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domingo, 21 de outubro de 2018

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - NEILA, A MINEIRA QUE VIA DEMAIS

   Filha de uma tradicional família mineira que gerou até um vice-presidente da República – José Maria Alkmin -  a garota Neila veio a este mundo com poderes espirituais que os seus pais, tremendamente católicos, rejeitavam. Para eles, tudo não passava de coisas de menina de mente fértil demais.
 Mesmo tendo ela sentido, aos três de idade, que o bisavô, de 90, chegava ao seu final e acertando, aos cinco, a mesma ocorrência com a avó, os seus pais seguiam rejeitando as sua premonições. A pior delas aconteceu, em 1958, quando já era casada e “premoniu que um filho, ainda pequeno, sofreria um acidente automobilístico que o deixaria paralítico, aos 19 de idade. E aconteceu.
  As premonições de Neila Alkmin tornaram-se mais acentuadas depois que um seu avô arranjou-lhe um casamento com um homem 16 anos mais velho – ficou casada por sete temporadas e teve três filhos. Diante de tantas visões, decidiu largar o emprego em um cartório e sentiu-se na obrigação de orientar as pessoas.
Para Neila, os seus poderes eram um dom que  Deus lhe dera. Este, afirmava, ampliava os seus conhecimentos extra-sensoriais, permitindo-lhe prever fatos que aconteceriam, as vezes, até 10, ou 20 anos depois, mostrando-os na forma de quadros de um filme cinematográfico pelo qual Jesus Cristo era o mestre.
 Segundo Neila, as suas visões “independiam” de horários e quando eram muito chocantes abalavam a sua sensibilidade. Quando as visões fluíam, ela poderia escrever um livro, ininterruptamente. Desde 1953, ela anotava todas as suas visões, as conferia se viravam realidade e - caso sim – nem sempre as entendia.
 Entre as premonições de Neila Alkmin, a mais famosas foram a localização de um avião que chocara-se, em 1980,  com o Pico do Frade, em Paraty-RJ, quando todas as buscas haviam sido frustradas e a conquista, pelo Flamengo, do título de campeão brasileiro-1982. Por estas e outras, o Ministério de Minas e Energia recorria-lhe muito para apontar  onde  havia veios de minérios. Os mesmos militares que pediam-lhe ajuda, impediram a divulgação das suas premonições sobre a saída do general Golbery do Couto e Silva, do Governo ditatorial, e o infarto do presidente João Figueiredo.          
 Neila, que estudou em colégio de freiras, quando usava a mente para ajudar as pessoas, fazia do seu local de concentração o porão de sua casa. Só recebia a visita do seu secretário, que tinha de estar com as mãos absurdamente limpas, pois se tocasse em seus objetos e estas não estivessem daquele jeito, poderia prejudicar a sua mentalização.
 Em Conceição do Rio Verde, ela recebia visita de amigos e de um filho residente em São Paulo e falava com pessoas, pelo telefone. Como falou comigo, durante entrevista para a Rádio Nacional de Brasília, pelo final da década 1980, quando contou acreditar em reencarnação, ser a vida era feita por individualidades e admitiu que os seus conhecimentos espirituais teriam passado por ancestrais. 

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