Adentraram as duas equipes ao
gramado e ninguém acreditava que o time da Águia Branca, o Taguatinga, pudesse fazer o que o
seu treinador Eurípedes Bueno, prometia: cada jogador seria um selo no corpo do
adversário, além de Lindário tentar anular Péricles, o cérebro do Colorado do
Planalto (apelido que não pegou). Mais:
Marquinhos Lelé foi mais zagueiro do que meia.
Era grande a diferença técnica
entre os dois times. O Brasília mostrava mais volume de jogo e enchia o saco da
zaga alviazul taguatinguense. Ernani Banana atacava pela direita, tentando
atrair marcação para descolar espaço livre para Edmar, pelo miolo, esquema
incluía, também, cruzamentos para a área, a fim de Ney (Jorgeney Neri) tentare meter uma cuca
legal na pelota centrada pelos laterais Ferreti e Luizinho.
Como o Taguatinga só tinha os
atacantes Kim e Wilton com ordens de atacar, sem meio-de-campo lançador, o
jeito era o Brasília deitar e rolar pela meiúca, com Paulinho e Péricles.
Eles faziam o que deveriam, mas a bola não entrava. Em duas oportunidades, Ney,
em cabeçada, e Luizinho, em chute direto ao gol, fizeram o fanático diretor Zé
de Melo comemorar o gol que não saiu - como não aconteceu por todas a etapa
inicial.
Veio o segundo tempo e uma grande
surpresa para o favorito Brasília: o armador Zé Vieira virou super-homem no
Taguatinga, aparecendo por onde poderia, para prender a bola, enquanto
Lindário e Lelé se viravam para segura
Paulinho e Péricles. Sem bom rendimento de Albeneir, que não conseguia furar a
zaga visitada, o treinador Cláudio Garcia o trocou por Wilmar e mandou Ernani
Banana para o centro. Este chegou a perder grande chance de gol, chutando por
cima do travessão, com gol vazio. Surpreendentemente, o retrancadíssimo Taguá
criou duas, com Kim e Lindário bobeando
no instante da conclusão. Só restou ao locutor Marcelo Ramos, da Rádio
Planalto, gritar: “Ocho no placar” – ‘ocho’ era a gíria radiofônica da épocas
para o placar do 0 x 0.
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