Vasco

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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ANIVERSARIANTE DE HOJE: BRITO

Se perguntassem ao zagueiro Brito qual seria a principal arma de um atleta, sem dúvidas, ele responderia: a união com os colegas. Isso ele aprendeu como reserva do grande capitão vascaíno Hideraldo Luís Bellini, entre 1958 (quando assinou o primeiro contrato como profissional) e 1961. Por aquele período, por sinal, sem chances de ser titular, porque o Vasco ainda tinha Viana para a sua posição, chegou a ser emprestado a dois Internacional  gaúchos, o de Porto Alegre e o de Santa Maria. Em 1962, com a saída de Bellini, para o São Paulo, enfim, assumiu a vaga de titular, para se firmar como um dos maiores zagueiros que passaram por São Januário.
Dono de sua posição, Brito protagonizou uma história semelhante à que vivera nos tempos de Bellini: não dava vez ao bom zagueiro Caxias, que terminou sendo trocado pelo goleiro Edson Borracha, do Fluminense (com o Vasco pagando mais Cr$ 10 milhões de cruzeiros, a moeda da época). Assim, jogando muito, chegou à Seleção Brasileira para a Copa das Nações, no Brasil, em 1964.  No ano seguinte, provocou uma grande choradeira da torcida cruzmaltina, por não ser incluído entre os convocados para uma excursão dos canarinhos ao exterior. Mas não fora por queda de rendimento. A galera é que não tinha boa memória. A Federação Carioca de Futebol adiara um Vasco x Bangu, para a “Turma da Colina” enfrentar o Náutico-PE, pela Taça Brasil-1965 (classificava o campeão à Taça Libertadores) e o Vasco negociara não ter jogador seu convocado, pois almejava o título- terminou vice, com o Santos campeão. 
 Ver os seus fãs chorando  o seu esquecimento pelo escrete nacional já não era novidade para Brito. Fora assim, também, em 1963, quando o selecionado havia feito uma outra excursão externa, faturando em cima do prestígio de bicampeão mundial. Com o Vasco desprezado, Brito só reclamou em prol dos companheiros de meia-cancha, Maranhão e Lorico. “...não poderiam estar fora dessa de maneira nenhuma. São craques autênticos, dignos de, pelo menos, uma chance no período de treinamentos”, disse à “Revista do Esporte”. Sobre ele, comentou, para a mesma publicação: “Se não me chamara é porque o meu futebol ainda não serve para os olheiros (da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF)... ainda há muito tempo para eu mostrar que o meu futebol serve também para o escrete”.
  Brito mostrava o seu futebol de marcador a depender do adversário. “Se é leal, sei jogar com lealdade; se é duro, sei jogar duro; se é desleal, sei ser desleal”, avisava. Talvez, se o time vascaíno tivesse conquistado o titulo carioca de 1962, tivesse chegado mais cedo à Seleção Brasileira. Para ele, faltara mais experiência e sorte à rapaziada, como citava o caso da contusão do ponteiro Da Silva, à véspera do clássico com o Fluminense, pelo returno, quando o treinador Jorge Vieira tivera de mudar tudo de última hora.        
ZERO A DEZ – Campeão da I Taça Guanabara, em 1965, e do Torneio Rio-São Paulo de 1966 (título dividido com Botafogo, Santos e Corinthians), Brito teve, também, momentos nota zero na zaga cruzmaltina. Por exemplo, durante o Torneio Rio-São Paulo de 1965, fez lambança em um lance de Vasco 2 x 3 Palmeiras, no Maracanã.  O goleiro Ita gritou o tradicional “deixa”, ele deixou e o camisa 1 escorregou,  facilitando o gol palmeirense. Ficou a impressão de que ele se esquivara ao combate.
Contra o mesmo Palmeiras, um ano antes, com o mesmo placar, pela mesma disputa, Brito havia sido dez.  O  Vasco perdia, por 0 x 2, no Pacaembu, e virou o placar, em um contra-ataque, a poucos minutos do final. Segundo ele, lutando “... contra a torcida, o mau tempo...e, em alguns momentos, decisões parciais do árbitro”.
 Os grande momentos de Brito com a camisa cruzmaltina começaram quando ele ainda era reserva de Bellini. Em 1957, participou de sua primeira excursão ao exterior, entrando durante os últimos minutos da final do Tornei de Paris, um “Mundial de Clubes “ da época, quando o Vasco venceu o Real Madrid, por 4 x 3, e ele pegou pela frente Alfredo di Stefano, talvez, o melhor atacante da época. Pouco depois, foi campeão da Taça Tereza Herrera, na Espanha (ver), também entrando no segundo tempo. “Superamos todos os adversários.  O público (na capital francesa) foi atencioso conosco, não poupando aplausos após a nossa vitória sobre o Racinc-FRA  (no primeiro jogo)... Durante os seis dias que passamos  em Paris (após o título), fomos cercados de atenção por parte da imprensa e dos torcedores. Sentia-me como dono do mundo, tal a alegria de te colaborado para a conquista do torneio”, disse à “Revista do Esporte”, à qual apontou, também, um outro momento nota 10, em 1962, como titular absoluto, na conquista do Tornei Pentagonal do México, decidindo com o Dukla, da antiga Tchecoeslováquia, base da seleção vice-campeã da Copa do Mundo do Chile. 
Brito é o quarto em pé, ao lado de Fontana,  da esquerda para a direita
RENOVAÇÕES – Mesmo sendo ídolo da torcida vascaína,  tendo jogado pela Seleção Brasileira, em 1964, Brito teve dificuldades paras renovar o seu contrasto com o Vasco, no ano seguinte. Achava que valia o que pedia, por um ano de contato. “Hoje em dia, um jogador que atua num time como o Vasco, na condição de titular,  tem a obrigação social de andar bem vestido,  e ter uma casa de acordo com o seu prestígio”, defendeu, na época. Só depois que Botafogo e Santos demonstraram interesse em ter Brito em sua zaga o Vasco jogou para não perdê-lo. Brito brigou por Cr$ 450 mil, entre luvas e ordenados, mas houve um componente importante no lance. Ele gostava do clube e levou em consideração o apelo para o exercício de vascaínice, partido dos cartolas de São Januário.   Pior do que brigar par renovar contrato, para Brito, só o susto que passou na volta, para o Rio de Janeiro, de uma viagem ao Espírito Santo, após um amistoso, em Vitória, contra o Rio Branco. O tempo estava fechado e o avião não tinha condições de descer no aeroporto do Galeão. O piloto ficou sobrevoando a cidade, até surgir uma brecha no céu. Brito só respirou quando estava no chão.
Carioca, nascido em 9 de agosto de 1939, Brito é torcedor confesso do Vasco, pelo qual começou a carreira e por ele jogou durante 10 temporadas. Pela Seleção Brasileira, fez 45 partidas, tendo sagrando-se tri, no México-1970.  (fotos reproduzidas da Revista do Esporte)  


 

 

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