Quando ainda era time amador, o CEUB (Centro Educacional Universitário de Brasília) aventurou-se enfrentar equipes de profissionais. Um deles foi o Cruzeiro, em 6 (11?)de junho de 1972, amistosamente, em um domingo que levou às bilheterias do já demolido estádio Pelezão a grana de Cr$ 42 mil antigos cruzeiros. Reforçado por Mané Garrincha, que estava ligado ao carioca Olaria, que o liberou para o amistoso, o time da Asa Norte segurou 0 x 0 no placar do jogo apitado pelo árbitro carioca Carlos Costa, auxiliado pelos bandeirinhas candangos Cacírio Marinho e Adélio Nogueira.
Por ser a Brasília da época cidade com
poucos meios de divertimento para o povão, as bilheterais do Pelezão foram
abertas às 11 da manhã, com ingressos ao preço único de Cr$ 70 cruzeiros, a moeda
da época. Antes de CEUB x Cruzeiro, foi programado um “esfria sol”, a partir do
meio-dia, com aspirantes ceubenses enfrentando o time da CODEBRAS, e, a
partir das 14 horas, bola rolando para Disbrave e Brasal, equipes de
revendedoras de automóveis.
Jornalista Jorge Martins acompanhou o Mané desde o aeroporto
Quanto ao jogo
principal, evidentemente, por ser mais forte (conferir escalação, abaixo) , o
Cruzeiro teve mais domínio da partida, levando o Ceub a se virar para segurar o
empate, uma grandiosa glória para o amador futebol brasiliense. Para tanto, o
treinador gaúcho Carlos Morales recou Lúcio, Noel, Serginho e Cláudio. A novidade
do seu time era a estreia do meia-atacante Cláudio Garcia, ex-Fluminense. A
maior atração do prélio, o Mané Garrincha, era sempre festejado quando a bola
lhe chegava, mas fez poucas jogadas e pouco tentou o seu famoso drible pela
direita. Ppor duas vezes, o Seu Mané pediu aos colegas de ataque que entrassem
na área e tentassem fugir da marcação para receberem os seus cruzamentos, “mas
sentiu a falta de entrosamento”, relembrava Carlos Morales, sempre que falava
da partidas. Por sinal, antes do início daquele amistoso, o “Torto” foi
homenageado, recebendo placa de prata, lhe oferecida pelo presidente ceubense,
Adílson Peres.
Embora jogos do futebol mineiros não fossem
televisionados para Brasília, na época – normalmente, eram os cariocas e os da
Seleção Brasileira -, o torcedor candango conhecia muitos dos atletas cruzeirenses
famosos, como o zagueiro Fontana (tricampeão na Copa México-70, os atacantes Palhinha
e Eduardo Amorim, e o apoiador Luís Carlos Lemos, que defendera o Vasco da Gama,
que era frequente na TV candanga das tardes dos domingos. De acordo com jornalistas
que assistiram a partida, entre eles Jorge Martins e Nílson Nélson, o empate
zerado no placar foi até justo, “devido a garra demontrada pelo nosso time, que
ressentiu-se de experiência”, assegurou o sempre sorridente e gordo treinador
Carlos Morales, que fora campeão brasiliense-1963, jogando pelo Cruzeiro do Sul.
Reprodução do álbum de recortes de jornais de Adílson Peres
O Ceub consegui aquele gloriossímo empate por conta de: Zé Walter; Aderbal (Sérgio), Noel,
Lúcio, e Serginho; César e Darese, (Augustin); Garrincha ( Procópio), (Carlos
Alberto), Cláudio, Hermes e Dinarte. O Cruzeiro alinhou: Raul; Lauro, Moraes,
(Darci Menezes), Fontana e Wanderlei; Toninho e Luís Carlos Lemos; Eduardo,
Palhinha, (Rinaldo), Repeto e Lima. A nota zero do amsiotoso ficou para as
expulsões de campo do anfitrião Noel e do visitante Repeto, devido jogadas
violentas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário