Vasco

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sábado, 6 de setembro de 2014

VASCO VASCONCELOS, O VASCAÍNO - Nº 0

 
O Vasco Vasconcelos, um velho "vasconauta", era almirante em um país que nem tinha mar.  Por motivos políticos, foi expulso da sua armada e exilou-se no Brasil. Por aqui, fixou residência no Rio de Janeiro, perto do estádio do Vasco, e passou a frequentar os botecos do pedaço. Óbvio que ficaria amigos de todos os malas da jurisdição. De quebra, tornou-se torcedor vascaíno e admirador emérito de uma boa caipirinha.
De “caipi” em “caipi”, certa vez em que o glorioso time do xará não compareceu ao seu próprio campo, para enfrentar o Flamengo – levou um inédito WO -, aborrecido pela atitude do seu colega “Almirante”, o ex-almirante Vasco engatou  uma “caiprada”, caprichada, e foi parar na última parada do fim de linha da última linha do último túnel do tempo. Por lá, escutou uma conversa, de bêbado, evidentemente, que batera seco em seus oritimbós: "Andarahy parlamentando que o Basco não dava nas polainas". 
Fomos ao logradouro público citado pelo ex-almirante que jamais entrara num barco, e vimos registrado no jornal do dia 20 de outubro de 1930, pregado na parede do túnel do tempo: Vasco 3 x 2 Andarahy. Então, concluímos que, "se andarahy falando mal do Basco, tinha sido mal”.
Dias depois, o Vasco Vasconcelos engatou um "pré-porrete", um porre mais light, 48 horas antes do porre oficial de fim de semana. Foi quando escutou uma outra voz chamando o Vasco, ímpio, infiel, agnóstico. Só porque o "Almirante" dissera que, na descida da ladeira, todo santo ajudava. Mais uma vez, fomos conferir. No jornal da parede da última parada da última linha do túnel do tempo, com data de 5 de outubro de 1930, estava no placar da rodada: Vasco 2 x 2 São Cristóvão. Quer dizer: naquele dia, o santo não ajudou mesmo. E nem ‘desajudou’. Ficou em cima do muro.
O complicado mesmo foi em termos de gols. O primeiro do Vasco foi de Carlos Paes, o "84", que diminuiu a contagem, para 1 x 2, para Sant´Anna igualá-la. Se o santo macho não ajudou, uma santa vovozinha, a avó de Jota Cristo, colaborou com o apostolado, que tinha ainda os fervorosos devotos: Jaguaré, Brilhante e Itália; Nesi, Tinoco e Mola; Pascoal, 84 (Sousa), Russinho, Mário Matos e Sant’Anna. Além do técnico Harry Welfare.
O ex-almirante Vasco Vasconcelos, depois de ter sido apresentado à caipirinha, além de viver, sempre, com o pescoço por dentro gelado, ou quente, a depender do liquido contido no recipiente, era um sujeito que, as vezes, comportava-se como um apátrida. Mesmo naturalizado brasileiro, houve um dia, precisamente, o 10 de outubro de 1930, que ele convenceu a "Turma da Colina" a descer o porrete no Brasil. E não adiantou contraponderações. Os vascaínos foram na conversa do Vasco, e o Vasco deixou o Brasil de quatro: 4 x 0. Se nós fôssemos presidente da república, ou ministro da justiça, o expulsaríamos desse solo pátrio. Bem como os 11 "derrubadores do Brasil"': Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Nesi e Mola; Bahianinho, 84, Russinho, Mário Mattos e Sant’Anna.
 O terrível Vasco Vasconcelos metia o Vasco em cada encrenca "duca"!  A pior de todas foi convencer o técnico Harry Welfare, um inglezão de quase dois metros de altura, a enfrentar dois adversários, de uma só vez. Mas a rapaziada encarou legal, pra mostrar que era “muito macha”. Pegou o Syrio e Libanez, em 6 de dezembro de 1925, e mandou 5 x 1, na Colina. Em 18 de abril de 1926, bateu  mais pesado: 6 x 2, na casa deles. Era assim o ex-almirante Vasco, torcedor do “Almirante” Vasco.


 

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