A
revista “Placar”, a principal do segmento esportivo no país, desde
1970, em seu número 128, de 25 agosto de 1972, com o atleta na capa,
contou que o então meia-atacante, com 38,5 graus de febre, brigou
para ser escalado em um clássico com o Flamengo, a fim de evitar que o time
perdesse o entrosamento que vinha ganhando.
O
goleiro Andrada, outro grande ídolo da época, também elogiava, dizendo que
Tostão organizava o jogo, brigava pela bola. O treinador Mário Travaglini ia
mais longe: “A importância de Tostão é maior do que se possa imaginar, mesmo
fora da parte técnica. Sem querer, ele transmitiu à equipe uma filosofia de
vida e de senso de responsabilidade de manter a forma e treinar com cuidados
que não são comuns a um jovem rico, famoso e solteiro, em uma grande
cidade, como o Rio (de Janeiro)...ninguém pode se queixar da
disciplina do pessoal. A responsabilidade e a união são tantas que,
agora, os jogadores são seus próprios vigias...
Para
Travaglini, jogar com os dois atrás seria burrice. Congestionaria a “meiúca” e
facilitaria a vida das zagas. Então, o “Batuta” segurava os becões atrás, por
ser um jogador de força e com bom domínio de bola. Jorginho Carvoeiro abria,
pela direita, enquanto, do outro lado, a tarefa era dividida entre os
meio-campistas Alcir, Buglê e Ademir, e o lateral-esquerdo Eberval. Se rolasse
um mano a mano, a preferência no lance seria de
Silva.
Por tal
esquema, Tostão encontrava chances de bater de fora da área, algumas
vezes com bolas recuadas por Silva, quando ficava muito apertado entre os
zagueiros. Assim, a defesa se segurava muito bem. Inclusive, com Miguel
voltando a jogar o futebol que o levara à Seleção Brasileira, e com Paulo César
voltando a atacar, como nos tempos de América, motivo que o Vasco o levou. Valeu,
garoto? (Fotos Foto reproduzida de Placar.
Maior
nome do time cruzmaltino durante a conquista do título carioca de 1970, após 12
anos de jejum, o atacante Silva Batuta declarou isso, pela mesma matéria:
“Trabalhei com muitos profissionais de gabarito, gente da melhor qualidade, mas
esse Tostão é fora de série. Ele poderia ser um ponto de discórdia... Chegou numa
hora difícil, com o time mal, sofrendo críticas, abalado psicologicamente....
veio como um salvador, animando a torcida, ganhando mais do que todo mundo. Mas
aconteceu o inverso: ele, indiretamente, mudou as coisas, motivou a turma. ...
esperavam uma figura auto-suficiente; esbarraram numa figura humana, humilde,
inteligente, que entende futebol como algo coletivo”.
Reproduzido de www.pinterest |
O
volante Alcir Portela, de grande respeito em São Januário, também estava no
time dos fãs de Tostão; “...ninguém desconfia de ninguém. Voltamos à paz e à
tranquilidade do Campeonato (Carioca) de (19)70...”, disse à mesma “Placar”,
com o apoio do zagueiro Moisés.
ESQUEMA
– Com Tostão no time, Silva ficava mais à frente, recebendo lançamentos e
disputando bolas aéreas. Tostão vinha de trás, tabelando até encontrá-lo.
Reprodução de www.ocuriosodofutebol |
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