Vasco

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domingo, 26 de junho de 2011

TRAGÉDIAS DA COLINA - BELLINI

Maior líder que já passou pelo time cruzmaltino, o zagueiro-capitão Hideraldo Luís Bellini revelou à Revista do Esporte, em 1965, ter saído magoado com os dirigentes de São Januário. “Penso que o Vasco da Gama julgou que o meu futebol já houvesse acabado... Pensaram que estavam fazendo um bom negócio, vendendo o passe de um atleta às vésperas das ‘aposentadoria’. Ganhariam um bom dinheiro e não perderiam muita coisa. Foi uma grande mágoa para mim esta atitude do Vasco”, afirmou o campeão mundial.
Bellini alfinetou mais os cartolas: “Os atletas evoluíram mais do que os dirigentes. Ainda se dá muito valor à idade cronológica do jogador. O que deve valer é a sua produção...”
Ele comentou assim o crescimento de sua categoria: “... a profissão (de futebolista) tornou-se mais rendosa....(houve) ascensão na escala social... antigamente, ocupava uma posição social abaixo das demais. Os poetas também passaram por isso, e até mesmo os jornalistas... (o fato de a então) Confederação Brasileira de Desportos (CBD) passar a olhar (quando das convocações para a Seleção Brasileira), não só o atleta, mas, também, o individuo, obrigou os atletas profissionais a olhar com mais seriedade a sua profissão”.
Segundo Bellini, exemplos de ídolos do passado, também, contribuíram muito para a mudança de atitude: “Depois de atingiram o ponto mais alto da fama, (muitos craques) viram-se na miséria, sem nada para o seu sustento”, lembrou o atleta, que passou 10 anos em São Januário. Ao ir para o São Paulo, estranhou o futebol paulista, por ser mais pegado, ao contrário do carioca, que era mais cadenciado. Além disso, havia muitas viagens ao interior do estado.

COMENTÁRIO DO KIKE: Dirigente negociar jogador em final de carreira é mais do que normal. Sempre foi e será assim. O Vasco já tinha Brito pedindo passagem. Pra quê manter Bellini, segurando a carreira do futuro zagueiro tricampeão mundial? É a lei do futebol. Tanto que, três anos depois daquela entrevistas, o São Paulo o mandou para o Atlético-PR.
 A mágoa do capitão poderia ter uma outra vertente: ele era sócio do goleiro Fernando, do Flamengo, em uma loja vendedora de alçados, no Rio de Janeiro. Saindo da cidade, ficaria longe dos seus negócios.   

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