Júlio Botelho, o Julinho (1929 a 2003), foi um dos maiores pontas-direitas do futebol brasileiro. Cria do Juventus-SP, explodiu defendendo a Portuguesa de Desportos, que o negociou com a italiana Fiorentina, da qual foi ídolo (1955/1958), até ser repatriado pelo Palmeiras.
Dono de um grande caráter, Julinho recusou ser convocado para duas Copas do Mundo (1958 e 1962). Primeiramente, por não estar atuando no Brasil e entender que a prioridade seria de quem estivesse por aqui. Depois, por se contundir durante o último treino para um outro Mundial. Embora o treinador Aymoré Moreira quisesse leva-lo, para ser recuperado no Chile, ele recusou-se a ver o jovem Jair da Costa ser preterido, por sua causa.
Neste lance confuso, Julinho fica lá atrás da bola e Dario na frente, em foto reproduzida de Manchete Esportiva. |
Naquele mesmo Maracanã, 25 dias antes, Julinho havia sido engolido por um esforçado lateral-esquerdo do Vasco da Gama, o durão Dario, que só entrara em campo porque o treinador Gradim não pudera contar com o titular Coronel - antes, Dario havia atuado em Vasco 1 x 1 Corinthians e em Vasco 0 x 0 São Paulo.
Como o Vasco não escorregara nas duas pugnas com Dario em campo, a sua torcida não ligou para a falta de Coronel. Mas duvidava que Dario pudesse segurar Julinho. E o lateral baiano encarou legal, merecendo este registro da revista “Manchete Esportiva”, de 25.05.1959: “... a defesa vascaína brilhava, apresentando Dario, muito firme...tão firme que não levou a menor desvantagem no duelo com o famoso Julinho...”
A segurança de Dario Damasceno dos Santos ajudou o “Almirante” a mandar 3 x 0 Palmeiras, com gols de Rubens e Almir Albuquerque (2), formando com: Barbosa. Paulinho de Almeida e Bellini; Écio Russo e Dario; Sabará, Almir (Pacoti), Roberto Pinto, Rubens e Pinga. Terminada a refrega, o grande Julinho cumprimentou Dario, que saiu de cena aplaudido, o que de nada lhe serviu, pois, nos jogos seguintes, ele voltou para o banco dos reservas.
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