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domingo, 15 de outubro de 2017

DOMIGO E DIA DE MULHER BONITA - MICHELE, PRESIDENTE DO CHILE

Filha do brigadeiro-general da Força Aérea chilena – Alberto Bachelet –  integrante do governo do presidente Salvador Allende, ela era membro do Partido Socialista, desde 1973, quando a ditaduras militar o prendeu, em 1974, e o matou, na prisão, torturado.
 O fato fez Michelle e sua mãe – arqueóloga Angela Jeria – passarem à clandestinidade. Detidas, em 1975 – também, torturadas –, ao se livrarem da prisão, exilaram-se na Austrália e, depois, na então Alemanha Oriental.
É assim que começa a história politica da médica – trabalhou como epidemóloga – Verónica Michelle Bachelet Jeria, nascida em Santiago – 29.09.1951 –, primeira mulher a governar o Chile – 11.03.2006 a  2010  e de 2014 até hoje.
 MICHELE FOI, também, a primeira presidente da União das Nações Sul-Americanas; primeira chefe da agência Nações Unidas Mulheres; primeira mulher ministra da Defesa (chilena)  no continente latino-americano e primeira a vencer duas eleições presidenciais (em seu país). Passada a ditadura militar chilena, foi ministra da Saúde do presidente Ricardo Lagos – 2000 a 2002 – e o sucedeu eleita, em segundo turno, 53,5% do total dos votos, tornando-se a sexta presidente da república latino-americana – após Isabelita Perón (Argentina-1974); Violeta Chamorro (Nicarágua-1990); Rosalía Arteaga (Equador-1997, por dois dias) e Mireya Moscoso (Panamá-1999).
Do casamento com o arquiteto Jorge Dávalos, ficou mãe de Sebastián e de Francisca. Na década-1990, trabalhou junto com o colega epidemólogo Aníbal Henríquez e, com este, gerou Sofía.
EMPOSSADA EM 11 de março de 2006, Michelle adotou como primeiro ato importante gratuidade do sistema público de saúde para maiores de 60 anos e criação de comissão  para reforma da Previdência Social. Seus inícios presidenciais valeram-lhe a popularidade em 60% do eleitorado.
No entanto, ela teve problemas com estudantes secundários,  descontentes com o ensino no país enfrentou descontentamentos, também, com o sistema de moradia. E, ao anunciar  distribuição  gratuita de anticoncepcionais na rede pública de saúde para qualquer mulher acima dos 14 anos de idade, enormemente, a Igreja Católica. Resultado: queda de prestígio.
Na economia, durante os primeiros meses do governo, Michelle a manteve em bom estado, ajudada pelo grande crescimento do valor do cobre ( principal produto de exportação chileno) no marcado internacional, valendo mais de US$ 6 bilhões de dólares de  em superavit fiscal.
Michelle Bachelet, com desempenho moderado no primeiro governo, conseguiu terminá-lo com um grande apoio, especialmente graças a medidas adotadas quando a crise econômica internacional chegou ao Chile. Protegeu setores sociais mais fragilizados, sobretudo o dos aposentados, pois a previdência chilena era totalmente privatizada.
MESMO ASSIM, Michelle não fez o sucessor, perdendo o pleito para  Sebastian Piñera. Mas voltou, em 2014, com propostas para um governo muito mais avançado. Prometeu  ampliar gastos sociais, investir mais em educação e reduzir desigualdades. Além de devolver a gratuidade do ensino universitário e promover reformas tributária e eleitoral, o que cumpriu, sem aumentar a sua popularidade, contribuindo para isso a resposta do grande empresário, fazendo a cabeça do povo sugerindo momentos de pessimismo, o que coincidiu com a baixa dos preços dos produtos primários de exportação – em particular, do cobre –, para diminuir o nível de crescimento econômico.
Em 2015, o governo Michele viveu uma terrível crise, motivada por denúncias e corrupção por parte de políticos da base governista, inclusive do filho dela, Sebastian Dávalos, acusado de usar o seu cargo (Noragate) para obter empréstimo, de  US$ 10 milhões, para empresa de sua mulher, junto a um banco privado que havia contribuído para a campanha de Bachelet. Ele se demitiu, mas não impediu que o desgaste diminuísse ainda mais o apoio ao governo.
O ESCÂNDALO levou Michelle a tentar acalmar o eleitorado, anunciando troca de 23 dos seus secretários de Estado e ministros. Recuperou pontos em seu conceito, ajudada pela criação de comissão de notáveis para um projeto de maior transparência e ataque à corrupção.   Mas o seu prestígio, em 2015, caiu a 29%, o mais baixo patamar de sua avaliação.
Em sua corrida pelo aumento de popularidade, em agosto dete 2017, Bachelet  apresentou  três projetos de reforma previdenciário, a fim de subir, em 20% , o valor das aposentadorias, pois o trabalhador chileno era responsável, exclusivamente, pelo seu futuro financeiro. Estipulou 5% de contribuição para o empregador e estabeleceu uma aposentadoria básica universal para todos os excluídos do sistema que hoje paga o equivalente a 157 dólares a 1,3 milhão de pessoas.
BACHELET anunciou, também,  proposta para igualar as aposentadorias dos militares,  em média, sete vezes mais altas que as do restante dos chilenos. –  chegar ao poder, as vezes, não é difícil. Duro é manter-se amado por ele.
                            FOTOS DIVULGAÇÃO DO GOVERNO CHILENO

 

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