Marcos de Mendonça, que foi o primeiro goleiro da Seleção Brasileira,
era invencível em bolas pelo alto e à meia altura, favorecido pela sua boa
estatura. Colocava-se muito bem nos lances, mas nem saía tanto das proximidades
da marca fatal. Além de campeão carioca, em 19…, foi bicampeão sul-americano.
Entre 1914 e 1922, era considerado o melhor de sua posição no Brasil. Passou seis
temporadas longe dos gamados, tendo voltado em 1928 e saído deles sendo
considerado o iniciador dessa história dos grandes camisas 1 tricolores.
O segundo grande goleiro do Fluminense chamou-se Osvaldo Barros Veloso.
Além de garantir grandes vitórias aos tricolores do amadorismo, foi o titular
dos 4 x 0 Bolívia do time brasileiro que foi à Copa do Mundo-1930, no Uruguai.
Haroldo e Batáglia foram os próximos. A seguir, viria Batatais, isto é, Algisto
Lorenzato, desembarcado nas Laranjeiras em 1935, saído do interior paulista.
Era um autêntico paredão. Dono de mãos muito grandes, bem como de estatura,
demonstrava excelente colocação e era considerado quase perfeito nas bolas
chutadas de frente para o gol e, até mesmo a dois metros de distância, era
difícil vencê-lo. Por isso, entre 1935 a 1946, quando encerrou a carreira
defendendo o América, foi o dono inquestionável da camisa 1 do Flu e da Seleção
Brasileira, inclusive, durante a Copa do Mundo-1938, na França.
Reprodução de https://www.instagram.com/paulo victor
Batatais só encontrou um rival no coração da torcida do Fluminense
quando o goleiro do clube passou a ser Carlos José Castilho. Entre 1949 e 1965,
quando saiu das Laranjeiras e iniciou a carreira de treinador, pelo Paysandu,
de Belém do Pará, ele gravara nas Laranjeiras a placa com o apelido “São Castilho”.
Fazia autênticos milagres, na consideração da torcida – os adversários referiam
vê-lo como o goleiro de mais sorte surgido nos gramados brasileiros.
Por causa dos “milagres”, ou de muita sorte, Castilho passou a ser
chamado de “leiteiro”, em alusão a um profissional do ramo que havia ganho um
bom prêmio lotérico. Em um clássico, contra o Vasco da Gama, por exemplo, cinco
arremates dos cruzmaltinos explodiram contra as traves que ele defendia,
enquanto outras bateram em seu corpo e não entraram no gol.
O certo era que Castilho tinha um extraordinário senso de colocação
acompanhando o lance. Sabia o momento de pular nos pés do adversário e
tomar-lhe a bola. A curta distância, não era fácil vencê-lo. Foi responsável,
seguramente, por centenas de vitórias tricolores. Defendia bolas de qualquer
jeito. Houve uma temporada em que pegou seis pênaltis.
Pelo mesmo período em que Castilho reinou nas Laranjeiras, um outro
grande goleiro fez o nome: Veludo, entre 1949 e 1956. Alguns até o consideravam
mais seguro do que o concorrente. Um dos seus grandes momentos foi defendendo a
Seleção Brasileira durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo-1954. Quem o
viu jogando, especialmente, contra os paraguaios, afirmou que ele pegou “até
pensamento”.
O próximo grande goleiro a passar pelo Fluminense foi o juvenil Cláudio,
que não conseguiu jogar, evidentemente, por causa de Castilho. Foi acontecer no
Santos de Pelé, para chegar á Seleção Brasileira. Com o final do ciclo do
“leiteiro” nas Laranjeiras, a vez foi de Edson Borracha, que firmou-se como
titular, em 1965, e não demorou a chegar ao time canarinho, candidato a ir à
Copa do Mundo-1966. Ao mesmo tempo em que era ágil e seguro, era visto como um
garotão irreverente e desajuizado. Flu livrou-se dele, negociando-o com o Vasco
da Gama.
O Fluminense passou quatro anos para ter um titular indiscutível com a
sua camisa 1. Foi busca-lo no time da Portuguesa de Desportos. Chamava-se Félix
Mielli Venerando e foi venerado pela torcida do time campeão
carioca-1969/71/73/75/76; das Taças Guanabara-1969/71/75 e do Torneio Roberto
Gomes Pedrosa-1970, o Brasileirão da época. Pela Seleção Brasileira, ganhou as
Copas Rio Branco-1967/67, a Copa Roca-1971 e a Copa do Mundo-1970, totalizando
48 partidas.
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