Vasco

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ANIVERSARIANTE - DUNGA

 DUNGA -  Nascido em 31 de outubro de 1963, em Porto Alegre-RS, o capitão do tetra da Seleção Brasileira-1994 foi campeão estadual, em 1987, pela "Turma da Colina". Estreou como cruzmaltino em 26 de fevereiro daquele ano, dirigido por Joel Santana, nos 3 x 0 contra o  Goytacaz.  Naquele dia, valendo pela Taça Guanabara, o primeiro turno do Estadual-RJ, o jogo foi em São Januário, apitado por Aluísio Felisberto da Silva, teve público de 1.499 pagantes e os tentos marcados por Lira, aos 25, e por Vivinho, aos 42 minutos do primeiro tempo, além de Romário, aos 10 da etapa final. O Vasco teve: Acácio; Mílton Mendes, Donato, Morôni e Lira; Dunga (Mazinho), Geovani e Vivinho; Mauricinho, Romário e Zé Sérgio (William).
TODOS OS JOGOS - Dunga disputou 23 partidas cruzmaltinas, marcando três gols. Deixou São Januário com quatro títulos: Taça Guanabara, Campeonato Estadual-1987, Copa de Ouro e a Copa TAP. Foram três amistosos nacionais, dois internacionais e 18 jogos oficiais pelo Estadual-RJ. Confira:
26.02.1987 - 3 x 0 Goytacaz;  08.03.1987 0 x 0 Americano-RJ; 15.03.1987 - 0 x 0 Botafogo; 18.03.1987 - 4 x 1 Mesquita; 21.03.1987 - 3 x 0 América; 25.03.1987 =- 1 x 0 Avaí-(SC (amistoso); 29.03.1987 - 3 x 0 Bangu; 01.04.1987 - 3 x 0 Porto Alegre-RJ; 05.04.1987 - 2 x 2 Campo Grande-RJ; 08.04.1987 - 3 x 0 Portuguesa-RJ - 12.04.1987  - 0 x 3 Fluminense; 15.04.1987 - 2 x 0 Cabofriense; 19.04.1987 - 0 x 0 Flamengo; 23.04.1987 - 1 x 1 Olaria; 26.04.1987 - 2 x 1 Botafogo; 29.04.1987 - 6 x 0 Cabofriense; 03.05.1987 - 0 x 0 Fluminense; 06.05.1987 - 6 x 0 Mesquita; 11.06.1987 -  5 x 0 América-MEX (Copa de Ouro); 14.06.1987 - 3 x 0 Benfica-POR (First Annual TAP CUP 1987); 09.07.1987 - 0 x 0 Rio Negro-AM (amistoso); 11.07.1987 - 4 x 0 Ribeiro Junqueira-MG (amistoso); 19.07.1987 - 0 x 0 Flamengo.

 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BASQUETE VASCAÍNO ENCAROU SPURS

O Vasco já viveu uma aventura inusitada no basquete. Fez um esforço interplanetário e chegou a uma final de torneio contra um time da NBA (Norte American Basket Association). Explica-se abaixo:  
Iniciado em 1987, havia uma disputa entre campeões continentais e um time da “enebiêi. Era o McDonald’s Championship, ou McDonald’s Open, promovida pela multinacional comestível”. A Federação Internacional de Basquete não reconhece o vencedor como campeão mundial, embora não houvesse uma disputa mundial e se jogasse com regras misturadas da FIBA e da NBA, que ganhava todas. Mas a disputa fora bolada pelo seu secretário geral, Boris Satankovic, juntamente com o comissário David Stern, da NBA, quando profissionais ainda não participavam de Olimpíadas e a meta era ver como isso rolaria.
Assim, na última disputa, entre 14 e 16 de outubro de 1999, o Vasco, campeão sul-americano, teve por adversários o Spurs (NBA) e os  campeões asiático (Sagesse, do Líbano); da Oceania (Adelaide 36ers,  da Austrália); italiano (Varese Roosters), e da Euroleague (Zalgiris Kaunas, da Lituânia).
No primeiro dia, a rapaziada mandou 90 x 79 no Adelaide, após 23 x 23 no primeiro quarto; 49 x  37 no segundo e  70 x 61 no terceiro. Dali até o final, a moçada administrou a vantagem até fechar a conta. No dia seguinte, Vasco 92 x 86 Zalgiris Kaunas, com os australianos fazendo 24 x 14, no primeiro quarto; 40 x 36 no segundo e 60 x 52 no terceiro. No quarto final, 76 x 76, gerando prorrogação, que o Vasco faturou, com grandes atuações do ala Rogerio Klafke, do pivô Vargas, do armador americano Charles Byrd  e do  ala-armador Demetrius.
Na final, a diferença técnica era imensa entre os norte-amnericanos e os demais. Então, San Antonio Spurs 103 X 68 Vasco. A moçada até encostou no palcar, no início do segundo período, reduzindo a diferença para cinco pontos. Perto do final do terciro período, voltou a  aproximar-se, mas não dava. O San Antonio Spurs era muito mais forte.
Para ser convidado àquela disputa, o Vasco sagrou-se bicampeão da Copa dos Campeões Sul-Americanos de Basquete Masculino-1998/1999, o torneio continental mais importante,  entre 1946 e 2008. Por sinal, o bi está fazendo hoje 13 anos. Em 5 de setembro de 1999, a “Turma da Colina” batia o Bauru-SP, 82 x 76, para carregar a taça. E, para completar a festa, no 5 de setembro de 1965, a moçada vencia o Botafogo, por 2 x 1, conquistando a I Taça Guanabara. LEIA em "Campeão da Taça Guanabara", clicando no arquivo do bog.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O IMBARRÁVEL ORLANDO ROSA PINTO

Orlando Rosa Pinto era daqueles jogadores que os treinadores viviam ameaçando se livrar dele. Floriano Peixoto, Harry Welfare, Ramón Platero e Telêmaco  Lima foram alguns dos que tentaram tirar-lhe a vaga de titular da ponta esquerda vascaína. Mas não adiantava. Chegasse quem chegasse a São Januário, não conseguia ser mais eficiente. Orlando Rosa Pinto estava lá firme, jogando com regularidade. Era até convocado para a Seleção Carioca.
Orlando nunca se machucava e nem dava trabalho ao Vasco para renovar contratos. Por 10 anos, entre 1932 e 1942, quando encerrou a carreira, esteve como efetivo, como se falava, no time  cruzmaltino.
 Nesta foto (página 3, Nº 221 de Esporte Ilustrado) ele aparece disputando um lance com Domingos das Guia, em um clássico contra o Flamengo. Quando Orlando jogava, os times ainda não usavam a numeração nas camisa. O irmão dele, Jair Rosa Pinto, um dos grandes craques das décadas de 1940/1950, foi o primeiro camisa 10 da Seleção Brasileira

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ANIVERSARIANTE HOJE - ALMIR

Miguel, Paulinho de Almeida, Bellini, Écio e Coronel (em pé, da esquerda apra a direita), Sabará, Almir, Valdemar, Roberto Pinto e Pinga (agachados na mesma ordem)

Xerifão da zaga cruzmaltina entre, por 11 anos, Ely do Amparo encerrou a carreira defendendo  Sport Club Recife, entre 1955 a 1956. Mesmo de longe, não tirava a cabeça de São Januário. Um dia, assistindo a um jogo dos juvenis do “Leão da Ilha”,  gostou de um ponta-esquerda raçudo e habilidoso. Não perdeu tempo. O indicou ao Vasco da Gama, que mandou buscar o garoto terrível.
Pra início de conversa, o moleque já se dizia um torcedor vascaíno, mesmo sem nunca
ter visto o time carioca jogar. Mas, ouvindo as suas partidas, pelo rádio, queria brilhar como o seu conterrâneo Ademir Marques de Menezes, buscado pelos cruzmaltinos no mesmo Sport. Cheio de personalidade, ele só não queria imitar o ídolo, mas ser ele mesmo, mostrar o seu jogo. Tudo bem! O Vasco topou. No entanto, tirou-lhe da ponta e mandou-lhe para o meio. No time A, a camisa 9 era de outro pernambucano, Edvaldo Izídio Neto, o Vavá. Bom patrício, este apoiou logo o garoto que chegava, e o guri honrou a terra. Em dois jogos pelos juvenis da Colina, marcou quatro gols. Estava aprovado. Rápido, fez um voo direto para o time principal, sem escalas pelos aspirantes.
Assim começa a história cruzmaltina de um dos maiores atacantes do Vasco, na década de 1950. Chamava-se Almir Albuquerque Moraes e viveu entre 28 de outubro de 1937 até 6 de fevereiro de 1973, tendo sido vascaíno dede 1957 a 1960, tempo em que foi  campeão carioca e do Torneio Rio-São Paulo-1958.
Raçudo, impiedoso e sabendo o que fazer com a bola, Almir passou longe dos atacantes trombadores. Sem perder tempo com ele, o Vasco o incluiu na delegação que viajaria à Europa, e ele já foi deixando um gol no único amistoso em que participou, em Moscou. Por aqui, a estreia rolou no clássico de maior rivalidade do futebol carioca, em Vasco 1 x 0 Flamengo, em 8 de maio de 1957, com casa cheia e gol de Pinga. Até então, o ataque vinha sendo Sabará, Livinho, Vavá, Walter Marciano e Pinga. Com ele, o time vencera o Botafogo (3 x 2) e empatara, como Palmeiras (1 x 1), pelo Torneio Rio-São Paulo. Foi então que o treinador Martim Francisco decidiu unir os dois pernambucanos, Vavá e Almir, na partida contra os rubro-negros.
Sem medo dos microfones, Almir não falavas para agradar. Certa vez, quando a revista carioca “Manchete Esportiva (Nº 109, de 21.12.1957) quis saber dele qual fora o treinador responsável pele seu sucesso, bateu forte: “Posso ser antipático, pretensioso, mas ninguém me ensinou o que sei. Ouço e tento aplicar a tática que o treinador pede. Mas aprendi a passar a bola, chutar e cabecear jogando nas peladas de Recife”.
Como todo nordestino, Almir costumava traçar, durante o almoço,  arroz, feijão, bife salada. Não era muito chegado a uma sobremesa, mas capaz de devorar uma lata de goiabada. Foi casado com maia de Lourdes Morais de Albuquerque e teve o filho Almirzinho. Apelido? Chegou a ser chamado de “Pelé Branco”. Temperamental, vivia metido em confusões. Vira e mexe, era expulso de campo. Mas foi um grande vascaíno.

 










 

 

domingo, 27 de outubro de 2013

ANIVERSARIANTE - PRESIDENTE LULA

Vários cronistas esportivos apaixonadamente cruzmaltinos tentam emplacar os presidentes (da república) Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart como torcedores da “Turma da Colina”, o que nunca foram.
Segundo o fiel escudeiro do JK, o coronel Heliodoro, seu amigo torcia pelo América Mineiro, mas, em público, dizia-se atleticano, por motivos políticos, isto é, queria aparecer do lado da maior torcida do futebol de sua terra. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, era torcedor botafoguense.
De sua parte, João Goulart, o gaúcho Jango não só torcia, como fora zagueiro no time juvenil do Internacional. No Rio, também era botafoguense. Quanto a Getúlio, este era malandro. Tirava o máximo proveito que pudesse da popularidade dos esportes. Embora o general Garrastazu Medici levasse a fama, o "Seu Gegê" foi muito mais fundo nessa. Segundo um sobrinho dele, o cartola/jornalista/poeta Vargas Neto, ele o tornara vascaíno. Pode até ter sido de fachada. Getúlio manteve um bom relacionamento com o pessoal do Vasco, e até compareceu a festa junina em São Januário. Mas jamais declarou-se torcedor.
De sua parte, Luiz Inácio Lula da Silva, 35º presidente canarinho – de 1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011 – sempre declarou-se vascaíno e corintiano. Em seu tempo de metalúrgico, ele pegava o ônibus e ia ao estádio, torcer das arquibancadas paulistas. Só não disse se já fez isso também no Rio. Lula nasceu em Caetés, distrito de Garanhuns-PE, em 27 de outubro de 1945.
O “Kike” viu esta interessante charge, de Jorge Braga, no jornal  “O Popular”, de Goiânia, e colou um escudo do glorioso Club de Regatas Vasco da Gama onde havia uma moeda, já que o desenho ligava-se à situação do “real”, o dinheiro brasileiro. Também, acrescentou na camisa a faixa diagonal com a cruz da Ordem de Cristo, para deixá-lo cruzmaltino. Agradecimentos pela reprodução ao cartunista, um dos mais famosos de Goiás, e ao diário mais lido da capital goiana.

sábado, 26 de outubro de 2013

A FOTO DO DIA - ADÃO E DINAMITE



Cláudio Adão e Roberto Dinamite pintaram e bordaram dentro da área dos adversários. Quando não balançavam as redes, tiravam o sossego dos zagueiros e goleiros, que preocupavam-se com a sua aproximação. Se não marcavam, davam uma de garçom, entregando a bola, de bandeja, para um companheiro sair pro abraço.
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O GRANDE ESPETÁCULO DE IPOJUCAN


“Entrem todos; venham ver  o maior espetáculo da terra; venham assistir ao incrível; o grande mágico; o maior malabarista de todos os tempos; venham todos conhecer o filho dileto dos deuses; conheçam  de perto o famoso, o insuperável, o grande ‘globe-trotter’ Ipojucan”.
Um  meia que tem isso escrito sobre ele, precisa de quê mais no futebol? Foi assim que o repórter Geraldo Borges, pelo Nº 800 de “Esporte Ilustrado”, comparou a atuação de Ipojucan, durante a vitória do Vasco, por 3 x 0, sobre o São Cristóvão, no domingo dia 6 de agosto, pelo Campeonato Carioca de 1953, quando o homenageado marcou um gol, no casa do adversário – Pinga e Sabará completaram o placar.
O jornalista ficou tão impressionado com a atuação do avante, ao ponto de afirmar que “o espetáculo dominical exigia um desses arengadores, para lhe enaltecer as virtudes”. Arrengador? Sim! O cara que propagandeia o show na porta do circo, do parque de diversões, etc. Pois Ipojucan fez o escriba sentir de perto “a arte e a ciência de jogar futebol; ditar cátedra; ensinar futebol, douto, com toques de autêntica arte coreográfica”. 
“Vitória cômoda do Vasco” foi o título da matéria, com o subtítulo “Ipojucan foi um espetáculo à parte”. Está na página 13, acompanhada por quatro fotos clicadas por Alexandre Miranda, uma delas mostrando o time posado, no qual o craque que fez da bola uma vara mágica para as suas artes inacabáveis, é a figura central do agachado ataque.
Ipojucan está no centro do ataque e se destacava, também, pela altura
 Conta o texto que Ipojucan, aos 19 minutos, deixou Pinga na cara do gol, par abrir o placar.  Seis minutos depois, foi a sua vez de comparecer ao filo, batendo para o alto, da direita, do bico da grande área. “O couro subiu e, como que tocado por oculta mão, desceu, repentinamente, no ânulo direito do arco são-cristovense”, escreveu Geraldo Borges, descrevendo, ainda, que o terceiro tento saiu, aos 28 minutos da etapa final, quando Pinga lançou e Sabará finalizou.
Ao final da matéria, à página 18, o repórter sugeriu que Ipojucan fosse proibido de jogar futebol. Para ele, estava com adiantado no tempo. “Dez anos de adiantamento, no mínimo”.  


  

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

VASCO DA GAMA 3 X 2 GOIÁS


Vasco priorizou a luta para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e escalou um time recheado de reservas para encarar o Goiás, hoje à noite, no Maracanã. Mesmo valendo vaga às semifinais da Copa do Brasil. Venceu,a pro 3 x 2, mas não se classificou, porque adversário marcou mais gols fora de casa – venceu, por 2 x 1, no jogo de ida, em Goiânia.
Os gols vascaínos foram marcados por Thalles (2), no primeiro tempo, quando a rapaziada colocou dois tentos de frente, e por Willie, perto do final da segunda etapa. Na primeira fase, ao Vasco teve um gol legítimo, anulado pela arbitragem.
OS GOLS CRUZMALTINOS: aos dois minutos, em jogada pela lateral direita, Fagner cruzou na medida para Thalles dominar a bola e bater para a rede: Vasco 1 x 0; aos 16, Thalles recebeu a bola na entrada da área, pela esquerda, foi para o meio e  bateu colocado, à esquerda, pelo alto: Vasco 2 x 0; aos 34a do segundo tempo, Willie recebeu ótimo cruzamento de Yotún e fechou o placar: Vasco 3 x 2.
                                                            CONFIRA  A FICHA TÉCNICA:
24.10.2013 (quinta-feira) - Vasco 3 x 2 Goiás. Copa doa Brasil. Estádio: Maracanã-RJ. Juiz: Luiz Flavio de Oliveira (SP).  Público: 29.937 pagantes (mais de 31 mil no total). .Renda: R$ 439.900,00. Gols: Thalles, aos 2 e aos 16a,  e Hugo, aos 18 min do 1º tempo; Amaral, aos 10, e; Willie, aos 34 min do 2º tempo. VASCO: Alessandro; Fagner, Renato Silva, Luan e Yotún; Sandro Silva (Willie), Fillipe Soutto (Pedro Ken), Juninho e Jhon Cley (Marlone); Reginaldo e Thalles. Técnico: Dorival Júnior. GOIÁS: Renan; Vítor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Amaral, David, Eduardo Sasha (Júnior Viçosa), Hugo e Roni (Thiago Mendes); Walter (Welinton Júnior. Técnico: Enderson Moreira.
O Vasco voltará ao gamado, no domingo, para encarar a Ponte Preta, na paulista Campínas, a partir das 16ha, pelo Campeonato Brasileiro.
Juninho lutou muito, teve a chance de uma cobrança de falta, da entrada da área, ao final da partida. Não deu. (imagens reproduzidas de www.crvascodagama.coam.br). Agradecimentos.






 

ANIVERSARIANTE - DONIZETE 'PANTERA'


A arquibancada homenageou  o "Pantera" com uma bandeira
Na pia batismal da cidade paulista de Prados, em 24 de outubro de 1968, ele recebeu o nome de Osmar Donizete Cândido. Nos gramados, era o “Pantera”,  o atacante que mordia a rede do goleiro chorão e saía comemorando como se fosse o animal feroz.
 A galera se amarrava.
O “Pantera chegou à Colina no segundo semestre de 1997.  O seu grande momento com a jaqueta cruzmaltina foi na final da  Taça Libertadores-1998, no centenário vascaíno, quando marcou o gol que deu a vitória, por 2 x 1 (e o maior título do clube), diante do Barcelona, de Guyaquil, no Equador.
Com futebol impetuso, Donizete foi muito importante para os vascaínos eliminarem times fortes, durante aquela campanha, como o Cruzeiro-MG (nas oitavas),   Grêmio Porto-Alegrensea-RS (nas quartas) e o argentino River Plate (nas semifinais. Na primeira partida das finais, em São Januário, o “Pantera” deixou a sua marca, durante os 2 x 0 sobre o "Barça" equatoriano. Por sinal, nos dois jogos, ele e Luizão foram os “matadores”.
O sucesso com a camisa cruzmaltina – 30 jogos e oito gols, entre 1997/1999 – levou Donizete a ser convocado, pelo treinador Mário Jorge Lobo Zazgallo, para os jogos  preparativos da Copa do Mundo de 1998, na França. Amado pela torcida, ele ganhou, dos "arquibandos", uma bandeira com o seu símbolo animal, o que foi divulgado, pela Internet, por www.globoesporte, ao qual agradecemos pela reprodução, que viz fazer a torcida vascaína manter acesa a lembrança do antigo ídolo
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O VENENO DO ESCORPIÃO - ODAIR JOSÉ, O 'TERROR DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS'

 Em 1972, o Brasil apresentava estabilidade política, por conta de o presidente Emílio Garrastazu Médici permitir a direitistas radicais usar da repressão policial-militar contra opositores da Ditadura dos generais-presidentes, o que gerou a maior onda de repressão política da história do país.

  Tempo, também, do chamado milagre econômico, com o  Brasil apresentando índices de crescimento que chegavam 13% à virada do calendário. E época em que a indústria se expandia e as exportações agrícolas  geravam milhões de empregos, o que o Medici dizia serem conquistas do regime militar. Só que a tal prosperidade era muito mais causa da boa situação do quadro econômico externo, tanto que, quando a economia mundial desacelerou, o milagre brasileiro ruiu, deixando brutal concentração da renda nos bolsos dos ricos. Vieram pela frente grandiosas desigualdades sociais e aumento da pobreza, o que não permitia a nenhum pobretão sonhar - caso do cidadão Odair José.

 Vivente do então atrasadão interior de Goiás, Odair, no entanto, decidiu desafiar os tempos difíceis e foi para o Rio de Janeiro, querendo ser cantor, pois compunha e cantava desde 17 de idade. Passou fome, frio, dormiu na rua e tocou em inferninhos da Praça Mauá, até conhecer o cantor/compositor/produtor de discos Rossini Pinto, que gostou do que ouviu dele e o levou para a gravadora CBS (atual Sony Music).   

 Naquele mesmo 1972, Odair gravou “Eu vou tirar você desse de lugar”, em homenagem ao cantor baiano  Waldick Soriano que, ao fazer um show em um cabaré de zona meretrícia de Belém do Pará, apaixonara-se por uma “prima” e prometera-lhe tirá-la daquele lugar, o que cumpriu, casando-se com ela.

 Com “Eu vou tirar você desse lugar” vendendo muito bem, Odair José pode sair do meio da turma castigada pelo modelo econômico do Governo Médici e até frequentar shows de cantores da linha de frente da Música Popular Brasileira-MPB, como Nana Caymmi. E foi por ali que ele teve grande surpresa. Reconhecido por Caetano Veloso, este disse-lhe que gostaria de gravar, em dueto com ele, “Eu vou tirar você deste lugar”. E o apresentou a Dorival Caymmi, que, também dissera-lhe ter gostado muito da canção e afirmado ser ele o compositor que melhorar expressara o sentimento pelas ‘meninas velhas de guerra”.      

 Beleza! Mas foi em 1973, Odair José compôs o seu maior sucesso (e dilema): letra em que o cara pede à parceira parar de tomar a pílula e terem um filho. Em dois dias no mercado, o disco esgotou-se, as rádios o tocavam insistentemente e os líderes das paradas de sucesso, Roberto Carlos e Agnaldo Timóteo, ficaram para trás.

 Sucesso chegado aos ouvidos da Ditadura, imediatamente, o disco foi proibido, pois o Governo apoiava um programa de controle de natalidade, pelo Nordeste e recebia pressões dos laboratórios multinacionais. De sua parte, Odair José enfrentava até amaças de acabarem com a sua vida. Com medo de cumprirem o que prometiam, fugiu do Brasil e escondeu-se na inglesa  Londres.

 Quando a coisa esfriou, Odair voltou às terras brazilis e soube que “La Pílula” fizera grande sucesso por toda a América Latina - até ser proibida, também, por pressões dos laboratórios multinacionais.

 Tempinho depois, por meio de um amigo do general Golbery do Couto e Silva, a chamada “Iminência Parda do Governo, Odair conseguiu ser recebido pelo homem, de quem esperava uma ajudinha para liberar o seu grande sucesso. Levou um chá de cadeira e foi despachado, em menos de 30 segundos, ao ouvir: “A sua música está proibida e assim vai continuar” – e mandou-o sair da sala.

 Odair José teve outros problemas com a Censura da Ditadura, pois ele era o cantor das empregadas, prostitutas, homossexuais, bissexuais, cornudos, lésbicas e afins, enquanto o Governo era o grande defensor do moral e dos bons costumes. Bem como a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana.        

 Quando o regime militar dos generais-presidentes transitava pela “abertura lenta e gradual”, de Ernesto Geisel, e seu sucessor, João Figueiredo, avisava que mandaria “prender e arrebentar” quem fosse contra, sem que ninguém esperasse, o Governo liberou “Pare de tomar a pílula”, em 1979 - ainda bem (para Odair José), pois Sidney Magal já estava ali na esquina dizendo para Sandra Rosa Madalena: “O meu sangue ferve por você”.  

  

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ANIVERSARIANTE - AUGUSTO

A data de hoje tem duas certidões de nascimento de quem viajou pelo “Expresso da Vitória”, a máquina vascaína que foi uma das mais fortes do mundo: Augusto. Jogava pelo lado-direito, uma lateral nos dias atuais, e foi o capitão da equipe. 
O coroão Augusto (E) junto a Oswaldo e o então novato Bellini
AUGUSTO DA COSTA foi um carioca que viveu entre 22.10.1920 e 01.03.2004. Esteve vascaíno de 1945 a 1953. Por fazer parte da Polícia Especial do Exército, gostava de comandar. Mas já era líder desde os seus inícios de carreira, no time do São Cristóvão, do qual o Vasco lhe tirou, graças ao seu grande espírito de luta, que o levou a capitão, também, da Seleção Brasileira das temporadas de 1948 a 1950, quando foi vice-campeão da Copa do Mundo.
Augusto não chegou a ser um “canarinho”, pois, em seu tempo de “scratch” nacional  as cores usadas eram o azul e o branco. Como alviazul, fez 20 jogos, vencendo 14, empatando três e perdendo outros três. Mesmo não sendo costume os defensores de sua época marcarem gol, ele deixou uma bola na rede, no jogo em que o selecionado brasileiro goleou o peruano, por 7 x 1, em 24 de abril de 1949, em São Januário, pelo Sul-Americano patrocinado pela então Confederação Brasileira de Desportos. Seu tento foi o segundo da partida, aos 16 minutos, e o time, dirigido por Flávio Costa, foi: Barbosa Augusto e Wilson (trio vascaíno); Ely, Danilo (também vascaínos) e Noronha; Tesourinha, Zizinho, Octávio (Ademir Menezes, outro cruzmaltino), Jair Rosa Pinto (Orlando) e Simão.   
Colecionador de faixas, entre outras, Augusto foi campeão carioca em 1945/47/50/52; sul-americano de clubes campeões-1948 e do Torneio Municipal-1945/1947. Pelo Brasil, levantou a Copa Rio Branco-1947 e o Sul-Americano-1949.
 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ANIVERSARIANTE - EDSON BORRACHA

                 
  Edson Borracha ainda não era cruzmaltino quando foi convocado para disputar a posição com o botafoguense Manga e o palmeirense Valdir, na Seleção Brasileira. Edson Luiz de Carvalho, o Borracha, mineiro nascido em Tarumirim, em 21 de outubro de 1941, jogou, também, por Fluminense (1962/1966); Nacional (1972/1973), Paysandu (1973/1974) e Anapolina (1979/1980). Foi parar no Vasco, em 1966, após uma excursão do Fluminense ao Norte do país. Em um jogo em Belém, desentendeu-se com o zagueiro Valdez e foram aos tapas.  Na volta ao Rio, foi trocado pelo zagueiro Caxias, além de o Vasco pagar mais Cr$ 1 milhão de cruzeiros.
Edson Borracha começou a aparecer quando o lendário Carlos Castilho precisou fazer uma cirurgia de amídalas. Campeão carioca de aspirantes, em 1964, o substituiu e fez o nome, em um jogo do Torneio Rio-São Paulo, contra o Corinthians, defendendo um chute do goleador Flávio, da marca do pênalti, rumo a um dos ângulos da sua baliza. Ele pulou e foi buscar a bola, caindo com ela segura. Aplaudidíssimo, começou a armar o caminho da Seleção. Em um dos treinos canarinhos, Edson protagonizou defesa idêntica, em chute de Gerson.
No Vasco, Edson Borracha estreou com zaga formada por Ari, Brito, Ananias, e Mendez. Durante as suas duas temporadas em  São Januário,  jogou nestas formações-bases: 1966: Edson Borracha (Amauri), Ari (Joel/Mendez),Brito, Fontana (Ananias) e Oldair; Maranhão (Alcir) e Salomão (Danilo Menezes/Lorico); Nado (Luizinho Goiano/William), Célio (Acelino) Madureira (Picolé/Paulo Mata) e Zezinho (Tião). Em 1967:   Franz (Édson Borracha/Pedro Paulo), Jorge Luís, Brito (Sérgio), Fontana (Álvaro) e Oldair; Salomão (Paulo Dias) e Danilo Meneses; Nei (Nado, Zezinho), Valfrido (Paulo Mata), Adílson (Paulo Bim) e Silva (Tião/ Luisinho).
 

domingo, 20 de outubro de 2013

NA RAÇA: VASCO 2 X 2 BOTAFOGO

Quando não é o zagueiro Cris, é o goleiro errando. Hoje à noite, no Maracanã, Diogo Silva cometeu duas falhas imperdoáveis para um atleta profissional, tirando do Vasco a chance de vencer o Botafogo. No primeiro lance, deu um tapinha na bola para o miolo da área; no segundo, não a segurou, em um chute comum, oferecendo rebote para o adversário bater de frente para o gol e marcar. Isso tudo em  apenas cinco minutos de bola rolando.  
Com o empate, por 2 x 2 o Vasco foi a 33 pontos, ainda na zona de rebaixamento. Seus gols foram marcados por Jomar, durante cobrança de escanteio, batido por Juninho Pernambucano,  da direita do ataque, e por Pedro Ken, em novo lance iniciado com escanteio cobrado pelo "Reizinho".
CONFIRA A FICHA TECNICA - 20.10.2013 (domingo)  Vasco 2 x 2 Botafogo. Campeonato Brasileiro. Estádio:  Maracanã-RJ; Juiz: Wilton Pereira Sampaio (GO). Renda: R$ 518.430,00. Público: 15.152 presentes. Gols:Dankler, aos 5, e Lodeiro, aos 6 min do 1º tempo;: Jomar, aos 8, e Pedro Ken, aos 23 min do 2º  tempo. VASCO: Diogo Silva; Nei, Cris, Jomar e Yotún; Sandro Silva (Wendel), Fillipe Soutto (Thalles), Pedro Ken e Montoya (Juninho Pernambucano); Marlone e Willie
Técnico: Dorival Júnior. BOTAFOGO: Jefferson; Edilson, Dankler, André Bahia e Lima; Lucas Zen, Gegê, Lodeiro, Octávio (Renato) e Hyuri (Daniel); Sassá (Bruno Mendes). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
OBS; Vasco e Botafogo já se enfrentaram em 310 oportunidades, com 183 vitórias vascaínas e 93  empates. Os alvinegros ganharam  84. Na foto, antes do jogo, aquele abraço! Depois, rolou um clássico bem movimentado, mas pouco prestigiado pelos torcedores.

ANIVERASARIANTE –- FRIAÇA

 Albino Cardoso Friaça foi o autor do gol brasileiro na final da Copa do Mundo-1950, durante os desastrosos 1 x 2 de 16 de julho de 1950, no Maracanã, ante o Uruguai. Encerrada a maior tragédia nacional, o carinha ficou transtornado. Ele já era jogador do São Paulo, mas foi parar em São Januário. Não sabe como e nem porquê. “Não consigo atinar com quem me levou, ou como fui parar por lá. Meu carro ficou no Vasco, minhas coisas também. É um mistério que não consigo compreender”, contou à “Manchete Esportiva” Nº 157 de 22 de novembro de 1958.
Friaça tinha em Jair Rosa Pinto o seu protótipo de atleta profissional. “Ao Jair devo bastante do que sou. Procurei sempre guiar-me por ele, e ser como ele foi”, revelou ele, para quem esta seria a Seleção Brasileira de todos os tempos: Barbosa, Augusto e Domingos da Guia; Zito, Danilo Alvim e Nilton Santos; Tesourinha, Zizinho, Ademir Menezes Jair Rosa Pinto e Carrero
PELADEIRO - Friaça rolava a sua bolinha no futebol amador de Carangola, em Minas Gerais, sem sonhos nada mirabolantes. Como em toda cidade de interior, a vida corria tranquila para seus munícipes, em 1942, sem nenhum prenúncio de grandiosas novidades. Até 1943 chegar. Naquele ano, correu a notícia pela pacata cidade: o Vasco da Gama queria levar o melhor atacante da terra. E levou.
Friaça desembarcou em São Januário e mostrou que sabia muito mesmo daquele negócios de bola no pé . E na rede. Comprovou o que dele se falava. Tanto que o São Paulo, ao precisar de um sujeito que colocasse a pelota pra dentro, apresentou um checão polpudo aos cartolas da Colina e o carregaram, em 1949. Friaça, porém, era um vascaíno. Dois anos depois estava de volta. Ficou até 1952, quando foi emprestado a um outro time com uma camisa quase igual, a Ponte Preta, de Campinas. Passou três anos servindo à Macaca, até mudar de lado, o do maior rival dela, o Guarani.
Como vascaíno, Friaça serviu à Seleção Brasileira no Sul-Americano de 1947 e na Copa Rio Branco de 1948. Em 1949/50, vestiu a farda do selecionado paulista. De 1950, garantia: “Se, naquela época, eu estivesse melhor de finanças, se tivesse alguma coisa firme... teria deixado de jogar. Nunca mais entraria num campo de futebol”.
ÚLTIMA ENTREVISTAS - Foram 191 jogos e 106 gols com a camisa do Vasco. Porque tanto amor ao Vasco? "Porque é o meu time". Respondeu-me Friaça,  da última vez em que falou com um jornalista. Foi em 1º de julho de 2007, em sua casa de Porciúncula-RJ. Nascido naquela cidade, em 20 de outubro de 1924, Friaça viveu 84 anos, casou-se com Maria Helena e gerou os filhos Ronaldo, Rogério e Maria Inês.
Se dependesse da vontade dos pais fazendeiros – Albino Ferreira Cardoso e Ignez Friaça Cardoso – o garoto Albino teria sido médico, advogado ou engenheiro. Só que, o que ele queria mesmo era chutar uma bola, fosse de meia, bexiga de boi, ou até uma laranja. Matava aulas pra jogar. Não perdia os treinos do Fluminense, o melhor time de sua terra, no qual ingressou, como juvenil. Aos 10 anos, parrudinho,já jogava entre os meninos maiores.
E já que o garoto Albino não queria ser doutor, mas jogador de futebol, seus pais o internaram no ginásio de Carangola-MG. Chutaram pra fora, pois a escola tinha o seu time. Pouco depois, ele já vestia a camisa do Ipiranga carangolense, time no qual o Vasco o descobriu. Mas, como era época de provas, ele só pôde ir para São Januário após os exames escolares, tendo ele sido contratado, após um mês de testes, na categoria "não-amador", isso, em 1943. Jogou uma vez pelo quadro profissional.
Em 1945, Friaça esteve emprestado ao Botafogo, para uma excursão ao Chile. Tinha 21 anos e os alvinegros tentaram aliciá-lo. Preferiu, porém, profissionalizar-se pelo Vasco. .
CENTER-FORWARD - Foi jogando pela ponta-direita, na Copa do Mundo de 1950 que Friaça entrou para o imaginário nacional. Pelo "scratch nacional", entre 1948 e 50, fez 12 jogos um gol, este a um minuto do segundo tempo, na final, contra os uruguaios, que viraram o placar, para 2 x 1, no dia 16 de julho, o dia do "Maracanazo", como apelidaram os uruguaios. "E nem viu nada, depois, com tanta gente pulando em cima dele, pra comemorar", contam velhos amigos, como os artistas Ricardi de Paula (plástico) e Eponina Sanches (artesã), o mestre jongueiro Joaquim Raimundo, e os pediatras Leonardo Medeiros e Carlos Porto, nos papos com visitantes, no principal ponto de encontro de Porciúncula, a Praça Antônio Amado.
"Seu Friaça" era um eterno ídolo pra sua gente, nome de estádio, garoto-propaganda da terra, divulgado até em caixas de fósforos. Quando o visitei, Ronaldo me alertou de que seu pai sofrera um início de derrame, em 2005. Logo, poderia "variar" durante a conversa. E aconteceu, quando lhe indaguei sobre o lance do seu gol contra a Celeste. Por aquele tempo, pelas manhãs, ele fazia fisioterapia e voltava pra casa, cansado, para se esticar em uma cadeira-cama. Foi ao lado dela que conversamos, auxiliados pela sua mulher.
Com a ajuda dos filhos, Dona Helena, aos 76 anos, gerenciava três lojas de materiais de construção, que a família Friaça mantinha em Porciúncula, Itaperuna e Campos. Segundo ela, o ex-atacante vascaíno começou a se debilitar, a partir de 1990,quando perdera o filho Ricardo, aos 33 anos, durante um acidente de voo livre.
Nos momentos de lucidez, com voz forte, como era seu chute, Friaça fazia questão de ressaltar que gostava de ser "center-forward", o camisa 9 do passado, o homem-gol, como fora na sua primeira grande disputa, o Torneio do Atlântico, logo após se profissionalizar.
Em 1947, ele exibiu-se na Europa, quando o Vasco foi à Lisboa, participar dos jogos comemorativos da centenária capital portuguesa. No entanto, foi em 1948, durante o Tornei dos Campeões Sul-Americanos, no Chile, que veio a sua consagração. Voltou campeão, marcando quatro gols em seis jogos – contra Nacional (URU); Municipal (PER) e Colo Colo (CHI). Jogou ainda, contra Litoral (BOL), Emelec (EQU) e River Plate (ARG). Aquilo não apagava em sua memória.
PIPOCAS NO FLAMENGO - O prestígio dos gols e do título no Chile valeram ao rápido atacante vascaíno, que encantara o técnico Flávio Costa, a convocação para a Seleção Brasileira que disputou, logo em seguida, a Copa Rio Branco-1948, no Uruguai, que ficou com o título, pior causa de 1 x 1 e 4 x 1. Friaça atuou pela meia-direita, sem ter, do seu lado, Ademir Menezes e Zizinho, os principais jogadores brasileiros, que estavam machucados. Pior, porém, acontecera antes. Contundira-se, num jogo, contra o América, ficando três meses em tratamento. Mas, quando recuperou-se, mandou duas "pipocas" nas redes do Flamengo, dentro da Gávea, nos 5 x 2 de 30 de novembro de 1947, com mais dois gols de Maneca e um de Lelé.
Quem chegar no quiosque da praça central de Porciúncula e puxar papo sobre futebol, ouvirá, sempre, os amigos de Friaça contarem que o conterrâneo marcou dez gols em dez jogos, durante uma excursão do Vasco, ao México. No linguajar antigo deles, o ex-atleta vascaíno fora "um admirável dominador da pelota, com chute estudado, matemático, de efeito retardado, sempre surpreendendo a cidadela rival".
DOIS AMORES - Em março de 1949, o Vasco negociou Friaça, como São Paulo. Foi quando ele formou um ataque fantástico, com Ponce de Leon, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha. Foi campeão paulista e artilheiro, com 24 gols. Dois anos depois já estava de volta à Colina. "Amor como aquele, só igual ao que tem pela Dona Helena", brincava Rosa, a empregada. "Ficamos noivos em 1948, relembrou Maria Helena. "Seu Friaça disse que gostava dela, desde 1936", entregava a empregada.
O amor por Maria Helena foi eterno. Já o casamento com o Vasco terminou em 1957, quando Friaça voltou ao futebol paulista, em final de carreira, para defender o Guarani, de Campinas, do qual foi, também, treinador. No entanto, o que valia mesmo para ele eram fatos como ter marcado o gol da vitória do Vasco, sobre o Madureira (2 x 1), fora de casa, na última rodada do Campeonato Carioca de 1947, garantindo o título, invicto. E ter sido passageiro do "Expresso da Vitória", a máquina cruzmaltina, da década-40, "que não tinha adversários", mandando lenha, com seu poder de fogo municiado por Lelé, Friaça, Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico.
A CARREIRA - 1943 a 1949 – Vasco da Gama; 1949 a 1950 - São Paulo; 1950 – Ponte Preta; 1951 a 1952 – Vasco da Gama; 1953 - Ponte Preta; 1953 a 1954 - Vasco da Gama; 1957 a 1958 – Guarani de Campinas.
TÍTULOS CONQUISTADOS PELO VASCO:- 1945 - Campeonato Carioca; 1946 - Torneio Relâmpago; 1946 - Torneio Municipal; 1947 - Torneio Municipal; 1947 - Campeonato Carioca; 1948 - Campeonato Sul-Americano de Clubes.
TÍTULOS PELA SELEÇAO BRASIELIRA: 1947 - Copa Rio Branco; 1950 - Copa Rio Branco; 1950 - Taça Oswaldo Cruz; 1952 - Campeonato Pan-Americano.
PRIMEIRA SELEÇÃO BRASILEIRA, EM 1948: Barbosa (Luis Borracha); Augusto, Nilton (Nena) e Rui; Danilo, Noronha; Cláudio, Friaça (Carlyle), Heleno de Freitas (Adãozinho) e Jair Rosa Pinto, Chico (Canhotinho). Técnico: Flávio Costa.
Friaça  passou duas vezes por São Januário. De 1944 a 1949 e 1951 a 1954. No espaço em que esteve fora do Vasco, defendeu o São Paulo, entre 1949 e 1951. Nascido em 20 de outubro de 1924, em Porciúncula-RJ, depois de sua segunda saída da Colina, Friaça ainda jogou pela Ponte Preta-SP, de 1954 a 1955.
 Pela Seleção Brasileira, foi vice-campeão disputando dois jogos, com duas vitórias, um empate e uma derrota. No total, vestiu a camisa do escrete nacional em 13 jogos, com oito vitórias, três empates e duas derrotas. Só marcou um gol, o da final da Copa de 1950.
Dos seus jogos pela Seleção, 12 foram contra equipes nacionais - sete vitórias, três empates e duas derrotas - e um contra clubes e combinados, saindo vitorioso. 

sábado, 19 de outubro de 2013

CORREIO DA COLINA - PEIXE CIUMENTO


"Este blog vive dizendo que Pelé é vascaíno. Sou santista e nunca ouvi o "Rei" falar disso. Acho que é.  Invenção. Não tem nada a ver Pelé com vocês. Inventem outra”  Marcelo Oliveira, Taguatinga-DF.
Marcelo! Foi ele mesmo quem falou. E várias e várias vezes. Recentemente, posou para fotos, com uma camisa cruzmaltina, dizendo na TV que o primeiro título da sua carreira fora ganho com aquela jaqueta, o que, aliás, nem é muito verdade, pois o Torneio Morumbi, que ele disputou pelo Combinado Vasco-Santos, não chegou ao final, devido o prejuízos financeiros que os patrocinadores vinham tendo, entre maio e junho de 1957. Além disso, Marcelo, os filhos sempre torcem para o time do pai, e tudo indica que Dondinho (pai de Pelé), fosse vascaíno. Tanto que registrou o seu segundo filho com o nome de Jair, a graça de um meia-esquerda da “Turma da Colina”, Jair Rosa Pinto. Na época, os desportistas do interior brasileiro só sintonizavam a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, dotada dos transmissores mais potentes da América do Sul, para fazer a propaganda do governo Getúlio Vargas. Dono de um dos times mais fortes do planeta, entre 1944 e 1952, o Vasco tinha uma grande torcida nacional, principalmente no interior de Minas, onde Dondinho morava, antes de ir para Bauru-SP.   

2 - "POR ONDE ANDA BISMARCK?" Pergunta Joaquim Sérgio dos Santos Filho, de Samambaia-DF.
 Pois bem, Quinca, este ex-meia-atacante que foi da “Casa” desde os tempos de infantil, quando entrou para o time de futebol de salão da Colina, atualmente trabalha como empresário de atletas, no Rio de Janeiro. De vez em quanto, pinta em São Januário, para matar a saudade dos velhos tempos.
Registrado como Bismarck Barreto Faria, o cara vestiu a jaqueta cruzmaltina, entre 1988 a 1993, tendo, antes disso, passado por todas as seleções nacionais de base. Promovido ao grupo principal vascaíno, em 1988, ajudou a rapaziada a buscar o caneco do bi estadual. Na temporada seguinte, colocou a faixa de campeão brasileiro, ao lado de Bebeto, no ataque que o levou à Seleção Brasileira da Copa de 1990, na Itália. Em 1992, voltou a ser ganhador das temporada estadual no "ErreJota", daquela vez, invicto.
Assim, convenhamos que ter sido o bom de sua terra, em 1987/88/92/93, e brasileiro, em 1989, foi até pouco para este garoto nascido em São Gonçalo-RJ e que balançou as redes em 112 vezes, em 319 jogos em nome da patota da Rua General Almério de Moura. Além de ter disputado 15 compromissos e marcado um tento pela seleção canarinha, em 23 de julho de 1989, em Brasil 1 x 0 Japão, amistosamente, em São Januário, perante 2.174 pagantes. Arnaldo César Coelho apitou e o treinador Sebastião Lazaroni escalou: Taffarel (Zé Carlos); Mazinho (Josimar), Mauro Galvão, Aldair, André Cruz e Branco (Edivaldo); Dunga (Alemão), Valdo (Silas) e Bebeto (Renato Gaúcho); Romário (Bismarck) e Careca (Tita/Cristóvão).   








2 - POR ONDE ANDA BISMARCK?
 
 

  

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A GRAÇA DA COLINA - VASCONCELOS

 Um dos chargistas que fizeram o Brasil sorrir, nos tempos em que a revista  “O Cruzeiro” era a que mais vendia no país, na década-1950, o paraibano Luzardo Alves fez a graça, também, nas páginas da “Revista do Esporte”. Foi perto do final da vida desta publicação carioca, quando ele assinava “bola ao quadrado”, titulada com letras minúsculas, por se tratar só de “bolas fora” da rapaziada que fazia o futebol brasileiro.
Nesta tirinha que você curte aqui no “Kike” e que circulou na “RE” Nº 533, de 24.05.1969, Luzardo apresenta dois personagens de nomes sugestivos, o gozador botafoguense “Zé Foguinho”, mexendo com os fios do bigode do “Vasconcelos” vascaíno, em um momento do Campeonato Carioca em que os goleiros Valdir Apple e Pedro Paulo estavam complicando a vida da “Turma da Colina”. Para quem não viveu o futebol do passado, vale contar que Valdir chegou a fazer um gol contra, em 16 de março de 1969, no jogo Vasco 1x 1 Bangu, diante de 50.443 pagantes, no  Maracanã.
Perto do final do primeiro tempo, o centroavante banguense Dé bateu forte para o gol. Valdir defendeu, rodopiou e atirou a bola para dentro de sua rede. Foi a primeira vez que o árbitro Arnaldo César Coelho validou gol de goleiro.

Naquele dia, a partida rendeu  NCr$ 87.618,00 (novos cruzeiros, a moeda da época) e o gol vascaíno foi marcado por Adílson, irmão do antigo ídolo Almir Albuquerque. O treinador era outro antigo ídolo, o atacante Pinga, campeão carioca em 1958. O time jogou assim:  Valdir; Fidélis, Brito, Fernando e Eberval; Alcir e Buglê (Benetti); Nado (Acelino), Adilson, Valfrido e Silvinho.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

HISTÓRIAS DO KIKE - CÉLIO & ROBERTO

              Quando fui à paraibana João Pessoa, em 2006, conhecer, pessoalmente, o antigo atacante cruzmaltino Célio Taveira Filho (foto acima), ele levou-me pra ver o porto desativado em Cabedelo e obras abandonadas do local em que ele atuava em sua nova vida. Durante a visita, contou ter sobrevivido, após perder tudo naquele projeto, trabalhado para o departamento amador do Botafogo, de João Pessoa, e sendo comentarista esportivo de uma rádio daquela cidade, pois se aposentara, como comerciante (vendedor de peças automobilísticas), recebendo só um salário mínimo mensal.

O antigo goleador revelou, também, uma outra grande decepção: fora ao Rio de Janeiro, com o time do Botafogo da Paraíba, por aquele mesmo 2006, para jogo da Copa do Brasil, contra o Vasco da Gama, e não conseguira falar com o Roberto Dinamite (foto abaixo), o então presidente do Vasco da Gama. “Ele disse que naquele momento, antes da partida, não poderia falar comigo”.

                           Célio reproduzido da Revista do Esporte

O tal jogo foi noturno, no 22 de fevereiro de 2006, pela primeira fase da Copa do Brasil, no estádio de São Januário, e terminara Vasco da Gama 7 x  0, com gols de Romário (3), Valdiran (2) e do zagueiro Éder. O que o Dinamite estaria fazendo naquele momento em que não poderia falar com o Célio? Providências técnicas do time, não, pois estas estariam a cargo do treinador Renato “Gaúcho” Portaluppi, e não seria o presidente do Vasco da Gama, certamente, quem estaria cuidando dos 1.231 pagantes presentes ao estádio. Roberto era um sujeito bom caráter. Atendia a todos. Talvez, tivesse mesmo algo a tratar no lugar errado, na hora errada, na noite errada em que o Céli lhe aparecera. Coisas das vida.

 Célio fora o maior ídolo da torcida vascaína, entre 1963 a 1966, e ficara inesquecível, até  1971, quando surgiu o Dinamite, e a torcida cruzmaltina voltou a ter um ídolo. Certamente, o Roberto Dinamite que não tivera muito estudo e pouco sabia sobre a história vascaína, nem soubesse quem fosse o Célio que tentava falar-lhe. É o mais provável.

Pois bem! Aquele sujeito já esquecido  marcara dois gols e arrasara o Flamengo, em 1965, na final do Torneio Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro; fizera outros dois e desmontara o Corinthians durante a noite de estreia de Mané Garrincha no clube paulistano; fora o principal artilheiro e campeão da I Taça Guanabaras, em 1965; a grande figura vascaína na conquista do Torneio Rio-São Paulo-1966. E fora ídolo, também, da torcida do uruguaio Nacional, de Montevidéu, clube que fizera questão da sua presença e foi buscá-lo, na Paraíba, para os festejos do seu centenário. Mais? O cara que o Pelé fizera força para o Santos repatria-lo, em 1970, e ser o seu novo parceiro de ataque, para reviverem a dupla que já havia aprontado em jogos da seleção do Exército, em 1959.


Imagem de Roberto Dinamite reproduzida de www.ludopédio.org.br

Rola a bola! Em 2001, o Dinamite veio a Brasília inaugurar uma franquia de loja do Vasco da Gama, no Conjunto Nacional. Encerrada a inauguração, quando só ficaram dentro do estabelecimento jornalistas, dono da loja e e o Dinamite, liguei o meu celular e pedi do Roberto pra falar com o Célio. Foi a última reportagem esportiva da minha carreira de repórter. Depois, eu não quis mais fazer nenhuma outra, para a derradeira ter sido com os dois maiores artilheiros do Vasco da Gama, das décadas-1960/1970. Pedi, então, pra ser redator, pra não entrevistar mais nenhum ser vivente. E, de lá pra cá, nunca mais entrevistei nenhum desportista, pra nenhuma página de jornal. Estou invicto. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

HISTORI&LENDAS CRUZMALTINAS

Em 9 de fevereiro de 1936, o Vasco recebeu a visitas do argentino Estudiantes, de La Plata, e o venceu, por 2 x 0, amistosamente. Em 6 de fevereiro de 1966, em novo amistoso, voltou a vencê-lo, mas por 2 x 1.
ESTUDOU O ADVERSÁRIAO E FEZ O DEVER DE CASA. VENCEU UMA e deixou de ganhar outra. Tá bom. DEU PRO GASTO.
 Classificações vascaínas em Campeonatos Brasileiros: 1987 - 10º lugar, em 15 jogos, com 5 vitórias; 3 empates; 7 derrotas; 17gols pró e 18 contra. 
1988 - 5º lugar; 25 jogos; 14 vitórias; 8 empates; 3 derrotas; 36 gols pró e 16 contra.
 1989- 1º lugar; 19 jogos; 9 vitórias; 8 empates; 2 derrotas; 27 gols pró e 16 contra;
1990 - 12º lugar;  19 jogos, 3 vitórias; 12 empates; 4 derrotas; 15 gols pró e 15 contra;
1991 - 11º  lugar; 19 jogos; 4 vitórias; 1 empate; 4 derrotas: 22 gols pró e 26 contra;
 1992 - 3º lugar:  25 jogos; 11 vitórias; 10 empates; 4 derrotas; 41 gols pró e 23 contra.
EM 1990, FEZ 15 gols, sofreu 15 e ficou em 12º lugar. Se tivesse se esforçado mais um pouco, teria ficado em 15º, totalmente EM CIMA DO MAURO.
Treinadores vascaínos na década de 1960: Filpo Nuñez e Abel Picabea (1960); Martim Francisco (1960/1961) e Ely do Amparo (1961); Paulo Amaral (1961/1962); Jorge Vieira (1962/1963); Otto Glória (1963); Eduardo Pelegrini (1963); David Ferreira “Duque” (1964); Zezé Moreira (1965/1966 – campeão do I torneio Internacional de Verão do RJ-1965; da Taça Guanabara-1965 e do Torneio Rio-SP-1966); 1966 – Thomaz Soares da Silva (Zizinho); 1967 – Gentil Cardoso; 1967 – Ademir Menezes; 1968 – Paulinho de Almeida; 1969 – José Lázaro Robles (Pinga), Evaristo de Macedo, Paulinho de Almeida e CÉLIO DE SOUZA.
EM 1969, O VASCO bateu um recorde: quatro treinadores. Média de 90 dias de trabalho, PAR CADA UM. 
  O Vasco já enfrentou o Estrela Vermelha, de Belgrado, da antiga Iugoslávia, por quatro vezes: empatou uma – 18.04.1956 (0 x 0); venceu duas – 11.05.1966 (3 x 2) e 10.07.1989 (3 x 0) e só perdeu uma – 10.08.1980 (2 x 4). No primeiro jogo, o time vascaíno era: Hélio, Dario (Cléver) e Haroldo: Orlando, Beto e Laerte; Iedo, Maneca, Ademir Menezes, Parodi e  Dejayr.
PELO RETROSPECTO, o Vasco tem mais estrela do que o Estrela