O Campeonato Brasiliense de
Futebol Profissional-1988 foi programado com turno e returno de duas fases, cada uma. Depois, semifinais com quatro times. Classificaram-se o alvivede
Gama; o alvinegro Guará; o alviazul Taguatinga e o rubro-negro Tiradentes.
Rolou a maricota e
a dupla Taguá-Tira chegou à boca do caneco com muita sede nas semifinais,
podendo empatar para irem à final. O segundo cumpriu a sua parte, eliminando os
gamenses, mas o Águia, o Taguá, foi mordido pelo Lobo da Colina, o Guará. E lá se
foram Tiradentes e Clube de Regata Guará em busca da glória.
Marcadas as
semifinais para a tarde do dia 7 de agosto de 1988, no Estádio Governador Elmo
Serejo Farias, o Serejão, em Taguatinga, o Tiradentes passo por cima do
Verdão, o Gama, sem problemas, com gols marcados por Moura (2) e Luisão, este
um centroavante alto e forte que havia feito sucesso no Bangu e no Santos. De
sua parte, o Guará, venceu o Taguatinga, por 1 x 0, com golaço marcado pelo
meia Aílton Lira, ex-Santos e São Paulo, batendo três escanteios iguais, todos
do lado direito do seu ataque, pelos finalmente da pugna.
Beto Fuscão reproduzido do arquivo do Correio do Brasil
Chega a final, com
o Tira (time da PM-DF) jogando pelo empate durante o tempo normal e em uma eventual
prorrogação, já que fizera mais pontos do que o adversário, em toda a disputa.
Os rubro-negros haviam sido criados dentro do Corpo de Bombeiros e chegavam a
uma decisão de Candangão pela primeira vez. O Guará, o mais antigo do DF,
surgido durante a construção de Brasília, já havia sido finalista, mas seguia,
também, zerado nas canecagens, podendo perder a virgindade caso vencesse aquela
decisão, por qualquer placar.
E foram os dois
esquadrões para o gramado do Serejão que, naquela tarde, recebeu o prestígio de
2.091 pagantes, que deixaram Cz$ 630 mil e 700 cruzados, conforme Liomar – o
mais antigo empregado da então Federação Metropolitana de Futebol – informou à
imprensa, como o fazia em todas as rodada, ao final do jogo principal. De sua
parte, Diva, que chefiava os bilheteiros, dizia-se decepcionada com a renda de
um final de campeonato. Sem nada a ter a ver com o choro pela grana, o árbitro
Tolistói Batistas, oficial da glorioso Polícia Militar do DF, convocou os dois
capitãs à tirada do “toss” (ainda tinha quem falava assim, no futebol candango, sobre o
sorteio do lado para o qual deveriam jogar os dois times).
Reprodução do Jornal de Brasília
Bola rolando, o
xerifão (foto acima) Beto Fuscão, ex-Grêmio-RS, Palmeiras e Seleção Brasileira, travava um
grande duelo com o camisas nove guaraense, o trepidante Beijoca, ex-Bahia e
Flamengo, entre outros. Da mesma forma, ocorria do outro lado do gramado, entre
o “matador” rubro-negro Luizão e o zagueiro alvinegro Rafael. Mesmo com Aílton
Lira (foto) e Zé Mauricio cadenciando o jogo, no meio-de-campo, o “match”, como
falava o coronel Carlos Fernando Cardoso Neto, presidente do Tiradente, era
emocionante.
Aos 29 minutos,
Beijoca fez Guará 1 x 0; aos 44, Luizão empatou. E, por aquilo, ficou o
primeiro tempo. Na segunda etapa, aos 18, Zé Maurício passou o Tiradentes à
frente; aos, 44, Eusébio voltou a igualar o placar: 2 x 1, pedindo prorrogação,
de meia-hora, pela tradicional forma dos 15 x 15 minutos.
Beijoca é o primeiro agachado à direita e Lira o último à esquerda
Tolistói Batistas
autorizou nova saída de bola. Aos nove minutos, Ailton Lira faz Guará 1 x 0,
quase matando, por tanta emoção, o presidente guaraense, Wander Abdala. Mas aos
quatro da segunda parte, novamente Luizão foi à rede. Como o empate daria o título
ao Tira, daquela vez, quem a emoção quase mata foi o Coronel Carlos Fernando,
que tinha problemas com a pressão alta. Enfim, fora a decisão mais emocionante
do futebol candango, desde a de 1979, entra Gama (campeão) e Brasília. Tivera e
tudo, inclusive , o que não poderia faltar: a expulsão de campo de Beijoca
(junto com Marco Antônio), por excesso de catimba (termo ainda na moda).
O Tiradentes, treinado por Roberto Ruben
Delgado, alinhou: Déo; Beto Guarapari, Quidão, Beto Fuscão e Gilberto; Touro
(Ricardo), Bé e Zé Maurício; Moura, Luizão e Pedrinho (Marco Antônio). Guará,
escalado por Niltinho (Nilton Ferreira da Paz) teve: Capucho; Bil, Décio,
Rafael e Luís Fernando; Eusébio, Écio (Dionísio) e Ailton Lira; Ivonildo,
Beijoca e Ribamar (Ricardo
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