Em 1972, o Ceub ainda não pensava disputar o Campeonato Nacional, iniciado na temporada anterior, pela Confederação Brasileira de Desportos, a atual CBFutebol. Mesmo assim, convidava adversários fortes e favoritos, é claro, paras amistosos em Brasília. Como as coisas mudavam muito na bola brazuca, pelos inícios de 1973, o torcedor brasiliense já estava na expectativa de a Acadêmica da Asas No Asa (apelido que não pegou), também, entrar no rolo que hoje é chamado por Brasileirão. A moçadas marcava amistosos, testava formações e chegava a uma pré-base nos prélios pré-Brasileirão. Nesses amistosos, chegou a empatar com dois “grandes” cariocas. Confira:
25.06.1972 – Ceub 1 x 1 Flamengo – Para a torcida
rubro-negras, a maior do DF, os ceubenses não teriam a menor chance diante de
sua rapaziada, feras como os goleadores Doval e Caio, e gente que já fora convocada para a Seleção Brasileira,
casos do goleiro Renato, do apoiador Zanatta e do ponteiro Arílson, além do
imprevisível atacante Fio Maravilha e do discutidíssimo zagueiro Chiquinho
Pastor que, também, chegaria ao escrete nacional.
Formalidades cumpridas, com a banda do Corpo de
Bombeiros do DF executando o hino
nacional e os dois capitães tirando o “toss” (como se falava do sorteio para
escolher o lado do campo a jogar), o juiz Djalma Neves apitou e o Flamengo fez
a saída de bola e o primeiro ataque, logo respondido pelo time anfitrião, que voltou a se assanhar, aos
quatro minutos. Aos seis, o lateral rubro-negro Wanderley (futuro famoso
treinador Wanderley Luxemburgo) cometeu pênalti, tocado uma das mãos na pelota.
O que rolou de imediato foi uma cena cômica: o atacante Augustinho saciou em
disparada paras encher as mãos de areia do lado de for do gramado, para tapar o
buraco na marca do pênalti que seria
cobrado pelo meia Cláudio Garcia (antigo ídolo da torcida do Fluminense). Deve
ter ajudado, pois o ex-tricolor, com o pé direito, calou a imensa torcida
rubro-negra no Pelezão: Ceub 1 x 0.
Além do gol, o
Ceub voltou a levantar a sua torcidas, quando Aderbal aplicou um chapéu em
Vicentinho. Pouco depois, Zanatta municiou o mesmo Vicente, que tentou o gol,
mas o goleiro Zé Valter fez defesa espetacular, cedendo escanteio. Animado, o
Flamengo vai pra cima e o Ceub dois homens de frente, pra se segurar. Ficou animadas a contenda,
com investidas pra lá e pra cá. Aos 40, rolou mais um grande lance ceubense,
com Dinarte repetecando chapéu, daquela
vez sobre Moreira. Aos 44. Quem meteu o braço na bola foi Oliveira. Pênalti que
Caio Cambalhota cobrou, alto e forte,
para o canto direito da trave defendiedas por Zé Walter: 1 x 1 e fim de papo no
primeiro tempo. No segundo, os dois times parecerem terem esquecido a bola nos
vestiários. O Flamengo esbarrava em bloqueios defensivos ceubenses e estes só
tentavam contra-ataques que não davam em nada. Foi tudo.
O amistoso rendeu C$ 41 mil cruzeiros (moeda da época) e o treinador Carlos Morales escalou o Ceub: Zé Walter; Aderbal, Lúcio, Cláudio Oliveira e Serginho; Renê, César e Cláudio Garcia; Augustinho (Paulinho), Hermes (Carlinhos) e Dinarte. O Flamengo foi: Renato; Moreira, Chiquinho, Tinho e Wanderley; Zé Mário (Liminha), Zanatta e Arílson; Vicentinho, Caio (Dionísio) e Doval (Fio Maravilha).
24.02.1973 – Ceub 1 x 1 Fluminense – O que vinha sendo uma grande animação para os desportistas de Brasília, que só assistiam grandes jogos pela TV, de repente, esvaziou a boca do balão. Sacanagem dos tricolores cariocas que só desembarcaram na cidade às 11 horas do dia do amistoso, e sem trazer o meia Gérson (de Oliveira Nunes), o “tricampeão mundial” que deveria ser a grande atração do prélio, juntamente como goleiro Félix e o lateral Marco Antônio Feliciano, também tri na Copa do México-70. A “saca” valeu-lhes muitas pragas, das quais não escapou nem o venerável Seu Zezé Moreira, o treinador membro do rol dos gloriosos do futebol brasileiro. “Mais pior” para o Ceub, que esperava ver bem acima de Cr$ 100 mil cruzeiros passando pelas bilheterias do antigo e já demolido Pelezão, mas teve de se contentar com Cr$ 75 mil.
Enfim, entre pragas e vaias, que o Fluminense bem as
mereceu, o Ceub da etapa inicial foi mais ativo pelo meio-de-campo e safou-se
bem das investidas tricolores. Estes só
tiveram uma chance de gol, com o ponteiro Lula e o centroavante Dionísio
bobeando e permitindo ao becão ceubense Mauro Cruz acabar com uma farra deles pela
esquerda. E sem gols terminou o primeiro tempo. Para o segundo, o Seu Zezé
Moreira trocou três peças, mas “efeitos
melhorativos” pintaram só do lado do Ceub, que teve três escanteios
consecutivos, criou boa chance de gol, aos oito, e abriu o placar, aos 11
minutos, por intermédio de Marco Antônio (Pereira).
Inferiorizado
no placar, o Flu buscou o empate, tornou o jogo mais rápido e, aos 18 minutos,
Denílson (Custodio Machado) municiou Silveira, o apelidado “Coice de Mula”, que soltou a sua famosa pancada. A bola quicou no
terreno, enganou o goleiro Zé Valter e escreveu: Ceub 1 x 1 Fluminense, apitado
por Ranulfo Soares, auxiliado por Carcírio Martinho e Jorge Aloise.
O Ceub alinhou: Zé Válter; Mauro Cruz, Emerson, Cláudio Oliveira e Murilo; Renê, Cláudio Garcia e Enísio; Julinho, Marco Antônio e Dinarte. O Fluminense teve: Félix (Jorge Vitório); Toninho Bainao (Oliveira), Silveira, Assis (Abel Braga) e Marco Antônio Feliciano; Denílson, Didi e Hertz (Wilton); Mica (Adílson), Dionísio e Lula. OBS: 1 – Cláudio Garcia foi atleta e treinador interino do Ceub, substituindo o demissionário Carlos Morales; 2 – Félix foi substituído por contusão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário