Vasco

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terça-feira, 7 de setembro de 2021

REVKIKE Nº 22 - CANARINHOS DA COLINA

                  

   Durante o Campeonato Sul-Americano-1916, a Seleção Brasileira chegou a se vestir de verde e amarelo. Mas as elites brazucas não gostaram de ver as cores da bandeira nacional levadas para o futebol, e a ideia foi abandonada. Em 1953, a Confederação Brasileira de Desportos-CBD e o jornal carioca Correio da Manhã promoveram concurso para se ter uma nova jaqueta, pois a branca passou a ser vista sem invocar nacionalidade. Na verdade, antipatizada deviodo a perda da Copa do Mundo, para o Uruguai, em 1950, dentro do Maracanã.  

O concurso foi disputado por 202 candidatos e vencido pelo gaúcho Aldyr Garcia Schlee, que trabalhava como desenhista em jornal de Pelotas. Ele usou o amarelo ouro na camisa e o azul-cobalto nos calções. Apresentada ao povo, em 20 de janeiro de 1954, a nova jaqueta teve por modelo envergante o atacante Carlyle, do Fluminense e foi a campo, pela primeira vez, no 28 de fevereir de 1954, no EstádioNacional de Santiagto do Chile, pelas  pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em Brasil 2 x 0 Chile, com gols marcado por Baltazar (2) e o treinador Zezé Moeira escalando: Veludo, Djalma Santos e Pinheiro; Bauer, Brandãozinho e Nílton Santos; Julinho Botelho, Humberto Tozzi, Baltazar, Didi, o camisa 10, e Rodrigues.

Em 21 de março, no Maracanã, em Brasil 4 x 1 Paraguai, pelas mesmas Eliminatórias, o primeiro vascaíno vestiu a camisa canarinha - número 14 -, o atacante Pinga (José Lázar Robles), substituindo Humberto Tozzi. Em 2 de maio do mesmo 1954, Ely do Amparo tornou-se o primeiro defensor vacaíno a canarinhar - Pinga, também, esteve no amistoso Brasil 4 x 1  Millonários, da Colômbia, no paulistano Pacaembu. Ely foi substituído por Bradãozinho e  Pinga substituiu Humberto Tozzi, mais uma vez. O amistoso foi epetido uma semana depois, novamente no Maracanã, e nele Pinga foi titular, com a camisa 10 e com Didi usando a 8.

Arte: Renato Aparaecida - www.desenhosrosart@gmail.com

 Em junho,  veio a Copa do Mundo e os vascaínos foram representados por Pinga, que marcou o  primeiro gol vascaíno naquela disputa, o terceiro de Brasil 4 x 0 México, no dia 16 de junho de 1954, no Estádio Les Charmille, na suiça Genebra - depois, rolaram Brasil 1 x 1 Iugoslávia (19.06) e Brasil 2 x 4 Hungrias (27.06)m fechando o ciclo dos nove primeiros jogos canarinhos, com sete vitórais, um empate e uma escorregada - 22 gols pró e sete contra. Mesmo com camisa nova, a Selé não aposentou totalmente a alviazul, que ainda foi usada em algumas partidas, da quais a ultimona Brasil x Chile (13.03.1957), pelo Sul-Americano.

 CANARINHEIROS - O Vasco da Gama já enviou 35 atletas aos Mundiais de Futebol. Dos cinco títulos conquistados, a rapaziada marcou presença em dois: 1958, com Bellini (capitão), Orlando e Vavá, e em 1994, no tetra, com o zagueiro Ricardo Rocha. Na Era Canarinha, os vascaínos que suaram pelo Brasil foram: 1954 - Paulinho, Eliy e Pinga; 1958 - Bellini, Orlando e Vavá; 1966- Brito; 1978 - Abel, Dirceu e Roberto Dinamite; 1982 - Pedrinho Vicençote e Roberto Dinamite; 1990 - Acácio, Mazinho, Tita, Bebeto e Bismarck; 1994 - Ricardo Rocha; 1998 - Carlos Germano.

Depois que Brito vestiu a camisa canarinha (24.08.1969), diante da Venezuela, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo-1970, o Vasco da Gama só foi ter um representante convocado para o escrete nacional (26.04.1972), quando Tostão estava no time que venceu o Paraguai, amistosamente, por 3 x 2, no Beira-Rio, em Porto Alegre, diante de 70 mil presentes e com portões abertos, comemorando a abertura da III Olimpíada do Exército. Por sinal, aos 20 minutos, ele  marcou o seu último gol canarinho convocado por Mário Jorge Lobo Zagallo que escalou: Félix: Carlos Alberto (Marco Antônio), Marinho Peres, Vantuir e Everaldo; Clodoaldo, Rivellino; Jairzinho, Roberto Miranda, Tostão (Dirceu Lopes) e Paulo César Caju.   

 Após encarar os paraguaios, Tostão vascainou na Seleção Brasileira por mais quatro jogos da Mini Copa, que a CBD promoveu pela 150ª comemoração da Independência do Brasil. Nesses pegas, ele empatou (0 x 0) com a então Tchecoeslováquia (28.06.1972); venceu a então Iugoslávia (3 x 0, em 02.07); passou pela Escócia (1 x 0, em 05.07) e foi campeão batendo Portugal (1 x 0, em 09.07), em sua última partida canarinha, aplaudido pore 99.138 mil almas.   

PASTOR ALEMÃO - Depois de Tostão, o próximo membro da "Turma da Colina" a vestir a a camisa canarinha foi o zagueiro Moisés que, nos inícios da carreira, como becão do Bonsucesso, era  violentíssimo. Tanto que o locutor Waldir Amaral, da Rádio Globo, deu-lhe o apelido acima, pois mordia mesmo. 
Convocado pelo treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, para um giro pelo exterior, Moisés teve a chance de estrear em Brasil 1 x 0 União Soviética, no Estádio Lujnik Lenin, em Moscou, diante de 90 mil espectadores do vice-campeão europeu. Era o 21 de junho de 1973 e o time teve: Wendel; Zé Maria, Luís Pereira, Moisés e Marco Antônio; Clodoaldo e Rivellino; Valdomiro, Jairzinho, Leivinha e Paulo César "Caju".
Dois anos se passaram para o Vasco da Gama ter novos representantes na Seleção Brasileira, o zagueiro Miguel e o atacante Roberto Dinamite. Na verdade, um selecionado mineiro que representava o país na Copa América, dirigido pelo treinador Osvaldo Brandão. Ele incluiu os vascaínos na partida de 30 de setembro de 1975, em 1 x 3 Peru, no Mineirão, vistos por 36.403 presentes pagantes. O time: Raul; Nelinho, Miguel, Piazza e Getúlio; Vanderlei Paiva e Geraldo (Zé Carlos); Roberto Batata, Palhinha, Roberto Dinamite (Reinaldo Lima) e Romeu. 
Em 4 de outubro de 1975, o Brasil respondeu, por 2 x 0, no estádio Alejandro Villanueva, em Lima, no Peru, que recebeu 55 mil presentes. D dupla vascaína, só Roberto Dinamite jogou, entrando no decorrer da partida, em lugar de Campos, por este time: Valdir Peres; Nelinho, Vantuir, Piazza e Getúlio; Vanderlei Paiva e Zé Carlos; Roberto batata, Geraldo (Palhinha), Campos (Robeto Dinamite) e Romeu.

Roberto voltou a ser canarinho em 28 de abril de 1976, pela Copa do Atlântico/Copa Rio Branco, no Maracanã, em Brasil 2 x 1  Uruguai,  diante de 62.672 pagantes e com Oswaldo Brandão usando: Jairo; Toninho Baiano (Orlando Lelé), Miguel, Amaral e Marco Antônio; Chicão, Rivellino e Zico; Gil, Enéas (Roberto Dinamite) e Lula. Ressalte-se que o zagueiro Miguel era vascaíno, há sete meses, e Marco
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COPA -1978 - o Almirante enviou três representantesà  Argentina: o zagueiro Abel Braga, que não atuou, e os atacantes Roberto Dinamite e Dirceu Guimarães. Este pulmão de aço foi um dos três melhores do torneio, fazendo um meio-de-campo que lhe roubava muita energia, enquanto o Dinamite explodiu a Áustria (1 x 0) e salvou a pátria da desclassificação na primeira fase, depois de dois empates decepcionantes, com a Suécia (1 x 1) e a Espanha (0 x 0).

Dirceu entrou no primeiro jogo, a partir dos 80 minutos, substituindo Toninho Cerezzo, no complicado gramado do estádio de Mar Del Plata, onde placas de grama soltavam-se, facilmente. Ele jogou para 32.569 pagantes, naquele 3 de junho, e começou como titular, passados mais quatro dias, diante dos espanhóis e de 34.771 compradores de ingressos. 

No dia 11 de junho, diante dos austríacos, se o Brasil não vencesse, poderia ser desclassificado, a depender dos demais resultados do grupo. O treinador Cláudio Coutinho, ex-capitão do Exército,  escalou, ao lado de Roberto, um parceiro que, futuramente também seria cruzmaltino, Jorge Mendonça. E não deu outra: aos 40 minutos do primeiro tempo, o Dinamite explodiu na rede e garantiu a passagem brasileira à segunda fase do Mundial,  diante de 35.221 pagantes, por este time: Leão; Toninho Baiano, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo (Chicão), Batista e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Zico) e Roberto Dinamite.

Passado o sufoco, os canarinhos foram a Mendoza, no dia 14, mandar 3 x 0 no Peru, com Dirceu abrindo a conta, aos 17 minutos, batendo falta. Aos 27, ele fez mais um na história, escrita por: Leão; Toninho Baiano, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo (Chicão), Batista e Dirceu; Gil (Zico), Jorge Mendonça e Roberto Dinamite. O jogo teve 31.278 pagantes.  

Em 17 de junho, Brasil e Argentina ficaram no 0 x 0, em Rosário, com o time tendo Zico substituindo o futuro vascaíno Jorge Mendonça, na etapa final – De volta ao Estádio San Martin, em Mendoza, os brasileiros venceram os poloneses, por 3 x 1, em 21 de junho, com dois gols de Roberto Dinamite, redeixou o time campeão moral,na definição do treinador Cláudio Coutinho, que fora ao centro de imprensa de Mendoza fazer tal declaração, após a classificação dos argentinos á decisão do título.

Roberto Dinamite e Dirceu, que marcou um dos gols, aos 70 minutos de Brasil 2 x 1 Itália, voltaram campeões morais por esta formação final: Leão; Nelinho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Cerezo (Rivellino), Batista e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Reinaldo) e Roberto Dinamite,que jogaram  diante de 69.659 pagantes. 

 Década-1980  - Depois da chamada de Dudu Coelhão, mas que não jogou, em março de 1981, a Seleção Brasileira voltou a ter um vascaíno, em outubro, quando Roberto Dinamite bateu na rede, aos 28 minutos dos 3 x 0 sobre a Bulgária, amistosamente, no Estádio Olímpico,em Porto Alegre, diante de 23.928 pagantes. O treinador Telê Santana confiou em: Valdir Peres (Paulo Sérgio); Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior;Cerezo, Sócrates e Zico; Paulo Isidoro, Roberto Dinamite e Mário Sérgio.

Bob, como o amigo Zico o chamava,  seguiu convocado e atuou nos 3 x 1 amistosos, contra a então Alemanha Oriental, em 26 de janeiro de 1982, no Estádio Castelão, em Natal-RN, diante de 46.638 pagantes. Mas não marcou gol e foi substituído, por Serginho Chulapa, aos 66 minutos. Em 3 de março, ele voltou a ser canarinho, durante o amistoso em homenagem ao tricampeão mundial Jairzinho (Jair Ventura Filho), que não era mais convocadom desde 1974, e entrou naquela para atingir 100 jogos pela Seleção Brasileira. O jogo terminou no 1 x 1 e o Dinamite foi titular por toda a partida.

Passados 18 dias, o selecionado canarinho enfrentou a outra Alemanha, a Ocidental, no Maracanã, ante 150.289 pagantes. Roberto esteve convocado, mas não jogou naquele 1 x 0. Ele ficou fora das convocações para os três últimos amistosos – 3 x 1 Portugal; 1 x 1 Suíça e 7 x 0 Irlanda – antes da Copa do Mundo-1982, na Espanha, mas nas vésperas da competição começar foi chamado para o lugar de Careca, que se contundirão entrou, porém, em nenhuma partida.

Depois da Copa do Mundo-1982, Telê Santana deixou o time canarinho e foi substituído por Carlos Alberto Parreira. Este, em sua primeira convocação, para o amistoso (28.04.1983), nos  3 x 2 Chile (53.468 pagantes), no Maracanã, convocou o lateral-esquerdo vascaíno Pedrinho, que entrou, no decorrer da partida, em lugar de Leovegildo Júnior. Pedrinho ficou para os 4 x 0 Portugal, em Coimbra, e jogou, tendo naquela convocação a companhia de Roberto Dinamite, que não entrou em campo (08.06). No dia 12, ele voltou a ser titular, no 1 x 1, com o País de Gales, em Cardiff; nos 2 x 1 sobre a Suíça (17.06), na Basiléia, e nos 3 x 3 Suécia (22.06), em Gotemburgo, celebrando os 25 years da conquista do titulo de 1958 (ver matéria abaixo). Próximo jogo: Brasil 0 x 0 Chile (29.06), em Santiago, sem Pedrinho chamado. Roberto, que não havia jogado nas partidas anteriores, foi, mas não entrou em campo, o que aconteceria, no mês seguinte, durante a Copa América. 
O ROUPEIRO CAMPEÃO-1958 
                                            
Refaça as suas contas. Quando as revistas e jornais se referem a campeões mundiais pela Seleção Brasileira-1958, falam de três representantes do Vasco da Gama: os zagueiros Hideraldo Luís Bellini e Orlando Peçanha de Carvalho, e o atacante Edvaldo Izidro Neto, o Vavá.
Esquecem de colocar na lista, também, o massagista/roupeiro Assis. Isso mesmo!   Em 1948, Francisco Assis dos Santos, carioca, nascido em 4 de outubro de 1929, era lutador de boxe da "Turma da Colina", como peso meio-pesado. Em outubro de 1955, quando o massagista Mão-de-Pilão deixou o clube da Rua General Almério de Moura, pintou uma vaga para auxiliar de Bento, que seria o novo titular responsável pelas massagens nos atletas. Então, a vaga foi oferecida ao Assis, que topou. Afinal, seria um dinheirinho certo. Ele entrosou-se bem com o colega e mandou ver na "nova pancada". Em 1958, foi indicado à Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF), para ser o auxiliar de Mário Américo, além de trabalhar como roupeiro. Topou mais esta e voltou da Suécia campeão mundial. Naquela história de que foi preciso costurar números nas camisas azuis, nas vésperas da final, contra os suecos, que jogariam de amarelo, Assis foi quem recebeu o material "da cor do manto de Nossa Senhora", como justificou o chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, para guardar e distribuir às feras, no vestiário, momentos antes da partida.
Tempos depois, o campeão mundial Assis vivia chorando não poder comprar uma casa para a sua família, porque a sua grana não dava. Levou um tremendo choque. Durante um dos festejo  aos campeões mundiais, no Rio de Janeiro, isso já depois da Copa do Chile, o vascaíno Assis estava na dele, quando o "Rei" Pelé chamou-lhe no canto. "Assis, caiu aqui, caiu aqui". E enfiou uma das mãos em um dos bolsos do seu paletó e tirou de dentro um checão, dizendo-lhe: "Tá´qui, pra você compar a sua casa". Era a quantia que ele dizia necessitar. Foi preciso Pelé segurá-lo. Assis ficou tremendo, de emoção. Quase estatelou-se ao chão. Depois, que Assis comprou a sua casa, era Deus no Céu e Pelé na terra, para ele. Coisas de vascaínos campeões mundiais! (foto reproduzida de Manchete Esportiva)  






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