REPRODUÇÃO DA REVISTA O CRUZEIRO
O treinador Tim (Elba de Pádua Lima) acompanhou Zizinho (E), numa tarde diferente, na visita à La Gioconda, no Museu do Louvre, em Paris.Maior craque do futebol brasileiro pré-Pelé e eleito o melhor da Copa do Mundo-1950, disputada aqui pelo Brasil, o meia Zizinho, do Bangu, esperava ser convocado para o Mundial-1954, na Suíça. Mas não foi chamado. Motivo: contou a revista ‘O Cruzeiro’, de 19 de junho de 1954, que ele teria sido riscado do mapa da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBFutebol) por ter levado à chefia da delegação que participava do Campeonato Sul-Americano-1952, em Lima, no Peru, a reivindicação de prêmio maior do que os Cr$ 2.000 mil cruzeiros pelos 8 x 0 Bolívia, sob a alegação de que, durante o Pan-Americano, o menor premiação fora e Cr$ 2.500,00.
De acordo como repórter da
revista, Luiz Carlos Barreto, o chefe da delegação brasileira, o escritor José
Lins do Rego, autor de livros festejados, como Menino de Engenho e Doidinho,
por exemplo, chamara Zizinho por “moleque”
e “negro-sem vergonha”, e prometera
“fazer a caveira” do atleta junto à CBD, em seu relatório. A revista não
descobriu se o Zé Lins fizera o que
prometera. Mas o certo foi que “o embaixador o bicho” como chamou o Zizinho,
tornou-se uma ovelha negra para a entidade. Pelo meio do rolo, chegou-se a
falar que a entidade descobrira ter Zizinho – e outros famosos – jogado uma
partida amistosa, de um time amador de Niterói-RJ, com arrecadação em favor do
Partido Comunista do Brasil. Zizinho confirmava as peladas por tal time, mas
jurava que a grana arrecadadas seria para ajudar ferroviários com problemas de
saúde e instituições de caridade.
Eram extas as razões da CBD (o treinador era Zezé Moreira) para não convocar Zizinho para a Copa do Mundo-1954: Didi era uma espécie de Zizinho mais jovem e mostrava-se muito eficiente no sistema demarcação por zonas; temia-se que o prestígio de Zizinho junto aos demais jogadores o tornasse uma espécie de técnico número 2 antes do jogo e número 1 quando a bola rolasse; Zizinho tinha aversão ao sistema tático de Zezé Moreira e resistia cumprir ordens de qualquer comandante. Com isso, o Conselho Técnico da CBD tirou responsabilidades do treinador e vetou qualquer possibilidade de convocação do meia banguense.
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