduzia a bola ou a lançava um companheiro". Por isso o incluiu entre os seus considerados 17 atacantes do futebol brasileiro e o candidatava a companheiro de Pelé para a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra – os outros eram Coutinho, o parceiro doRei  no ataque do Santos; Aírton e Dida, do Flamengo; Amarildo e Quarentinha, do Botafogo; Joaquinzinho, do Fluminense; Parada, do Bangu; Nei e Silva, do Corinthians; Ivair, da Portuguesa de Desportos; Servílio e Vavá, do Palmeira; Prado e Pagão, do São Paulo; Flávio, do Internacional-RS; Marco Antônio, do Cruzeiro, e Picolé, do São Bento, de Sorocaba.

Célio foi 100% atleta. Não consumia bebida alcoólica e nem freqüentava as badaladas noitadas cariocas . Preferia colocar o pijama, entre as 22 e 23 horas, para ter uma boa noite de sono e, no dia seguinte, a partir das 6 da manhã, quanto ia ao chuveiro – com o sabonete Gessi – e escovava os dentes, usando o creme Eucalol,  ficava pronto para a dureza dos treinamentos.

 Pelas suas avaliações, Célio achava que, em seus tempos de atleta, camisa ganhava jogo, a depender do estado psicológico de cada um. “Para certos jogadores, a camisa influi", percebia,ao mesmo tempo em que considerava concentração bom, desde que fosse curta. "Longas de modo algum beneficia o atleta", garantia.

Se o pedissem para analzar o seu futebol, Célio respondia: "Não sou dos piores". Considerava Pelé e Gérson, do Botafogo, dois supercraques e admirava muito, também,  o concorrente Vavá, do Palmeiras. Emocionava-se com toda vitória, mas uma delas lhe deu mais prazer: Vasco 1 x 0 Botafogo – 15.04.1964 – pelo Torneio Rio-São Paulo,  em noite de quarta-feira, no Maracanã, cobrando falta diante de 18.774 pagantes – Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmr  (Barbosinha) e Lorico; Mílton, Zezinho,  Célio e Sabará foi o time escalado pelo treinador Duque (David Ferreira).  

  Célio tinha a sua simplicidade por maior admiração pessoal. Como bom descendente de português, preferia as morenas. Pesando 70 quilos, comia de tudo, principalmente os quitutes da Dona Nilda Maria Gianjulio Taveira, evidentemente, cuidando-se para não passar dos limites e perder a mobilidades dos centroavantes impiedosos.  

Terminadas as partidas, Célio corria para uma chuveirada fria. Dificilmente, usava banheira nos estádios, onde muitos atletas até tiravam um cochilo. Isso ele deixava para depois do almoço, principalmente nos dias em que podia ir à praia, junto com a sua mulher. Só não levava a companheira aos seus jogos, pois ela, desde os tempos de namorados, não suportava vê-lo recebendo bordoadas dos zagueiros. Se bem que, depois dos jogos, não deixasse de lhe indagar pelo placar, que ele fazia questão de analisar, pelos videoteipes que as TVs passavam.  

Se dependesse da vontade de Célio, o seu primeiro herdeiro seria um garoto. Mas a cegonha atendeu aos pedidos de Dona Nilda e entregou Flávia Giangiulio Taveira, no domingo, 5 de julho de 1964, na Maternidade Arnaldo de Morais, em Copacabana, às 20h45, pesando 3,550 quilos e medindo 51 centímetros de altura. Naquele dia, Célio estava convidado pelo presidente vascaíno, Manoel Joaquim Lopes, a acompanhá-lo até a mineira Leopoldina, onde assistiriam ao amistoso de um time misto cruzmaltino.Só não foi porque a sua mulher, que era acompanhada, desde o início da gestação, pela médica Teresinha Mota, sentiu-se indisposta. Então, em vez de ir às Minas Gerais, ele viajou entre Ilha do Governador e Copacabana, dirigindo um Dauphine,  apanhado, em Santos, por empréstimo, do seu pai, uns 20 dias antes da chegada da hoje arquiteta e mãe da Miss Paraíba-2010, Natália Taveira, que ficou em quinto lugar no Miss Brasil.

  Era pensamento de Célio, esperar por umas duas temporadas para encomendar um menino e formar um casal. "Depois, a cegonha estará dispensada", brincava. Marcelo, o garoto, chegou, mas o pássaro trouxe, ainda, a Camila, futura jornalista. A prole cresceu, foi acfrescenteadeas por cinco netos.

 Sujeito virador, desde criança, Célio era de assumir posições políticas sem tergiversar. Em 1965,  por exemplo, quando os cartolas e os representantes de sua categoria aboliram o dinheiro extra que os jogadores levavam das assinaturas dos contratos, as luvas, consideradas fator inflacionário no futebol carioca – em substituição, haveria salários mais altos, na realidade, luvas parceladas –, ele ficou contra, por não ver nenhum benefício com a inovação. "Agora, somos ou seremos obrigados a pedir, por favor, algum dinheiro, quando, antes, tínhamos um direito", protestou. Ele era assim: não titubeava quando tinha de assumir posturas.

 Quando um repórter o indagou sobre que o que faria se recebesse uma proposta para amolecer um jogo, pela seção Bate Bola, do N 310, da Revista do Esporte, de 13 de fevereiro de 1965,  Célio afirmou que, se estivesse calmo, não daria atenção. Caso estivesse nervoso, não se responsabilizaria pelo que sucedesse. Sempre ligado na partida, ele era daqueles que não jogava caldo. Jamais deixava de alertar um companheiro que tivesse a posse da bola e viesse ladrão por trás.

Com os árbitros – considerava Armando Marques o melhor – discutira muito em seus inícios de carreira, quando era o capitão do time do Jabaquara e via-se, muitas vezes, esbulhado. "No interior paulista, não era fácil. Tinha-se que gritar", lembra ele, que revoltava-se quando recebia críticas infundadas – se a intenção fosse ajudá-lo, ficava calado.

Célio era capaz, também, de administrar atividades paralelas, sem que uma prejudicasse o seu ofício principal, fazer gols. Um bom exemplo dissso despontou quando ele trocou o Vasco, pelo Nacional, de Montevidéu. Não limitou as suas atividades uruguaias aos gramados. Convidado a apresentar um programa de rádio, a Discoteca do Célio, chegou a dar muito trabalho à concorrência. Certa vez, conseguiu uma entrevistas exclusiva com Roberto Carlos, quando este vivia grandes momentos com sua Jovem Guarda. Em João Pessoa, saiu-se muito bem, também, como comentarista esportivo da rádio CBN, muito depois de encerrar a carreira de atleta.

 

                                             QUERIA SER SANTISTA

Quando tinha 16 de idade, Célio tentou jogar pelo Santos, mas o treinador Ramiro Valente o dispensou.  Então, defendeu a Portuguesa Santista, a Ponte Preta e o Jabaquara, até o Vasco da Gama leva-lo, em 1963. Antes, foi colega de Pelé no serviço militar, no time do Exército, tendo sido campeão Sul-Americano das Forças Armadas, em 1959. 

 

Célio começou a sua vida vascaína vencendo dois torneios internacionais, em 1963: Pentagonal, do México e Quadrangular o  de Santiago do Chile. Depois, ganhou o  Torneio Cidade de Belém-1964 e o Torneio  IV Centenário do Rio de Janeiro-1965, contra a seleção da Alemanha Oriental, do Atlético de Madrid e do Flamengo, encaçapado na final, por 4 x 1. Um pouco mais adidante, faturou o Torneio Rio-São Paulo-1966, dividido com Botafogo, Corinthians e Santos.  

Os 4 x 1 Flamengo foram durante a noite de 21 janeiro de 1965, no Maracanã, com ele marcando dois gols -  aos 39 e aos 42 minutos do 1º tempo, e Saulzinho completando o pancadão, aos 24 e aos 33 do 2º tempo, para esta formação armada pelo treinador  Zezé Moreira: Ita, Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana (Pereira) e Barbosinha;  Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Célio, Saulzinho e Zezinho. 

 Tudo isso começa pelos inícios de 1963, quando o Vasco da Gama girava pelo México e Célio foi enviado para se apresentar ao treinador Jorge Vieira, juntamente com um outro atacante, o Mário Tilico. Jorge o recebeu, friamente, por não tê-lo solicitado, como precedia todo treinador, e até tinha razão de se aborrecer com o reforço não pedido, pois, até então, o currículo de Célio anotava só 35 gols marcados entre Ponte (1959 a 1960) e Jabuca (1960 a 1962). Fora aquilo, o mais importante na carreira do rapaz era só ter sido companheiro de Pelé durante o serviço militar, em Santos, e nascido neto de Antônio Taveira de Magalhães, campeão carioca de remo-1905/1906), pelo Vasco da Gama.

 Pouco? Logo começaria a ser muito. Célio agarrou a chance lhe dada por Jorge Vieira, entrosou-se bem com Saulzinho e saiu do México usando a sua primeira faixa de campeão cruzmaltino, tendo por adversário, na final, o Dukla, da então Tchecoeslováquia, base dos vice-campeões mundiais da Copa-1962, seis meses antes.

Em sua estreia vascaína, Célio substituiu Saulzinho, no decorrer de Vasco 5 x 0 El Oro, com gols por Sabará, Maranhão, Ruvalcalba (contra), Viladônega e Écio, com time sendo: Ita; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Sabará, Saulzinho (Célio), Viladônega e Ronaldo. Uma semana antes (10. 01), sem Célio ainda no time, a rapaziada havia iniciado a disputa, vencendo o América, da Cidade do México, por 1 x 0, com gol por Saulzinho.

Em 20 de janeiro, Célio voltou a entrar no decorrer da partida, daquela vez substituindo Viladônega, no 1 x 1 Chivas Guadalajara, com gol vascaíno por Saulzinho – Ita; Joel Felício, Broto, Barbosinha e Dario;  Maranhão (Écio) e Lorico (Fagundes); Sabará, Saulzinho, Viladônega (Célio) e Ronaldo (Russo). Por fim, o título foi conquistado – 31.01 -  no 1 x 1 Dukla, de Praga, da então Tchecoeslováquia, que levou gol aos 17 minutos, por Ronaldo, e só conseguu empatar aos 42 do segundo tempo – Ita; Joel Felício, Brito, Brbosinha e Dario. Maranhão (Écio) e Lorico; Sabará, Saulzinho, Viladônega (Célio) e Ronaldo (Fagundes). Por ali, Célio começava a conhecer grandes públicos, respectivamente, 80 mil, nos 5 x 0 Oro; 60 mil, em 1 x 1 Chivas, e 50 mil do 1 x 1 Dukla.  

 De volta ao Rio de Janeiro, Célio disputou o Torneio Rio-SP, então maior competição do futebol brasileiro) e fez go (28.03), aos 41 miinutos do primeiro tempo de Vasco da Gama 1 x 1 Palmeiras – Humberto Torgado; Joel Felício, Brito, Barbosinha (Russo) e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará (Joãozinho), Vebé (Laerte),Célio e Ronaldo. A torcida vascaína, porém, só o sentiu mais ídolo quando ele voltou do Torneio Pentagonal do Chile ( 31.03 a 14.04), tendo sido o cara, autor de cinco gols, em quatro jogos - dividiu o título com a Universidad de Chile, por falta de datas para uma decisão.

 De volta a São Januário, Célio disputou o amistoso – Vasco x  Goytacaz, de Campos-RJ e  partiu para nova excursão, daquela vez por África e Europa. Na volta, estreou no Campeonato Carioca, marcando um dos três gols mais rápidos da história do futebol vascaíno: aos 45 segundos dos 4 x 1 Portuguesa-RJ (30.06) – Humberto; Joel Felício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Sabará, Célio, Saulzinho e Ronaldo foi o time escalado por Jorge Vieirra e que teve gols, também, por Saulzinho, aos 35 minutos do primeiro tempo e aos 26 do segundo, etapa em que Sabará, também, deixou o dele, aos 31. Com aquele tento, que o levou para o bloco dosCélio inscreveu o seu nome entre os matadores mais rápidos da Colina, bloco que sai à história liderado por Thiago Galhardo (04.02.2028), aos 18 segundos de Vasco 3 x 1 Volta Redonda-RJ; Nenê (31.05.2016), aos 23 segundos de Vasco 1 x 1 Oeste-SP, Dimas (18.01.1048), aos 40 segundos de Vasco 3 x 1 Cruzeiro.

Naquele Estadual-1963, Célio perdeu o seu primeiro pênalti como vascaíno: durante os 5 x 1 Madureira. Mas terminou a competição com 15 bolas no filó, sendo o segundo artilheiro da disputa, apresentando-se, definitivamente,  à torcida vascaína.

   Pouco tempo depois, já em 1964,  Célio fez uma outra aprsentação para a torcida vascaína, mas longe de casa: jogador sangue quente.

A Turma da Colina excursiava ao Paraguai, disputando torneio quadrangular internacional cucaracha, quando ele cometeu a sua primeira indisciplina  almiranteira. Revoltado contra o juiz de Vasco 1 x 2 Cerro Corá (10.03), que favorecia, desavergonhadamente, ao time paraguaio, o agrediu, mas não foi o expulsou de campo.  Repetiu indisciplina (09.05.1964), aos 51 minutos de Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, pelo Rio-São Paulo, trocando tapas com um adversário.

Por ali, a imprensa passou a escalá-lo no time dos irritadinhos, por já ter sido excluído de  Vasco 0 x 0 Olaria ( 06.03.1963), aos 18 minutos do segundo tempo, devido um outro desentendimeto com rivale. A torcida vascaína, no entanto, não ligou para as críticas, pois ele havia, no jogo anterior, mantido acesa a chama do Time da Virada, marcando o terceiro gol de Vasco 3 x 2 Palmeiras (04.04.1964), na casa do adversário.  Asssim, Célio só frequentou a caderneta da indisciplina em  6 de março de 1963, pelo Torneio Rio-São Paulo, em Vasco 0 x 0 Olaria, no Maracanã, e em 9 de maio de 1963, durante Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, no Pacaembu, em São Paulo. Em ambas as vezes, por trocas empurrões, respectivamente, com o ponta-esquerda bariri Roberto Peniche, um ex-vascaíno, e com o lateral-direito Aberlado, da Lusa.    

                              

                                                        TEMPORADA-1963

 

 O Vasco começara mal o Campeonato Carioca, perdendo do Campo Grande e empatando com o Madureira. Levou vaias de sua torcida, o que Célio achou injusto. E alertou, em entrevista à Revista do Esporte - Nº 233, de 24 de agosto de 1963.

Para ele, os apupos poderiam atrapalhar o  “grande trabalho de profundidade que vem sendo feito pelo treinador Jorge Vieira”. Tinha moral para reclamar. Afinal, voltara campeão do Pentagonal do Méxicio, elogiado por um dos mais experientes e respeitados jogadores do futebol carioca, Barbosinha.

 Em declarações ao Nº 209 da mesma semanária,, de 9 de março de 1963, o zagueiro/lateral afirmou: "Célio é um craque. Em tudo ele nos faz recordar o Delém (ídolo da torcida e goleador negociado com o argentino River Plate). Até o físico é igual. Impetuoso, lutador, poderá dar muitas alegrias à torcida vascaína" – o que aconteceu.   

Célio justificava atuações fracas naquele inicio de Estadual-1963, pelo cansaço do grupo voltado de estafante excursão ao exterior, pouco antes. “Entramos quase sem pernas no campeonato”, afirmou, queixando-se do desgaste físico gerado pelo giro por El Salvador, México, Chile, África e Europa, entre janeiro, maio e junho. “Lá fora, eu e o Saulzinho não jogamos juntos três vezes seguidas, e o time não conseguia atuar duas partidas com a mesma formação”, queixou-se, mais.

 Célio chamava a atenção para o fato de as peças-chaves do time serem jovens e, embora elogiando o meio-de-campo vascaíno, formado por Maranhão e Lorico, que os via em condições de servir à Seleção Brasileira na Copa do Mundo-66, achava que a dupla ainda não tinha “o necessário traquejo e a indispensável experiência para prender e passar a bola, conforme o caso”.  Por isso, pedia o incentivo da torcida. E justificava o pedido, lembrando que aquela mesma  turma  ganhara o Pentagonal do México, diante de seis vice-campeões mundiais, além de ter enfrentado, durante o giro, outros times de primeira  categoria. “Foram provas duríssimas, nas quais o Vasco saiu-se bem, ganhando os maiores elogios da crítica e do público”, recordou.

 Sobre o giro pela África, Célio citou ter o Vasco enfrentado temperaturas de 47 graus à sombra, jogando seguidamente, até chegar à Espanha. “Os colegas resistiram à dureza da excursão por força da obrigação, pois todo o grupo já estava saturado de bola”, garantiu, acrescentando que seriam necessário uns 15 dias de descanso para reposição de energia. “O que nos esperava era a dureza dr campeonato que já estava correndo. Como não poderia deixar de ser, o Vasco sentiu o efeito de excursões cansativas e prejudiciais, perdendo. para o Campo Grande, na segunda rodada”, discutiu, afirmando que que, na passagem pelo Chile, sem muitos desgastes físicos, ainda, “fazíamos gols por música, o gol já vinha feito”, assinalou.

 Embora não tivesse merecido a atenção do treinador Jorge Vieira, quando juntou-se à delegação vascaína, em janeiro no México, Célio elogiava o sistema tático do comandante, considerando-o  “ótimo”, por fechar o meio-de-campo e possibilitar o ataque em massa.  

                                                      REVELAÇÃO 1963?

 

Ao final da temporada 1963, o Vasco DA Gama teve dois atletas apontados, pela Revista do Esporte, entre as revelações do Campeonato Carioca: o goelador Célio e o apoiador Odmar. No caso deste, tudo bem. Mas, no de Célio, foi uma escolha inadequada.

 Ao disputar o seu primeiro Estadual-RJ, Célio, ele havia passado da fase de ser considerado revelação, por já ter participado de campanhas paulistas pela Ponte Preta, de Campinas, e o Jabaquara, de Santo. Até disputado amistosos pelo italiano Milan, que não o levou devido desacertos financeiros com o dono do passe.

Célio chegara ao Vasco da Gama, em janeiro de 1963, para ajudar o clube a conquistar o Torneio Pentagonal do México. Durante o Campeoantao Carioca, atingira a boa marca de 15 gols (três a menos do que o principal matador, o banguense Bianchini), em 22 jogos, atualdo ao lado de  Saulzinho, Altamiro, Mário Tilico ou Vevé. Destaque no ataque de São Januário, como homem-base da dupla fatal, aos 23 anos, não era mesmo pra ser considerado revelação de temporada. Já era uma realidade.

Quanto ao então médio-volante Odmar, cria das bases vascaínas, ele fora promovido ao grupo principal, pelo treinador Oto Glória, que o lançou, naquele 1963, disputando vaga com Maranhão e Écio, para ser o parceiro de Lorico, no meio-de-campo. Quando entrou no time, em 20 de outubro, segurou a vaga e disputou as últimas nove partidas como titular. Mas foi uma promessa que só durou mais uma temporada. Em 1964, Maranhão recuperou sua vaga e Odmar foi para o banco dos reservas, para não aparecer nas escalações de 1965.

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                                                     CASAMENTO

 O ofício de fazer gols para o Vasco da Gama dificultou o casamento de Célio. Por duas vezes, ele teve de adiar a troca de alianças. Só mesmo uma contusão facilitou-lhe levar Ilda ao altar da matriz do Embaré, em Santos. Aconteceu a partir das 17h de 25 de setembro de 1963, durante uma terça-feira. Antes, às 10h30, os dois haviam se casado, civilmente.
 Foi o grande o número de presentes, na maioria amigos do casal. Da turma do futebol,  entre outros, compareceram o atacante corintiano Marcos, colega de Célio no Jabaquara e o presidente Rubens Cid Peres, levando toda a sua rapaziada. A Turma da Colina foi representada só pelo fotógrafo Homero, pois, enquanto Célio casava-se, o time ia a campo vencer o São Cristóvão, por 1 x 0, pelo Campeonato Carioca. 

 Célio entrou na igreja ás 16h45, apadrinhado por Júlio Anleto Bitencourt/senhora e Casemiro Casado/senhora. Ilda, às 16h50, conduzida pelos padrinhos, Adelino Guassaloca/esposa e Roberto Franjeto/esposa, ao som da Marcha Nupcial, de Mendelson (?). Ela usava vestido de gorgorão de seda branca, com uma estola de gripee caindo sobre os ombros. A grinalda tinha incrustações de rosas e flores de laranjeira. O véu era de tule francês, medindo 1m50cm, confeccionado por Esmeralda Mauri, prima da noiva. Custou Cr$ 100 mil cruzeiros. De sua parte, o noivo trajava terno de casemira preto, que custara Cr$ 90 mil. Os sapatos eram do mesmo tom, mas meias, camisa e gravata no branco.

 Célio conheceu Ilda quando jogava pelo Jabaquara. Como ela trabalhava na Secretaria do clube, ele sempre dava um jeitinho de aparecer por lá, encantado com a graça e a beleza da moça. Pelo Natal de 1961, ela precisava da ajuda para fazer compras. Foi o lance perfeito para Célio atacar mais forte. Ofereceu-se para ajudar e, depois das compras, foi ao ataque, marcando o primeiro encontro para decolar um namoro. De início, Dona Ilda, xará da filha, não simpatizou muito com a notícia, Mas, depois de conhecer o futuro genro, deixou o jogo correr, pintando noivados, em

junho de 1962.    

   Ilda Maria Jean Júlio Taveira, nome de casada, tinha 20 anos, ao casar-se com Célio Taveira Filho, de 23. Passaram a lua-de-mel entre a mineira Poços de Caldas, São Paulo e Santos, e a residir na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Célio, porém, voltou daquele período uma fera com os cartolas vascaínos, pois a promessa deles, de ajudá-lo nas despesas casamenteiras ficara só nisso. O que o ajudou mesmo, contou, foi a atitude do goleiro Humberto Torgado, de entregar-lhe toda a gana depositada na caixinha dos jogadores (para a festinha de final de ano) , para ele pagar os compromissos imediatos, Cr$ 40 mil cruzeiros mensais do aluguel de residência e mais Cr$ 20 mil da prestação da compra de imóvel.

Na época, os jogadores tinham desconto previdenciário do antigo IAPC, e Celio dizia estar vivendo com o dinheiro que sobrara das luvas recebifdas  pela mudança do Jabaquesara para o Vasco das Gama.

 Em junho de 1964,    quando esperava pelo primeiro filho, Célio voltou a reclamava dos cartolas. Ao assinar contrato com o Vasco da Gama, ele levaria Cr$ 50 mil mensais, aumentados para Cr$ 70 mil, na época do casório. Devido a inflação alta do período, ele dizia que precisava ganhar Cr$ 180 mil mensais. No meio da reclamação, reclamava de não ter ficado no  Milan, por ter pedido Cr$ 15 milhões, de luvas, quando o clube italiano só oferecido Cr$ 5 milhões. Além de acusá-lo de tentativa de desvalorização, só o lançando em campo pelos 10 minutos finais das três partidas em que entrou.   

 

                                                 TEMPORADA-1964

 Durante as a década-1960, era tradicional revistas esportivas, jornais e emissoras de rádio elegerem a seleção do ano, após o enceramento dos campeonatos estaduais. Como, em 1964, o Vasco das Gama vivia na entressafra, só conseguiu enviar Célio para o time dos melhores do ano.

Para formá-la, a Revista do Esporte ouviu 36 34 profissionais da imprensa esportiva carioca, entre eles nomes famosos, como Antônio Cordeiro (Rádio Nacional), Luís Mendes (TV Rio), José Araújo (O Jornal), Rui Porto e Clóvis Filho (Emissora Continental); Oduvaldo Cozzi (Rádio Mayrink Veiga/TV Excelsior), Benjamin Wright e Waldir Amaral (Rádio Globo); Gérson Monteiro e Milton Salles (Revista do Esporte); Mário Filho, Luis Bayer e Geraldo Romualdo (Jornal dos Sports);Doalcei Camargo (Rádio Guanabara); João Saldanha (Rádio Guanabara/Última Hora/TV Rio), Orlando Batista e Ademar Pimenta (Rádio Mauá);Ricardo Serran (O Globo);  Luís Alberto (Diário de Notícias), Fred Quarteroli (Diário Carioca), Alberto Laurence (Última Hora/Jornal dos Sports); Mário Derrico (Luta Democrática); Don Rosé Cavaca (Tribuna da Imprensa); Sandro Moreira (Última Hora); Armando Nogueira e Marcos Castro (Jornal do Brasil); Halmalo Silva (O Dia/A Noticia); Achilles Chirol (Correio da Manhã); Cid Ribeiro (Rádio Tupi); Raul Longras (Rádio Mundial/A Noite); Carlos Marcondes (Rádio e TV Continental), e Zildo Dantas (O Dia/A Notícia).       

 Tais cronistas elegeram estes os melhores  futebol carioca em 1964: Marcial (Flamengo); Carlos Alberto Torres (Fluminense), Mário Tito (Bangu), Nilton Santos e Rildo (ambos do Botafogo), com o primeiro deslocado para a zaga, já que era lateral-esquerdo; Oldair (Fluminense) e Roberto Pinto (Bangu); Paulo Borges (Bangu), Célio (Vasco da Gama), Parada (Bangu) e Abel (América) -  Célio estava em sua segunda temporada cruzmaltina.

A temporada de Célio fora boa, mas o Vasco da Gama fizera uma fraco Campeonato Carioca, terminando em sexto lugar, atrás de Fluminense, Bangu, Botafogo, Flamengo e América. Enquanto os campeões somavam 39 e perdiam 13 pontos, os cruzmaltinos conquistavam 10 a menos e perdiam 19, distância inaceitável para a tradição do clube, que sofrera seis derrotas e empatara sete jogos – nas  11 vitórias,  marcou 44 e levou 28 gols.

Célio considerou o seu gol mais bonito na temporada o da partida noturna, no Maracanã, de Vasco da Gama 1 x 0 Fluminense. “Um prêmio ao meu esforço e dos companheiros Saulzinho e o Zezinho. Este, depois de ultrapassar o Carlos Alberto Torres, me fez o passe. De frente para o gol, tentei chutar. A bola bateu no Procópio e ficou entre o Saulzinho e o Altair. Como o zagueiro tricolor demorou a rebatê-la, e tchê, rapidamente, chutou ao gol. Novamente, a bola tocou no Procópio, e ia saindo pela linha de fundo. Corri e, antes que ela escapasse, tentei dar um passe para o Saul. A bola, batendo no Altair, que tentou tirá-la de campo, enganou o o goleiro Castilho, que havia saído do gol, tentando a defesa. Mas bola na rede. Perdi o equilíbrio, devido o esforço feito e beijei a grama”, narrou.

O jogo em que Célio fez o seu gol mais bonito no Campeonato Carioca-1964 – aos 20 minutos do primeiro tempo – foi na noite de 13 de setembro, no Maracanã, apitado por Frederico Lopes – Ita; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulziho e Da Silva foi o time. Para vascaínos fanaticaços, foi um acerto de contas da temporada 1952, quando o Vasco da Gama só não ficou campeão carioca invicto porque os tricolores o venceram, por aquele mesmo 1 x 0. Lembram, ainda de outra coincidência: pelo returno do Estadual-1964, os dois times empataram, por 1 x 1 (06.12), tendo empatado, também (11.01.1953), mas por 2 x 2, durante o returno de 1952, invadindo a temporada seguinte. Naquela 1 x 1 de 1964, , o Vasco foi: Ita; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Célio, Saulzinho e Zezinho.

O Vasco da Gama de Célio que detonara o Fluminense vivia uma chamada fase de entresafra. Depois do SuperSuper-1958, até 1964, o máximo que conseguira fora um vice-campeonato estadual, em 1961, junto com Flamengo e Fluminense, mas perdendo dos dois no critério do desempate técnico. Até o início de  1965, nem faixas, nem taças nas rotas do Almirante.

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                                                       O CRAQUE DA CAPA

 

  A Revista do Esporte Nº 343, de 2 de outubro de 1965, traz Célio dividindo a capa,  com o meia tricolor Joaquinzinho, com chamada óbvia: "Dois craques, dois estilos”. Se um era artilheiro e o outro armador, não poderia rolar outra coisa.

A matéria está nas páginas 21/22,  ilustrada por um lance de cada um deles. Diz a publicação que Célio “despontou, de imediato, como ponta-de-lança capaz de enredar as defesas adversárias, com suas tramas, e dar ao time os gols que a torcida recamava”.

O texto afirmava que Célio “batia bem na bola, com os dois pés” e tinha estilo “brigão que vai cavar o gol lá na chamada zona em que os zagueiros usam toda a espécie de recursos para evitar que os atacantes adversários balancem as redes do seu time”. Também, o via dono de muita mobilidade, “motivo porque há ocasiões em que parece um serelepe, pulando daqui para a li, na tarefa de iludir os seus marcadores e, ao mesmo tempo, evitar que as suas canelas sejam devidamente condecoradas pro algum beque mais afoito”.
A matério, ainda, ressaltava que Célio “enche os olhos da torcida: cabecear bem, “testando a bola com pontaria certeira, capaz de assustar qualquer goleiro”. E finalizava: “É veloz com a bola nos pés ou quando se desloca para receber um lançamento”.
             
 Tempos depois, pelo Nº 378, de 4 de junho de 1966, fotografado por Dom Carlos, Célio voltava à capa da semanária, em uma das muitas outras vezes. Na antepenúltima página, a do editorial, o expediente, ao se referir ao atleta, dizia que Célio fizera boas partidas pelo Torneio Rio-São Paulo, “merecendo sua convocação para o escrete nacional” – treinar para a Copa do Mundo.

A matéria  sobr ele estava nas folhas 45/46, com uma “espantativa” chamada:“Ele é vascaíno desde garotinho, mas...   - um explicativo título complementava:“Porque Célio quer deixar o Vasco”.

Segundo a RevEsp, o goleador via-se merecedor de melhor salário e, além de precisar ganhar melhor, para cuidar do futuro, necessitava voltar para São Paulo, a fim de tratar de assuntos particulares, pois a sua família residia em Santos.

Bem antes disso, a revista havia publicado duas capas muito parecidas, entre finais de 1963 e inícios de 1964. Pelo Nº244, de 9 de novembro de 1963, Jurandir Costa fotografou Altamiro, Célio, Lorico (em pé), Sabará e Maurinho (agachados), enquanto a edição Nº 256, de 1º de 1964, a "turma de cima" é repetida, sem os outros colegas, tendo por diferencial a posição dos braços.

Quando lançou as duas tiragens, a publicação tinha oficina e redação no centro do Rio de Janeiro, à Rua Santana Nº 136. Integrava a mesma empresa que publicava a Revista do Rádio, ambas de propriedade de Anselmo Duarte, e contava com os repórteres Adílson Polvil, Waldermir Paiva, Mário Derrico, Nóli Coputinho, Deni Menezes, Tarlis Batista, Ademar de Almeida, Henrique Batista e Otton Corrêa.

Embora o ataque vascaíno figurasse na primeira página, não havia uma matéria sobre o mesmo. Apenas uma citação, no expediente, que o identificava, informando que fora uma das muitas formações da rapaziada durante o Campeonato Carioca. Futebol à parte,  havia  duas páginas sobre o casamento de Célio, com Ilda Maria Jean Júlio Taveira (nome de casada), em 25 de setembro de 1963, na igreja do Embaré, em Santos – e uma apresentação do novo zagueiro da casa, Pereira, emprestados pela Portuguesa de Desportos.

O outro número trazia citação quase idêntica sobre a capa, mas havia matéria – Vasco vai gastar milhões com o futebol – com menção a Célio e Lorico, focalizados como “grandes astros” que não seriam negociados. Neste texto, por sinal, o presidente Manoel Joaqim Lopes e seu diretor João Silva acenavam com a volta aos grandes dias.

A edição, com sempre fazia, cobria o casamento de um atleta popular junto aos torcedores, o zagueiro Brito, em 28 de dezembro de 1963 com Sueli Cardoso dos Santos, na igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Ilha do Governador.

 Célio volta a estampar revisrta, desta vez, pela contracapa da edição Nº 277 de A Gazeta Esportiva Ilustrada que circulou na primeira quinzena de maio de 1965, pelo Ano XII da publicação paulista que se intitulava "a maior revista esportiva do Brasil".

Com sede na Avenida Cásper Líbero, Nº 88, atendendo aos leitores pelo telefone 32-5151, na ocasião, era dirigida por José Carlos Nelli, secretariada por Orlando Duarte. Uma assinatura anual custava Cr$ 3 mil e 300 cruzeiros e o preço de capa Cr$ 200 cruzeiros. Como se disputava o Torneio Rio-São Paulo, o Time da Colina foi o homenageado da semana.

Entre as páginas e 7, a cobertura de Gilberto Renato Rodrigues dizia que o segundo turno da então maior disputa do país "está polarizndo as atençõs da plateia futebolística brasileira" e apresentava fichas técnicas das 16 partidas realizadas até ali. Nelas aparecem Vasco 1 x 1 Fluminense; Vasco 2 x 3 Palmeiras; Vasco 1 x 0 Flamengo e Vasco 1 x 4 São Paulo. O time cruzmaltino que aparece na foto tem Levis, Joel, Brito, Maranhão, Fontana e Barbosinha (em pé, da esquerda para a direita); Joãozinho, Lorico, Célio, Mário Tilico e Zezinho (agachados, na mesma ordem)

 

    

                                                         PENALTYADOR

  Em 1965, Célio fazia parte de mais uma outra galeria: a dos grandes cobradores de pênaltis no futebol brasileiro. Jogava no time de Pelé, Didi (Botafogo), Parada (Bangu), Roberto Dias (São Paulo), Rinaldo (Palmeiras), Fefeu (Flamengo), Gílson Nunes (Fluminense), Flávio (Corinthians), Nair (Portuguesa de Desportos) e Carlos Pedro (América-RJ). Na época, o grande sucesso era a paradinha, inventada pelo Rei do Futebol que andou sendo proibida. Era um deboche.

 Em entrevista à Revista do Esporte- N 333, de 24.07.1965 -, Pelé garantia não pretender, com a sua malandragem,  tirar o goleiro da jogada, como a imprensa dizia. “Eu travava a corrida para o arqueiro se atirar pro canto que tivesse escolhido, E chutava no outro, sempre com a perna direita”, explicou o Camisa 10a. De sua parte, Célio tinha esta receita para a sua cobrança: “A maneira de chutar depende, inteiramente, da ação do goleiro. Normalmente, gosto de bater bem forte, visando um canto qualquer. Porém, na corrida, sempre olho para o goleiro, pra ver se ele se mexe, ou não. No caso de sair para  um lado, procuro colocar a bola no outro”.

 

                                                 ÍDOLO DA COLINA


 Indiscutível! Entre 1963 e 1967, Célio foi um dos maiores, ou o maior ídolo da torcida vascaína, além, de seu maior goleador. Chegou à Seleção Brasileira, mas foi cortado do grupo,  pouco antes da viagem para a a Copa do Mundo-1966, na Inglaterra, jurando ter sido “por motivos políticos, para sobrar vagas para um mineiro e um gaúcho”.

Marcado em um dos supercílio e por várias cicatrizes nas canelas, assinadas pelos becões malvados, mesmo assim ele os encaraava e os avisava: “Bola na área, pelo alto, ou no chão, é minha. Ninguém tasca”.  Foi assim que marcou dezenas de gols com a jaqueta cruzmaltina.

 Neto do português Antônio Taveira, campeão carioca na conquista do primeiro título vascaíno no remo, em 1906, Célio, sempre, se declarou torcedor vascaíno. Ao sair de São Januário, quando não se dava atenção a estatísticas no futebol brasileiro, anotava-se 25 gols, em 1963; 29, em 1964; 32, em 1965, e 14, em 1966, o que totalizava 100, mas poderia ser mais. Saiu campeão do Torneio Internacional de Verão e da Taça Guanabara, ambos de 1965, e do Torneio Rio-São Paulo de 1966, neste emmpatado com Santos, Corinthians e Botafogo – não decidido por falta de datas.

 Com Célio, aconteceu algo curioso, aos 29 de idade, em 1969, quando já estava fora do Vasco da Gama e era ídolo da torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu. Dirigentes santistas queriam vê-lo voltar a jogar ao lado de Pelé, com quem rolara a bola durante o serviço militar e, depois, no escrete canarinho de 1966. No entanto, o treinador santistas, Luís Alonso Peres, o Lula, não o quis, mesmo com o Camisa 10 querendo voltarem a jogar juntos.

 Embora fosse um goleador, nem sempre Célio jogou mirando a rede. No começo da carreira, defendendo a Portuguesa Santista, era lateral-esquerdo, e, assim, chegou a bicampeão juvenil e bicampeão amador em sua terra. Depois, passou (emprestado) pela Ponte Peta e pelo Jabaquara. Segurá-lo na defesa era difícil. Se mandava ao ataque, principalmente quando o time estava perdendo. Chutando forte ao gol, sabendo driblar e adorando deixar marcadores para atrás, não deu outra: foi lançado como ponta-de-lança do Jabuca. Se deu melhor e desembarcou, em seguida, em São Januário. Antes, esteve com um pé no Milan, tendo, inclusive, entrado em dois amistosos rossoneros, durante excursão dos italianos pelo Brasil. Mas o seu clube e os milaness não chegaram a um acordo financeiro.

 No Uruguai, para onde foi, em 1967, Célio ganhou o apelido de El Vingador, por ter marcado um gol que fizera o Nacional vencer o arquirrival Peñarol, diante de imensa plateia, no Estádio Centenário, em Montevidéu. Valeu-lhe muita popularidade, que aumentou com ele tornando-se o quarto brasileiro que mais gols marcou em Taças Libertadores.

Parcia estar escrito que ele seria um gande ídolo da trorcida tricolor uruguaia. Desde 1948, o  Nacional procurava um substituto para o seu grande ídolo argentino Atílio Garcia, que o defendera  entre 1939/1947. Só mesmo a contratação de Célio resolveu o problema.

 Célio estreou nom 11 de fevereiro de 1967, diante de 60 mil espectadores, marcando o gol  de Nacional 1 x 0 Peñarol, batendo falta, aos 15 minutos de jogo válido pela Taça Libertadores, derrubando tabu antigo. "Eu estava recém chegado gado e já tinha aquele clássico pela frente. No vestiário, vendo o time muito preocupado com o tabu, sacudi a rapaziada, com um discurso vencedor. Nem sei se eu deveria cobrar a falta que nos deu a vitória. Enfim, bati e bateu na rede", contou  ele que, em seus últimos tempos uruguaios, jogava mais recuado, avançando pelo meio do campo, deslocando-se pelos flancos e, como sempre, tentando o drible e chutando forte ao gol. Mas gostava mesmo era de entrar na área e balançar o barbante. Para voltar ao Brasil e ficar mais perto da família, que residia em Santos, onde nascera, até perdeu dinheiro. Voltou, por Cr$ 60 mil cruzeiros mensais, o teto corintiano, assinando contrato com duração de duas temporadas.

 Antes de Célio, o Nacional tentou quatro substitutos para Atílio Garcia, todos estrangeiros (quatro brasileiros): Rodrigo: 13 gols/1960 e 24/1961; José Gambiasse (1 gol/1962); Henrique Frade (21 gols/1963) e Jaburu (24 gols/1964). Por ter emplacado, Célio ganhou, por presente, um tango titulado pelo seu nome, com letra de Guzman Ghione e música de Julian Cardozo, após ter marcaado 15 tentos, deixando na torcida a grande expectativa de bater o recorde, de 27 gols, da temporada-1962, do também estrangeiro J.J.Rodriguez

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                                  FOTO DA PARTITURA DO TANGO CÉLIO

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Onze meninos entram em campo/São bravos leões do Nacional/São onze glórias na frente... Célio/O dianteiro mais colossal/Agora se inicia a grande porfia/Os jogadores vem e vão/Grita a gente enquanto os players/Buscam o gol com louco afã/Começam os tricolores seu grande assédio/Já se vislumbra sua ação triunfal/ Chegam os gols do garoto Célio/O homem triunfo do Nacional/Grita o estádio vibra o cimento/Mil vozes gritando estão/Os onze garotos cheios de glória/Coma a trajetória monumental/Dão voltas ao campo esses leões/Com as blusas brancas do Nacional (bis) São campeões da frente...Célio/O artilheiro sensacional/Entre aplauso e o entusiasmo/Os gritos não param mais/E lá no mastro galhardamente/A grande bandeira flamejante está.

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                                              LONGE DA COLINA

  Célio sentia-se sem ambiente em São Januário, pelo final de 1966. Dizia, abertamente, que a única solução era sair, e o “quanto maia cedo melhor”reclamando de, sempre, ser considerado o principal culpado pelas derrotas. Via a stuação levandoi os companheiros a não confiarem mais nele e poucos lhe apoiando, moralmente, como queixou-se à Revista do Esporte – N  433, de 24.07.1967 . “Cheguei a pedir ao treinador Zezé Moreira que me barrasse, mas ele respondia que confiava em mim. Então, eu ia para o sacrifício”, afirmou.   

Para a imprensa carioca, fora uma "uma surpresa" a venda do seu passe de Célio ao uruguaio Nacional, de Montevidéu. Mas ele já esperava por uma investida do  clube que, de há muito, demonstrava interesse pelo seu futebol.

Para continuar vascaíno, Célio pedira  o pagamenteo da metade do preço de um apartamento (valia Cr$ 32 milhões de cruzeiros). Do Nacional, recebeu US$ 35 mil dólares e o pagamento dos 15% do valor do seu passe, US$ 60 mil dólares. Por três anos de contrato, passou a ganhar US$ 500 dólares mensais durante a primeira temporada, subindo para 500 e 700 dólares nas duas seguintes. Além disso, o clube alugou para ele um apartamento mobiliado, em um bairro nobre da capital uruguaia.

Depois da saída de Célio, o Vsco contratou, para fazer gols, Nei Oliveira (ex-Corinthians), Paulo Bim (ex-Comercial de Ribeirão Preto) e profissionalizou Adílson, irmão de Almir Albuquerque, gastando Cr$ 230 milhões de novos cruzeiros (moeda da época). 

Antes de venderem o passe de seu artilheiro aos uruguaios, os vacaínos chegaram a negociar com o São Paulo, masnão houve acoredo financeiro. Felizmente, segundo Célio. “Fui muito bem recebido por jogadores, diretores e imprensa uruguaia. Rapidamente, senti-me à vontade entre os companheiros, parecendo que eu jogava pelo Nacional há muitos anos”, declarou.  

 

                                                 AS LUZES DE BRASÍLIA

 

  A noite do 31 de março de 1966 rolava. Para ela estava marcada a  inauguração dos refletores do então Estádio Nacional de Brasília – Pelezão, a partir da década-70 –,  com as presenças de Vasco da Gama e Flamengo, o que seria um acontecimentaço para os desportistas da capital do país, onde os times eram amadores.

Célio foi o grande nome da partida, marcando os dois tentos da vitória vascaína, por 2 x 1 – aos 35 do 1º tempo, e aos 9 da etapa final -, em amistoso apitado pelo árbitro local Idélcio Gomes de Almeida, com Zezé Moreira alinhando assim a sua rapaziada: Amauri; Joel Felício (Gama), Brito (Caxias), Ananias e Hipólito; Maranhão e Danilo Menezes; William, Célio, Picolé (Zezinho) e Tião (Ronildo).

Quase nove meses depois, em 15 de dezembro, Célio voltaria ao mesmo estádio para se despedir da camisa vascaína, vencendo, amistosamente, o Rabelo,  por 2 x 0. Um antigo xerifão vascaino da década-1950, Ely do Amparo, o comandou, por estas formação: Édson Borracha (Valdir Appel); Ari, Hélio, Fontana e Silas; Salomão (Maranhão) e Danilo Menezes; Nado, Paulo Mata, Célio e Zezinho.

Ao deixar o Vasco, Célio contabilzava cerca de 100 gols, que poderiam ser  mais, pois não havia preocupação com as estatísticas nmo futebol brasilero. Seriam 25 gols, em 1963; 29, em 1964; 32, em 1965, e 14, em 1966. A partir de 1967, no Uruguai, ele tornou-se um grande ídolo da torcida do Nacional, de Montevidéu. Até hoje, é o quarto brasileiro que mais gols marcou em Taças Libertadores.

 Pouco passado de uma temporada de sua saída do Almirante, para a qual ajudara a conquistar o Torneio Pentagonal do México-1963; o I Torneio Internacional IV Centenário do Rio de Janeiro e a Taça Guanabara, ambas em 1965, além do Torneio Rio-São Paulo-1966, Célio e o Vasco da Gama estariam se revendo por lados opostos. Aconteceu durante a quinta-feira 25 de maio de 1967, no Maracanã, diante de 24. 331 pagantes, pela Taça Governador Negrão de Lima, com os cruzmaltinos mandando 2 x 0 Nacional, de Montevidéu .

Célio defendia o tricolor uruguaio desde os inícios da temporada-67 e encarou os antigos companheiros por esta formação: Dominguez, Ubinas, Manicera, Mujica (Ancheta), Alvarez; Viera, Bita (Cúria), Montero, Célio, Paz (Techera) e Uruzmendi. De sua parte, treinado por Thomas Soares da Silva, o antigo meia Zizinho, o time vascaíno alinhou: Fraz; Ari (Nilton Paquetá), Ananias e Jorge Andrade; Oldair, Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho, Bianchini, Paulo Bim e Moraes, com com gols marcados por Maranhão, de pênalti, aos 16, e Paulo Bim, aos 33 minutos do segundo tempo.

Depois daquilo, a torcida do Vasco da Gama levaria 22 temporadas para assistir jogo de um outro grande ídolo contra a sua rapaziada: em 21 de outubro de 1989, pelo Campeonato Brasileiro, quando Roberto Dinamite vestia (emprestado) a camisa da Portuguesa de Desportos, no jogo terminado em 0 x 0, em São Januário, em um sábado. Mas, ao contrário de Célio, que teve 24.531 pagantes vendo-o contra o Vasco - arbitrado por Gualter Teixeira Portela Filho -, o Dinamite não motivou além de 7.502 almas pagantes - José de Assis Aragão-SP apitou e a Turma da Colina, comandada pelo técnico Nelsinho Rosa, foi:  Acácio; Ayupe, Sidnei, Leonardo Siqueira e Cássio; Zé do Carmo, Andrade, William e Marco Antônio Boiadeiro; Anderson (Vivinho) e Tato.

                                                       

                                                  MISSÃO DIFÍCIL

Célio havia ido para São Januário com a missão de substituir um ídolo da torcia vascaina, o atacante Delém, que fora  para o argentino River Plate. Um desafio e tanto! Mas ele não se intimidou.  De estilo brigão, entrão, como definiu o repórter De Santis, pelo número 343, da Revista do Esporte, de 2 de outubro de 1965, ele era cavador de gols, dono de muita mobilidade, “parecendo, em algumas ocasiões, um serelepe, tentando iludir os marcadores, para evitar rasgos em suas canelas”, comparava o jornalista, indo além e citando outras qualidades do atleta: “Cabeceia bem, testando a bola com pontaria certeira, e é veloz, com ela nos pés, ou quando se desloca para receber um lançamento”.

Na edição anterior do semanário, de 25 de setembro, a matéria “Os maiores inimigos dos goleiros”, Célio era incluído num time que alinhava terríveis artilheiros da metade da década-60, como os santistas Pelé e Pepe; os alvinegros Garrincha e Didi, este pela excelência nas cobranças de faltas; o corintiano Flávio Minuano; o banguense, Parada, também,  grande batedor de faltas; o rubro-negro Dida e os palmeirenses Tupãzinho e Servílio. Sobre Célio, a revista citou que ele se destacava “pelo arremesso violento e que havia marcado muitos gols “graças à potência do seu chute”. 

 A contratação de Célio pelo Vasco da Gama foi indicação do meia Lorico e do treinador Aymoré Moreira. O passe pertencia ao Jabaquara, de Santos, e custou Cr$ 11 milhões de cruzeiros, tendo ele recebido Cr$ 2 milhões, pelos 15% do valor da transação, como mandava a lei da época, sendo Cr$ 1,5 milhão pago pelo time cruzmaltino e o restante pelo Jabuca. Entre luvas e ordenado, começou ganhando Cr$ 115 mil mensais, além de moradia e alimentação às custas do Vasco.

 Assim que Célio chegou em São Januário, ele contou, em sua primeira entrevista, que a sua intimidade com os gramados começara quando ele era garoto e residia próximo ao estádio da Portuguesa Santista. “Eu ia assistir ao treinos, dava uma de gandula e, nos intervalos, até batia bola com a rapaziada. Aos 12 anos de idade, entrei para os juvenis da Lusinha. Aos 16, já era aspirante. Mas não fiquei no clube. Em 1958, fui para a Ponte Preta, de Campinas. Pelo final de 1959, voltei a Santos e joguei pelo Jabaquara”, contou à Revista do Esporte -  Nº 205, de 16 de fevereiro de 1963. 

Em 1964,  o Vasco excursionou ao Paraguai, disputou um torneio quadrangular internacional cucaracha e Célio cometeu a sua primeira indisciplina como almiranteiro. Revoltado contra o juiz de Vasco 1 x 2 Cerro Corá (10.03), que favorecia, desavergonhadamente, ao time paraguaio, agrediu o apitador, mas não foi o expulsou do gramado. Repetiu a indisciplina (09.05.1964), aos 51 minutos de Vasco 3 x 3 Portuguesa de Desportos, pelo Rio-São Paulo, trocando tapas com um adversário.

Com Célio excluído da partida, por ali, a imprensa passou a vê-lo com jogador sangue quente, que já havia sido expulso de campo durante  Vasco 0 x 0 Olaria ( 06.03.1963) aos 18 minutos do segundo tempo, juntamente com o olariense Roberto Peniche. A torcida vascaína, no entanto, não ligou para as críticas, pois ele havia, no jogo anterior, mantido acesa a chama do Time da Virada, marcando o terceiro gol de Vasco 3 x 2 Palmeiras (04.04.1964), na casa do adversário.    

  Um outro crédito a Célio lhe foi dado pela galera vascaína, pouco depois, pela conquista do Torneio Francisco Vasques, no Pará (11 a 17.10.1964), com 1 x 0 Paysandu; 3 x 1 Tuna Luso e 3 x 2 Remo, com notícias enviadas ao Rio de Janeiro sobre a sua grande raça e dois gols marcados na conquista de mais caneco carregado para as prateleiras da Colina. Com 16 gols pelo Campeonato Carioca-1964, três do Torneio Rio-São Paulo e 11 em amistosos, fora boa a temporada para Célio.

Em 1965, Célio começou vencendo o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, marcando dois gols nos 4 x 1 Flamengo da decisão – antes, 3 x 2 Alemanha Oriental.  Depois, foi campeão do Torneio Cinquentenário da Federação Pernambucana, no 1 x 1 Náutico, marcando o gol do título, o seu quarto com a jaqueta vascaína – antes, Pentagonais do México e do Chile e o I Internacional do IV Centenário-RJ.

A seguir, teve boas atuações durante Torneio Rio-São Paulo, quando marcou seis gols. Veio a I Taça Guanabara e ele foi campeão vencendo o Botafogo (2 x 0) na final. Mereceu convocação para a Seleção Brasileira. Amistosamente, atuou em Brasil 2 x 0 Alemanha Ocidental e Brasil 0 x 0 Argentina, entrando no decorrer das partidas e formando dupla ofensiva canarinha com Pelé. Quando ganhou a Taça GB-1965, em cima de Garrincha, aquele foi o seu quinto título vascaíno, sendo o principal artilheiro dadispuytas, com seis gols.

Célio foi, ainda, vice-campeão da Taça Brasil-1965, decidida contra o Santos, de Pelé, e marcando três dos quatro gols vascaínos no torneio hoje unificado ao Campeonato Brasileiro, pela CBF. No curto campeonato Carioca, com oito times só, repetiu os seis gols do Rio-São Paulo e terminou a temporada com 33 tentos.  

Em 1966, Célio jogou a sua última partida vascaína (11.12), em Vasco 2 x 0 Olaria – Edson Borracha; Ari, Brito, Ananias e Silas; Oldair e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Moraes foi o time, dirigido por Ely do Amparo e teve seus gols marcados por Nado e Alcir, em São Januário - o último gol vascaíno por Célio foi em (26.11) Vasco 2 x 1 Bonsucesso, do Campeonato Carioca, diante de 13.373 pagantes, no Maracanã, aos 32 minutos do segundo tempo, por formação com a mesma defensiva citada acima. Só o ataque – Zezinhio, Célio, Paulo Mata e Moraes – foi diferente.

Vale ressaltar que, pela Taça Guanabara-1966, Célio teve atuações pouco produtivas. Nenhum gol, atuando em três dos cinco jogos do clube. Mas, com três tentos no Campeonato Carioca e seis no Rio São Paulo, totalizou 16 na temporada.

 Embora campeão do Torneio Rio-São Paulo, empatado com Botafogo, Santos e Corinthians, por falta de datas para a decisão, o time vascaíno termnou  o Campeonato Carioca com rendimento muito abaixo do esperado. No turno classificatório, fico em sexto lugar, com 12 pontos, em 11 jogos - cinco vitórias, dois empates e quatro derrotas. Marcou 16 e sofreu 11 gols. Esteve a sete pontos do primeiro colocado. No turno final, subiu um degrau, terminando em quinto lugar, com  sete pontos, em sete jogos, vencendo três, empatando um e perdendo três. Marcou sete e levou 11 gols.

Célio começara a temporada-1966 assombrando goleiros, como sempre. Marcou seis gols, em oito amistosos, entre janeiro e março, e mais seis, em nove jogos do Torneio Rio-São Paulo. Mas no Carioca ficou só por três visitas às redes : 22.09.1966 - Vasco 3 x 0  Olaria; 25.09 - Vasco 3 x 1 Portuguesa e 26.11 - Vasco 2 x 1 Bonsucesso.  Foi compensar aquela fase fraca, a partir de 1967, defendendo o Nacional, de Montevidéu, por três temporadas e meia, e marcando 21 gols em jogos da Taça Libertadores , o que faz dele segundo artilheiro do clube uruguaio na disputa, além de ter ganhou dois títulos nacionais uruguaios. Voltou ao Brasil, para defender o Corinthians, entre julho de 1970 e até 1971, marcando só quatro tentos, em poucos jogos. Vestiu, ainda. a camisa do Operário, de Campo Grande-MS, em jogos amistosos. E foi tudo nos gramados. Depois, tornou-se empresário exportador de frutas, na Paraíba, esteve comentarista de rádio e trabalhou para o Botafogo, de João Pessoa. Muito religioso, apegado ao espiritismo,  viveu atée 29 de maio der 2020, perto de atingir oito décadas de transação por este planeta. Partiu deixando quatro filhos (dois homens e duas mulheres) e cinco netos.

 

                                        GOLS MAIS BONITOS

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Célio considera seu tento mais bonito o marcado na noite de 21 de janeiro de 1965, no Maracanã, decidindo o I Torneio Internacional de Verão, contra o Flamengo. Relata: “O goleiro deles, o Marcial, defendeu a bola, e eu me abaixei, como se estivesse amarrando as chuteiras. Fiquei com o rabo de olho ligado nele, que me intuiu  repor a bola para a lateral-esquerda. Quando o fez, dei o bote, no bico da grande área, e toquei na pelota por cima dele, que saiu correndo. Até conseguiu pegá-la, mas caiu com bola e tudo dentro do gol” – Ita; Joel Felício (Massinha), Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico (Joãozinho), Saulzinho, Célio e Zezinho foram os escalados por Zezé Moreira, assistidos por 59.814 pagantes.

  Dois anos antes, Célio marcou um daqueles gols que não saía da sua memória. “Contra o Penãrol, no Chile (09.04.1963). Perdíamos, por 1 x 0, e houve um pênalti contra nós. Como o nosso goleiro fez grande defesa, nos animamos e, num dos nossos ataques, o Joãozinho sofreu pênalti. Cobrei-o e igualei o placar – aos 3 minutos da etapa final - , algo muito importante, para mim, que estava iniciando a minha vida cruzmaltina – Humberto Torgado;  Joel Falício, Brito, Barbosinha e Dario; Maranhão e Lorico; Joãozinho, Saulzinho, Célio e Ronaldo foi a escalação do teinador Jorge Vieira.

Também, valeu muito, para  Célio, seu gol, pelo Campeonato Carioca-1963, contra o Olaria (10.08 ) clube que o Vasco da Gama não vencia, há duas temoradas. “Recebi a bola no meio do campo e ataquei. Como o meu marcador foi recuando, em vez de me combater, perto da grande área, vi que dava pra arriscar. Mandei uma bomba, chute tão bem disparado, que nem senti o pé trabalhar. A bola bateu no travessão e quicou dentro do gol. Ganhamos, por 1 x 0, e acabamos com o tabu” - comemorou.

Também, diante do Olaria, mas no campeonato de 1964, Célio mandou pra rede outro dos gols que ele considera dos seus mais bonitos (13.11), assistido por 5.479 pagantes, à noite, no Estádio General Severiano, com Vasco da Gama 5 x 0. “O lance começou na nossa linha média. O Mário Tilico, que estava pela ponta-direita, trocou a sua colocação comigo, movimentação sem bola, pra confundirmos a marcação. Foi para o miolo do ataque. No instante, o Lorico mandou a bola para a ponta-esquerda. Pressenti que dali sairia um cruzamento e corri  para área. A bola chegou-me à meia-altura. Peguei-a de bate-pronto e fechei o placar. Fiz três, naquela partida”, relembrou, tendo marcado os gols aos cinco minutos do primeiro, e aos 15 e aos 32 do segundo,  jogando pela formação: Lévis (Ita); Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho, dirigidos por Ely do Amparo.

Ainda de 1964, mas contra o Bonsucesso, Célio separou outro gol. “Eles vieram  para o nosso campo, e nós recuamos. No sufoco, a nossa zaga mandou um chutão, pra frente.  A bola caiu nas costas do zagueiro Zé Maria, que deu-me  a entender que não chegaria nela. Corri para o lance. A pelota quicou no gramado, a conduzi com a barriga, com os braços levantados, pra fugir de reclamações de que a teria ajeitado com uma das mãos. Quando o goleiro deleso saiu, para tentar a defesa, o, encobri” rede”, descreveu sobre os 4 x 2 (31.10), quando marcou, aos 35 minutos da etapa inicial, e aos nove da final, no Maracanã – Miltão; Joel Felício, Caxias, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico; Mário Tilico, Saulzinho, Célio e Zezinho, armados por Ely do Amparo.

Célio sempre achou que “quem não tenta não faz”. Por isso, agia assim, marcando gols bonitos e preciosos. Dos goleiros de clubes cariocas, embora considerasse o tricolor Castilho o melhor , era contra o botafoguense Manga que ele tinha mais dificuldades de vazar. “Mas fiz um nele que valeu muito. De falta (15.04.1964). Dando a entender que não botava fé na minha cobrança, ele mandou a barreira abrir, confiante, pois era considerado o melhor se sua posição no país. Fui para a cobrança, com redobrada vontade de fazer o gol. A bola voou, com muito efeito, e sua queda no fundo da rede nos valeu bicho de Cr$ 100 mil cruzeiros, para cada jogador, pela nossa vitória, por 1 x 0”, destacou, do prélio pelo Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, que recebeu 18, 774 pagantes, com o Almirante alinhando: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odmar (Barbosinha) e  Lorico; Milton, Zezinho, Célio e Sabará foi o time armado, pelo treinador Davi Fereira, o Duque, que segurou astros como Rildo, Garrincha, Gérson, Jairzinho Quarentinha e Zagallo. 

Dos seus inícios de carreira, Célio destaca dois gols marcados, em 1962, pelo Jabaquara. No primeiro, enfrentava o favorito Corinthians, na Vila Belmiro (estádio do Santos). “Perto do final da partida, eu estava pela intermediária. Lançado e lancei o Marcos (ponteiro que, depois, foi corintiano e da Seleção Brasileira). Nós, que havíamos recuado, para ajudar a defesa, tabelamos, até a grande área deles. Em seguida, ela abriu foi à linha de fundo e cruzou, na medida. Antecipei-me ao goleio e a um zagueiro deles, fazendo o tento da nossa vitória, por 2 x 1. Foi o meu primeiro grande gol como profissional.”

O outro golaço, pelo Jabuca, foi descrito assim: “Enfrentávamos o Noroeste, em Bauru, e perdíamos, por 3 x 2. Pra piorar, tivemos o nosso zagueiro central expulso de campo. Então, recebi a ordem de ir pra  zaga. Nos últimos minutos, desarmei um ataque do Norusca e fui saindo da nossa área, com a bola dominada, procurando alguém para entregá-la. Como não aparecia ninguém para receber, ou me combater, de repente, eu já estava na entrada da área deles. Bati forte, pelo alto, mandando a bola no ângulo. Mas não me lembro mais se no direito, ou no esquerdo. Foi um belo gol”.Célio tinha esta receita para fazer gols: 1 – escapar das botinadas, maliciosamente, para desarmar o adversário; 2 – chutar ao gol de qualquer distância, havendo ângulo favorável; 3 – tentar trabalhar a bola até a “zona perigosa, para deixar meio- gol garantido; 4 -  ficar atento à movimentação da bola, só desistindo dela quando ela ultrapassar a linha de fundo; 5 – evitar a tentação de fazer o gol com as chamadas bolas colocadas. “Um erro beneficia o goleiro. Deve-se tentar o chute forte e certeiro”, pregava.

 

                                        RECEITA PARA FAZER GOLS

 A Revista do Esporte - Nº 263, de 31 de março de 1964 - colocou Céliloi em sua capa, ao lado do rubro-negro Aírton e colheu daqueles dois dos mais destacados pontas-de-lanças do Campeonato Carioca-1963 as suas receitas para balançar as redes. Ambos marcaram 15 gols no Estadual, três a menos do que o principal artilheiro da temporada, o banguense Bianchini, e dois abaixo do tricolor Manuel.

A receita do vascaíno: 1 – empenho; 2 – coragem; 3 – técnica; 4 – malícia; 5 –chutes bem colocados. A revista considerou Célio um atacante mais técnico e mais sutil do que o companheiro rubro-negro, “procurando conseguir o seu objetivo sem fazer muito uso do corpo”. Disse, também, que ele teve atuações de realce e marcou a sua presença no certame assinalando gols de boa feitura, firmando o seu prestígio de artilheiro.

 A semanária, ainda, via Célio como um atacante que preferia “levar uma defesa de roldão, com jogadas técnicas e, muitas vezes, cerebrais”. Não o tinha por “rompedor de defesas no peito” e afirmava que ele jogava assim desde os seus tempos de Jabaquara, onde mostrava-se “atacante dos mais talentosos”.  À época, ele estava com 23 anos de idade e dizia que o mais importante para o sucesso de sua carreira era marcar muitos gols, para ter o nome sempre em evidência.  

Entre outras, Célio foi capa, também,  da Revista do Esporte Nº 378, de 4 de junho de 1966, fotografado pro Dom Carlos, no ano VIII da publicação. Na antepenúltima página, o expediente, ao se referir a ele, dizia que fizera boas partidas pelo Torneio Rio-São Paulo, “merecendo sua convocação para o escrete nacional” – que treinaria para a Copa do Mundo.
matéria estava nas folhas 45/46, com a chamada (“Ele é vascaíno desde garotinho, mas...”) e um explicativo título (“Porque Célio quer deixar o Vasco”), com texto de Milton Salles e fotos de Osmundo Salles. Com a convocação para a Seleção Brasileira, o Vasco da Gama propôs-lhe renovar o contrato em vigor, mas ele não aceitou, “pouco mais de Cr$ 700 mil mensais”, o quanto ganhava o lateral-esquerdo Oldair Barchi, além, da promessa de boas gratificações e fortalecimento do time. Preferia sair, levando os 15% que a lei do passe dava ao atleta.

“Esta é a saída para o meu caso. Para que eu viva tranquilo, só mesmo conseguindo a minha venda para um clube paulista. Caso contrário, eu passaria a vida inteira atrás dos dirigentes do Vasco, suplicando melhoria de salário para poder ficar descansado”, explicava-se o atleta, que, no ano seguinte, fora negociado para o futebol uruguaio. 

GOLEADOR NO URUGUAI-   Estatístca dos gols de Célio, pelo Nacional, do Uruguai, elaborada pelo Santiago Grazzi. O atacante disputou 175 partidas e cravou 92 gols para o time de Montevidéu, assim distribuídos, por ordem alfabética: Atlanta-Arg (2); Barcelona-Equ (1); Cerro-Uru (6); Cerro Porteño-Par (4); Casa de Galícia-URU (1);Colo-Colo-Chi (1); Combinado Wanderers/EvertonChi (2); Corinthians-Bra (1); Danúbio-Uru (2); Defensor-Uru (4); DeportivoCali-Col (3); Depotivo Valencia Ven (2); Emelec-Equ (2); Estudiantes de La Plata-Arg (2); Guarani-PAR (1); Huracan-Arg (2); Huracan-Uru (2); Independiante-Arg (2); Independiante-Bol (2); Independiente Santa Fé-Col (1); La Luz-Uru(1); Libertad-Par (2); Ligas Agrarias de Salto-Uru (3); Ligas Regionales del Sur (1); Liverpool-Uru (5); Nacional de Durazno (Uru (2); Peñarol-Uru (4); Rampla-Uru (4); Rentistas-Uru (4); Resto de America –Ame (1); River-Uru (2); River Plate-Arg (1); San Lorenzo de Almagro-Arg (1); Seleção Berlim Este-Alem.Oriental (1); Seleção de Durazno-Uru (2); Seleção de Lavaleja-Uru (Seleção de Rivera-Uru (2); Sparta Praga-Tehc (1); Sporrting Cristal-Per (2); Sud America-Uru (4); Universidad de Chile (5) e Wanderers de Melo-Uru (1).

                                     CÉLIO & MÁRIO TILICO

  Além de formar dupla fatal com Saulzinho, uma outra em que Célio caiu muito bem foi com Mário Tilico. Atuaram juntos,  pela primeira vez, em 3 de fevereiro de 1963, no 1 x 1 Toluca, amistosamente, na cidade mexicana do mesmo nome do clube. De cara, Mário bateu na rede, empatando a partida, aos 33 minutos do segundo tempo - Ita; Dario, Russo, Barbosinha e Coronel; Maranhão e Lorico; Célio (Viladônega), Saulzinho Mário e Ronaldo ( Fagundes) foio a formação.

 Pouco antes de se tornarem colegas de time, quando Célio defendia o Jabaquara, o Tilico jogava pela paulistana Portuguesa de Desportos. Quando se reuniram, o Almirante excursionava pelas América e eles foram enviados como reforços para o treinador Jorge Vieira.  Em 10 do mesmo fevereiro, voltaram a atuar juntos, daquela vez como dupla matadora, em Vasco da Gama 2 x 0 Seleção de ElSalvador - Sabará, Viladônega, Célio e Mário, que fez um dos gols, foi o atgaque.

A próxima reunião da dupla foi em 13 de março, no Maracanã, em Vasco 1 x 1 Botafogo, pelo Torneio Rio-São Paulo, ao lado de Sabará e Saulzinho. Depois daquilo, Jorge Vieira usou mais a dupla Saulzinho & Célio, até que, no 6 de outubro, em São Januário, no 1 x 1 Campo Grande, pelo Campeonato Carioca, escalou os três juntos com Vevé - Célio assinou o tento vascaíno.

Seguiram-se reuniões, entre 16 a 26 de março, em: 0 x 0 Canto do Rio e 2 x 2 América. Dali até o final do Estadual-RJ, em 14 de dezembro atuaram nos 2 x 0 Olaria; 4 x 1 Madureira; 3 x 4 Flamengo; 1 x 1 Botafogo; 2 x 0 Bonsucesso; 1 x 1 São Cristóvão e 2 x 0 Bangu, com Célio marcando seis e Mário quatro gols.

Com a queda de Jorge Vieira, em 15 de setembro, por conta de Vasco 0 x 1 São Cristóvão, dentro de São Januário, a dupl teve Oto Glória (9 jogos) e Eduardo Pelegrino (5) por chefes, até o final da temporada-1963.

 Veio a temporada seguinte e Pelegrino manteve Célio e Mário juntos nas duas primeiras partidas - 1 x 1 Atlético-MG e 1 x 0 Cruzeiro, com dois gols por Célio. Na terceira, em 6 de março, por torneio internacional no Paraguai – Vasco 1 x 2 Guarani -, o chefe já era Paulinho de Almeida, que prestigiou a dupla e foi recompensado com gol por Mário. Cinco dias depois, no 1 x 1 Racing-ARG, Mário e Célio foram substituídos, no decorrer do prélio, por Altamiro e Saulzinho, que marcou o gol vascaíno. No 10 de março, despedindo-se do torneio, com 1 x 2 Cerro Porteño,  a dupla Célio & Mário foi mantida e este marcou o chamado gol de honra.

 Próxima parada? Torneio Rio-São Paulo. De 14 de março a 9 de maio, Célio e Mário atacaram – 0 x 0 Fluminense; 1 x 3 Flamengo; 0 x 2 Santos e 1 x 1 São Paulo -, já sob o comando de Davi Ferreira, o Duque, come Célio marcando só três gols e Mário nenhum. No meio da competição, o Almirante saiu para cinco amistosos, entre 19 de abril a 1º de maio, sem Duque escalar a dupla Célio & Tilico.

 Após o Rio-São Paulo, o Vasco fez quatro amistosos e foi ao Torneio Início do Campeonato Carioca-1964, com Duque preferindo duplar no ataque Saulzinho e Célio. Só reutilizou o Tilico pelo Estadual, nos 2 x 2 Campo Grande, em 12 de julho, no Estádio Ítalo Del Cima, onde Célio guardou uma bola na rede.

Até o final da disputa, Célo e Mário entraram em 29 ataques vascaínos, em alguns deles em triunviratos ofensivaço, com a presença de Saulzinho, comandados por Ely do Amparo, a partir de 9 de agosto, em Vasco 3 x 3 São Cristóvão, na Rua Figueira de Melo. Desses compromissos, incluindo Estadual e amistosos, Célio foi à rede em 17 oportunidades e Mário em 12.

 Em 1965, entregando o seu comando técnico a Zezé Moreira, este preferiu Saulzinho e Célio na dupla fatal, mas escalando Mário pela direita. Assim, o Almirante conquistou o I Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro - 3 x 2 Alemanha Oriental e 4 x 1 Flamengo – e o trio esteve junto pelos nove jogos seguintes, alguns com o Tilico entrando no decorrer das pugnas. Seguiram-se mais 36 partidas em que ambos estiveram reunidos, pelos Torneio Rio São Paulo, Taça Guanabara, Taça Brasil e Torneio Início do  Campeonato Carioca. Célio ficou fora do time, Mário jogou muito do lado de Saulzinho.

  Em 1966, Zezé Moreira começou a temporada reunindo Célio & Tilico, que se reuniram, pela última vez, em 16 de janeiro, nos 0 x  3 Chivas Guadalajara, pelo Torneio Internacional do México, na Cidade do México – Levis; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Zezinho (Luizinho Goiano), Célio, Mário (Acelino) e Tião foi o time, e isso significa que, depois, o Tilico não foi campeão do Torneio Rio-São Paulo (título dividido com Botafogo, Santos e Corinthians).  

Sem o pernambucano Mário, o paulista Célio passou a ter, entre outros companheiros de dupla de área, Madureira, Picolé e Paulo Mata.

 

                                                MATADOR FOI GOLEIRO

 

Nem só de visitas às redes viveu Célio. Nos inícios da carreira, ele foi zagueiro central, lateral-esquerdo e até goleiro. Inclusive, chegou a disputar campeonato estadual juvenil, com a camisa 1. Nos jogos de aspirantes e de amadores, atuava como zagueiro ou lateral. Em 1958, definiu-se pelo ataque, quando estava no Jabaquara.

 Antes de começar a desempregar goleiros, Célio passou por uma que ele não esperava. Corria 1957 e a Portuguesa Santista teria compromisso contra o Noroeste, de Bauru, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos. No dia, o ttreinador Filpo Nuñez estava com os seus três goleiros sem condições de jogo. O titular, Le Pera, tinha dedo fraturado; o reserva, Lugano, argentino, como ele, tratava de luxação num dos cotovelos, e a terceira opção, Aprecido, sofria dores musculares. Sem saída, o treinador recorreu aos times juvenil e aspirante, e Célio contas:

“Surpreendentemente, o Papa (treinador das duas categorias) me indicou para o gol. Só não foi para o fogo porque anestesiaram as costas do reserva do reserva. De olho em uma situação daquelas, durante os coletivos, era atacante, mas, nos bate-bolas, ia brincar no gol. Gostava daquilo", explicou Célio.

Estava escrito, porém, que chegaria a vez de Célio sentir na pele os apuros que os goleiros passavam. Em 1960, ele e Filpo Nuñez se reencontraram no Jabaquara. E não foi que o argentino lhe fez voltar a treinar no gol! Ainda bem, pois faltando 20 minutos para o final de uma partida do Jabuca com o  Corinthians, no Parque São Jorge, o goleiro Barbosinha foi expulso de campo e Célio para debaixo das traves.

O Jabaquara colocou 3 x 2 no placar e os corintianos foram, com tudo, pro jogo do abafa. Agitado, Filpo gritava, pedindo a Célio pra socar bolas pra longe da área, nunca tentar agarrá-las. Numa dessas vezes, ele acertou um  murro na cabeça de colega zagueiro, deixando-o grogue. Nuncao se esqueceu do desfecho daquele jogo. "Faltavam uns dois minutos para o final, quando o Corinthians fez novo cruzamento para a nossa área. O centroavante deles, o Almir (Albuquerque), pressentindo que não alcançaria a bola, acertou-me uma cabeçada. Pouco depois, fizeram mais um cruzamento e eiu fiz uma daquelas chamadas ponte cinematográfica. Pra ganhar um tempinho, rolei com a bola, pela área. Então, o Almir, deslealmente, pisou numa das minhas mãos. Senti uma dor horrível e revidei, com uma cabeçada. Instantes depois, o jogo terminou. A torcida corintiana invadiu o gamado e eu não sabia pra onde correr. No meio da pancadaria, acertei, com os dois pés, o peito e o rosto do primeiro que tentou me pegar. Depois, peguei o cassetete de um policial e, com ele, fui me defendendo, até ser salvo por dois adversários, o goleiro Gylmar (dos Santos Neves) e o zagueiro Olavo. A chegada de  tropa de choque policial até serenou os ânimos, mas, quando saíamos do estádio, o nosso ônibus foi apedrejado e quebrado à pauladas. Nunca mais eu quis ser goleiro", reelembrou Célio, que considerava Castilho, do Fluminense, e o uruguaio Maidana, do Peñarol, os melhores que viu com a camisa 1.

O estilo corajoso de Célio, de não levar desaforos para casa, valeu-lhe um questionamento, tempos depois, do semanário esportivo de maior circulação no país, a Revista do Esporte, pelo número 347, de 30 de outubro de 1965, quando ele já defendia o Vasco da Gama. Indagava a publicação: "Vítima ou farsante?" O atacante respondia, garantindo "não ser um fiteiro", encenador. Para ele, era fácil julgar, comodamente, sentado, assistindo a uma partida. Sugeria que os seus críticos fossem para dentro do gramado, levar sarrafadas. "Se eu trocasse de lugar com eles, garanto que mudariam de opinião", acreditava.

Para exemplificar o que Célio sofria dentro de campo, a revista citava duas situações em que o atleta cruzmaltino saíra de campo em precárias condições físicas, enfrentando Flamengo e Botafogo, pela Taça Guanabara de 1965. Contra o rubro-negros Ditão (Gilberto de Freitas Nascimento), um choque que resultou-lhe em pontos na cabeça e sair da partida carregado; diante dos alvinegros, bola dividida, com o meia Gérson (Nunes de Oliveira) lhe valera perna esquerda duramente atingida.

Sobre os dois lances, Célio comentou: "Com o Ditão, o choque foi casual. Disputamos uma bola aérea e cada um caiu para um lado. O Gérson, porém, foi desleal - O Vasco vencia, por 1 x 0 -, deixando-me de fora de muitos treinos e jogos. Abriu uma avenida em minha canela. E olhe que foi num lance de meio do campo, sem perigo de gol”.

O que foi lido acima era até pouco, diante de uma situação vivida por Célio, diante do São Paulo, também, em de seus ícios de carreira. Durante uma cobrança de escanteio, ao pular, para tentar a cabeçada, Bellini e De Sordi lhe acertaram dois socos no rosto, levando-o a cuspir vários dentes.  "Eu estava caído, no gramado, sofrendo, e os caras ainda vieram tripudiar, dizendo: “Aqui é  assim, mesmo, garoto. Depois, piora”.

Passados muitos anos de tal acontecimento  Célio relembrava, sorrindo. Ele garantia sofrrer calado pra não rotular nenhum colega como jogador violento. Diante daqueles, quando recebia uma botinada, se fosse casual, não tomava conhecimento, considerava fato natural do jogo. No entanto, se fosse proposital, saía para o revide, na primeira oportunidade.

                                           CANARINHOS VASCAINOS

 

Depois de o zagueiro Brito disputar três partidas pela Copa das Nações, em 1964, o próximo atleta vascaíno a vestir a camisa da Seleção Brasileira foi Célio. Convocado pelo treinador Vicente Feola, para amistosos no Brasil e giro pelo exterior, ele ganhou a chance de entrar no decorrer de duas partidas, substituindo o corintiano Flávio Almeida, que estava sendo testado como parceiro de Pelé.

Célio entrou aos 60 minutos de Brasil 2 x 0 Alemanha Ocidental (ainda havia o muro de Berlim), voltando a jogar do lado de Pelé, o que não vivia desde os tempos de recrutas do Exército, em Santos-SP. O reencontro foi em 6 de julho de 1965, no Maracanã, com o time canarinho sendo assistido por 143. 315 pagantes. O  peruano Carlos Rivera apitou o amistoso e o Brasil alinhou: Gilmar; Djalma Santos e Bellini; Orlando Peçanha e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinaldo.

Três dias depois, no mesmo estádio, Feola repetiu a troca, de Flávio, por Célio, no decorrer do 0 x 0, também amistoso, contra a Argentina, aos 74 minutos. Foi um outro jogo de grande público – 130.910 pagantes –,  com apito do peruano Arturo Yamasaki e o time brasileiro sendo: Manga; Djalma Santos e Bellini; Orlando e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinaldo. 

Célio não foi escalado em nenhum dos quatro amistosos no exterior – contra Argélia, Portugal, Suécia e União Soviética –, mas estava no grupo chamado, em 1966, para iniciar os treinos para a Copa do Mundo-1966, na Inglaterra. Na fase dos amistosos, enfrentou o País de Gales, em 18 de maio, vencendo-o, por 1 x 0, no Mineirão, com gol do santista Lima e público de 40 mil pagantes. O escocês Archie Webster apitou e o time canarinho teve: Fábio, Murilo e Djalma Dias; Sebastião Leônidas e Édson; Dudu (Roberto Dias) e Lima; Jairzinho, Tostão, Célio (Paulo Borges) e Ivair.

Célio não chegou a ir à Copa do Mundo. Por ter perdido um pênalti, em um jogo-treino, contra a seleção gaúcha, os cartolas o incluíram na lista de dispensa, no dia 19 de maio, juntamente com o goleiro Fábio, o lateral-direito Murilo, o apoiador Edson, os pontas-direitas Nado e Jair da Costa, e o centroavante Ivair.  Ele achou estranho a Confederação Brasileira de Desportos-CBD levar para o Mundial um mineiro (Tostão) e um gaúcho (Alcindo) que estava com uma perna no gesso, deixando-o de fora. Para ele, o seu corte fora político, um jeito de agradar Minas Gerais e o Rio Grande do Sul.

 Para a imprensa, no entanto, a CBD aproveitara o fato de Célio ter perdido pênalti durante jogo-treino, contra o Atlético-MG, para dispensa-lo. Naquela tarde, ele integrava o time Verde (no segundo tempo entrou o time Azul). Com um minuto de treino, bateu na rede. Seis minutos depois, perdeu a vaga par ir à Copa do Mundo, chutando o pênalti defendido pelo goleiro atleticano Hélio.

 Seleção Brasileira Verde/Azul 5 x 0 Atlético-MG foi em  1º de maio de 1966, no Maracanã-RJ, apitado por Guálter Portela Filho-RJ. Célio a 1 min; Tostão, aos 27 e Edu, aos 39 do 1º tempo; Parada , aos 2, e Ivair, aos 27 do 2º tempo escreveram a marcha da contagempara eeta rapaziada.  Seleção Verede/Azul: Ubirajara (Valdir Moraes); Fidélis (Djalma Santos), Ditão (Djalma Dias), Altair (Leônidas) e Edson (Paulo Henrique); Denílson (Dudu) e Lima; Nado (Paulo Borges), Célio (Parada), Tostão (Flávio Minuano) e Edu (Ivair). Técnico: Vicente Feola. Atlético-MG: Hélio; Canindé (Dawson), Dari, Fred (Vânder) e Décio Teixeira; Ayrton e Buglê; Ronaldo, Roberto Mauro, Paulista e Tião. Técnico: Gradim. 

Dos atletas vascaínos – os zagueiros Brito e Fontana, o apoiador Oldair Barchi e o atacante Célio – convocados para os treinos da Seleção Brasileira rumo ao Mundial da Inglaterra-1966, só o primeiro chegou por lá. E só jogou uma partida, em 19 de julho, contra Portugal, quando o time brasileiro foi eliminado,  por 1 x 3 Portugal, no estádio do Goodson Park, em Liverpool, ante 58.479 pagantes.

 De candidato ao tri, o Brasil fez uma de suas piores campanhas em Copas do Mundo. Venceu a Bulgária, por 3 x 1, na estréia, mas caiu, pelo mesmo placar, ante a Hungria, no jogo seguinte e os portugueses. Para aquela campanha, a CBD convocou 47 atletas na fase de testes. Formou quatro times e nunca definiu o principal. O titular seria o que tivesse Pelé. Fontana chegou a viajar contundido para os últimos amistosos na Europa, tendo sido cortado nas vésperas do primeiro jogo.

O Vasco da Gama havia sido campeão do Torneio Rio-São Paulo, dias antes da convocação, mas era um título que a torcida não levava muito a sério, pois a CBD o dividira, entre quatro times – mais Santos, Botafogo e Corinthians –, alegando falta de datas para decidí-lo. A Turma da Colina vivia fase de entressafra e, desde 1958, não conquistava um Campeonato Carioca, por formar times muito irregulares. Excetuando-se os quatro convocados para os treinos do tri que não veio, os demais jogadores não empolgavam.

 

                           

VELHOS CHAPAS - Célio jogara muito ao lado de Pelé, quando os dois prestaram o serviço militar, no mesmo quartel, em Santos. Como vascaíno, no seu único pega contra o velho chapa, ele não marcou gol –  Mário ‘Tilico” (2) e Luizinho Goiano foram os “matadores” de Vasco 3 x 0, diante de 42.250 pagantes, no Maracanã, o local da partida citadas anteriormente. O Vasco, então treinado por Zezé Moreira, usou: Gainete; Joel, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho, Célio, Saul (Mário) e Zezinho. O Santos continuava com Lula comandando a sua rapaziada e teve: Laércio; Modesto, Geraldino, Ismael (Olavo); Joel e Elizeu (Rossi); Dorval, Mengálvio, Toninho, Pelé e Noriva (Peixinho) – os titulares Gilmar, Mauro, Zito, Coutinho e Pepe ficaram fora daquela.

                                                   CÉLIO & PELÉ

 

  Célio e  Pelé tiveram vários algos em comum. O primeiro nasceu em Santos e o segundo residiu por muito tempo naquela cidade pulista. Dentro dos gramados, o vascaíno vestiu as jaquetas de dois times da terra, o Jabaquara e a Portuguesa Santista, enquanto o outro tornou-se astro do clube que a torcida paulistana rival apelidou por peixeiros, evidentemente, por ser de região litorânea.

 Célio e Pelé prestaram o serviço militar na mesma turma, em Santos, estiveram juntos, também,  na Seleção Brasileira e se declararam torcedores do Vasco da Gama, no futebol carioca. Quando Célio estava querendo deixar o uruguaio Nacional, de Montevidéu, Pelé pediu à diretoria santista para repatria-lo. Mas o Corinthians chegou na frente.

 Nas canchas, Célio e Pelé travaram batalhas das quais duas se destacam:  Vasco 3 x 0 Santos e Santos 5 x 1 Vasco. O primeiro desses jogos valeu pelo Torneio Rio-São Paulo, em 4 de abril de 1965, no Maracanã, diante de 42.250 almas, apitado por com Aírton Vieira de Moraes, o Sansão, e com gols marcados por Luisinho Goiano, aos 31, e por Mario Tilico, aos 37 e aos 44 minutos do segundo tempo. Treinado por Zezé Moreira, o time vascaíno teve: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Barbosinha; Maranhão e Lorico (Oldair); Luizinho Goiano, Célio, Saulzinho (Mário Tilico) e Zezinho. Pelo Santos, o técnico Luís Alonso Peres, o Lula, escalou: Laércio; Modesto, Geraldino e Ismael (Olavo); Joel e Elizeu (Rossi); Dorval, Mengálvio, Toninho Guerreiro, Pelé e Noriva (Peixinho).

Da partida, ficou o choro da torcida santista, por a sua turma não ter contado com Gilmar (goleiro), Mauro Ramos (zagueiro), Zito (apoiador), Coutinho e Pepe (atacantes), enquanto a “Turma da Colina” retrucava que valia só que iria “para o caderninho”, o registrado na súmula da partida.

O troco do Santos aconteceu durante a primeira noite do dezembro de 1965, no Pacaembu, em São Paulo, diante de 16. 764 torcedores, que gastaram inflacionários Cr$ 27 milhões, 462 mil cruzeiros para assistirem ao time de Pelé ganhar grande vantagem para ser campeão da Taça Brasil, uma semana depois, jogando pelo empate, no Maracanã. Daquela vez, Célio foi à rede santista, aos 83 minutos, cobrando pênalti. Pelé ficou devendo - os gols da turma dele foram de Coutinho, aos 7; de Dorval, aos 63 e os 65, e de Toninho Guerreiro, aos 71 e os 87 minutos. Romualdo Arpi Filho apitou e Lula escalou: Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos, Orlando Peçanha e Geraldino; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho (Toninho), Pelé e Pepe. Pelo time vascaíno, Zezé Moreira armou mandou a campo: Gainete; Ari, Caxias, Ananias e Oldair; Maranhão e Lorico (Luizinho Goiano); Zezinho, Saulzinho, Célio e Danilo Menezes.

 Veio a noite do oito de dezembro, no “Maraca”, Pelé marcou o gol do título – Santos 1 x 0 -, que valeu o pentacampeonato da Taça Brasil, disputa nos moldes da atual Copa Brasil e que, também, valia vaga na Taça Libertadores. O jogo, no entanto, não foi tranquilo, tendo o árbitro Armando Marques excluído sete atletas, entre eles Pelé – os outros santistas foram Lima, Geraldino e Orlando, enquanto do lado carioca forma expulsos Zezinho, Ananias e Luisinho Goiano.

No Santos, o treinador Lula manteve a formação do jogo anterior, mas lançou Abel, no segundo tempo, em lugar de Pepe. Pelo lado do Vasco da Gama, Zezé Moreira segurou a defesa e trocou Lorico, por Danilo Menezes, no meio-de-campo. Do ataque, só Célio e Zezinho, com este passando para a ponta-esquerda e entrando Mário Tilico na direita, foram mantidos, ao lado da novidade Nivaldo que, depois, cedeu vaga a Luizinho Goiano.

Sem a camisa do Vasco da Gama, Célio voltou a encara Pelé por mais três partidas. A primeira rolou no 20 de agosto de1968, quando ele defendia o uruguaio Nacional e este ficou nos 2 x 2 Santos. Por sinal, Célio abriu o placar, aos 15minutos e o tricolor de Montevidéu chegou a abrir dois gols de frente – Perez, aos 32, fez o segundo. Carlos Alberto Torres, aos 44, e Pelé, aos 10 do segundo tempo, fecharam a conta, no argentino estádio La Bombonera, em Buenos Aires, valendo por um internacional torneio pentagonal.
Apitado por Miguel Comesaña, o prélio teve  renda de 813.400 pesos e Nacional, treinado por Zezé Moreira, formando assim:  Manga; Cubillas, Ancheta, Emilio Alvarez e Mojica; Montero Castillo e Tejera; Esparrago, Prieto, Célio e Domingo Perez. Técnico: Zezé Moreira. O quadro santista, dirigido por Antoninho, foi: Claudio; Carlos Alberto, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Joel Camargo e Lima; Amauri, Toninho, Pelé e Pepe. Técnico: Antoninho.

As outras duas foram em 1971, quando Célio defendia o Corinthians, ambos pelo Campeonato Paulista. No primeiro, em 2 de agosto, no Morumbi, ninguém venceu – 2 x 2 , vistos por 57.855 desportistas -, com o “Rei do Futebol” balançando o filó, aos 91 minutos – Joel Mendes; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Lima: Manoel Maria, Douglas, Pelé e Edu foi o time santista, escalado por Antoninho. Os corintianos, treinador por Dino Santos, foram: Ado; Mendes, Ditão, Luís Carlos e Miranda; Suingue e Tião; Paulo Borges, Ivair, Célio e Lima.      

O último encontro da dupla nos gramados foi no 30 do mesmo agosto, pela mesma disputa, no mesmo estádio e, novamente, sem vencedores – 1 x 1, com Célio na rede, aos 26 minutos, diante de 27.910 presentes. Antoninho e Dino Sani seguiam treinadores dos dois times, tendo o santistas sido: Edevar; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo; Léo Oliveira e Negreiros (Lima); Manoel Maria, Coutinho (Douglas), Pelé e Edu Américo. Corintianos: Ado; Miranda, Ditão, Luís Carlos e Pedrinho; Suingue, Rivellino e Tião; Buião, Ivair (Benê) e Célio.

Nascido no 16 de outubro de 1940, Célio Taveira Filho disputou 26 jogos corintianos, vencendo 10, empatando oito e perdendo outros oito. Marcou quatro gols. 

 Com a camisa canarinha, os dois goleadores só estiveram juntos por duas partidas: 06.06.1965 – Seleção Brasileira 2 x 0 Alemanha Ocidental, no Maracanã, com gol de Pelé. Célio entrou em campo no segundo tempo, substituindo Flávio Minuano, autor, também, de gol. O treinador era Vicente Feola, que escalou: Manga; Djalma Santos, Bellini, Orlando Peçanha e Rildo; Dudu e Ademir da Guia; Garrincha (Jairzinho), Flávio (Célio), Pelé e Rinldo; 09.06.1965 – Brasil 0 x 0 Argentina, no mesmo estádio, com Feola repetindo o time do jogo anterior e as substituições

 

                                            ENTORTOU O DEMÔNIO

O que seria que o maior artilheiro cruzmaltino na década-1960, Célio Taveira Filho,  teria contra o Mané Garrincha, o maior  nome do futebol carioca de todos os tempos? Seguramente, nada, pessoalmente. Tanto que se dervam muito bem durante os treinos da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo-1966. Mas, quando iam para a frente do placar, o vascaíno dava um chega pra lá no rival.

Chegado a São Januário durante a temporada-1963, Célio só foi enfrentar Garrincha, pela primeira vez, em 15 de abril de 1964 pelo Torneio Rio-São Paulo. E mandou o “garoto do placar” escrever Vasco 1 x 0, com gol dele, aos 31 minutos da pugna, apitada por Gualter Portela Filho.

Naquele dia, o Maracanã recebeu 18.609 pagantes e o reinador Davi Ferreira, o Duque escalou: Marcelo Cunha; Massinha, Brito, Fontana e Pereira; Odimar (Barbosinha) e Lorico; Sabará, Milton, Célio e Zezinho. O Botafogo teve: Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton (Ayrton) e Gérson (Quarentinha); Garrincha, Jairzinho, Arlindo e Zagallo.

No segundo pega, em 11 de agosto de 1965, pela quinta rodada da I Taça Guanabara, no mesmo esdtádio, Garrincha deu o troco, ante 48.557 almas, marcando gol, aos 36 minutos. E o seu Botafogo resolveu a história logo no primeiro tempo, por 3 x 0.
Célio 1 x 1 Garrincha. Dasquela vez, comandado por Zezé Moreira, o time vascaíno era: Gainete; Joel Felicio, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. O Botafogo: Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Sicupira, Jairzinho e Roberto Miranda.

Em 5 de setembro, Célio voltou a passar à frente. Era a decisão da Taça GB e, mesmo sem gol dele, o Vasco fez 2 x 0 Garrinchas e carregou o caneco, graças a: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luisinho, Célio, Mário e Zezinho. O Botafogo, que era o favorito ao título, chorou por causa de: Manga; Joel, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Airton e Gérson; Garrincha, Jairzinho, Sicupira e Roberto.

O último confronto entre Célio e Garrincha deveria ser de festa total para o Mané. Ele estreava no Corinthians e levou 44.154 pagantes ao  Pacaembu, na capital paulista, lotando o estádio. Mas o nome da noite foi Célio, que deixou a sua assinatura no placar, aos 37 e aos 80 minutos de Vasco 3 x 0 Corinthians. Turma do Seu Zezé Moreira: Amauri; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Luisinho Goiano (Zezinho), Célio, Lorico e Tião. O Corinthians foi: Heitor; Jair Marinho, Ditão, Galhardo e Édson Cegonha; Dino Sani e Nair (Rivelino); Garrincha, Flávio “Minuano”, Tales (Nei Oliveira) e Gílson Porto – final da história, Célio 3 x 1 Garrincha.

 

                                        TEMPORADA-1966

 

Foi a últma de Célio com a camisa cruzmaltina. Como a primeira, em 1963, começou disputando um torneio internacional, no México, antecedido pelo amistoso  – 09.01 – 2 x 0 Universidad-ELS, em El Salvador,  e com giro terminado – 06.02 – na Guatemala, com 2 x 1 Estudiantes-ARG.    

Nesses jogos – 11.01 – Vasco 0 x 0 América-MEX; 18.01 – 0x 3 Chivas Guadalajara-MEX; 23.01 – 0 x 0 Atlas-MEX; 02.02 – 2 x 2 Spartak Praga-TCHE e  03.03 – 0 x 2 Seleção da Alemanha Oriental – Célio só bateu por três vezes na rede, diante de Universidade (1),  Spartak (1) e e Estudiantes (2), atuando em todas as partidas da excursão. Voltando ao Brasil, Brasil foi para o Torneio Rio-São Paulo.    

Pelos próximos jogos – 03.04 – Vasco 2 x 0 Atléticoo-MG e -10.04 – 1 x 1 Americano, de Campos-RJ, o eoiandor Zezé Moreira deixou Célio de fora dos dois amistosos, bem como dos seis primeiros jogos de excursão à Europa, entre o primeiro de maio e o 25 de junho. Só o lançou – 29.05 – em 1 x 2 Napoli-ITA. No jogo seguinte - 02.06 -, 1 x 2 Arezzo Calcio-ITA, ele marcou o seu primeiro gol do novo giro, sucesso não repetido nos – 04.06- 2 x 3 Bordeaux-FRA e nem em  – 06.06 – 1 x 1 Barcelona-ESP e em – 15.06 – 0 x 2 Anderlecht-BEL, mas com um tento em  - 17.06 – 1 x 1 Sparta-TCH.

Estava chegando a II Taça Guanabara. Antes, Célio disputou amistosos caça-níqueis com  - 17.07 - o Royal, de Barra do Piraí-RJ;  24 – 07 - 1 x 1 Combinado de Vitória da Conquista-BA e – 31.07 – 1 x 2 Democrata, de Governador Valadares-MG.

Pela Taça Guanabara, não entru nos dois primeiros jogos. Estreoou – 18.08 – no 1 x 1 Bonsucesso e ficou para – 27.08 – 0 x 2 Botafogo; 03 – 09 – 0 x 3 Fluminense 07.09 – 1 x 2 Botafogo, este amistoso no Estádio Amaro Lanari Júnior, em Ipatinga-MG.

Em 13.09 –, no Vasco  2 x 1 São Cristóvão, já era inmício de Campeonato Carioca. Célio foi escalado, também, em - 18.09 –  3 x 1 Madureira; 22.09 – 3 x 0 Olaria, voltando uma vez à rede, no Maracanã, o que repetiu – 25.09 – nos 3 x 1 Portuguesa-RJ, e não conseguiu  - 29.09 – em 0 x 1 América, bem como em – 02.10 – 2 x 1 Campo Grande; 08.10 – 0 x 0 Flamengo; 16.10 – 0 x 0 Bangu; 19.10 – 1 x 2 Fluminense; 25.10 – 1 x 2 Botafogo; 30.10 – 1 x 2 Bonsucesso; 03. 11 – 1 x 1 Fluminense; 06.11 – 1 x 2 Flamengo; 10º.11 – 0 x 3 América; 13.11 – 1 x 0 Fluminense, de Feira de Santana-BA, inaugurando o Estádio Jóia da Princesa; 19.11 – 0 x 2 Flamengo; 26.11 – 2 x 1 Bonsucesso, voltando a marcar um gol, não repetido em 03.12 – 0 x 3 Bangu e 11.12 – 2 x 0 Olaria, o seu último jogo vascaíno.


O último Célio vascaíno foi em São Januário, em um domingo, pelo segundo turno do Campeonato Carioca, apitado por José Mário Vinhas. O púbico é desconhecido, mas foi pequeno, por ter sido arrecadados a pequena quantia de Cr$ 1 milhão, 322 mil e 500 cruzeiros. Ely do Amparo era o treinador e escalou: Edson Borracha;
Ari, Brito, Ananias e Silas; Oldair e Alcir; Nado, Célio, Madureira e Moraes.     

                          

 

Final à 20h50 de 11.04.2021 (domngo).



 

 

 

 

 

 

 



 Nº 263, de 21 de março de 1964)

Célio fustiga o goleiro tricolor Castilho, protegido por Carlos Alberto Torres. Grande duelo de 1963, no Maracanã.

 

 

 

 

 

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        VASCO DA GAMA CAMPEÃO MUDIAL

 

Campeonatos mundiais com times de futebol é algo que se pode considerar até recente, tendo em vista que o primeiro, em formato de uma Copa do Mundo, só foi organizado pela  Federação Internacional de Futebol Associado-FIFA a partir de 2000.  Antes e durante as prmeira tempradas da década-1960,  entidade colocou um troféu para disputa entre os campeões da Europa e da Amérca do Sul, e o caneco passou a ser chamado por Copa Intercontinental, Mundial Interclubes.

A FIFA, no enanto, só oficializou a disputa em seus inicios, quando Real Madrid-1960, Peñarol-1961 e Santos-1962/1963 foram os campeões, deixando, depois, que patrocinadores privados continuassem a saga.

Título de campeão mundial, porém, é algo que fascina, todos querem tê-lo. Assim, bem antes de a FIFA pensar no tema, os brasileiros, seguindo os moldes da entidade, promoveram três autênticos Mundiais que os chamaram por Copa Rio, disptuados no Rio de Janeiro. E foi por ali que o Vasco da Gama conquistou o que a sua torcida considera o seu primeiro título mundial. Antes, porém, vamos conhecer como o clube credeciou-se para atingir tamanha glória.

 

                                              EXPRESSO DA VITÓRIA

 

Até 1944, o Vasco da Gama havia conquistado só quatro título de campeão do futebol carioca-1923/24/29/34/36. A partir de 1945, iniciou uma arrancada passsando por cinco conquistas - em 1945/1947/1949/ 1950/1952 – que o tornaram um dos times com maior torcida nacional. Na época, com o Rio de Janeiro capital brasileira, concentrando o forte da vida cultural do país, a Rádio Nacional, dotada, pelo governo do presidente Getúlio Vargas, dos transmissores mais potentes do continente sul-americano, contribuiu mutísimo para a fama do clube e dos seus atletas, principalmente do goleador Admir Menezes que, conforme revelou pesquisa,  venceria uma hipotética eleição presidencial contra qualquer candidato.

 Com os speakers narrando vitórias e mais vitórias do Vasco da Gama, os ouvintes da Rádio Nacional, em todo o país, sabiam a escalação do time, sem bobear, por aqueles inícios de década-1950 - Barbosa, Augusto e Haroldo; Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ipojucan, Ademir e Chico. Mas isso poderia mudar, pois o clube tinha grupo tão forte que, as vezes, se apresentava, simultaneamente, em dois lugares.

 A história do domínio do Vasco da Gama sobre o futebol carioca  começa a ser plantada, em 1942, quando o comerciante Cyro Aranha torna-se presidente e dispensas vários nomes desgastados pelos insucessos vindos desde 1937, entre eles o treinador inglês Harry Welfare. Por ali, rolava a lenda de que, devido aos 12 x 0 Andaraí, do Campeonato Carioca-1937, o ponta-esquerda Arubinha teria enterrado um sapo no grmado de São Januário e praguejado jejum de títulos na casa pelas próximos 12 temporadas.  Coincidência, ou não, o certo foi que, ao chegar 1945, o Almirante tinha força tão superior aos outros nove  concorrentes ao titulo estadual  que só só se admitia um detalhe para voltar a ser campeão: exorcisar a praga do  Arubinha.

 No entanto, como os inícios do trablaho não mostravam evolução no futebol da rapaziada, dirigida pelo treinador gaúcho Telêmaco Frazão de Lima, o comando passou, então,  para o uruguaio Ondino Viera, que  ganhou  os reforços, entre outros,  dos goleiros Rodrigues e Moacir Barbosa, dos zagueirois Rafagnelli, Berascochea e Ely do Amparo,  e dos atacantes Lelé, Isaías, Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes e Chico Aramburo. Eles colocariam nos trilhos o Expresso da Vitória que, em 1945, sob a presidência de Jaime Fernandes Guedes, se tornaria uma máquina imparável.

Antes de entrar no Estadual-1945, o Vasco da Gama conquistou o Torneio Municipal e criou jogos nas tardes de sábado.  Em 18 partidas, venceu 13 e empatou cinco, marcando 58 gols e levando 15 (saldo de 43), assinados por Lelé (13), Ademir Menezes (12), Chico (8), Isaías (7), Berascochea (6), Jair Rosa Pinto (5), Djalma (2), Argemiro e Rafagnelli (1), além de três contra – Rodrigues, Augusto e Rafagnelli; Berascochea, Ely e Argemiro; Djalma, Ademir, Lelé, Isaías (Jair) e Chico foi o time-base.

Em número de apresentações, Ademir (18); Rafagnelli (17); Argemiro e Berascochea (16); Chico e Lelé (15); Ely, Isaías e Jair (14); Augusto (13) e Rodrigues  (12) foram os que mais atuaram. Também foram usados: Djalma (8); Sampaio (6); Santo Cristo (5), Nílton Senra (4); Barqueta e Dino (3), além de Alfredo dos Santos, João Pinto e os goleiros Barbosa, Nascimento, Castro e Martinho que entraram em uma só partida.  

                                           

CAMPANHA – turno - 08.07.1945 - Vasco da Gama 5 x 1 Bangu; 29.07 - 1 x 0 São Cristóvão; 05.08 -  1 x 1 Canto do Rio; 12.08 - 1 x 0 Botafogo; 19.08 - 4 x 1 Bonsucesso; 26.08 - 1 x 1 América; 02.09 - 3 x 1 Fluminense; 09.09 - 4 x 1 Madureira;  16.09 - 2 x 1 Flamengo; returno – 23.09 – 5 x 0 Canto do Rio; 30.09 - 6 x 2 Bangu; 07.10 - 5 x 1 São Cristóvão; 14.10 - 2 x 2 Botafogo; 21.10 - 9 x 0 Bonsucesso;  28.10 - 2 x 0 América; 094.11 - 1 x 1 Fluminense;  11.11 - 4 x 0 Maadureira; 18 e 20.11 – 2 x 2 Flamengo. OBS: devido bvrigas no gramado da Gávea, este jogo foi interrompido e continuado, dois dias depois, no estádio das Laranjeiras.      

                                                

                                             INVICTAÇO-1947

  A grande campanha de 1945 era um excelente motivo para fazer a torcida vascaína esperar pelo bi. E parecia que este chegaria, pois a Turma da Colina induzia a isso, vencendo os Torneios Relâmapago e Municipal. Mas, surpreendentemente, foi eliminado, pelo pequeno Canto do Rio, logo durante a primeira rodada do Torneio Início do Campeonato Carioca, e não se acertou mais, terminando a temporada em um decepcionantíssimo quinto lugar.

 A retomada dos grandes dias, porém, veio durante o Campeonato Cariooca-1947, com Cyro Aranha, novamente, presidindo o clube e trocando o treinador Ernesto Santos,  por Flávio Costa, que promoveu várais mudanças na equipe e que                      deram certo.

 Sob nova direção, o Vasco da Gama venceu os dois turnos, com sete pontos de frente sobre o segundo colocado, totalizando 17 vitórias e três empates, em 20 partidas, e marcando o seu segundo titulo estadual invicto na era do futebol profissional carioca.

 Barbosa, Augusto e Rafagnelli; Ely,Danilo e Jorge; Friaça (Djalma), Maneca, Dimas, Lelé e Chico foi o time-base que marcou 68 gols, levou 29 e ficou com o excelente saldo de 48 tentos, marcados por: Dimas (18); Maneca (13); Lelé (10); Friaça e Ismael (8, cada); Chico (5); Djalma (4); Nestor e Rafagnelli (1, cada).

 Barbosa e Jorge (20 vezes) foi os que mais atuaram, seguidos por: Danilo (19); Augusto, Dimas, Ely e Maneca (18); Rafagnelli (16); Chico (15); Lelé (12); Friaça (11); Djalma (10); Ismael (8);  Alfredo dos Santos (6); Nestor e Wilson Alves (4) e Sasmpaio (2).

CAMPANHA – turno - 03.08.1947 – Vasco da Gama 4 x 2 América; 10.08  - 4 x 1 Bangu; 17.07 – 4 x 1 Bonsucesso; 24. 08 – 3 x 3 Olaria; 31.08 – 5 x 1 São Cristóvão; 06.09 – 14 x 1 Canto do Rio; 14.09 – 2 x 1 Flamengo; 21.09 – 2 x 0 Botafogo; 05.10 – 5 x 3 Fluminense; 12.10 – 2 x 1 Madureira; returno – 19.10 – 1 x 0 América; 26.10 – 4 x 0 Bangu; 01.11 – 3 x 0 Bonsucesso; 09.11 – 2 x 0 Olaria; 16.11 – 3 x 1 São Cristtóvão; 23.11 – 2 x 1 Canto do Rio; 30.11 – 5 x 2 Flamengo; 07.12 – 0 x 0 Botafogo; 21.12 – 1 x 1 Fluminense; 28.12 – 2 x 1 Madureira.

 

GOLEADAÇA – Era véspera do maior feriado cívico brasileiro, do 7 de setembro de 1945. Tempo em que o povo começava a se livrar da ditadura do presidente Getúlio Vargas, que cortava o fôlego da nação, mandando, despoticamente, desde 1930. Por ali, só mesmo futebol e carnaval lavavam a alma do povo.

 No quesito bola rolando, o futebol de 1947 era bem ofensivo, mas o histórico de goleadas não era tão denso.  No Rio de Janeiro, desde qu havia campeonatos estaduais, o maior placar fora Botafogo 24 x 0 Mangueira (30.051909) e Flamengo 15 x 2 Mangueira (03.05.1912). O Fluminense tinha na conta  8 x 0 Botafogo (19.05.1906).

Da parte do Vasco da Gama, em seus primeiros tempos, durante campanhas de títulos,  mandara 6 x 2 Adaraí (14.09.1924); 5 x 0 Engenho de Dentro (23.11.1924); 9 x 1 Bangu (07.04.1929); 5 x 0 Brasil (05.05.1929); 5 x 0 América (24.11.1929); 5 x 2 Flamengo (01.05.1934) e 5 x 2 Bangu (24.06.1934) – nesta temporada, houve dois campeoantos, o da Associação Metropolitana de Esportes Athléticos e o da Liga Carioca de Football, o vencido pelos vascaínos. Portanto, nenhum placar que chegasse perto das maldades feitas por Botafogo e Flamengo ao Mangueira.

Almirante, porém, não esqueceu de como se fazia para maltratar os adversários e, chegada a campanha do seu quarto título, de cinco prá lá, mandou: 5 x 1 Bangu (08.05.1945); 5 x 0 Canto do Rio (23.09.1945); 6 x 2 Bangu (30.09.1945) e 9 x 0 Bonsucesso (21.10.1945). Estav a com apetite bem aberto para madnasdr a sua maior goleada.

Era um sábado,  6 de setembro de 1947, quando o time do Vasco da Gama, treinado por Flávio Costa, recebeu a visita do Canto do Rio, em São Januario. Jogariam pelo primeiro turno do Campeonato Carioca, com 3.296 pagantes esperando pelo apito do árbitro Alberto da Gama Malcher.

O Vasco gastou 22 minutos para chegar à rede –  por Ismael. Mas. Depois, os tentos começaram a sair quase em sequência – Maneca, aos 28; Nestor, aos 29; e, de novo, Maneca, aos 31, e Ismael, aos 44 –, fechando a contas do primeiro temp em 5 x 0.  Na etapa final, com um e quatro minutos, respectivamente, Dimas feaz mais dois. Aos 10, o Canto do Rio descontou, mas foi castigado por repetições na rede via Ismael, aos 15; Dimas, aos 22; Maneca, aos 25; Chico, aos 28; Maneca, aos 35 e aos 41, e Ismael, aos 44. Enfim, Ismael (5), Maneca (4), Dimas (3), Chico e Nestor trituraram o Cantusca, com a rapaziada sendo: Barbosa, Augustoe Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Nestro, Manceca, Dimas, Ismael e Chico.  

Além dos 14 x 1 Canto do Rio, as outras maiores goleadas vascaínas em São Januário, até 1950, foram: 01.05.1927 – Vasco 11 x 0 SC Brasil-RJ; 03.07.1949 – Vasco 11 x 0 São Cristóvão; 16.06.1935 – Vasco 10 x 0 SC Brasil-RJ; 21.05.1944 – Vasco 10 x 0 Bonsucesso; 07.04.1929 – Vasco 9 × 1 Bangu; 21.01.1945 – Vasco 9×1 São Paulo Railway;15.10.1950 – Vasco 9 × 1 Madureira.

 

                                            PRIMEIRO NO EXTERIOR

Até 1948, nenhum time brasileiro jamais conquistara títulos fora do país. Foi quando o Vasco da Gama recebeu convite para disputar o Campeonto Sul-Americano de Clubes Campeões, em Santiago do Chile.

 Com delegação chefiada por Otávio Meneazes Póvoas e levando, ainda, o diretor Diogo Rangel, o treinador Flávio Costa selecionou  -  Barbosa  e Barqueta (goleiros), Augusto, Rafagnelli e Wlson) (zagueiros); Ely, Danilo e Jorge (médios); Friaça, Nestor, Maneca, Ademir, Dimas, Ismael, Lelé, Chico e Djalma (atacantes) – atletas ára o que os organizadores, meramente, acreditavam  rafificar  conquista de título programado para o  argentino River Plate, um dos melhores times do mundo e chamado por La Máquina,m contaldo com um dos maiores craques do planeta da época, Alfredo Di Stefano. Com tudo isso, esqueceram-se de combinar o script com os vascaínos.

 Em seis jogos, o Vasco da Gama conquistou quatro vitórias e um empate, marcando 12 gols e levando só dois, entre 11 de fevereriro e 17 de março de 1948, com todos os jogos no Estádio Nacional de Santiago, pelo sistema todos contra todos. Dos sete participantes, o argentino River Plate, o chileno Colo-Colo, o uruguaio Nacional e equatoriano Emelec eram campeões nacionais, enquanto o Vasco da Gama viajara campeão estadual e  municipal, no Rio deRio de Janeiro. O Litoral era campeão por La Paz, a capital boliviana, e apenas o peruano Deportivo Municipal fora convidado como vice-campeão nacional.

O Vasco da Gama estreou – 14.02 – com 2 x 1 Litoral e seguiu com duas goleadas, respectivamente, por 4 x 1 e 4 x 0, sobre Nacional -18.02 - e Deportivo Municipal – 25.02. Passou apertado  - 28.02 – pelo Emelec, em 1 x 0, e empatou – 08.03 -, por 1 x 1. com anfitrião Colo-Colo. Por fim, fez a final com Lá Máquina – 14.03 – terminada no 0 x 0 e com um pênalti, cobrado pelo craque Labruna, defenido por Barbosa.  

No estreia, em um sábado,  diante de 34 mil pagantes, os gols da vitória sobr o Litoral-BOL foram marcados por Lelé - aos 8 minutos do primeiro tempo e aos 23 do segundo -,  com arbitragem do chileno Carlos Lesson e a rapaziada colineira sendo: Barbosa, Augusto (Rafagnelli) e Wilson;  Ely, Danilo  Jorge; Friaça, Maneca (Ismael), Dimas (Djalma), Lelé e Chico.

Jogo seguinte na quarta-feira. Ademir Menezes - aos 11 minutos do primeiro tempo; Maneca, aos 25; Danilo, aos 28 e Friaça, aos 44, todos estes na etapa final – quatrificaram  o tricolor uruguaio, sob as vistas de 45 mil pagantes que aplaudiram: Barbosa, Wilson e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, Friaça, Ademir (Ismael) e Chico. Uma semana depois,  quase a mesms formação – Barbosa (Barqueta), Wilson e Rafagnelli; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca, (Dimas), Friaça, Lelé (Ismael) e Chico voltou a quatrizar, sem o astro Ademir que estava lesionado e não foi aplauldido por 29.452pagantes.

 Por ter macado 10 gols e buscado só duas bolas na rede, o Vasco da Gama era favoritísimo  diante do Emelec, em jog marcado para um sábado. Mas que terminou sendo em um 29 de fevereiro, numa das poucas vezes em que o clube bissextou. E venceu só por 1 x 0, com gol de Ismael, no primeiro minuto do segundo tempo, testemunhado por 38. 452 pagantes - na véspera, havia chovido muito, em Santiago, sem chances de bola rolar.

  Se a situação ficava  boa para o Almira, o mesmo não se poderia dizer de ter que enfrentar o dono da festa, o Colo-Colo, que teria o apoio da maioria dos (37. 389) torcedores, evidentemente, por jogar em casa. E eles abriram o placar, com um minuto de segundo tempo, exigindo mais 22 para Friaça empatar e o placar dominical fechar no 1 x 1. Praticamentre, o treinador Flávio Costa usou a mesma rapaziada do prélio anterior: Barbosa, Augsto e Wilson; Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Friaça, Ismael e Chico (Nestor). Vale ressaltar que Maneca foi substituído, por Lelé, mas volto ao jogo no lugar do mesmo, permitido pelas regras do torneio.

  Apresentava-se, então, o Vasco da Gama com as suas credenciais para desafiar La Máquina. Era um domingo e o Estádio Nacional de Santiago recebia os presidentes do Chile, ....., e da Argentina, Juan Domingos Perón, para entregarem a taça ao River Plate, imaginava-se.  Mais uma vez, não combinaram com o Almirante.  E até o prejudicaram, como foi testemunhdo por 52 mil pagantes e registrado pela  noticiosa Agência France Press, que criticou o árbitro uruguaio Nobel Valentini, pela anulação “inexplicável e surpreendente” do gol de Chico.

A final teve, ainda, pênalti contra o Vasco da Gama, batido pelo craque Angel Labruna e defendido por Brbosa. Para a imprensa brasilelira presente ao estádio, Danilo Alvim, Wilson Alves, que “anulou o perigo louro Di Stéfano”, e Djalma, “um dínamo no ataque e defesa, simultaneamente, sem parar”, foram os grandes vascainaços do dia em que o time teve: Barbosa; Augusto e Wilson (Rafagnelli); Ely, Danilo e Jorge; Djalma, Maneca (Lelé), Friaça (Dimas), Ismael e Chico.

 Como, até então, o futebol de clubes não tinha campeões continentais, o fato ganhou tanto valor entre os brasileiros que, na volta do Vasco da Gama ao Rio de Janeiro, até torcedor do grande rival Flamego foi recebê-lo e aplaudi-lo, escreveu-se.

 

                                             O DONO DO MUNDO 

 

1957 – Vasco campeão da Taça Tereza Herrera, por 2 x 1 Atlético Bilbáo,em La Corunha.

 

03.05.1916 – Estreia do Vasco da Gama no futebol, levando 10 x 1 Paladino, no campo do Botafogo, pelo Campeonato Carioca da Terceira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos. O gol foi de Adão Brandão time foi: Antônio Pereiras Azevedo, Frederico Einselveker e Álvaro Araújo Sampaio; Vitorino Resenda da Silva, Antônio Bebiano Barreto e Auguto Pereira D´Azevedo; Adão Antônio Brandão, Oscar Guimarães, Mário Morais, Joaquim Oliveira e Manuel D´Oliveria. 

 

15.04.1923 -  Estreia vascaína na Primeira Divisão do Campeoanto Carioca das Ligas Metropolitana de Desportos Terrestres, ficando no 1 x 1 Andarahy, no Estádio General Severiano. Saiu atrás no plcar, aos 16 minutos, e empatouo, aos  35, por intermédio de Toterolli. Mas o adversário perdeu o seu ponto, por tert inscrito jogador irregularmente – Nélson, Leitão e Cláudio; Nolasco, Bolão e Arthur; Russinho, Pascoal, Torerolli, Cecy e Negrityo foi o time armado por Ramón Platero.   

 

Nomesde registro de apelidados do time acima: Leitão  (Albano do Nascimento);  Bolão (Claudionor Correia); Russinho( Moacir Siqueira de Queiroz); Torterrolli (Nicomedes Conceição); Cecy (Sílvio Moreira) e Negrito (Alípio Marins).

 

O Vasco da Gama começou a ganhar títulos no futebol (carioca) a partir de 1920, com o Torneio de Segundos Qudros. Seguiram-se: Série B-1922;  da Série A-1923/24;  do Torneio Início-1926;  da Terceira Divisão-1928; do Campeonato da Cidade-1929 (de terra e mar); do Torneio Início-1932; Campeonato Juvenil-1936; Torneio Inicio  e Campeonato Aspirante-1942/1943; Torneios Início, Relâmpago, Municipal e Campeonato Juvenil-1944; Torneios Início e Municipal-1945; Campeonato de de Reservas, de Aspirantes e Torneio Inicio-1946; Torneio Municipal  e Campeonato Aspirante-1947;  Campeonato Aspirante e Torneio Inicio. Demonstrava o Almirante, gen de vencedor, o que, pelas temporadas seguintes,  ficou explícito ganhando, invicto, o título estadual carioca-1949  (apenas dois ermpates) e o pentacampeonato dos aspirantes.                             

 Chegada a década-1950, o Vasco da Gama ficaria bicampeão carioca (segundo bi) e faturaria o título, também, de 1952. Este somando 17 vitórias, em 20 jogos, com mais dois empates e só uma queda. Marcou 49, levou 18 e ficou com o saldo de 31 tentos, sendo os seu artilheiros Ademir Menezes (13); Edmur e Ipojucan (8, cada); Maneca (7); Chico (5); Sasbará (3); Alfredo dos Santos (2); Friaça e Vavá (1), além de um gol contra, pro Darci, do Madureira. 

 Desta turma campeã, Augusto, Ely, Danilo e Jorge atuaram nos 20 jogos; Chico e Ipojucan  fizeram 19; Ademir e Barbosa 18;  Haroldo 17; Maneca 14;  Edmur 11; Sabará 8;  Alfredo 4; Bellini e Friaça; Vavá 2  e Ernâni e Herrera (goleiros), Genuíno e Jansen só uma partidas, dirigtidos pelo tgeriandfor Gentil Cardoso, tendo Cyro Aranha por presidente.

Demonstrava, então, o Vasco da Gama, gen de campeão mundial? Reconfira os títulos citados: Estaduais-RJ-1923/24/29/34/36/45/49/50/52, sendo os de 1945/47/49 invictos; Juvenil-1936/44/54; Aspirante- 1943/46/47/48/49; Torneios Inícios-1926/29/ 30/32/42/45/48; Campeonato de Reservas-1946. Foi então que veio 1953 e a rapaziada conquistou o Torneio Internacional Luís Aranha, considerado um autêntico Mundial.      

     

PRIMEIRÃO -  Alem de tudo isso escrito pelo Vasco da Gama, o clube tinha algo mais  charmoso para um campeão mudial: fora o primeiro clube a comemorar  um títuo dentro do maioir estádio de futebol do mundo, o Maracanã. Valia status de grande consideração, principalmente, porque a alegria não vivida pela favoritivíssima Seleção Brasileira, diante do Uruguai, durante o encerramento da Copa do Mundo-1950, fora provada pelo Almirante.

 Está no caderninho de 28 de janeiro de 1951, com a moçada mandando 2 x 1 América, por um campeonato que se atrasara devido ao Mundial.  Líder, com 32 pontos, o Vasco da Gama já seria campeão empatando, mas Ademir  Menezes, aos quatro minutos do primeiro tempo, e aos 29 do segundo, garantiu o caneco e estabeleceu aproveitamento de 85%, com a sua equipe enviando 74 bolas para as redes da concorrêncaia, das quais 25 endereçadass por ele. Patota do dia: Barbosa, Augusto e Laerte; Ely, Danilo e Jorge; Alfredo II, Ipojucan, Ademir, Maneca e Dejayr.

 Ser primeiro campeão carioca na Era Maracã valeu, ainda, ao Vasco da Gama escolher o lado direito da tribuna de honra para a  sua torcida ficar na sombra.

  CAMPANHA -20.08.1950 - São Januário - Vasco 6 x 0 São Cristóvão- (Gols: Maneca (2), Ipojucan (2), Ademir e Lima); 27.08 – Maracanã - 3 x 2 Bangu (Ademir (2) e Tesourinha); 03.09 - São  Januário- 2 x 3 América (Maneca e Ademir); 10.09 -  4 x 0 Bonsucesso (Ademir (3) e Maneca); 17.09 - Rua Bariri - 3 x 1 Olaria (Ipojucan (2) e Lima); 24.09 - Maracanã-  2 x 1 Flamengo (Ademir e Alfredo II); 01.10 – Maracanã Vasco 1 x 2 Fluminense (Ipojucan); 08.10 - Maracanã-  0 x 1 Botafogo; 15.10 - São Januário - Vasco 9 x 1 Madureira (Djayr (4), Ademir (2), Álvaro (2) e Maneca); 22.10/1950 - São Januário - 7 x 0 Canto do Rio (Ademir (2), Dejayr (2), Jansen, Maneca e Tesourinha); 29.10 - Figueira de Melo - 5 x 1 São Cristóvão ( Djayr (3), Ademir e Tesourinha); 05.11 - Conselheiro Galvão - 3 x 2 Madureira (Ademir (2) e Djayr); 19;11 - São Januário - 4 x 0 Olaria (Ademir (3) e Alfredo II); 26.11 - Maracanã - 4 x 1 Flamengo (Ipojucan (3) e Alfredo II); 10.12  - São Januário  - 7 x 2 Bonsucesso (Ademir (3), Djayr (3) e Maneca); 17/12/1950 - Caio Martins- Vasco 4 x 2 Canto do Rio- Maneca (4); 31.12 – Maracanã -  2 x 1 Bangu (Ipojuca e Maneca); 06.01.1951 - 4 x 0 Fluminense (Ipojucan (3) e Ademir); 14.01- Maracanã - 2 x 0 Botafogo (Maneca e Ademir); 28.01 - Maracanã - 2 x 1 América  (Ademir (2).

 

                                                  O DONO DO MUNDO       

  Durante as tempradas 1951/1952, a Prefeitura do Rio de Janeiro havia patrocinado um torneio inernacional na cidade, a Copa Rio. Em 1953, na tentativa de manter-se uma disputa internacional na cidade, armou-se a o Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer, em homenagem ao presidente da Confederação Brasileira de Desportos-CBD, que a promoveu, entre 7 de junho e 4 de julho, no Rio e em São Paulo, com autorização da FIFA.

Para torcedores do Vasco da Gama, campeão invicto, a competição foi precussora do Mundial Interclubes, como haviam sido as Copa Rio-1951/52. Ainda hoje, eles invocam ter a FIFA se baseado nela para promover o seu I Mundial Interclubes, em 2000, no Brasil.

Para armar a tabela da disputa, os orgnizadores colocaram no grupo carioca: Hibernian, campeão escocês da temporada-1952/53; Botafogo, campeão do Torneio Muncipal-RJ-1951e vice-da Pequena Taça do Mundo-1952, ffamossa na época e disputada contra o espanhol Ral Madrid e mais um time venezuelano e um outro colombiano; Fluminense, campeão da Copa Rio-1952 e o Vasco da Gama, campeão carioca-1952. Em São Paulo, ficaram: Sporting, tetra-campeão português-1950/51; 51/52; 52/53 e 53/54; Corinthians, campeão da Taça Cidade de São Paulo-1952 e da já citada Pequena Taça do Mundo-1953, quando, em 26 de julho, venceu o espanhol Barceloa, por 1 x 0; Olimpia, vce-campeão paraguaio-1953 e São Paulo, campeão paulista-1953.

O Vasco da Gama começou (07.06) pelos 3 x 3 Hiberrnian,  com seu gols marcados por Alvinho (2) e Maneca, no Maracanã, onde bateu, também, o Fluminense (14.06) – uma semana depois, por 2 x 1, com Sabará e Pinga comparecendo à rede. E mais uma semana passando-se (21.07) mandou 2 x 1 Botafogo, por conta dos gols por Maneca e Pinga. Chegadas a semifinais, os cruzmaltinos golearam (24.06)– o Corinthians, por 4 x 2, com Pinga (2),Maneca e Ipojucan balançando a rede. E confirmaram superioridade (28.06)  com 3 x 1 escritos por Maneda, Sabará e Djayr, no segundo jogo, ambos no Maracanã.

Vieram as finais e os vascaínos toparam com o São Paulo, fora de casa. Venceram (01.08)– por 1 x 0, com tento por Djayr, e confirmaram a indiscutibilidade do título (04.08), por 2 x 1, no Maracanã - dois gols porr Pinga, diante de 26.101 pagantes, que aplaudiram a escalação do treinador Flávio Costa reunindo:  Ernani, Augusto e Haroldo (Bellini), Ely (Mirim), Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ipojucan (Ademir), Pinga (Alvinho), e Djayr (Chico/ Simão).

 

FICHA TÉCNICAS VASCAÍNAS DA COPA RIVADÁVIA, TABÉM CHAMADA POR III COPA RIO:

 

 07.06. 1953 – Vasco 3 x 3 Hibernian-ESC. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Mário Vianna. Renda: Cr$ 745.954,00. Gols: Alvinho (2) e Maneca. VASCO: Osvaldo, Augusto, Bellini, Eli, Mirim e Jorge, Pedro Bala (Alfredo II), Maneca, Vavá (Ipojucan), Ipojucan (Alvinho) e Chico.  Técnico: Flávio Costa.

 

14.06.18953 – Vasco 2 x 1 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Franz Grill. Renda: Cr$ 1.141.693,50. Gols: Sabará, Pinga e Simão. VASCO: Ernãni, Augusto (Bellini) e Haroldo; Mirim, Danilo e Jorge; Sabará (Alfredo), Maneca, Ipojucan, Pinga e Chico. Técnico: Flávio Costa

 

21.06.1953 – Vasco 2 x 1 Botafogo. Estádio Maracanã-RJ. Juiz: Mário Vianna. Renda: Cr$ 1.067.933,00. Gols: Maneca e Pinga. VASCO: Ernani, Augusto (Bellini) e Haroldo: Mirim, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ipojucan, Pinga e Simão (Djayr). Técnico: Flávio Costa.  

 

24.06.1953 – Vasco 4 x 2 Corinthians. Estádio: Marcanã-RJ. Juiz: Erik Westman-SUE. Renda: Cr$ 487.924,60. Gols: Pinga (2), Maneca e Ipojucan. VASCO: Ernãni, Mirim e Bellini; Ely, Danilo e Jorge; Sabará (Alfredo), Maneca, Ipojucan, Pinga e Djayr. Técnico: Flávio Costa.

 

28.06.1953 – Vasco 3 x 1 Corinthians. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Erik Westman-SUE. Gols: Maneca, Sabará e Djayr. VASCO: Ernãni, Mirim e Bellini; Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Ipojucan (Ademir), Pinga e Djair. Técnico: Flávio Costa.  

 

01.07.1953 – Vasco 1 x 0 São Paulo. Estádio: Pacaembu-SP. Juiz: Mário Vianna. Renda: Cr$ 979.256,00. Gol: Djayr. VASCO: Ernãni, Mirim e Bellini, Ely, Danilo e Jorge; Sabará (Maneca (Ademir (Alfredo)), Maneca (Ademir (Maneca)), Ipojucan (Ademir), Pinga e Djayr. Técnico: Flávio Costa.

 

04.07.1953 – Vasco 2 x 1 São Paulo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Mário Vianna. Renda: Cr$: 723.917,00. Gols: Pinga (2). VASCO: Ernãni (Osvaldo), Mirim e Bellini, Eli, Danilo e Jorge, Maneca (Alfredo), Ademir (Maneca), Ypojucan, Pinga e Djayr. Técnico: Fláviuo Costa.

 

                                      ARANHA NA COLINA

 

 Bem antes de conquistar os seus dois primeiros títulos interncionais - I Campeonato Sul-Americano de Clubes  Campeões-1948, em Santiago do Chile, e Copa Rivadávia Corrêa Meyer-1953, no Rio de Janeior -, o Vasco da Gama avisara, desde 1940, quando não se falava em disputas internacionais, que nascera com gen de ganhador além fronteiras.

 E mostrou,em 1940, quando o treinador inglês Harry Welfare voltou a São Januário e conquistou a Taça Luiz Aranha, primeiro torneio internacional interclubes disputados no Brasil - em 14 de janeiro, em São Januário. 

 O homenageado Luiz Aranha presidira a Confederação Brasileira de Desportos-CBD,  entre 1936/1943, eera irmão do presidente vascaíno Cyro Aranha (1942/1944; 1946/1948; 1952/1954) e do ministro Oswaldo Aranha, que ocupara pastas da Justiça, Fazenda e Relações Exteriores, nos governos Getúlio Vargas, de (1930/1945 e 1951/1954). s   

  Além dos vascaínos, sexto coloasdos no Campeonato Carioca-1939, participaram  Flamengo, campeão carioca-1939; Botafogo, vice; Independiente, bicampeão argentino-1938/1939, e San Lorenzo, o quinto do Campeonato Argentino do mesmo 1939.  Foi disputa pelos moldes dos Torneios Inícios, em um só único dia, com jogos de 20 minutos, em duas etapas de 10, cada, até as semifinais, e final de 30 minutos (15 x 15).

 Para chegar ao título, o Vasco venceu o Independiente, por 1 x 0, com gol marcado por Orlando Fantoni, aos três minutos do primeiro tempo, e empatou com o San Lorenzo - 0 x 0 no tempo regulamentar  e 5 x 5 em prorrogação de 10 minutos, por ter cedido menos escanteios – decisão por pênaltis só a partir de 1948.  

 Durante os 30 minutos de Vasco 0 x 0 San Lorenzo, os cruzmaltinos cederam três escanteios, por  Zarzur, Argemiro e Florindo, enquanto os argentinos dois, por Morales e Farias. Como zerava tudo para a prorrogação, quase ao final, Orlando Rosa Pinto atacou e Zubieta mandou a bola para a linha de fundo. Foi o lance do título da Turma da Colina, testemunhado por cerca de 10 mil espectadores que proporcionaram renda superior a 24 contos de réis, a moeda substituída, em 1942, pelo cruzeiro.

 Vasco 1 x 0  Independiente, em 14 de janeiro de 1940, em São Januário, pelo Torneio Luiz Aranha, teve arbitragem do argentino Eduardo Fortes, tendo os vascaínos sido: Nascimento, Jaú e Florindo; Figliola, Zarzur e Argemiro; Lindo, Fantoni, Villadoniga, Nino e Orlando.   

 Vasco 0 x 0 San Lorenzo (Vasco 1 escanteio x zero, na prorrogação) foi apitado  por Mário Vianna e a rapaziada foi, praticamente, a mesma: Nascimento, Jaú e Florindo; Figliola, Zarzur e Argemiro; Lindo, Fantoni, Villadoniga (Luna, no tempo regulamentar), Nino e Orlando.

 Antes do Torneio Luiz Aranha, os visitasntes Independiente e San Lorenzo estiveram no Rio de Janeiro,  disputando amistosos e ve3ncendo todos, como San Lorenzo 5 x 1 Botafogo; Independiente 8 x 1 Botafogo; Independiente 4 x 3 Flamengo e San Lorenzo 1 x 0 Flamengo. Diante do Vasco da Gama, o San Lorenzo encontrou mais resistência: 1 x 0. Mas os vascaínos se reabilitaram frente ao Independiente, mandando 5 x 2.

 

Luiz Aranha presidiu a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual CBF, entre 1936 e 1943. Tinha sua vida desportiva ligada ao Botafogo, mas era irmão de Cyro Aranha, que viria a presidir o Vasco de 1942 a 1944, de 1946 a 1948 e de 1952 a 1954. Também era irmão de Oswaldo Aranha, uma das figuras mais destacadas da República durante os governos de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), tendo ocupado os cargos de ministro da Justiça, da Fazenda e das Relações Exteriores.

 

                                         TORNEIO DE PARIS

 

 Torcedores vascaínos mais fanáticos  acham pouco considear o seu time só campeão mundial interclubes-1953. Acrescetam um bi e o imputam à conquista do francês Torneio de Paris-1957.

 Era junho daquela temporada quando os franceses projetaram disputa para ser a referência do futebol internacional. Organizada pelo Racing Club France, ela reuniu, ainda, o alemão Rot Weiss Essen, campeão alemão-1955, o bicampeão europeu e espanhol Real Madrid, considerado o melhore time do planeta, contando com os superastros astros Di Stefano, Puskas, Kopa e Gento, principalmente, e o Vasco da Gama, convidado por ter sido o primreiro e único (até então) campeão sul-americano de clubes, em 1948, no Chile, além de ter sido, também, o campeão carioca de 1956.

 Para a disputa rolar em grande estilo, foi definido como local o Estádio Parque dos Príncipes, na capital francesa. Não se tinha dúvida de que o Real Madrid, bicampeão europeu 1955/1956 e 1956/1957 conquistaria o caneco, sem problemas. Tanto que, na primeira rodada, no a 12 de junho,  mandou 5 x 0 nos alemães. Mas o Vasco da Gama, também, encantou os 52 mil pagantes que o assistiram  mandar 3 x 1 Racing, com gols marcados por Livinho, Pinga e Vavá, em quma quarta-feira, atuando com: Carlos Alberto, Dario e Viana;  Laerte, Orlando e Ortunho; Ssbará, Vavá. Válter e Pinga, treinadois por Martin Franciasco. E foi paras a decisão, contra o favorito Real Madrid, dois dias depois.

Havia 38 mil torcedores no  Parque dos Príncipes, esperando o árbitro francês Jacques Devillers apitar  e o Real Madrid ser campeão. Algo com o que o Almirante já havia se deparado, oito temporadas antes, no Estádio Nacional de Santiago do Chile, quando decidira torneio continental contra La Máquina, que tinha o mesmo magistral Di Stefano em seu ataque. Para a imprensa, Paris assistiria jogo entre “o melhor time da Europa e o melhor da América do Sul”.


 Anuciadas as escalações, o time madrilenho não tinha problemas, enquanto o Vasco da Gama estaria desfalcado do laterl-direito Paulinho de Almeida e do  zagueiro Bellini, convocados para a Seleção Brasileira que disputava a Copa Roca, contra a Argentina. A rigor, só Orlando Peçanha era o único titular da zaga. 

 Parecia, realmente, que o Real Madri faria, para os franceses, o que o River Plate não fizera para os chilenos, em 1948. Aos quatro minutos, Di Stefano abriu o placar. Aos 20, porém, Valter Marciano empatou e, aos 32. Vavá virou a conta, fazendo o Almirante  trrocar de etapa na frente.

O intervalo passou e o recomeço da partida mostrou ações equilibradas que resultraram no empate madridistas, por intermédio de Mateos, aos oito minutos. O Vasco da Gama, porém, não estava a fim de se curvar à fama do adversário. Aos 21 minutos, Livinho fez Vasco 3 x 2, para Válter Marciano fazer mais um, aos 39, com o francês s Kopa diminuindo a contdgas, aos 44.

Mas nem só de futebol viveu aquela final, que incluiu sessão de sopapos no segundo tempo. Para o jornal francês L'Équipe.. “...bruscamente.  o Real desapareceu. literalmente. Seriam as camisas de um vermelho pálido. ou os calções de um azul triste que enfraqueciam a soberba equipe espanhola? Não! ...antes, apareceram, subitamente,  do outro lado os corpos maravilhosos, apertados nas camisas brancas com a faixa preta, de 11 atletas de futebol, de 11 diabos negros que tomaram conta da bola e não a largaram mais. Durante a meia hora seguinte a impressão ... que se teve foi a de que o grande campeão europeu Real Madrid, ganhador de tudo o que rolava em seu continente, estava aprendendo a jogar futebol".

O Torneio de Paris foi considerado mais um precurssor das futuras  Copas Intercontinentais e Mundiais de Clubes. O carioca  Jornal dos Sport chegou a consideerá-lo “Mundial de Clubes conquistado pelo Vasco da Gama”, na primeira vez em que o Real Madrid havia sido vencido por uma equipe não-europeia, após o seu bicampeonato continental. Na verdade, não fora o primeiro enganche do Reqsl Madrid diante dos vascaínos. Em 17 de julho de 1956,  havia empatado, por 2 x 2, no Estádio Olímpico da venezuelana Caracas, pela Pequena Copa do Mundo, sob apito do local Benito Jackson e com gols vacaínos por Sabará, aos 56, e, Astolfo, aos 71, tendo o treinador Martim Francisco armado este time: Carlos Alberto Cavalheiro; Dario, Bellini e Coronel; Laerte e Orlando; Sabara, Livinho (Pinga), Vavá, Walter, Djayr (Artoffi). O ReaMadrid fora: Alonso; Atienza, Marquitos, Lesmes; Muñoz, Zárraga; Joseito, Marsal, Di Stéfano, Rial, Gento.

Nos vascaínos 4 x 3 parisienes, o mesmo Martim Francisco mandou a campo:  Carlos Alberto; Dario, Viana, Orlando e Ortunho; Laerte e Valter; Sabará, Livinho, Vavá e Pinga. O Real alinhou: J. Alonso; Torres, Marquitos (Santamaría) e Lesmes; Muñoz e A. Ruiz; Kopa, Mateos, Di Stéfano, Rial (Marsal) e Gento.

 

                                               TEREZA HERRERA

 

O torcedor vacaíno pode até não ser o mais fanático do planeta. Mas, com certeza, é um dos mais gulosos. Se não bastasse o bi interclubes que ele apregoa, não é que consideras até um tri?

 Este, para ele, foi conquistado, dois dias depois de colocar o Real Madri na roda, em Paris, tendo viajando durante 11 horas, dentro de ônibus, para vencer o Athlétic Bilbao, no Estádio Riazor, em La Coruña, na Espanha, por 4 x 2 com gols por Vavá  e Válter Marciano.

Seria, então, o tri tirado do tgorneio em homenagem a TGeresa Maregarita Herrera y Posadas, nascida em 1712, em La Coruña para ser um símbolo de dedicação aos menos. Em 1789, ela doou todos os seus bens para criar um hospital para a caridade. Em 1946, surgiu o torneio futebolístico para arrecadar fundos para a caridade, nascendo o Trofeu Teresa Herrera, que teve o Vasco da Gama o campeão das sua 12º edi9ção, vencendo clube campeão espanhol-1956 e4 da Copa do Rei-1955/56, um dos mais foretes do país.

 Nessas histórias de heroiusmos, torcedores vacaínos contam que o seu time chegou ao local da partida duas horas antes, cansado e com pouco tempo par descanso. Daí que cvonsiderasm este um aut}entico tri interconti

nental, porque o Trofeu Tereza Herrera era um dos principais eventos do calendário anual de futebol de clubes.

 

                                         CAMPEÃO MORAL

Este é um títiulo até jocoso. Criado, pelo tereinador Cláudio Coutinho, quando a Seleção Brasileira terminou a Copa do Mundo-1978, em terceiro lugar, invicta, enquanto a campeã Argentina havia perdido durante a campanha, pode ser, menos para o vascaíno fanaticaço.

Como se recorda,  o jogo Argentina x Peru foi marcado par depois de Brasil x Polônia, tendo os argentinos vencido pelo número de gols suficientes para irem à fnal, eliminando os canarinhos. Houve acusações de maracutaias, muita grita brazuca, mas o certo foi que o Brasil voltou da Copa78 campeão moral. E ficou a gozação para os futuros campeões morais.

 Com o Vasco da Gama aconteceu algo parecido. Fez mais pontos do que o Corinthians, o campeão do I Mundial Interclubes da FIFA, em 2000, mas terminou em segundo lugar, devido ao regulamento. Na fase preliminar, o Almira mandou 2 x 0 South Melbourne-AUT (06.01); 3 x 1 Manchester United-ING (08.01) e 2 x 1 Necaxa-MEX (11.01), somando nove pontos, contra sete de corintianos e Real Madrid. Indo para a final, contra os paulistas (14.01), diante de 73 mil pagantes, no Maracanã,  o Vasco viu o adversário tentar, nitidamente, decidir o título em cobranças de pênaltis. Conseguju terminar no 0 x 0 e venceu nos tiros livres diretos, por 4 x 3, com o maior craque vacaíno, Edmundo, chutando pênalti para longe do gol. Quer dizer: fez mais pontos, mas não levou.

Em 1997, quando foi o campeão brasileiro, indiscutível, inalcançável, o Vasco da Gama chegou a fazer 12 pontos de frente sobre o segundo colocado, o Palmeiras, mas o regulamento o obrigou a ir para duas partidas decisivas. Quando nada, fechou a história da pontuação, em 70 x 58, com o regulamento fazendo de tudo para rouber-lhe a glória. Mas não dava.  Com tantas estrada de frente, o Vasco era até um campeão imoral, no dizer do seu torcedor, por achar crudelíssimo o que ele fizera com a concorrância - realmente!    

   

   

                                                PEDIDO DE RECONHECIMENTO

  Se Fluminense e Palmeiras, vencedores, respectivamente, das Copas Rio-1951/ 1952, se consideram campeões interncontinentais, o Vasco da Gama, também. Para isso, seu então presidente Alexandre Campéllo e o sucessos eleito, Jorge Sagado, pleitearam junto  à Confedração Brasileira de Futebol-CBF cobrar da FIFA o reconhecimento do título do Torneio Rivadávia Corrêa Mayer, por ter sido organizado pelos cebedenses, autorizados pela entidade internacional, como torneio intercontinental de clubes.

Diz a palavra vascaína: “ O sucesso da Copa do Mundo de 1950 lançou o Brasil no cenário mundial. E, na esteiera daquele Mundial, form organizados torneios internacionais envolvendo clubes de todo o mundo... o Regulamento Oficial da disputa ...comprovas a dimensão e a importânmcia do Torneio... o Clube de Regatas Vasco da Gam .. solicita que a Confederação Brasileira de Futeobol-CBF ...promova encaminhamento à Federtoion Interrnationele de Fuebol Association-FIFA, no contestgo do reconhecimento  do T?orneio I|nerncional Rivadávia Corrêa Meyer, de 1953,  como Torneio Intercontinentnal de Clubes”. Final

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                        VASCO, CAMPEÃO DO IV CENTENÁRIO

                                        

                                           APRESENTAÇÃO

 Em tempo de Rio de Janeiro vivendoo seu IV Centenário – 1965 -, o Club de Regatas Vasco da Gama realizou grande temporada. Em três competições do futebol, venceu duas, o Torneio Internacional de Verão do Rio de Janeiro e a I Taça Guanabara. Também, saiu vice-campeão da Taça Brasil - primeira disputa nacional a classificar times à Taça Libertadores da América -, e do Torneio Rio São-Paulo - um dos embriões do atual Campeonato Brasileiro –, neste empatado com Botafogo, Flamengo e Portuguesa de Desportos. Nos esportes amadores, venceu o Campeonato Carioca Infanto-Juvenil de Futebol, o Campeonato Carioca Adulto Masculino de Basquetebol e a Taça Gerdal Boscoli.  Temprada de muitas emoções. Vamos ver!

                                                        Gustavo Mariani           

 

                                             1 - FUTEBOL INFANTO-JUVENIL

 

 O título de campeão carioca da categoria foi conquistado durante a tarde da quarta-feira  22 de dezembro, em Vasco da Gama 2 x 1 Flamengo, no estádio do Fluminese, que tinha o gramado muito encharcado pela chuva.

 Os gols da garotada campeã foram marcados por Adílson Albuquerque – irmão de Almir Pernambuquinho, um dos grandes ídolos da torcida vascaína da década-1950 – aos 10, Alcir, aos 20 minutos do primeiro tempo. Para o Jornal dos Sports,  “vitória justa”.

  Os Garotos da Colina, incluídos, inicialmente, na Série Coelho Neto, que homenageava o escritor – pai do atacante Preguinho, autor do premiro gol brasileiro em Copas do Mundo –, encarou Bangu, Campo Grande, Fluminense e Madureira. No segundo turno, times do Departamento Autônomo. A seguir, foi para a chamada superdecisão, sem pontos perdidos, contra os rubro-negros, também  zerados.

 Adílson tornou-se o principal artilheiro do campeonato, com quatro tentos. Alcir, Ézio e William marcaram um, e o goleiro Celso foi o menos vazado,  só o gol da final, quando o treinador Célio de Souza escalou: Celso; Mizael, Ari, Álvaro e Russo; Ézio e Bené; William, Adílson, Alcir e Okada.

O Flamengo - Walckenair; Marcos, Sapatão, Alcir e Iranir (Álvaro); Sílvio e César; Michila, Carlos Magano, Pelé e Carlos Alberto – exigiu muito não só dos cruzmaltinos, mas, também, do árbitro Válter Vieira Borges - auxiliado por Bráulio Teixeira e Arlindo Nunes dos Santos –, que teve de se virar para segurar os ânimos da moçada e, até, exular de campo, o rubro-negro   Marcos e o cruzmaltino Alcir, aos 32 minutos, por trocas de pontapés.  

O Estadual Infanto-Juvenil-RJ - até os 17 de idade -,  rolou até 1979, quando foi criada a categoria júnior. O Vasco da Gama só havia sido campeão em 1960m, mas, naquele 1965, conquistou, ainda, o Torneio Quadrangular da Marinha, encarando juvenis, gente mais velha.

 

                                             2 - O CHEFE DA GAROTADA

   

Além de ter levado a garotada ao título do Campeonato Carioca Infanto-Juvenil de Futebol-1965, o treinador  Célio de Sousa entrou para a história do Vasco da Gama por mais um motivo: teve papel importante no surgimento  do maior ídolo da torcida do clube,  Roberto Dinamite, autor de com 708 gols, em 1.108 jogos.

Relembrando: levado para São Januário, pelo olheiro Fernando Ramos, apelidado por Gradim (não confundir com um ex-atleta e ex-treinador vascaíno), Roberto foi entregue ao Seu                      
Rubens, na divisão de base. Era 1969 e o garoto garimpado nas peladas de Duque de Caxias, pouco tempo depois, já estava treinando entre os juvenis. No Campeonato Carioca da categoria, em 1970, foi o artilheiro da equipe, com 10 tentos. Em 1971, o principal do campeonato, com 13. Enão demorou a começar a jogar pelo time A de São Januário - o restante da história todos conhecem.

Quanto a Célio Oliveira de Sousa, esta é uma das muitas histórias de amor e ondas que rolaram pelos mares da Colina. Ganhador de vários títulos nas divisões inferiores, este mineiro, de Além Paraíba, nascido em 4 de março de 1923, projetou-se dirigindo times de juvenis e aspirantes. Ele atribuía grande parte do seu sucesso aos aprimoramentos com Zezé Moreira, Ely do Amparo e Paulinho de Almeida.  

Em 1967, Célio saiu do Vasco, acusando Zizinho (Thomás Soares da Silva) de ter contribuído para isso, ao rotulá-lo por “ondeiro”. Foi para o Madureira e ficou vice-campeã do Torneio Início do Campeonato Carioca-1967. Mas não demorou-se naquele clube, devido problemas com o seu emprego de fiscal do trabalho.

 Em 1968, Célio conseguiu tempo para atender ao treinador Aymoré Moreira e montar uma escolinha de futebol para o maior rival do Vasco, o Flamengo. Em 1969, porém,  estava de volta a São Januário, dirigindo o time principal, o que voltou a fazê-lo, em 1972.

À Revista do Esporte - Nº 474 -, de 6 de abril de 1968, Célio de Sousa apontou três itens principais para aprovar um candidato: a maneira de bater na bola, o andar e a flexibilidade dos seus membros. Mas ressaltando: “Há os que surpreendem. Chegam desengonçados e acabam abafando”.

Em 30 de maio de 1972, a então chefe da torcida organizada vascaína, Dulce Rosalina, liderou movimento e coleu assinaturas de associados do Vasco da Gama, pedindo a volta do trabalho de Célio de Sousa junto aos juvenis. Ela disse ter reunido oito mil autógrafos e levantado Cr$ 70 mil cruzeiros, para  indenização por dispensa sem justa causa. Mas a campanha terminou esvaziada, porque o irmão do treinador, Carlos de Sousa, aceitou convite para supervisionar uma nova comissão técnica vascaína.

 Casado, com Abigail Campos de Sousa, o treinador teve o filho Leonardo, que não o seguiu.    

 

                                                  O ARTLHEIRO ADÍLSON

 

  Não só ser irmão de Almir, um dos maiores ídolos da torcida vascaína, durante parte da década-1950, dava cartaz ao garoto Adílson. Ele era considerado um dos mais habilidosos atacantes lapidados pelo Vasco da Gama. Mesmo assim, ao subir para o grupo principal, não conseguia se firmar como titular, o que só aconteceu depois que Paulinho de Almeida assumiu o comando do time, em 1968.

 Adílson não marcava muitos gols. Deixava os companheiros de ataque em condições de finalizar, mas o que a torcida vascaina queria era vê-lo balançando a rede. Como não o fazia, terminu na resrva reserva, aborreceu-se e chegou a pensar em abandonar São Januário e voltar para a sua Recife. Foi quando Paulinho de Almeida apareceu em sua vida.

 Considerado atleta temperamental, Adílson via a imprensa carioca criando um estereótipo sobre ele, mas admitia haver ocasiões em que não conseguia controlar o seu gênio. Se o treinador lhe pedisse opinião sobre a sua colocação em campo,  lhe diria preferir trabalhar entre o meio do campo e a entrada da área, armando jogadas.

O recifense Adílson Moraes Albuquerque nasceu em 27 de janeiro de 1948. Podia ser considerado um atacante de boa estatura – 1m72cm – para a sua época. Cria do Sport Clube Recife, chegou ao Vasco em 1965, para jogar pelas categorias inferiores. Passou, também,  pelos aspirantes e jogou no time principal, de 1967 a 1972.  Entre 1970/1971, atuou pelo Sport Recife, tendo no mesmo 1971 voltado a São Januário, para ficar até 1972.  No exterior, defendeu o Olimpic de Charleroi, da Bélgica.

Filho de Seu Arlindo, que tocava uma mercearia na Estrada dos Remédios, em Recife, e torcia pelo Snta Cruz, o garoto Adílson – bem como oss irmãos Almir, Arlindo e Chumbinho (consagrado como Ayres, no argentino Boca Juniors) – não deu ouvidos às histórias de glórias da Cobra Coral, contadas pelo pai,  e foi treinar no Sport, que tinha campo perto de sua casa. No Vasco da Gama, viveu muitas emoções provocadas pelo fulgor das juventude, como esta contada pelo seu colega de vascainices da época, o goleiro Valdir Appel, em um dos seus livros:

 “O pernambucano Adilson e o goleiro juvenil Tuca resolveram espairecer no Teatro Rival. Na época, uma parede de oito metros de altura dividia os sanitários masculino e feminino da casa. Adilson subiu com dificuldades uma escadinha que conduzia ao topo do teatro e, de lá, se posicionou para brechar a paquera no toalete vizinho.

Deu azar: a mulher viu o seu vulto e chamou o segurança do teatro. Apanhado com a boca na botija (ou quase!), o alpinista foi recolhido juntamente com o seu cúmplice, Tuca, ao distrito policial mais próximo. Interrogados, tentaram aliviar a pressão, dizendo que eram jogadores do Vasco.

O delegado, um gozador (por sinal, flamenguista), resolveu colocá-los à prova. Às 3 horas da manhã, levou-os para a quadra de futebol de salão, no pátio da delegacia. Colocou Tuca no gol e Adilson chutando bolas pro goleiro defender. Adilson estava recuperando o joelho operado e seus chutes saíam de canela e sem força. Os policias em volta sacaneavam os dois: "Tá mal o Vasco, heim?""Este aí mal sabe chutar!""É por isso que esse time não ganha de ninguém!".

Após uma boa reprimenda, o delegado liberou os dois, certo de que a punição tinha sido exemplar. Os dois folgados chegaram em São Januário com o sol raiando, um para treinar e outro direto para o departamento médico, para cuidar da recuperação do joelho.

 

                                                CAMPEÃO DA I TAÇA

                                                      GUANABARA

  A Federação Carioca de Futebol-FCF pensava em ter um representante não saído do campeonato estadual, para representar o Estado da Guanabara na Taça Brasil – competição que classificava dois times brasileiros à Taça Libertadores das América. Seria o campeão carioca.

 A proposta ficou mal esclarecida, pois, por campeão carioca, entendia-se o campeão da temporada estadual, reunindo os clubes filiados classificados para a competição. Houve problema de linguagem, de explicação.

Menos para a revista Manchete – semanária do grupo Adolpho Bloch -, que ficara ligada no que a FCF propusera, em primeiro momento e, quando a I Taça GB chegou ao final, estampou: “Vasco campeão do IV Centenário”.

  Considerações, proposições, habitualidades à parte, o Vasco da Gama carregou a primeira Taça Guanabara, logo apelidada, pelo torcerdor, por Taça GB, disputando sete partidas, vencendo cinco, empastando uma e escorregando em só uma. Sua defesa levou dois gols, mas seu ataque compensou mandando 15 bolas ao filó. Formado por Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio Taveira, Lorico e Zezinho, eles escreveram nos placares das partidas: 14.07.1965 -  5 x 0 Fluminense (Célio (2 gols),  Mário (2) e Luizinho (1); 22.07.1965 - 1 x 1 Flamengo (Luizinho (1); 28.07.1965 - 1 x 0 América (Célio (1); 07.08.1965 – 3 x 1 Bangu (Mário (2) e Oldair (1);  11.08.1965 – 0 x 3 Botafogo; 21.08.1965  2 x 0 Fluminense (Célio (2); 25.08.1965  1 x 0 Flamengo (Célio (1); 05.09.1965 - 2 x 0 Botafogo (Paulistinha (contra) e Oldair (1).

Após este último jogo citado acima - Vasco 2 x 0 Botafogo -, era o final da tarde do 5 de setembro de 1965, no Maracanã, quando o capitão e zagueiro Hércules Brito Ruas ergueu a I Taça Guanabara. Fora conquistada por esta escalação: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e  Lrico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho, treinados por Zezé Moreira. 

O artilheir do time foi o atacante Célio, com seis  tentos, diante de Fluminense (4), Flamengo (1) e América (1). Eleito o melhor vascaíno daquela temporada, repetindo 1963, nasceera na pulista  Santos-SP, no 16.10.1940 - viveu até o 29.05.2020.

Quem o viu jogar o definiu por "um daqueles românticos da bola, goleador fino, galã que seduzia, ao mesmo tempo, os brutos das arquibancadas e as moçoilas recatadas que buscavam um recorte holiwoodiano nos jogadores da época".

 

                                                      FICHAS TÉCNICAS

 

14.07.1965 (quarta-freira) – Vasco da Gama 5 x 0 Fluminense. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 15.397 pagantes. Renda: Cr$ 8.303.300,00. Gols: Célio, aos 27 e aos 28, e Luizinho, aos 34 min do 1º  tempo; Mário, aos 3 e aos 39 min do  tempo. VASCO: Gainete (Lévis); Ari, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lirico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico:Zezé Moeira.   

 

22.07.1965 (quinta-feira) – Vasco da Gama 1 x 1 Flamengo. Estádio: Maracanã. Juiz: Armando Marques. Público: 44.990 pagantes. Renda: Cr$ 25.679. 340,00. Gol: Luizinho, aos 7 min do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

OBS: Célio foi expulso de campo, juntamente com o flamengusitsa Fefeu, aos 20 min do 1º tempo.

 

28.07.1965 - (quarta-feira) – Vasco da Gama 1 x 0 América. Estádio; Maracanã-RJ. Juiz: Eunápio de Queiroz. Público: 15.850 pagantes. Renda: Cr$ 8.328. 480,00. Gol: Célio, aos 43 min do 1º tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Ari; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

07.08.1965 - (sábado). Vasco da Gama 3 x 1 Bangu. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Público: 27.657 pagantes. Renda: Cr$ 14.746.240,00. Gols: Mário, aos 34 min do 1º e aos 4 do 2º tempo, e Oldair (pen), aos 8 da etapa final. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

11.08.1965 - (quarta-feira)- Vasco da Gama 0 x 3 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Armando Marques. Público: 48.557 pagantes. Renda: Cr$ 27.782.9870,00. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

21.08.1965 - (sábado) – Vasco da Gama 2 x 0 Fluminense. Maracanã-RJ. Juiz: Gualter Portela Filho. Público: 27.821 pagantes. Renda: Cr$ 15.628.380,00. Gols: Célio (pen), aos 44 min do 1º tempo e aos 24 do . VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

25.08.1965 – (quarta-feira) – Vasco da Gama 1 x 0 Flamengo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: José Gomes Sobrinho. Público: 34.368 pagantes. Renda: Cr$ 18.916.960,00. Gol: Célio, aos 23 min do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

 

05.09.1965 (domingo) – Vasco da Gama 2 x 0 Botafogo. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Frederico Lopes. Púlico: 115.064 pagantes. Renda: Cr$ 72.927.380,00. Gols: Oldair, aos 40 min do 1º tempo, e Paulistinha (c), aos 5 do  tempo. VASCO: Gainete; Joel Felício, Brito, Fontana e Oldair; Maranhão e Lorico; Luizinho Goiano, Mário Tilico, Célio e Zezinho. Técnico: Zezé Moreira.

                               

                                        BASQUETEBOL            

     

  A data 11 de julho de 1965 trornou-se gloriosíssima para o calendário do basquetebol vascaíno. Foi nela que a Turma da Colina conquistou o título da temporada do IV Centenário do Rio de Janeiro, na categoria principal, a masculino adulto, vencendo o Botafogo, por 85 x 71, no ginásio do Clube Municipal.

 De acordo com a Revista do Esporte - Nº 335 -, de 7 de agosto, os alvinegros foram grandes adversários durante o primeiro tempo, quando o placar ficou Vasco da Gama 35 x 34. Na etapa final, os cruzmaltinos os dominaram, amplamente,  contando com: Oto (25 pontos), Douglas (20), Paulista (15 pontos), Barone (15), Leonardo (8) e Carneirinho.

 A final,  apitada por João Nogueira Macedo e Célio Pádua Guedes, elogiadíssimos, não chegou pra todos os que queriam assisti-la. Muitos torcedores ficaram do lado de fora do ginásio, levando a imprensa carioca a calcular que, se tivesse sido no Maracanãzinho, a arrecadação, de Cr$ 2 milhões, 352 mil cruzeiros teria sido dobrada.

Após a partida, a torcida vascaína improvisou um verdadeiro carnaval, carregando, nos ombros, os
atletas e o treinador José Pereira. Muito justo! Aquele era o terceiro título cruzmaltino na bola ao cesto e, nãose esquecia, na temprada anterior, a taça fora tirada pelo maior rival, o Flamengo, por apenas um ponto de frente, o que impedira um tricampeonato.

A geração campeã do IV Centenário começou a ser formada em julho de 1963, três meses antes do inicio do Estadual.  O  planejamento era de longa prazo, para disputar o título a partir de 1964, quando se tentaria quebrar jejum, de 17 temporadas. Sim! O Vasco só havia carregado o caneco em 1946. Para a empreitada, um grupo, com média de idade girando pelos 22/23 anos, foi entregue ao treinador Zé Carlos, que precisou só do turno classificatório, disputando pela Zona Suburbana, para sentir que já poderia ser campeão jáem 1963. Fora surpreendente ver a sua rapaziada vencer a sua série e chegar à final, para encarar o Flamengo.

Do grupo de 1963, o Vasco mantinha Carneirinho, Douglas, Barone, Paulista e Leonardo, que estiveram na final de 1965 – Cianela, Válter, Chico, Zezé, Aílton, Lulu e Jorge eram os outros embriões que ajudaram a levar a taça colocada em jogo em uma melhor de três, no Maracanãzinho, duas temporadas antes.

Naquele início de projeto que foi dar no título de 1965, o Vasco venceu o estadual de basquete adulto masculino-1963 somando 39 pontos e tendo o cestinha do certame, Paulista, com 412. Carneirinho foi eleito a revelação,  Douglas o melhor pivô móvel e Paulista o melhor infiltrador.

Além disso, Leonardo, Barone e  Cianela receberam menção honrosa pelas atuações na melhor-de-três. Na seleção do campeonato, entraram os  atletas Douglas e Carneirinho e o treinador Zé Carlos.

Além disso tudo, a torcida vascaína foi a mais presente aos  ginásios, ajudando a proporcionar o maior público – 9 mil presentes – em jogos regionais nacional e o recorde de renda – Cr$ 2 milhões, 212 mil cruzeiros (o total beirou Cr$ 5 milhões e 500 mil)  – na última rodada, antes da melhor-de-três, contra o Flamengo.  

Em 1964, o presidente Manuel Joaquim Lopes Queria marcar a sua administração por grandes conquistas. E mandou avisar ao técnico Zé Carlos que facilitaria o seu trabalho.  Por exemplo, seguiria a política do Flamengo, levando para São Januário os melhores atletas,  sem medir sacrifícios.

Antes do início do torneio, a Federação Carioca de Basquetebol-FCB anunciava a maior de suas temporada masculinas, devido a igualdade de forças entre os quatro principais favoritos - Flamengo, campeão-1964; Vasco da Gama, vice; Botafogo, terceiro colocado, e Fluminense, o quinto -, além do clima festivo do IV Centenário do Rio de Janeiro.

  Realmente, os quatro haviam se armado bem para ganhar o título da temporada mais do que  histórica. Os rubro-negros, por exemplo, tiraram  o paulista Tozi, do XV de Piracicaba, mas perderam vários atletas para os rivais, casos de Gabiru e César e Oto – capaz de fazer 546 pontos, em 20 jogos -, para os vascaínos, bem como Marcelo e Coqueiro, que se tornaram tricolores. Estes, voltarma contar com seus ex-jogadores Lupércio e Paulo Góis, que andavam pelo time da AABB.

Pelo lado flamenguista, o treinador Kanela (Togo Renan Soares) mandava avisar aos adversários: seria bi, “para desgosto dos nossos inimigos”. Ele, porém, discordava da FCB, acreditando que 1965 não teria o maior dos campeonatos, porque os melhores jogos não seriam no Maracanãzinho. Nesse ponto, criticava o ginásio do Clube Municipal, por não comportar grande assistência e nem oferecer comodidade ao público.  

 Kanela tinha bom grupo para tentar o bi: Valdir, Chocolate, Montenegro, Piraí, Guilherme, Coelho, Pedrinho, o norte-americano Bill, o campeã sul-ameticano Válter, Tozi e o mito Algodão.     

No Vasco da Gama, buscou-se Moacir Gato, na AABB. Manteve-se o treinador José Pereira, que tivera experiência, também, com o time feminino. Ele prometia grande campanha, em caso de apoio da sua diretoria e considerava o time do Flamengo uma “incógnita”, por ter se renovado bastante. Perreira definiu a sua base com nove jogadores  - Douglas, Oto, Paulista, Barone, Leonardo, Gato, Carneirinho  Julico e César -, ficando Válter, Virgílio, Nílton e Gabiru para as eventualidades.

 Diferente de Kanela, o treinador vacaíno acreditava participar de uma grandiosa temporada, desde que a imprensa colaborasse, incentivando o público a comparecer aos jogos. E convocava a “numerosa torcida vascaína” a incentivar a sua rapaziada.

De sua parte, os botafoguense mantiveram a base da temporada anterior, grupo jovem, homogêneo e muito perigoso. O treinador  Tude Sobrinho - eleito, pelo Comitê dos Cronistas de Basquetebol-RJ, o melhor da temporada masculina-1964 -  só temia a falta de maior experiência da maioria de jovens em sua equipe e a falta de um líder para a garotada. “Uma espécie, assim, de cabeça pensnte e controladora, como necessita um quadro jovem”, explicava.

 Tude esperava o Flamengo ser o seu grande adversário, sobretudo pela tradição e o comando de Kanela, mas apontava, time por time, o do Vasco da Gama sendo o melhor. Ao Fluminense, dava maios heterogeneidade. Seus jogadores seriam: Sérgio, Ilha, Franklin, Aurélio, Edinho, Fernandão, Raimundo, Generoso, Renê, Cláudius e Conde.

  Renato Brito Cunha, o treinador tricolor, colocva o Tijuca em pé de igualdade com os quatro considerados favoritos. E seguia o vascaíno Pereira na espera do melhor campeonato carioca de basquete dos últimos tempos. Receito, ele só tinha um: ...“as arbitragens, que...constituem um sério problema”

Brito Cunha estivera com treinador do time olímpico brasileiro e contava, par ser campeão carioca, com esta rapaziada: Marcelo, Coqueiro, Osmar, Gritz, Isnard, atiê, Tentativa, Arnaldo, Hiram, Lupércio, Paulo Góis e Renato Tovar, que voltara dos Estados Unidos, onde passara duas temporadas estagiando. Por fim, correndo por fora, o Tijuca prometia valorizar a sua participação.

 

CAMPANHA

 

Confira como Vasco da Gama carregou o caneco do basquete masculino adulto do IV Centenário do Ro de Janeiro-1965 - Turno – 88 x 43 Vila Isabel; 96 x 46 América; 98 x 38 Florença; 69 x 61 Fluminense; 83 x 67 Botafogo; 77 x 33 São Cristóvão; 90 x 38 Municipal; 80 x 45 Grajau; 74 x 48 Mackenzie; 71 x 51 Tijuca; 92 x 75 Flamengo - Returno – 99 x 41 Municipal; 116 x 62 Florença; 104 x 49 Vila Isabel; 104 x 42 América; 95 x 38 Grajaú; 91 x 51 Mackenzie; 87 x 52 São Cristóvão; 69 x 51 Flamengo; 82 x 52 Tijuca; 65 x 58 Fluminense; 85 x 71 Botafogo.

 

                                                            OS CAMPEÕES

 

Oto Ditrich Júnior – cestinha do time, com 540 pontos, jogou usando a camisa 14, com 1,93cm de altura (o mais alto da equipe), pesando 87 quilos. Nascido em São Paulo (capital), estava com 23 de idade.

 Benedito Cícero Torteli (Paulista) – encestou 265 pontos, com a jaqueta 9, medindo 1m84cm e pesando 82 quilos. Também, paulistano, já tinha apagado 25 velinha. Campeão carioca na turma de 1963, tinha, ainda, o título de bicampeão mundial pela Seleção Brasileira.

César Augusto Sebba – autor de 265 cestas, igualado a Paulista, estava com 19 de idade  e era o mais jovem da rapaziada. Natuaral de Goiânia-GO, medindo 1m86cm e pesando 79 quilos, usou a camisa 13.

Carlos Barone Neto – campeão, também, em 1963, somou 213 pontos, em 1965, usando a jaqueta 11. Mais um paulista no time, nascido em Campinas, era o mais vleho da rapaziada, aos 27 de idade, pesando 79 quilos e medindo 2m82cm.

Jose Douglas Alves de Lima -  se o Paulista (Benedito Torteli) era o loiro do time, ele era o colored, também, campeão carioca-1963. Marcou 187 pontos, usando o número 12 na camisa, medindo 1m87cm de altura e pesando 85 quilos.         

Leonardo Paulo de Faria – o camisa 10, autor de 163 pontos. Carioca, aos 23 de idade, jogava medindo 1m81cm de altura e pesando 77 quilos. Outro do time campeão-1963.

Moacir Dias César (Gato) – paulista, de Itapira, a terra do zagueiro Hideraldo Luís Bellini, um dos maiores ídolos da torcida vascaína da década-1950 e o primeiro capitão da Seleção Brasileria a erguer a taça Jules Rimet. Usou a jaqueta 15 e marcou 157 pontos, pesando 76 quilos e medindo 1m80cm de altura.

Júlio Céasar Fernandes Mano (Julico) – camisa 6, marcou71 pontos, medindo 1m90cm de altura e pesando 93 quiulos, o mais gordinho da turma. Carioca, estava com 20 de idade e sido campeão, em 1963.

Luís Antôno Rapôso Carneiro (Carneirinho) – o baixinho da turma, com 1m69cm de altura. Pesando 72 quilos, marcou 41 pontos e era considerado o cabeça da equipe. O dono da camisa 8 era prata da casa, desde 1956.         

 

Virgílio Fernandes Mano Filho -  dentro de sua camisa 7 cabiam 1m83cm de altura e 85 quilos. Irmão de Julico, estava com 22 na idade e fez sete pontos durante a disputa. Outro do grupo campeão-1963. 

 

João Renato Mazzini Rodrigues Pereira (Gabiru) – coerente com número da camisa e de  pontos marcados: 4. Embora medisse 1m92cm de altura, era o mais magro da turma, com 71 quilos, menos do que Carneirinho (72kg), que media 1mc9cm. Tinha 27 de idade.

 

Aílton da Silva – usou a camisa 5 e encostou dois pontos. Carioca, estasva com 24 de idade, pesando 85 quilos. Medindo 1m89cm, fora campeão carioca-1963.

 

José Pereia Gomes – português, com 1m67cm de altura, naturalizado brasileiro, estava com 36 de idade, ao sagrar-se campeão carioca pelo basquetebol masculino. Antes, só havia dirigido times femininos, mudando de setor por ter o Vasco da Gama errado as suas atividades com as moças.    

 

José de Oliveira Melo – massagista, com 1m68cm de altura, nascido em Sergipe, foi do grupo campeão-1963.

 

Alberto Rodrigues – carioca e vice-presidente vascaíno, aos 40 de idade, era chamado de “dono do basquete” no clube, por resolver de tudo no setor. Estava nessa desde 1962, quando iniciou a montagem do grupo campeão-1963. Dentista na vida profisisoal. Fora das quadras, vivia para a odontologia.

 

Hílson Faria – representava o Almirante junto à Federação Metropolitana de Basquetebol. Carioca, funcionário do Banco do Brasil, ocupara vários cargos em diretorias vascaínas anteriores. Fazia questão de contar ter nacido ao lado do estádio de  São Januário.    

 

 

 

 

VASCO CAMPEÃO - -A data 11 de julho de 1965 é gloriosíssima para o calendário do basquetebol da Colina. O Vasco conquistou o título da temporada do IV Centenário do Rio de Janeiro, na categoria masculino adulto, a principal, vencendo o Botafogo, por 85 x 71.

 

Placar indiscutível! De acordo com a crônica da Revista do Esporte Nº 335, de 7 de agosto, os alvinegros foram grandes adversários durante o primeiro tempo, quando o placar virou em Vasco 35 x 34. Na etapa final, os cruzmaltinos os dominaram, amplamente,  contando com: Oto (25 pontos), Douglas (20), Paulista (15 pontos), Barone (15), Leonardo (8) e Carneirinho.

 

 A final,  apitada por João Nogueira Macedo e Célio Pádua Guedes, elogiadíssimos, não chegou pra todos os que queriam assisti-la. Muitos torcedores ficaram dolado de fora do ginásio do  Clube Municipal, o que fez a imprensa carioca calcular que, se tivesse sido no Maracanãzinho, a arrecadação, de Cr$ 2 milhões, 352 mil cruzeiros teria sido dobrada.

Após a partida, a torcida vascaína improvisou um verdadeiro carnaval, carregando, nos ombros, os
atletas e o treinador José Pereira. Muito justo! Afinal aquele era, ainda, o terceiro título cruzmaltino na bola ao cesto e, no ano anterior, a taça fora tirada pelo maior rival, o Flamengo, por apenas um ponto de frente, o que impedira um tricampeonato.

A geração campeã do IV Centenário começou a ser formada em julho de 1963, três meses antes do inicio do campeonato estadual.  O  planejamento era de longa prazo, para disputar o título a partir de 1964, quando se tentaria quebrou um jejum, de 17 anos. Sim! O Vasco só havia carregado o caneco em 1946. Para a empreitada, um grupo, com média de idade girando pelos 22/23 anos, foi entregue ao treinador Zé Carlos, que precisou de apenas um turno classificatório, disputando pela Zona Suburbana, para sentir que já poderia ser campeão naquele 1963. Fora surpreendente ver a sua rapaziada vencer a sua série e chegar à final, para encarar o Flamengo.

 

Do grupo de 1963, o Vasco mantinha Carneirinho, Douglas, Barone, Paulista e Leonardo, que estiveram na final de 1965, contra os botafoguenses – Cianela, Válter, Chico, Zezé, Aílton, Lulu e Jorge eram os outros embriões que ajudaram a levar a taça colocada em jogo em uma melhor de três, no Maracanãzinho, duas temporadas antes.

Naquele início de projeto que foi dar no título de 1965, o Vasco venceu o estadual de basquete adulto masculino-1963 somando 39 pontos e tendo o cestinha do certame, Paulista, com 412 pontos. Carneirinho foi eleito a “revelação, Douglas o melhor ”pivô móvel” e Paulista o melhor “infiltrador”.

Além disso, Leonardo, Barone e  Cianela receberam “menção honrosa” pelas atuações na melhor-de-três. Na seleção do campeonato, entraram os  atletas Douglas e Carneirinho e o treinador Zé Carlos. Mais? A torcida vascaína foi a mais presente aos  ginásios, ajudando a proporcionar o maior público – 9 mil presentes – em jogos regionais nacional e o recorde de renda – Cr$ 2 milhões, 212 mil cruzeiros (o total beirou Cr$ 5 milhões e 500 mil)  – na última rodada, antes da melhor-de-três, contra o Flamengo.  Em 1964, o presidente Manuel Joaquim Lopes Queria marcar a sua administração por grandes conquistas. E mandou avisar ao técnico Zé Carlos que facilitaria o seu trabalho.  Por exemplo, seguiria a política do Flamengo, levando para São Januário os melhores

atletas,  sem medir sacrifícios. E um deles foi tirado exatamente do maior rival, Oto, o cestinha de 1963, com 546 pontos, em 20 jogos, à média de 27,3 por partida. Em 1965, ele foi um dos

campeões vascaíno

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              O CLUBE DAS TAÇAS E FAIXAS
 
  No ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, 1965, o Clube de Regatas Vasco da Gama realizou uma grande temporada. De três competições importantes do futebol carioca, conquistou duas, o Torneio Internacional de Verão e a primeira Taça Guanabara. Além disso, foi vice-campeão da Taça Brasil, a primeira disputa nacional a classificar representantes brasileiros à Taça Libertadores da América, e do Torneio Rio-São Paulo, empatado com Botafogo, Flamengo e Portuguesa de Desportos. Nos esportes amadores, venceu a principal disputa estadual, o Campeonato Carioca de Basquetebol Masculino Adulto, e, ainda, a Taça Gerdal Boscoli.