Vasco

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sexta-feira, 4 de março de 2011

HISTÓRIA DA HISTÓRIA - EXPRESSO FINAL

Ely, Barbosas, Haroldo, Augusto, Danilo e Jorge, em pé; Edmur, Ipojucan, Ademir, Maneca e Chico, agachados

Pode-se considerar 18 de janeiro de 1952 como a última lenha queimada pela caldeira do "Expresso da Vitória". Se não fosse um pênalti perdido por Ademir Menezes, no primeiro turno, diante do Fluminense, o Vasco teria sido o campeão carioca, invicto, da temporada. A partir de 1953, veio uma entressafra que perdurou até 1956.
Em alguns jogos de 1952, o treinador Gentil Cardoso revezou Barbosa, com Ernani; Haroldo, com Bellini; Sabará, com Edmur e Friaça; Ipojucan, com Genoíno; Maneca, com Alfredinho e Vavá, e Chico, com Jansen. Naquela última brasa, assim que o time ouviu o apito de Alberto da Gama Malcher, 90  minutos separariam Barbosa, Augusto e Haroldo; Ely, Danilo e Jorge; Sabará, Ipojucan, Ademir, Vavá e Chico do 10º título estadual, antecedidos pelos de 1923/24/29/34/36/45/47/49/50.

DESACREDITADOS - Ninguém botava fé no time vascaíno antes da  primeira rodada do Campeonato Carioca-1952. Quem apostaria em uma rapaziada que fizera um fraco Torneio Rio-São Paulo? Os incrédulos, no entanto, tiveram de refazer cálculos, pois a "Turma da Colina" iniciou a disputa traçando quem pintava pela frente. Marcou 18 gols.
Para os supersticiosos, começar um Estadual vestido de preto, em vez do branco da paz, não seria bom sinal. Menos para o time, que mandou 5 x 2 no Madureira, em São Januário. Logo, camisas e calções pretos, e meiões listrados no preto e no branco davam sorte. Pelo menos, para Ademir Menezes, autor de dois tentos, Maneca e Ipojucan. Só não para o zagueiro  Darci, que fez um gol, contra. 
Reproduzido da revista carioca Esporte Ilustrado
Uma semana depois, um apertinho: 2 x 1 Canto do Rio, com Friaça e Maneca batendo no filó. Na terceira rodada, 5 x 2 Bonsucesso, abatido por Edmur (3) e Ademir (2). E mais impiedades na quarta rodada: 6 x 2 Bangu – Maneca (3), Ipojucan (2) e Ademir não perdoaram.    

 ESCORREGADAS - O Vasco folgou na quinta rodada e pareceu ter-se desconcentrado. Na volta a campo, no clássico contra o Fluminense, desperdiçou pênalti e caiu: 0 x 1, única pisada na bola durante a temporada oficial carioca. Recuperou-se despachando o maior rival, o Flamengo, 3 x 2, uma semana depois, quando Ademir (2) e Edmur foram cruéis.
 Na partida seguinte – as rodadas eram uma semana depois – Ademir e Edmur voltaram a acertar o alvo: 2 x 1 Olaria. Seguiram-se 1 x 1 Botafogo, com Ademir sacudindo o barbante, e 3 x 0 América, sendo Chico, Ademir e Ipojucan os caras que queimaram o "Diabo". No jogo seguinte, 2 x 1 São Cristóvão, graças a Edmur e Chico, na casa do “Santo”.
DETALHE: em Figueira de Melo, renda de Cr$ 91.114,30. Antes, diante do Madureira, Cr$ 48.146,30. Contra o Canto do Rio, na Colina, Cr$ 27.976,60. A grana melhorou a partir da terceira rodada, contra o Bonsucesso – Cr$ 64.220,00 –, para animar durante os 6 x 2, sobre o Bangu: Cr$ 763.633,00.
Com este gol, Ademir Menezes despachou o Flamengo no clássico de maior arrecadação da temporada carioca de 1952 
  RETURNO - O Vasco foi para a segunda parte do campeonato com um ponto atrás da ponta, deixando animadíssimos o presidente Cyro Aranha e a sua comissão técnica – treinador Gentil Cardoso, médico Amilcar Giffoni, massagista Mário Américo, roupeiro Jorge  e  diretores Newton Cardoso, José Rodrigues e  João Silva.
 A nova etapa começou por São Januário, nos 3 x 1 São Cristóvão – Ipojucan (2) e Edmur marcaram –, cravando a melhor renda caseira: Cr$ 109.697,80, perto do total arrecadado na Colina pelas três primeiras rodadas, ou seja, Cr$ 140.146,30 – diferença de Cr$ 40.67,50.    
 De folga na segunda rodada, os cruzmaltinos ficaram no 1 x 0 Canto do Rio, na casa do rival, em Caio Martins, com Chico “salvando a pátria”.
 A renda do jogo em Niterói  foi quase dez vezes maior do que o pega entre ambos na Colina, no turno. Atingiu Cr$ 200.196,00, mas distante dos Cr$ 707.464.30 do 1 x 0 Botafogo, no Maracanã, no turno.
 Após duas faturas, a moçada foi a Conselheiro Galvão mandar 3 x 0 Madureira, placar construído por Sabará (2) e Maneca. No cofre, Cr$ 201.166,00, o recorde das bilheterias do “Tricolor Suburbano” em 1952.
Veio o segundo “Clássico dos Milhões”. Ipojucan lançou, Ademir passou por Leoni e Pavão e executou o goleiro Garcia: Vasco 1 x 0 Flamengo. De quebra, os bilheteiros do Maracanã contaram a maior renda da temporada carioca: Cr$ 2.068.438,10. A turma estava demais. Que Deus salvasse o América – não salvou. Alfredo II, de pênalti, e Chico, executaram o “Diabo”, com bilheteria fraca: Cr$ 543.003,00, a três dias da virada do calendário.

ANO NOVO - Vitória nova: 4 x 1 Bonsucesso, com estragos provocados por Edmur (2) e Ipojucan (2). No caixa, Cr$ 179.828,40. O final estava perto. Na antepenúltima rodada do returno, 2 x 2 Fluminense, em mais uma tarde de Maracanã lotado – renda de Cr$ 1.311.165,50 e gols cruzmaltinos marcados por Alfredo e Chico. Grande Chico! Batera um escanteio, da esquerda, na medida para Alfredo pegar, de primeira, diante de Bigode, e fazer tabelinha com o poste inferior direito da baliza defendida por Castilho, que não tivera como chegar na bola.
 A hora da folia chegara. Que beleza! A rapaziada antecipou o carnaval, na penúltima rodada, em 18 de janeiro de 1953, no Maracanã: 2 x 1 Bangu, pintando Ipojucan e Vavá nas redes, juntamente com muita chuva, grana curta: Cr$ 486.504,30. Por fim, 1 x 0 Olaria, em São Januário, em bola enviada à rede por Sabará – renda de Cr$ 84.071,20.
Vasco foi campeão indiscutível, também, em disciplina, só tendo um atleta expulso de campo, o ponta-esquerda Chico, a quatro rodadas do final, quando encarava o América. 
O Vasco, em 20 jogos, venceu 17, empatou dois e só perdeu um, totalizando 36 pontos, seis a mais do que a empatada dupla Fla-Flu. Foram 49 gols pró e 18 contra (saldo de 31). Dos tentos sofridos, 14 foram por Barbosa, em 18 compromissos, 2 por Ernani e 2 por Herrera, ambos em um só jogo.

No quesito “tiro ao alvo”, Ademir “Queixada” foi o homem de melhor pontaria, acertando 13 vezes na “mosca”. Edmur e Ipojucan, cravaram 8 bolas no véu da noiva; Maneca 7; Chico 5; Sabará 3; Alfredo 2 e Vavá uma.

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