Durante as
nove primeiras partida, Joaquinzinho e Evaldo lançavam os ponteiros Amoroso e
Mateus, que fechavam para o gol. Quando a tática ficou manjada e Evaldo sofreu
uma lesão, entrou na formação o centroavante Ubiraci, com a missão de cair pela
esquerda. Fustigar os zagueiros ficou só para o Amoroso. Quando este
disputava bolas na área, abria-se um corredor para o lateral-direito Carlos
Alberto atacar, coberto por Oldair.
Depois de
perder Evaldo – já não contava, também, com o zagueiro Dari, que passou três meses em tratamento contra uma úlcera
duodenal, Tim perdeu Ubiraci, por distensão muscular. Terrível, pois, em cima
das características do rapaz vinha jogando o seu ataque. Sem ninguém para
cumprir a sua tarefa, Tim voltou a mudar o seu esquema tático. Lançou Jorginho
(cria das bases) pela ponta-direita e trocou Mateus, por Gílson Nunes, na
esquerda. Pelo novo modelo, os ponteiros jogavam abertos e o Amoroso forçava o
jogo em cima do quarto-zagueiro, para tirá-lo da área e abrir brechas para
Oldair, vindo de trás. Nesse esquema, Denilson jogava plantado e
Joaquinzinho subia, um pouco, para desafogar o meio-de-campo.
A
configuração tática levou o Fluminense à decisão da temporada-1964, contra o
Bangu, clube que o Tim dirigira, por 14 meses, antes de chegar às Laranjeiras e
que jogara o mais bonito futebol do Campeonato Carioca-1963, só não chegando ao
título devido bobeadas na reta final.
Joaquinzinho reproduzido de capa da Revista do Esporte
Para o primeiro jogo das finais, Tim mandou o zagueiro Valdez marcar Parada, só dentro do seu setor, jamais o perseguindo, porque este lançava bem a bola no espaço vazio. Se Parada recuasse, Oldair iria no combate. Se subisse, além de Valdez, teria Procópio e Altair administrado a esquerda defensiva. Para Carlos Alberto, ficava a missão de aproveitar o corredor que sobrasse para avençar pela direita. Além de Denílson plantado, vigiando Ocimar, Joaquinzinho fazia o peão. Jorginho recuava, um pouco, indo para o meio-de-campo, enquanto Amoroso se apregava na área, jamais buscando jogo. E Gílson Nunes se virava para forçar o jogo em cima de Fidélis, um lateral quase imbatível. Deu certo e o Flu venceu, por 1 x 0, com gol de Amoroso cobrando pênalti cometido por Mário Tito. Era o dia 16 de dezembro daquele 1964.
Veio a
finalíssima, em uma tarde de domingo, a quatro dias da noite de Natal, e o Tim
manteve o esquema tático, esperando sair do Maracanã com um presente para a
torcida e o presidente tricolor, Nélson Vaz Moreira, que acreditara nele.
O Bangu teve o ponta-direita Paulo Borges e o centroavante Bianchini
adiantados, e o astro Parada mais recuado. No primeiro tempo, Denílson,
empolgado, abandonava a vigilância a Ocimar, para marcar, também, Parada, o que
permitiu ao primeiro ficar livre e obrigar o zagueiro Procópio a se virar para
dar conta de um meia. Pra piorar, Bianchini ficava livre e penetrava pela
esquerda da zaga tricolor. Foi como marcou um gol, com 28 minutos.
Tim, no
entanto, justificou, durante o intervalo, porque era chamado de “O
Estrategista”. Corrigiu a falha de Denílson e deixou o adversário sem jogada de
ataque. E o Flu virou o placar, em oito minutos – Joaquinzinho, aos 50 e
Jorginho, aos 53 minutos -, para vencer, por 3 x 1, com Gílson Nunes fechando a
conta, aos 22.
A campanha
tricolor constou de 26 jogos, 17 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, e o time da
finalíssima alinhou: Castilho; Carlos Alberto Tores, Procópio, Valdez e Altair;
Denílson e Oldair; Jorginho, Amoroso, Joaquinzinho e Gílson Nunes. O Bangu da
época formava um dos times mais fortes do futebol brasileiro: Ubirajara Motta;
Fidélis, Mário Tito, Paulo e Nílton Santos; Ocimar e Roberto Pinto; Paulo
Borges, Bianchini, Parada e Cabralzinho.
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