REPRODUÇÃO DO JORNAL DE BRASÍLIA
O Ceub estreou no Brasileiro enfrentando o Botafogo, no Pelezão
Por cortesia do presidente da Confederação
Brasileira de Desportos (atual CBFutebol), João Havelange, o Ceub Esporte Clube
disputou três Campeonatos Brasileiros, sem participar de nenhum torneio
estadual. Recheava o seu time de veteranos famosos em outros regiões e até
aprontava algumas zebras. Naquele esquema, a Acadêmica da Asa Norte, como tentaram apelida-la, por ter sido
criada no meio universitário de instituição de ensino superior localizada na
parte norte de Brasília, não tinha
prejuízo financeiro em seus jogos em casa, com públicos sempre divulgados.
Houve, no entanto, duas partidas com casa
cheia e que jamais saberemos quantos desportistas compareceram ao estádio.
Exatamente, as dos dois maiores públicos da rapaziada durante os três Nacionais
disputados: em 25.08.1973 – Ceub 0 x 0 Botafogo – e em 21.03.1974 – Ceub 1 x 3
Santos. Histórias esquisitas.
Chamado por Estádio
Nacional de Brasília, quando foi inaugurado
- 21 de abril de 1965 -, a casa do futebol candango foi anunciada como
tendo capacidade para receber 20 mil torcedores. Ganhou o nome de Estádio Rei
Pelé e ficou sendo chamado por Pelezão, em 1970, para ter a sua estampa
aumentada, para 30 mil almas, em 1973, a fim de o Ceub poder disputar o
Brasileirão. Exatamente, na estreia do Ceub, a desorganização na venda dos
ingressos fez o povão arrombar portões para ver Brito, Marinho Chagas, Zequinha
e Fischer, os grandes nomes botafoguenses. Como a arrecadação anunciada foi de
Cr$ 268 mil e 500 cruzeiros, tudo indica que mais de 30 mil pessoas prestigiaram
a partida que “arrombou a festa”.
REPRODUÇÃO DO DIÁRIO DE BRASÍLIA
O santista Edu Américo observado por Alencar (5), do Ceub
Era uma tarde de sábado. Aos domingos, era sagrado o torcedor brasiliense assistir gandes clássicos csariocas pela TV. O jogo - apitado por Oscar Scolfaro-SP - foi bem disputado e o Ceub, com grande atuação do seu goleiro e armado pelo treinador João Avelino, segurou o Botafogo, treinado por Paraguaio, mais precisamente Egídio Landolfi, que tinha tal apelido por ter nascido em Mato Grosso do Sul, fronteiras com o Paraguai. O Ceub alinhou: Rogério; Oldair Barchi (ex-Fluminense, Vasco da Gama e Atlético-MG), Paulo Lumumba (ex-Flamengo e Fluminense), Emerson Braga e Rildo (ex-Botafogo e Santos); Jadir (ex-Grêmio-RS), Cláudio Garcia (ex-Fluminense) e Péricles; Marco Antônio, Dario (ex-Vasco, Palmeiras e Fluminense) e Valmir. O Botafogo teve: Wendell; Miranda, Brito, Osmar Guarnelli e Marinho; Carlos Roberto e Marco Aurélio; Zequinha, Nílson Dias, Fischer e Dirceu Guimarães. Exceto Miranda e o argentino Fischr, todos vestiram, um dia, a camisa da Seleção Brasileira.
No outro jogo
citado acima – apitado por Arnaldo César Coelho-RJ - , novamente, pelo mesmo
motivo de desorganização com vendas de ingressos, o povão voltou a botar
portões abaixo. Lembro que eu, que era estudante de Comunicação, havia comprado
ingresso, antecipadamente, mas tive que pular o muro para poder ver o “Rei
Pelé” em ação. Pulo que valeu a queda, pois ele marcou o seu último gol de
placa no país, naquela noite. Dominou a
bola perto de sua defesa, ultrapassou o meio do campo e chegou na cara
do gol tirando quem pintasse pela frente. Golaçççassssso – Eusébiu e Nenê
marcaram os outros, enquanto Gilberto descontou para os ceubenses.
Oficialmente,
18.894 loucos por futebol pagaram Cr$ 191 mil, 362 cruzeiros para entrarem
legalmente no então Estádio Governador Hélio Prates da Silveira, nome em
homenagem a um coronel que governava o Distrito Federal. O jogo fora uma semana
após a inauguração de uma obra inacabada e que cabria cerca de 20 mil pagantes.
Mas, com certeza, muito mais do que os 18, 8 mil pagantes estavam por ali, a
final, muitos derrubaram portas e outros (como eu) pularam muros.
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