Depois da Copa do Mundo-1950 – disputada no Brasil -, uma tradição que muito contagiava o torcedor fazia a galera vibrar: o defile de fotos e reportagens sobre a glórias brazuca, que valia a limpeza de prataleiras e bancas de jornais/revistas. Hoje, isso não rola mais. O máximo que temos são uma, duas páginas em semanárias para público classe média. Bons tempos aqueles em que as revistas, quando apresentavam os seus 'times' para as coberturas copeiras, prometiam ganhar o campeonato da melhor divulgação do Mundial, como a Esporte Ilustrado.
De sua parte, a revista carioca O Cruzeiro informava estar voando para o Chile-1962 com “seis profissionais de primeiro time” – Luiz Crlos Barreto, Mário de
Moraes, Henri Ballot, Ronaldo Moraes, Jorge Audi e Geporde Torok – para colher
a média de 1.200 flagrantes de cada partida, totalizando, ao final do Mundial,
800 rolos de filmes fotográficos, ou 35 mil fotos, com destaque para uma teleobjetiva, de um metro de comprimento
e “única existente no continente sul-americano”, capaz de clicar a careta de um
craque “a centenas de metros de distância”. Logo, que esperasse o leitor em
suas páginas “o preciosismo das jogadas do Didi; o arabesco das arrancadas do
Pelé e os ziguezagues das cortadas do Garrincha”.
O tal
campeonato de edições e imagens das Copas era disputado, nos jornais, com mais força, evidentemente, pelos mais
fortes do país, os do Sudeste e que, ainda, vendiam as suas cobertura para
publicações de menos poder aquisitivos. O
Jornal de Brasília, por exemplo, produziu um caderno especial pela
conquista do tetra-1994, nos Estados Unidos (ver link), com 99,9 % de textos e fotos de agências noticiosas,
deixando só a capa (o capitão Dunga erguendo A Taça FIFA) por conta do seu fotógrafo
Roberto Stucker.
E assim esta história mandou avisar que o seu último
grande lance gráfico das Copa do Mundo poderia ser o de 2014, no Brasil,
novamente, quando a crise econômica mundial já apertava forte os cofres das
empresas jornalísticas. Por ali, a revista paulistana Placar proudziu uma edição especial a cada jogo brazuca
- hoje, raridade disputadas pelos colecionadores que bobearam na
época e agora correm a garimpar sebos e sites de buscas.
Pois é! Avaçamos para o final de mais uma Copa do Mundo, sentindo falta do shwos de imagens das velhas magazines.
Quer se esquece da foto do soco no ar, por Pelé, seguido por Tostão e
Jairzinho, comemorando (em Manchete)
o segundo gol de Brasil 4 x 1 Tchecoeslováquia e do lace em que o tcheco Masopust (Fatos & Fotos) se recusa a combater
o contundido Pelé com bola dominada sobre uma linha lateral do gramado? Hoje, é
tudo na imagem da TV, do computador, na hora, em tempo real – para muitos,
ficou a lembrança da então desconhecida modernidade.
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