Vasco

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

VASCAÍNOS LEVAM DRIBLE DE REVISTA


O zagueiro Russo queria a vaga do campeão
Os repórteres da “Revista do Esporte”, que circulou entre 1959 e 1970, eram mestres em criar fofocas. E não faziam mais do que a sua obrigação, para apimentar as edições semanais. Estavam, sempre, jogando atletas contra cartolas, ou treinadores, e até contra eles mesmos. Em um desses casos, o meia Lorico – vascaíno entre 1961 a 1966 – desceu o sarrafo sobre dois colegas de profissão. Sem perceber a competente malícia do jornalista Waldemar de Paiva, bateu: “ O Flamengo teve um jogador que possuía bons recursos técnicos, mas era, sobretudo, desleal com os adversários, o Jadir. Porém, o mais desleal de todos, no momento, é Jair Marinho, do Fluminense”.
 
Imagine o rebuliço que uma declaração dessas provocava na época em que o futebol brasileiro era promovido por apenas quatro vertentes: rádio, revista, jornal e mesas redondas de TV. A “RE” abriu página, colocando no alto: “Lorico não esconde sua opinião”. Abaixo, em letras grandiosas: “Jair Marinho é o jogador mais desleal”. Armou clima de guerra para o próximo clássico Vasco x Fluminense – durante o Campeonato Carioca-1961, os dois atletas se cruzaram, em 9 de setembro, sem Lorico em campo, e em 8 de outubro, com os dois no gramado, mas sem problemas. Ainda bem!
De forma mais leve, quem a revista fez de “patinho” em um outro lance foi um outro vascaíno, o quarto-zagueiro Russo. Com a saída de Orlando Peçanha de Carvalho, para o argentino Boca Juniors, a posição foi ganha por Barbosinha. Russo resistia aos ataques da “RE”, para declarar que queria herdar a vaga do campeão mundial (pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo-1958), fugia de animosidades com colega de profissão, mas terminou não segurando a onda. Pelo Nº 116, que circulou com data de 27 de maio de 1961, virou manchete: “Russo quer mesmo o lugar de Orlando”. Talvez, por garantir uma boa fofoca à revista, figurou na página 1. Reserva em capa de revista?.      
Tempos depois, a “RE” voltou a São Januário e abriu discussão sobre um artilheiro do Vasco. Indagou: “Célio: vítima ou farsante?” Insinuou que o goleador poderia ser vítima dos zagueiros desleais e, também, um aproveitador da ingenuidade de juízes, simulando sofrer faltas violentas. E tome-lhe fofoca: “Já presenciamos... torcedores gritarem “Célio, Célio”, quando jogadores caem em campo para impressionar juízes...”.   
Para apimentar ainda mais a sua matéria, a semanário jogava Célio contra o meia Gérson, do Botafogo. Contava que o atleta cruzmaltino mostrara uma cicatriz na canela da perna esquerda, acusando o alvinegro de ter-lhe feito aquela “avenida”, intencionalmente, durante a decisão da I Taça Guanabara-1965, em um lance no meio do campo. E arrancava do jogador: “Gerson foi covarde, aproveitando-se do fato de eu partir para a bola sem maldade, querendo, apenas, ganhá-la. Ele, que é jogador para time que está ganhando, deve ter ficado irritadinho, pois o Vasco vencia, por 1 x 0, e estávamos próximos da conquista da Taça Guanabara” – perfeito para os propósitos da reportagem.
 
 
 
 
 
 
 
  Era uma tarde de  domingo – 9 de setembro de 2012 –, e o Vasco esperava pelo Bahia, em São Januário. A rapaziada vinha de 2 x 0 sobre a Portuguesa de Desportos e de 1 x 1 com o Náutico. Contava com mais três pontos para compensar a derrota, por 0 x 2, ante o Grêmio-RS, antes daquelas duas partidas. Mas o que rolou? O Bahia foi melhor durante quase todo o jogo, e Souza, ex-centrovante vascaíno, marcou dois gols – Jones Carioca mais dois. Que vexame! A “Turma da Colina” até segurou a peteca, até os 40 minutos do segundo tempo, quando Souza abriu o placar. A torcida tentou empurrar o time o empate, no início da fase final, mas aos 4 e aos 12 minutos, Jones Carioca jogou um balde de água fria na cabeça da rapaziada. Pra piorar, aos 24, Souza humilhou mais: Bahia 4 x 0, deixando o Vasco ameaçado de sair do grupo dos quatro melhores. Até então o maior placar, pelo Brasileirão, imposto pelos baianos aos cruzmaltinos, havia sido 4 x 2, na antiga Fonte Nova, em 23 de outubro de 2002.
 O jogo do vexame começou às 18h30, foi apitado por Raphael Claus (SP), teve arrecadação de R$ 165.680,00 e público pagante de 7.802 pagantes. A turma do vexame, dirigida pelo técnico  Cristóvão Borges, esteve assim escalada: Fernando Prass; Jonas, Douglas, Luan e Fabrício; Nilton, Fellipe Bastos, Juninho Pernambucano e Jhon Cley (Tenório); Éder Luís (Eduardo Costa) e Alecsandro.   
  



 


 


 
 



 

 
 
 
 

 

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