Durante o Campeonato Sul-Americano-1916, a Seleção Brasileira chegou a se vestir de verde e amarelo. Mas as elites brazucas não gostaram de ver as cores da bandeira nacional levadas para o futebol, e a ideia foi abandonada. Em 1953, a Confederação Brasileira de Desportos-CBD e o jornal carioca Correio da Manhã promoveram concurso para se ter uma nova jaqueta, pois a branca passou a ser vista sem invocar nacionalidade. Na verdade, antipatizada deviodo a perda da Copa do Mundo, para o Uruguai, em 1950, dentro do Maracanã.
O concurso foi disputado por 202 candidatos e vencido pelo gaúcho Aldyr
Garcia Schlee, que trabalhava como desenhista em jornal de Pelotas. Ele usou o
amarelo ouro na camisa e o azul-cobalto nos calções. Apresentada ao povo, em 20
de janeiro de 1954, a nova jaqueta teve por
modelo envergante o atacante Carlyle, do Fluminense e foi a campo, pela
primeira vez, no 28 de fevereir de 1954, no EstádioNacional de Santiagto do
Chile, pelas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em Brasil 2 x 0 Chile,
com gols marcado por Baltazar (2) e o treinador Zezé Moeira escalando: Veludo,
Djalma Santos e Pinheiro; Bauer, Brandãozinho e Nílton Santos; Julinho Botelho,
Humberto Tozzi, Baltazar, Didi, o camisa 10, e Rodrigues.
Em 21 de março, no Maracanã, em Brasil 4 x 1
Paraguai, pelas mesmas Eliminatórias, o primeiro vascaíno vestiu a camisa
canarinha - número 14 -, o atacante Pinga (José Lázar Robles), substituindo
Humberto Tozzi. Em 2 de maio do mesmo 1954, Ely do Amparo tornou-se o
primeiro defensor vacaíno a canarinhar - Pinga, também, esteve no amistoso
Brasil 4 x 1 Millonários, da Colômbia, no paulistano Pacaembu. Ely foi
substituído por Bradãozinho e Pinga substituiu Humberto Tozzi, mais uma
vez. O amistoso foi epetido uma semana depois, novamente no Maracanã, e nele
Pinga foi titular, com a camisa 10 e com Didi usando a 8.
Arte: Renato Aparaecida - www.desenhosrosart@gmail.com
Em junho, veio a Copa do Mundo e os vascaínos foram representados por Pinga, que marcou o primeiro gol vascaíno naquela disputa, o terceiro de Brasil 4 x 0 México, no dia 16 de junho de 1954, no Estádio Les Charmille, na suiça Genebra - depois, rolaram Brasil 1 x 1 Iugoslávia (19.06) e Brasil 2 x 4 Hungrias (27.06)m fechando o ciclo dos nove primeiros jogos canarinhos, com sete vitórais, um empate e uma escorregada - 22 gols pró e sete contra. Mesmo com camisa nova, a Selé não aposentou totalmente a alviazul, que ainda foi usada em algumas partidas, da quais a ultimona Brasil x Chile (13.03.1957), pelo Sul-Americano.
CANARINHEIROS - O Vasco da Gama já enviou 35 atletas aos Mundiais de Futebol. Dos cinco títulos conquistados, a rapaziada marcou presença em dois: 1958, com Bellini (capitão), Orlando e Vavá, e em 1994, no tetra, com o zagueiro Ricardo Rocha. Na Era Canarinha, os vascaínos que suaram pelo Brasil foram: 1954 - Paulinho, Eliy e Pinga; 1958 - Bellini, Orlando e Vavá; 1966- Brito; 1978 - Abel, Dirceu e Roberto Dinamite; 1982 - Pedrinho Vicençote e Roberto Dinamite; 1990 - Acácio, Mazinho, Tita, Bebeto e Bismarck; 1994 - Ricardo Rocha; 1998 - Carlos Germano.
Depois que Brito vestiu a camisa canarinha (24.08.1969), diante da
Venezuela, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo-1970, o Vasco da Gama só foi
ter um representante convocado para o escrete nacional (26.04.1972),
quando Tostão estava no time que venceu o Paraguai, amistosamente, por 3 x 2,
no Beira-Rio, em Porto Alegre, diante de 70 mil presentes e com portões
abertos, comemorando a abertura da III Olimpíada do Exército. Por
sinal, aos 20 minutos, ele marcou o seu último gol canarinho convocado
por Mário Jorge Lobo Zagallo que escalou: Félix: Carlos Alberto (Marco
Antônio), Marinho Peres, Vantuir e Everaldo; Clodoaldo, Rivellino; Jairzinho,
Roberto Miranda, Tostão (Dirceu Lopes) e Paulo César Caju.
Após encarar os paraguaios, Tostão vascainou na Seleção Brasileira por mais quatro jogos da Mini Copa, que a CBD promoveu pela 150ª comemoração da Independência do Brasil. Nesses pegas, ele empatou (0 x 0) com a então Tchecoeslováquia (28.06.1972); venceu a então Iugoslávia (3 x 0, em 02.07); passou pela Escócia (1 x 0, em 05.07) e foi campeão batendo Portugal (1 x 0, em 09.07), em sua última partida canarinha, aplaudido pore 99.138 mil almas.
COPA -1978 - o Almirante enviou três representantesà Argentina: o zagueiro Abel Braga, que não atuou, e os atacantes Roberto Dinamite e Dirceu Guimarães. Este pulmão de aço foi um dos três melhores do torneio, fazendo um meio-de-campo que lhe roubava muita energia, enquanto o Dinamite explodiu a Áustria (1 x 0) e salvou a pátria da desclassificação na primeira fase, depois de dois empates decepcionantes, com a Suécia (1 x 1) e a Espanha (0 x 0).
Dirceu entrou no primeiro jogo, a partir dos 80 minutos, substituindo Toninho Cerezzo, no complicado gramado do estádio de Mar Del Plata, onde placas de grama soltavam-se, facilmente. Ele jogou para 32.569 pagantes, naquele 3 de junho, e começou como titular, passados mais quatro dias, diante dos espanhóis e de 34.771 compradores de ingressos.
No dia 11 de junho, diante dos austríacos, se o Brasil não vencesse, poderia ser desclassificado, a depender dos demais resultados do grupo. O treinador Cláudio Coutinho, ex-capitão do Exército, escalou, ao lado de Roberto, um parceiro que, futuramente também seria cruzmaltino, Jorge Mendonça. E não deu outra: aos 40 minutos do primeiro tempo, o Dinamite explodiu na rede e garantiu a passagem brasileira à segunda fase do Mundial, diante de 35.221 pagantes, por este time: Leão; Toninho Baiano, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo (Chicão), Batista e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Zico) e Roberto Dinamite.
Passado o sufoco, os canarinhos foram a Mendoza, no dia 14, mandar 3 x 0 no Peru, com Dirceu abrindo a conta, aos 17 minutos, batendo falta. Aos 27, ele fez mais um na história, escrita por: Leão; Toninho Baiano, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Toninho Cerezo (Chicão), Batista e Dirceu; Gil (Zico), Jorge Mendonça e Roberto Dinamite. O jogo teve 31.278 pagantes.
Em 17 de junho, Brasil e Argentina ficaram no 0 x 0, em Rosário, com o time tendo Zico substituindo o futuro vascaíno Jorge Mendonça, na etapa final – De volta ao Estádio San Martin, em Mendoza, os brasileiros venceram os poloneses, por 3 x 1, em 21 de junho, com dois gols de Roberto Dinamite, redeixou o time campeão moral,na definição do treinador Cláudio Coutinho, que fora ao centro de imprensa de Mendoza fazer tal declaração, após a classificação dos argentinos á decisão do título.
Roberto Dinamite e Dirceu, que marcou um dos gols, aos 70 minutos de Brasil 2 x 1 Itália, voltaram campeões morais por esta formação final: Leão; Nelinho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Cerezo (Rivellino), Batista e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Reinaldo) e Roberto Dinamite,que jogaram diante de 69.659 pagantes.
Década-1980 - Depois da chamada de Dudu Coelhão, mas que não jogou, em março de 1981, a Seleção Brasileira voltou a ter um vascaíno, em outubro, quando Roberto Dinamite bateu na rede, aos 28 minutos dos 3 x 0 sobre a Bulgária, amistosamente, no Estádio Olímpico,em Porto Alegre, diante de 23.928 pagantes. O treinador Telê Santana confiou em: Valdir Peres (Paulo Sérgio); Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior;Cerezo, Sócrates e Zico; Paulo Isidoro, Roberto Dinamite e Mário Sérgio.
O Bob, como o amigo Zico o chamava, seguiu convocado e atuou nos 3 x 1 amistosos, contra a então Alemanha Oriental, em 26 de janeiro de 1982, no Estádio Castelão, em Natal-RN, diante de 46.638 pagantes. Mas não marcou gol e foi substituído, por Serginho Chulapa, aos 66 minutos. Em 3 de março, ele voltou a ser canarinho, durante o amistoso em homenagem ao tricampeão mundial Jairzinho (Jair Ventura Filho), que não era mais convocadom desde 1974, e entrou naquela para atingir 100 jogos pela Seleção Brasileira. O jogo terminou no 1 x 1 e o Dinamite foi titular por toda a partida.
Passados 18 dias, o selecionado canarinho enfrentou a outra Alemanha, a Ocidental, no Maracanã, ante 150.289 pagantes. Roberto esteve convocado, mas não jogou naquele 1 x 0. Ele ficou fora das convocações para os três últimos amistosos – 3 x 1 Portugal; 1 x 1 Suíça e 7 x 0 Irlanda – antes da Copa do Mundo-1982, na Espanha, mas nas vésperas da competição começar foi chamado para o lugar de Careca, que se contundirão entrou, porém, em nenhuma partida.
Esquecem de colocar na lista, também, o massagista/roupeiro Assis. Isso mesmo! Em 1948, Francisco Assis dos Santos, carioca, nascido em 4 de outubro de 1929, era lutador de boxe da "Turma da Colina", como peso meio-pesado. Em outubro de 1955, quando o massagista Mão-de-Pilão deixou o clube da Rua General Almério de Moura, pintou uma vaga para auxiliar de Bento, que seria o novo titular responsável pelas massagens nos atletas. Então, a vaga foi oferecida ao Assis, que topou. Afinal, seria um dinheirinho certo. Ele entrosou-se bem com o colega e mandou ver na "nova pancada". Em 1958, foi indicado à Confederação Brasileira de Desportos (atual CBF), para ser o auxiliar de Mário Américo, além de trabalhar como roupeiro. Topou mais esta e voltou da Suécia campeão mundial. Naquela história de que foi preciso costurar números nas camisas azuis, nas vésperas da final, contra os suecos, que jogariam de amarelo, Assis foi quem recebeu o material "da cor do manto de Nossa Senhora", como justificou o chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, para guardar e distribuir às feras, no vestiário, momentos antes da partida.
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