Começa, hoje, em Doha, no Qatar,
a 22ª Copa do Mundo, que os franceses a chamam por Coupe de Monde e
os ingleses falam World Cup. No Brasil, a galera dispensa o Mundo
e fala só da Copa, instituição na qual já bebeu champanhe em
cinco canecadas-1958/62/70/94/2002, oferecidas or supercraques como Pelé,
Garrincha, Amarildo, Carlos Alberto Torres, Tostão, Jairzinho e Ronaldo Fenômeno,
entre outros.
Jules Rime em homenagem do portal www.semprefamilia.com.br
Idealizada
pelo francês Jules Rimet, presidente da Federação
InternacionaldeFurebolAssociado -FIFA, a primeira Copa do Mundo foi disputada,
em 1930, no Uruguai, escolhido por ter estar celebrando o centenário de sua
independência política e por vencido os dois últimos torneios de futebol dos
Jogos Olímpicos, em 1924/28, além de os outros inscritos - Espanha, Itália,
Suécia e Países Baixos (Holanda) - desistido.
Do
primeiro Mundial do futebol participaram sete selecionados das Américas
- Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Estados Unidos, México, Paraguai e
Peru - e apenas quatro da Europa - Bélgica, França, Romênia e
Iugoslávia. Para estes, além da longa viagem para a América do Sul e das altas
despesas para cruzar o Oceano Atlântico, seus clubes não queriam ficara sem os
seus principais atletas. Foi preciso Jules Rimet intervir e negociar com os
franceses. No caso dos romenos, quem
interviu foi o Rei Carlos II, que selecionou
a equipe e negociou garantia de emprego com os patrões dos jogadores que viajassem.
O mesmo ocorreu na Iugoslávia, com o Rei Alexandre I indo à luta,
enquanto, na Bélgica, o trabalho coube
ao vice-presidente da FIFA, Rodolphe Seeldrayers.
Jules Rimet viajou
por navio, levando com ele o troféu que continha o seu nome e quatro
árbitros europeus, os belgas Jean Langenus e Henri Christophe, e o seu patrício Thomas
Balway. Da sua parte, a delegação brasileira embarcou no navio SS
Conte Verde, Rio de Janeiro, em 29 de junho, e chegou ao Uruguai no 4
de julho.
Foto reproduzida de www.ocuriosodofutebol.com.br - agradecimento
Os uruguaios venceram os argentinos na partida final
Quando
rolou a bola, em casa, no calor de sua torcida, os uruguaios não desperdiçaram
a chance da conquista do primeiro Mundial, vencendo a Argentina, na decisão.
Por ali, a taça era posse transitória, até que alguma equipe o conquistasse por
três vezes, sem precisar ser de forma consecutiva. E o caneco, construído pelo
artesão francês Abel Lafleur, na forma de uma mulher alada - a Vitória Alada - ficou, definitivamente, com os brasileiros, que a trouxeram, em
1958/62/70, dos campos do mundo.
FICHA DA FINAL
30 de julho de 1930 –
Uruguai 4 x 2 Argentina. Estádio: Centenário, em Montevidéu. Juiz: John L. Langenus-BEL. Público: 69.346.
Gols: Dorado-URU, aos 12; Peucelle-ARG, aos 20; Stábile-ARG, aos 37; Cea-URU,
aos 57; Iriarte-URU, aos 68, e Manco Castro-URU, aos 89 minutos. CAMPEÕES:
Balesteros, Nasazzi e Mascheroni. Andrade, Fernández e Gestido; Dorado,
Scarone, Castro, e Iriarte, treinados
por Alberto Suppice.
PRIMEIRO GOL DA COPA
BRASIL DA PRIMEIRA COPA
Era 14 de julho de 1930, quando a Seleção Brasileira iniciou
esta história. Levou 1 x 2 Iugoslávia, e foi eliminada do Mundial, seis
dias depois, mesmo com 4 x 0 Bolívia, pois os iugoslavos, também, mandaram o mesmo placasr pra cima dos bolivianos e ficram com melhor saldo de gols. A fraca campanha deveu-se, em parte,
ao escrete nacional ter ido ao Uruguai sem alguns
dos seus melhores jogadores, como Arthur Friedenreich, Feitiço e Del Debbio,
por conta de brigas cariocas e paulistas.
À época, o Rio de Janeiro era a capital brazuca e o grande centro financeiro,
social, cultural e artístico do país. Mas São Paulo produzia o café, crescia economicamente
e ficava com o nosso comando político. Com a
Confederação Brasileira de Desportos-CBD tendo endereço carioca, os seus dirigentes não incluíram os da Associação Paulista
de Esportes Atléticos-APEA na comissão técnica da Copa do Mundo e revoltaram os paulistas, que retaliaram negando a participação de atletas dos seus clubes no selecionado. Apenas um deles, o
atacante Araken Patuska se encorporou ao grupo, porque estava brigado com o Santos, a sua
agremiação.
Reprodução do livro Seleção Brasileira - 90 anos, aparecendo na foto: Píndaro de Carvalho (técnico), Brilhante, Fausto, Hermógenes, Itália, Joel e Fernando (em pé, da esquerda para a direita); Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Teóphilo (agachados, na mesma ordem). A Seleção Brasileira levou l5 dias viajando a bordo do navio italiano SS Conte Verede, rumo ao Uruguai, onde o inverno
era forte. Desembarcou com preparo físico ruim e só um atleta se destacou,
nos dois jogos, o vascaíno Fausto dois Santos, que ganhou o apelido de
Maravilha Negra. Eram 12h45 locais quando o time brasileiro – Joel, Brilhante e
Itália; Hermógenes, Fausto e Fernando Giudicelli; Poly, Nilo, Araken, Preguinho
e Teófilo – adentrou ao gramado do estádio do Parque Central de Montevidéu,
diante de 24.059 torcedores, que escutaram o apito do local Aníbal Tejada. O único gol da rapaziada foi marcado por
Preguinho, aos 61 minutos, após 0 x 2, entre os 30 e os 35 minutos do primeiro
tempo. No 22 de
julho, a rapaziada – Velloso, Zé Luís e Itália; Hermógenes, Fausto e
Giudicelli; Benedito, Russinho, Carvalho Leite, Preguinho e Moderato - melhorou a honra nacional, com gols marcados por Moderato, aos 37 e aos
73, e por Preguinho, aos 57 e 83 minutos.