Hoje é o "Dia do Radialista". Nos tempos em que o rádio era o maior amigo do torcedor brasileiro, foram muitos os jogadores cruzmaltinos que viraram ídolos por esses “brasis” a fora, graças ao cartaz que os “homens da latinha” lhe davam. Quem acompanhava os jogos das décadas de 1940 e de 1950, por exemplo, ouvia maravilhas sobre o “Príncipe Danilo”, em um tempo em que ainda não havia Pelé e nem “Rei do Futebol”. No entanto, a classe de Danilo Alvim fez o “speeker” Oduvaldo Cozzi levá-lo para a realeza, comparando-o aos refinamentos do Conde Danilo, da ópera “A Viúva Alegre”, de Franz Lehar.
Colega de Danilo nos vagões do “Expresso da Vitoria”, que carregou, para São Januário, as taças do Campeonato Carioca de 1949/50/52, o goleador Ademir Menezes, o “Queixada”, devido ao queixo avantajado, teve o seu apelido gritado, com grandes lucros: ajudou-o a tornar-se o maior ídolo da história do Club de Regatas Vasco da Gama, até o surgimento de outro “matador”, Roberto Dinamite, na década de 1970. Após encerrar a carreira, Ademir trocou a bola pelo microfone. Esteve comentarista da carioca Rádio Continental.
Ademir foi radialista, também |
Na década de 1960, quem ganhava muita publicidade dos radialistas era o lateral-esquerdo Coronel. Quando fazia uma grande jogada, Valdir Amaral usava as ondas médias e curtas da Rádio Globo, para dizer que o toque no balão de couro fora do “homem da patente mais alta do futebol brasileiro”. Uma década depois, já era a vez de Roberto Dinamite, que teve o apelido criado pelo “Jornal dos Sports adotado por todos os radialistas. Pelo mesmo período, alguém que passava longe da intimidade com a bola, o grandalhão Valfrido, foi apelidado por “Espanador da Lua”, também por Valdir Amaral, que lhe quebrou o galho junto ao bom humor da torcida.
Na década de 1980, o apelido mais badalado foi “Animal”, do atacante Edmundo, embora o surgimento disso tivesse começado quando ele dava uma “passeadinha” por fora da Colina, para onde voltava, sempre que podia. Criado pelo locutor Osmar Santos, da paulistana Rádio Jovem Pan, a alcunha simbolizava um atleta de muita energia, uma fera em busca do gol. Hoje, Edmundo está do mesmo lado do criador da sua “homenagem”, como comentarista da TV Bandeirantes.
Entre os ano 90 e invadindo os 2000, um bigodinho esquisito, à moda antiga, do atacante Valdir, valeu um outro apelido na Colina. Pegou legal e o garoto não se importava, pois parecia que lhe dava sorte no caminho do gol. Tanto que ele entrou para a história como o quarto goleador vascaíno, com 144 bolas nas redes. E estes são apenas alguns exemplos de atletas que o rádio colocou na crista da onda.
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