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quinta-feira, 17 de julho de 2014

O VENENO DO ESCORPIÃO - O QUASE PRESIDENTE VARGAS PISOU NA BOLA

 Candidato por uma coligação de centro-direita, o escritor Vargas Llosa tentou presidir o Peru, em 1990, após desencanar-se do marxismo, do socialismo e da revolução cubana de Fidel Castro. Achou sensato adotar posturas mais liberais e venceu no primeiro turno do pleito presidencial peruano. Mas levou uma tremenda virada de placar no returno, diante do corrupto e abusador de direitos humanos Alberto Fujimori.

Inconformado com a derrota presidencial, Varga Llosas abandonou o seu país, obteve cidadania espanhola e, 13 décadas depois, voltou à sua pátria e apoiou a cadidatura que perdeu mais uma eleição – para Alan Garcia.

Enquanto Vargas Llosa vagava pela Europa até ganhar o Prêmio Nóbel de Literatura-2010, a crítica literátia o considerava o escritor de impacto internacional de mais respeito entre os latino-americanos. Inclusive, o adversário Alan Garcia viu o sucesso dele como “reconhecimento a um peruano universal”. De sua parteo, Fujimore ditava regras no Peru e chegou a obter apoio popular no tocante ao desempenho econômico do país. Um dia, porém, diante de tantas acusações de corrupção e de abusos dos direitos humanos, teve de fugir (para o Japão) e tentou renunciar ao seu governo por fax. Mas O Congresso Nacional peruano a rejeitou, para defenestrá-lo do poder via impeachment.

Reproduçãode capa de livro

Vargas Llosa contabilizava o sucesso internacional dos seus livros A Festa do Bode (lançado em 2000) e O Paraíso na Outra Esqueina (em 2003), quando o fugitivo Alberto Fujimore foi preso (no Chile), extraditado (primeira extradição ade Chefe de Estado) para o seu país, julgado e condenado (em 2009) a 25 anos de prisão, por sequestros, lesões corporais e assassinatos. Com Fujimori bandido preso, Vargas Llosa não tinha porque ser criticado. Mas teve quem o acusou de ser defensor dos interesses da burquesia reacionária, por ter atendido, durante a década-1980, pedidos dos presidentes Fernando Belaunde Terry e Alan Garcia (amigo, na época).

Para quem defendera a revolução cubana, nada para ser levado a sério. Vargas Llosa era um anjinho – nem tanto!

Corria 2021 e o escritor peruano Prêmio Nobel de Literatura entrava para ao time dos bandidos, acusado de envolver-se em esquema fraudulento, criando empresa (Melek Investments), no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, para guardar a grana dos seus direitos autorais. Em 2015, ele havia declarado como seu endereço residencial o bairro de Barranco, na peruana Lima. No entamto, o site peruano RPP e espanhola Agência Literária Carmen Balcells investigaram suas declarações fiscais, no Peru e na Espanha, e divulgaram que o Prêmio Nobel-2010 fora “concedido à empresa de Llosa e que ele não era residente em nenhum dos dois países” – dá um conto, por sinal,  nada original.

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