Placar Nº 229, de 9 de agosto der 1974
A atitude de cartola e treinador cruzeirenses levou o Almirante a invocar o regulamento do Brasileirão, no tocante a invasão de campo, e levou o jogo decisivo para o Maracanã. Embora fosse considerado favorito, o quadro mineiro, muito nervoso, jamais mostrou-se o tal. De sua parte, os vascaínos tinham Zanatta cobrindo os seus zagueiros e imprimindo velocidade na soltura da bola, enquanto, pelas pontas, Jorginho Carvoeiro se superava e Luís Carlos Tatu Lemos ainda cavava ajuda a outros setores da equipe. Pra completar, Roberto Dinamite pesadelava a zaga alviceleste, que o prava com seguidas faltas.
Daquele jeito, o Almirante foi, com fúria, caçar a Raposa (apelido do Cruzeiro), bem distribuído no gramado e plantando a sua zaga com tão boa cobertura, por Alcir, Zanatta, Caravoeiro e Tatu, que os laterais, as vezes, até atacavam. No Cruzeiro, a defesa só tinha o lateral-direito Nelinho a contento. Seu meio-de-campo, preocupado em atacar, não cobria a defensiva e facilitava a vida vascaína, com seus zagueiros muito bem postados na marcação. Assim, o ataque da Raposa não criava chutes ao gol e a defesa se apurava por falta de cobertura. Resultado do primeiro tempo: Vasco da Gama 1 x 0.
Veio a etapa complementar, e o Cruzeiro empatou, da única forma que poderia: por chute de alguém que viesse de trás (Nelinho).Mas, como manteve-se como antes, o Vasco desempatou (por Jorginho Carvoeiro), tendo os dois times, ainda, um gol anulado, pelo árbitro Armando Marques, sem que ninguém entendesse as duas anulatórias.
Foi assim que Placar
contou Vasco 2 x 1 Cruzeiro que deu o
caneco aos vascaínos, lembrando que o Almira
empatara e vencera o “o melhor time gaúcho (Inter) e mineiro (Cruzeiro);
vencera o melhor time paulista (Santos) e empatara com o melhor time baiano
(Vitória)... E foi superior ao adversário na decisão”. De quebra, disse que o
Vasco da Gama não tinha um tiinho, lembrando que o goleiro Andrada defendera a seleção
argentina; o meia Peres passara pela seleção portuguesa, e Fidélis, Miguel,
Zanatta e Luis Carlos Lemos já haviam sido convocados pela Seleção
Brasileira, alé de Roberto Dinamit ter sido artilheiro daquele Brasileirão.
Esta - Alfinete (E) e Roberto Dinamite - foi uma das 14 fotos de Placar para a edição, além de capa e poster central com o Dinamite.
Vasco da Gama 2 x 1 Cruzeiro, durante noite de uma quarta-feira, levou 112.993 pagantes ao estádio, gerando arrecadação de Cr$ 1 milhão, 413 mil, 281 cruzeiros e 50 centavos, pela moeda da época. A arbitragem teve Armando Marques-RJ, com os bandeirinhas José Favilli Neto e Oscar Scolfaro, ambos-SP. Ademir Silva, aos 14 minutos do primeirio tempo; Nelinho, aos 19, e Jorginho Carvoeiro, aos 33 do segundo, marcaram os gols. O Almira alinhou: Andrada; Fidélis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir, Zanatta e Ademir; Jorginho Carvoeiro, Roberto Dinamite e Luis Carlos Lemos, treinados por Mário Travaglini. O Cruzeiro foi: Vitor; Nelinho, Perfumo, Darci Menezes e Vanderley; Wilson Piazza, Zé Carlos e Dirceu Lopes; Roberto Batata, Palhinha (Joãozinho) e Eduardo Amorim (Baiano). Técnico: Ílton Chaves.
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