Vasco

Vasco

sábado, 11 de abril de 2015

BELAS DO DIA - AS DAMAS DO PRADO

                           Fotos reproduzidas da revista O Cruzeiro de 16 de maio de 1953  
Belezas fulgurantes de todas s idades...
Pelos idos da trepidamente e chamada Década Dourada – leia-se 1950 e até por volta dos seventy -, quando havia as grandes magazines editadas pela imprensa carioca, como O Cruzeiro e Manchete, o país se deslumbrava com o show de fotos e o desfile de elegância das dondocas granfinérrimas que não perdiam o GP Brasil de Turfe.
 O cenário era o Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro, e era por lá que pintavam as mais glamurosas mulheres do eixo Rio-São Paulo, usando impressionantes chapéus, luvas e bolsas de mãos, além de moderníssimos binóculos.
 Aquelas reuniões turfísticas não deixavam de incluir, também, homens elegantes e muito endinheirados, representantes da fina flor da sociedade carioca-paulistana. Quando uma delas se aproximava, eles abriam as suas carteiras e elas gastavam, desbragadamente, para brilharem mais do que as patas dos cavalos nas tardes de Sweeepstake, nome que a imprensa usava, obrigatoriamente, para glamurizar, ainda mais, as reuniões turfísticas.
...em jantar elegantissimo de um sweepstake...
 Quando maio chegava, uma nova saison - era moda usar palavras francesas - tomava conta do Rio de Janeiro, que proclamava ter a sua mulher, tradicionalmente, elegante.  Revistas da última moda europeia desembarcavam, de Paris; vitrines das casas comerciais da hora exibiam o máximo do bom gosto feminino; as boates chiques programavam noites de sonhos e, quando junho batia na porta, as costureiras mais famosas não davam conta de tantas encomendas. Em julho, era um horror. O GP estava ali na esquina, esperando por elas, belas, charmosas, estonteantes.
 Prontas para o desfile, isto é, o footing  na pelouse do prado (como a imprensa escrevia), elas sabiam que as suas elegantes presenças faziam do GP Brasil a great-attraction  do turistas que estavam visitando a Cidade Maravilhosa. Cronistas sociais até o incluíam no grujo das mais importante provas desportivas e sociais do planeta.       
... com madames dançando no Copacabana Palace.
  Não era algo, no entanto, da Década Dourada o glamur que a mulher brasileira levava ao turfe. Vinha dos tempos do Império dos Orleans e Bragança, com a Princesa Isabel  e a Imperatriz Teresa Cristina já contribuindo para o sucesso das race-horse.  Isabe, por sinal, quando da primeira disputa turfística dos  bacanas brazucas, fez questão de cumprimentar o proprietário do runner , o comendador Francisco Pinto da Fonseca, mais tarde Barão de Taquara.
 O charmoso GP Brasil surgiu, em 1º de agosto de 1933, no carioca hipódromo da Gávea, prensado pelo presidente do Jockey Clube Brasileiro, Lineo de Paula Machado.
Em 2019, superou as expectativas de público e de apostas, com a presença de quase 40 mil pessoas durante  cinco dias de programações.  No domingo do  páreo principal, o Hipódromo da Gávea recebeu 28 mil pessoas, com o total das apostas beirou os R$ 6,1 milhões, o equivalente ao crescimento de 6,6% em relação a 207.
Beleza! O GP Brasil de Turfe cresceu. Pena que o sertanejo das mais distantes plagas deste país brazuca não tenha mais as revistas de circulação nacional para deslumbra-lo. A minha mães, que viveu por 97 temporadas, se encantava com o que via pelas páginas das revistas. Mas as elas, belas, elegantes, deslumbrantes, charmosas que o prestigiam seguem usando chapéus, bolsas de mãos e binóculos, verdadeiramente, cada vez mais invocados – o charme não pode parar.        
             

Nenhum comentário:

Postar um comentário