Vasco

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sábado, 2 de dezembro de 2017

O VENENO DO ESCORPIÃO - GUSTAV KLIMT, UM AUSTRÍACO QUE PASSAVA O PINCEL (51)

  O pintor austríaco Gustav Klimt foi um ds principais ajudantes no abandono da arte acadêmica, em seu país, e na chegada do modernismo à Europa. Por ali corria o século 19 e ele vivia a todo o vapor, chegando a pintar, simultaneamente, três a quatro telas. E ainda encontrava tempo para traçar todas as lebres que pintassem pelo seu ateliê.
Reproduzido de www.neuegalerie.org
 Por aquele tempos profícuos, em todos os sentidos, para Gustav Klimt, a Áustria vivia, sobretudo a capital, Viena, os bons tempos musicais do compositor Arnold Schöenberg (1874 a 1951); curtia-se Ludwig Joseph Johann Wittgenstein (1889 a 1951), um responsáveis pelas transformações linguísticas na filosofia da mente, e rolava a notável psicanálise de Sigmund Freud (1856 a 1939).
 Eram tempos de uma elite austríaca moralista e xenófoba. Por exemplo, mulheres que expressassem o desejo de votar ou de fazer um curso superior eram consideradas degeneradas. Imagine ir ao ateliê de Gustav Klimt! Mas havia quem não estava nem aí. Inclusive, muitas damas da “alta soçaite” que faziam fila para cairem no pincel de Gustav (e, consequentemente....)
UM A DELAS FOI Adele Bloch-Bauer, traçada aos 17 aninhos. Quando ele contou-lhe sobre como faturava todas, ela adorou e disse: “Eu também quero”. Mas quem abriu o caminho para o planeta conhecer uma das pinturas mais famosas de todos os tempos – Dama Dourada – foi o marido dela, o industrial açucareiro Ferdinand, que convenceu Gustav a colocar a sua esposa em seu pincel.
Reprodução de www.klimt.com
Gustav Klimt levou quatro anos para aprontar a tela, o que significa que deve ter gastado muita pinceladas. Tanto que Adele foi a única mulher que ele pintou mais de uma vez. Da mesma forma, o marido dela deve ter gostado mais ainda de sabê-la posando como modelo de Gustav, pois encomendou uma segunda pintura, que recebeu o nome de “Judith 1”, na qual a parceira aparece com um seio à mostra e expressando fisionomia de orgasmo, aos 20tinho de idade, em 1901.
 Se críticos de arte imputavam a Gustav Klimt a fama de “viver relações vergonhosas com as mulheres”, as suas modelos eram as suas maiores defensoras. Uma delas Serena Lederer, que surge na tela usando um longo vestido branco, em 1899 – época do casamento de Adele com Ferdinand – não contentou-se em só defendê-lo e ser pintada por ele. Após a moldura esta pronta, passou a ter aulas de desenho e a recebê-lo em sua casa de campo. Afinal, o cara era bom demais em seu ofício de usar o pincel e o lápis.
 NEM SÓ Adele Bloch-Bauer chegou, aos 17 de idade, ao ateliê de Gustav. Também, Maria Zimmermann Mizzy, dona de uma vasta cabeleira ruiva e de belos seios. A gatinha, que sonhava ser pintora, topou posar nua  e, logo, foi mais uma “lebre abatida” pelo mestre da sacanagem, que explorava bastante os temas eróticos em suas telas. Myzzi terminou ficando barrigudinha de um Gustavinho.
Reproduzido de
www.pinterest.com
 A arte de Gustav Klimit, no entanto, não agradava aos nazistas. Em 1937, entre os milhares de telas que eles confiscaram e venderam para fazer caixa para o partido, o carinha entrou no rolo. Para Paul Joseph Goebbels, dono de uma impressinante oratória em públcio e ministro da propaganda da Alemanha de Hitler, entre 1933 e 1945, o que Gustav Klimt pintava “era um lixo”.
 Se Adele Bloch-Bauer (1881 a 1925) estiver reencarnada, com certeza, terá ficado muito alegre por saber que as pinceladas que Gustav deu-lhe valeram a quinta tela mais cara da história das artes plásticas: 135 milhões de dólares – está na Neue Gallery, em Nova York.
O mesmo orgulho poderá ter tido Maria Zimmerman Mizzy, se, também, já voltou. A sua familia gastou meio-século em brigas judiciais para recuperar cinco telas em que ela posou para Gustav – cabra bom...! Na parte de passar o pincel.   

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