Vasco

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

VASCO VASCONCELOS, O VASCAÍNO - 12

O ex-almirante Vasco Vasconcelos, glorioso comandante de esquadras de um pais que nem tinha mar, invocou-se com a iluminação do estádio Club de Regatas Vasco da Gama, que a imprensa e a galera chama de São Januário – por ter uma parte dele na rua dita cuja. E passou a reclamar o mais que a paciência da cartolagem cruzmaltina permitiu-lhe. Vivia dizendo que o Vasco só precisava chamar as meninas, colocar umas mesas no centro do gramado (com cervejnhas, estupidamente, é claro), e convidar uma orquestra para o forrobodó. E teria uma boate legal para oferecer aos adversários.
De tanto ouvir as queixar do ex-almirante contra os postes de luz do estádio, os cartolas vascaínos resolveram analisar a situação. E terminaram vendo-o repleto de razão. Por sinal, razão absoluta, diga-se, de passagem. Então, fizeram uma tomada de preços no mercado e mudaram todo o sistema de iluminação da casa. E marcaram uma tertúlia para darem a luz que o clube merecia.
Vasco Vasconcelos, autor da forçação de barra, exigiu a missão de convidar um adversário. "Não tem nada melhor do que fazer festa e bater em argentino", disse ele à diretoria. E convidou o Independiente, de Avellaneda.
No dia 18 de março de 1975, os "hermanos" chegaram e, rápido, passaram a enxegar demais. Acharam a potência dos novos refletores de São Januário de um outro palaneta. Tão boa que deslumbrou o goleiro deles. Parado, admirando, achando que a noite tinha virado dia, o carinha nem viu por onde passou "la pelôta" chutada por Roberto Dinamite, aos 13 minutos do primeiro tempo. Mas, como tudo era festa, depos do gol a "Turma da Colina" começou a rebolar e deixou Bertoni empatar, aos 43.
Sem gostar, nem um pouquinho, daquela gracinha da rapaziada, o ex-almirante Vasco Vasconcelos foi ao vestiário, no intervalo, e lembrou que havia uma galera nas arquibancadas esperando por uma outra festa. No placar! Pra comemorar, depois do cotejo. "Vocês terão que jogar, no segundo tempo, uma bola mais clara que a luz que os alumiava", deu o aviso, batendo mais forte: "Se eu quisesse só festa, iria a uma boate", disse, no que o glorioso atacante goiano Bill sorriu.
O ex-almirante, ao perceber as risadas de Bill, não o perdoou: "Então, já que você não está me levando a sério, meu cháplia, vou encarregar-lhe de chamar os "hermanos" pra dança. E ai de você se pisar fora do caneco!Vou mandar a torcida pegar no seu pé", ameaçou.
Bill achou a ameaça esquisita, pois ele nem estava jogando. O ex-almirante, no entanto, cheogu n lance, rapidamente: "Vou falar com o Mário Travalgini para lhe escalar n vaga do Dinamite, que está explodindo pouco". E o careca aceitou o pedido, e o reserva Bill foi pro jogo, cheio de gás. Com o compromisso de se virar. E se virou. Aos 40 minutos do segundo tempo, a rapaziada parou com a sacanagem e Bill cumpriu a ordem do ex-almirante: Vasco da Gama 2 x 1.
José Aldo Pereira apitou e a pugna e o tome do técnico Mário Travaglini, naquela noite festiva, foi: Andrada, Paulo César, Miguel, Moisés, Renê e Alfinete (Celso Alonso), Alcir (Gaúcho) e Ademir, Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite (Bill), Edu e Luís Carlos. O técnico era Mário Travaglini.

 

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