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sábado, 21 de outubro de 2017

O VENENO DO ESCORPIÃO - HISTÓRIAS QUE O TEMPO ESTÁ DEIXANDO ESQUECIDAS

1800 - O filósofo prussiano Immanuel Kant, que viveu entre 1724 e 1804,  foi  considerado o principal da era moderna, Pai da filosofia crítica, fez uma síntese entre o racionalismo continental e a tradição empírica inglesa. Diariamente, ele fazia um passeio, em Koenigsberg, onde residia. Um dia, não o fez. Naquele dia, começou a Revolução Francesa, que mudou a história do século 18. As 11 temporadas seguintes mudaram o mundo.

1948 - O presidente da Academia Brasileira de Letras, Austragésilo de Atahyde, às 15 horas de todas as quintas-feiras, chegava à casa, assinava o livro de ponto, passava pela sala da secretária e ia sentar-se em sua cadeira presidencial. Deixava a porta entreaberta para não perder um fuxico. Quem entrava, quem saía? Ficava ligado.

Foto oficial da Academia Brasileira de Letras
1951 - Batizado e registrado por Belarmino Maria Austragésilo Augusto de Atahyde, ele era acadêmico desde 1951, na vaga de Oliveira Viana. Quando presidente, um repórter perguntou-lhe o que ele havia feito ela sua terra – Caruaru, em Pernambuco.
O homem que fora uma das lideranças na redação da Declaração Universal  dos Direitos Humanos, em 1948, ao lado do jurista e filósofo francês René Cassin, respondeu: “Nasci lá”.
Quase sacerdote ordenado pelo Seminário da Prainha, em Fortaleza-CE, Atahyde largou tudo pelo jornalismo e tornou-se uma das penas mais brilhantes destas plagas. Parecia ser um sujeito sisudo –  nem tanto.
Constatou o mesmo repórter que fez-lhe a pergunta acima e disse-lhe estar em dúvida sobre algo que conversavam. Ao que ele disse-lhe: "Não se preocupe com a sua duvida, Deus acredita em você”– sisudo muito engraçado!  

1990 - Frase do deputado Roberto Campos, na década-1990: “Abundam em nossa paisagem dois tipos de inocentes perigosos: o burro honesto e o benemerente cruel. Ambos sucumbem a ilusões incorrigíveis”. Deu pra entender? Caso não, recorre ao terreiro espírita mais próximo e chame o  homem no saco, para explicar isso ao povão que votou nele, aquele mesmo que não sabe votar, como disse o gênio (do futebol) Pelé.

1990 - A deputada Marilu Guimarães, por volta da primeira metade da década-1990 presidia uma CPI que investigava a exploração sexual de crianças e adolescentes. Ela acreditava que isso só ocorresse na região amazônica. Com certeza, São Paulo e Rio de Janeiro não deveriam fazer parte do mapa do Brasil dela, que era parlamentar do PFL-Mato Grosso do Sul.    

1991 - Assim que a União Soviética acabou, a Rússia voltou e a sua presidência ficou com Boris Yeltsin, este convidou o antes dissidente Aleksandr Soljenitzyn a voltar à sua terra, da qual fora expulso, em 1974, pelo então líder comunista Leonid Brejnev. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, em 1970, ele aceitou voltar, mas não para se candidatar a cargo político. Apenas para escrever um ciclo de obras iniciadas – cá entre nos: falar de um sujeito que brigava contra a tirania absolutista, com o presidente Michel Temer, que faz tudo para se manter no poder, inclusive propor lei que dificulta  a verificação de trabalho escravo é muita baixaria, não é?     

1993 – O presidente do PMDB, deputado Luís Henrique-SC, dizia que seria dificílimo devolver cargos ao governo. Motivo: o partido nem sabia quantos detinha. Para ele, se isso acontecesse, seria instalada uma desorganização administrativa no país, com tantos cargos vagos ao mesmo tempo. Dizia, também, que nomear e demitir eram fáceis. Substituir todo um quadro administrativo era complicadíssimo no Brasil.
Reproduzido de www.movsocial.org
1993 – O governador-RJ Leonel Brizola e o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva lideravam campanha contra a revisão da Constituição-1988, projeto do senador Humberto Lucena-PB e do deputado Inocêncio de Oliveira-PE.
A revisão estava marcada para começar em 6 de outubro, um dia depois do aniversário de cinco temporadas vigentes do livrinho editado pelo Doutor Ulysses (Guimarães). 
PDT e PT eram apoiados nisso pela OAB  e anunciavam ir ao STF para tentar barrar a revisão, da qual era a favor PMDB, PFL, PPR e PSDB.
O motivo pelo qual Lula era contra estava ligado à proibição, por uma nova lei eleitoral, de imagens  de comício, caravanas e quaisquer outras filmagens externas a estúdios no horário gratuito da TV. Lula já havia feito duas caravanas e filmado encontros com lideranças pelo Brasil a fora. Não pretendia perder tudo aquilo que pudesse enriquecer os programas do PT.  O novo texto permitia só a foto e o nome do candidato.    

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