O segundo Mundial, o de 1934, a Itália o venceu, para proveitos políticos do seu ‘homem-forte’, o fascista Benito Mussolini, que atribuía a conquista à superioridade de sua raça. No poder, desde 1922, ele colocou membros do seu partido na organização da competição, e até a presidência da entidade nacional do futebol italiano estava sob o comando de um general de sua total confiança, Giorgio Vaccaro.
Fora do script só mesmo a ausência do primeiro ganhador, o Uruguai. Seus campeões exigiam grana alta para irem à Itália, além e viverem a crise de uma briga interna, entre amadores e profissionais, o que, também, contribuiu para o país não ir ao torneio. De sua parte, oss ingleses seguiam não querendo se misturar, achando-se invencíveis.
Se, para a Copa de 30, foi preciso adular convidados, para a de 34 inscreveram-se 31 pretendentes a 16 vagas. A disputa começou em 27 de maio, com os anfitriões goleando os Estados Unidos, por 7 x 1, no atual Estádio Flamínio, em Roma – antes, Estádio do Partido Nacional Fascista. Nas quartas-de-final, os italianos igualaram-se, com os espanhóis, 1 x 1, em Florença. Foi preciso um jogo extra, no dia seguinte, quando Giuseppe Meazza, o craque daquele Mundial, classificou a Squadra Azurra às semifinais: 1 x 0, mesmo placar da semifinal, contra a Áustria, no Estádio San Siro, em Milão. Em 10 de junho, Itália e Tcheco-Eslováquia, que eliminara a Alemanha nazista, de Adolf Hitler, por 3 x 1, fizeram a decisão. Os visitantes abriram o placar, com Puc, mas a Itália, do treinador Vittorio Pozzo, virou: 2 x 1, com tentos de Orsi e Schiavio.
Leônidas da Silva, reproduzido da revista O Cruziro, marcou o único gol brazuca da Copa-1938
BRASILEIROS – O Brasil piorou em relação a 103 e terminou em 14º lugar. Não havia disputado eliminatórias, beneficiado pela desistência do Peru, bem como a Argentina, que se deu bem com a desistência do Chile. Em 1930, houve briga entre cartolas; em 34, disputa política. E o Brasil foi a um novo Mundial sem a sua força máxima. Porque, em 1933, a Associação Paulista de Esportes Athléticos e a Liga Carioca de Futebol – pró-profissionais – abandonaram a Confederação Brasileira de Desportos, fundaram a Federação Brasileira de Futebol e negaram os seus principais atletas à Seleção. Como a CBD, filiada à FIFA, era dominada pelo Botafogo, seu principal cartola, Carlito Rocha, convocou nove jogadores alvinegros - e mais oito de outros clubes -, entregou a rapaziada ao treinador Luís Vinhais e, em 12 de maio, o time embarcou, no navio Conte Biancamano, para uma viagem de 11 dias, entre o Rio de Janeiro e a italiana Gênova. Por aquele tempo, só fez poucos treinos no convés do barco. Por fora, 40 minutos de bate-bola, durante a escala na espanhola Barcelona, e uma outra movimentação em um terreno “desgramado”.
No meio daquela desorganização toda, a Seleção Brasileira só disputou o prélio no qual levou 1 x 3 Espanha, em 27 de maio, diante de 40 mil assistentes, no Estádio Luigi Ferraris, de Gênova. Sobraram queixas, contra o árbitro alemão Alfred Birlem, que anulou um gol, de Luisinho, e não marcou um pênalti, cometido por Quincoces. Pra completar, lamentos pelo penal perdido, por Waldemar de Brito – defendido pela lenda Ricardo Zamora.Os espanhóis marcaram, no primeiro tempo, por intermédio de Iraragorri, de pênalti, aos 18, e de Lángara, aos 27 minutos. Leônidas da Silva (foto), aos 11, da etapa final, diminuiu, mas Lángara voltou a balançar a rede, aos 32. O time brasileiro jogou com: Pedrosa, Sylvio Hoffmnan e Luiz Luz; Tinoco, Martim Silveira e Canalli; Luisinho, Waldemar de Brito, Armandinho, Leônidas e Patesko.
TODOS OS RESULTADOS – Alemanha 5 x 2 Bélgica; Áustria 3 x 2 França; Hungria 4 x 2 Egito; Espanha 3 x 1 Brasil (foto); Itália 7 x 1 Estados Unidos; Suécia 3 x 2 Argentina; Suíça 3 x 2 Holanda; Tcheco-Eslováquia 2 x 1 Romênia; Áustria 2 x 1 Hungria; Itália 1 x 1 Espanha; Alemanha 2 x 1 Suécia; Tcheco-Eslováquia 3 x 2 Suiça; Itália 1 x 0 Espanha (desempate); Itália 1 x 0 Áutria: Tcheco-Eslováquia 3 x 1 Alemanha; Alemanha 3 x 2 Áustria e Itália 2 x 1 Tcheco-Eslováquia.
CLASSIFICAÇÃO FINAL: 1 – Itália; 2 – Tcheco-Eslováquia; 3 – Alemanha; 4 – Áustria; 5 – Espanha; 6 – Hungria; 7 – Suiça; 8 – Suécia; 9 – Argentina; 10 – França; 11 – Holanda; 12 – Romênia; 13 – Egito; 14 – BRASIL; 15 – Bélgica e 16 – Estados Unidos.
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