Vasco

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sábado, 22 de julho de 2023

HISTÓRIA DA HISTÓRIA-JOGO DO SÉCULO-1

 Penta campeão europeu, primeiro campeão mundial interclubes da FIFA e a caminho do seu oitavo título nacional espanhol (disputas da primeria divisão desde 1929), o Real Madrid tinha o time mais forte do planeta e visitaria o Brasil, pela primeria vez. Para enfrenta-lo, o jornal A Noite promoveu enquete para o toredor dizer qual clube gostaria de ver encarando os apelidados merengues. O América era o então campeão estadual – Fluminense, Botafogo e Flamengo o seguiram na classificação final da última temporada carioca -, mas, surpreendentemente, o Vasco da Gama foi apontado, por cerca de 35 mil votos, como o preferido para o desafio, o que gerou críticas à Confederação Brasileira de Desportos-CBD (atual CBFutebol) e à Federação Carioca de Futebol. Exceto a torcidas vascaína, ninguém via na Turma da Colina condições técnicas para para disputar tão difícil empreitada.

 Assistido por João Havelange e Bellini (de branco), Allah Batista presenteia o presidente do Real Madrid,  Santiago Bernabeu...

 As críticas à escolha do Vasco da Gama para encarar o Real Mardid não paravam na sua quinta colocação no último Estadual. Incluía as suas fracas apresentações no recente Torneio Octagonal Internacional, contra times brasileiros, argentinos e uruguaios, quando perdera três e empatara dois dos seus sete compromissos.  Só o colégio eitorado vascaíno era fora o mais eficiente da votação de A Noite, então, bola cheia pra sua patota!

... que aqui conversa com o vice de futebol vascaíno, João Silva

  Enfim, com resultado do pleito confimado e amistoso marcado para a noite da quarta-feira, oito de fevereiro de 1961, no Maracanã, para receber, homenagear e prestar toda a assistência aos vivitantes, o presidente vascaíno, Allah Baptista, nomeou comissão formada pelos vice-presidentes Avelino Dias, de Comuniaões; Altino Telles, de Patrimônio; Agathyrno Gomes, de Relações Especializadas, e Edgard Campos, do Departamento Social.

 Dois dias antes doi prélio, a delegação do Real Madrid desembarcou no aeroporto do Galeão, chefiada pelo lendário presidente Santiago Bernabeu e foi recepcionada por todas a diretoria cruzmaltina. Às sete da noite, foi homenageada, com coquetel, no salão de troféus da sede da Rua General Almério de Moura, que faz fundos com a São Januário, na presença das mais altas autoridades desportivas do país, entre elas o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (atual CBFutebol), João Havelange; os embaixadores no Brasil de Espanha, (Conde de Casas Rojas, e de Portugal, Manuel Farrajota Ferreira, e o governador do Estado da Guanabara (atual Estado do Rio de Janeiro), Carlos Lacerda – além do capitão do time vascaíno, Bellini, representando os colegas jogadores.

Bellini e Martim Francisco recepcionam Puskas (C) no Galeão

 Em discurso improvisado, Allah Baptista falou sobre o “alto gru da amizade Brasil/Espanha” e presenteou os visitantes com medalhões de pratas, cinzeiros, flâmulas e publicações do Vasco da Gama. De sua parte, Santiago Bernabeu presenteou os diretores vascaínos com relógios suíços de série fabricada especialmente para o Real Madrid. Houve, ainda, visita às dependências do prédio-sededo clube e exibição de aqualoucos, no parque aquático cruzmaltino.

 Por aquele momento em qu o Vasco da Gama andava pisando na bola, o seu time era treinado pelo argentino Abel Picabea. Contam as crônicas da época que o tal  hermano era tão chato, mas tão chato que, se precisasse de um cara chato, ele não servia: era muito mais. Há até textos dizendo que ele fora demitido nem tanto pelos resultados negativos que mostravam o seu time perdendo por placares apertados – 0 x 1 Fluminnse, 0 x 1 Bangu, 1 x 2 Botafogo -, mas pela sua chatice. Então, dois dias antes do encontro com os merengues, foi contratado Martim Francisco, campeão vascaíno carioca-1956 e que já havia vencido o Real Madrid, amistosasmente, em duas ocasiões: 2 x 0, em 20.07.1956, e 4 x 3, no 14 de junho de 1957. E empatado – 2 x 2, em 19.06.1956.

Sem tempo para trabalhar a rapaziada, Martim Francisco comandou só um treino, viu o Vasco levar 0 x 2 no primeiro tempo do 8 de fevereiro, mas arrumou a casa, dentro do vestiário, no papo, durante o intervalo. O que aconteceu durante toda a partida que teve Pinga trocando cumprimentos e lembranças com Di Stefano (E), você fica sabendo no texto abaixo deste.     

Todas as fotos foram reproduzidas da Revista do Vasco - Nº 8, de abril de 1961

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