A história é contada por duas vertentes, tendendo a lenda. Por uma delas, o português José Pereira, torcedor do Vasco da Gama, admirava o futebol do baixinho Zé de Riba, comprou uma passagem de avião e mandou-o para São Januário. A outra vrsão diz que um flamenguista levou-o para o Rio, e o Vasco atravessou o barato.
Seja
qual das duas for a certa, o certo foi que o baixinho Zé de Riba teve o seu
apelido trocado por Maranhão - como carioca apelida todo maranhense - e o rolou
uma bola de gente grande, na Colina. Era fevereiro de 1959 e, depois de 18
partidas, ele marcou seis gols durante os treinos dos amadores e passou a ser
olhado com mais atenção. Mas levou duas temporadas para ser profissionalizado - disputar 285 jogos e marcou 14 gols, até o
conturbado 1967, quando o Vasco da Gama teve três treinadores, três diretores
de futebol e um pesidente-tampão.
O outro personagem deste texto é um
uruguaio, nascido em Rivera, cidade separada da gaúcha Livramento por uma rua
que ele atravessava para namorar Maria de Lourdes. Lá pelas tantas, o treinador
Zezé Moreira cobrou do Vasco um apoiador que chamasse a bola por você, a tratasse com carinho e a
entregasse aos atacante, perto do gol, com se estivesse cantando uma música que
fizera muito sucesso, com Nílton César: “Receba as flores que lhe dou/E em cada
flor um beijo meu...”. O cara chamava-se Danilo Menezes e o Seu Zezé lembrou-se
de que o havia treinado no time do Nacional, de Montevidéu. Era 1965 e o cara
pintou pela Colina, aos 20 na idade, para ficar até 1972.
REPRODUÇÃO DE REVISTA DO ABC
Maranhão e Danilo foram campeões estaduais no RN
Danilo Menezes contou a revista paulista Placar – Nº 278, de 25 de junho de 1975 – que só topou voltar aos gramados porque jogaria do lado do seu grande amigo Maranhão, seu compadre e cujas mulheres e filhos eram muito amigos, no Rio de Janeiro. “Nós íamos, muito, juntos ao cinema, por gosta de filmes de bang-bang. Mas o que fez crescer a noss amizade foi as rodas de samba”, conta na reportagem em que o Maranhão complementava: “ (Danilo) ...entra em transe com um sambinha”.
Quatro temporadas após terem deixado o Vasco
da Gama, no time do ABC-RN, normalmente, o volante Maranhão vigiava a zaga,
para o Danilo ir mais à frente. Devez em quanto, eles invertiam as funções. Numa
dessas vezes, enfrentando o América-RN, o uruguaio recebeu passe, dominou o
lance e fez gestgo para o Maranhão subir, pois os zagueiros marcavam o centroavante
Alberi. Então, ele lançou a bola no espaçovazio e Maranhão chegou enfiando a
pancada e marcando um golaço. “,, kle (Maranhão) atirou a camisa pra torcida,
chorou muito e passou o restante do jogo me agradecendo (pelo lançamento). Para
mim, foi emoção maior do que se eu tivesse marcado o gol”, afirmou Danilo Menezes.
Sem Danilo Menezes do seu lado, Maranhão
enfrentou o Vasco da Gam, em 1º de outubro de 1972, pelo Brasileiro, diante de
31.908 pagantes, no Estádio Castelão, em Natal, com vitória vascaína, por 2 x 1
e gols dos meio-campistas Alcir e Buglê, exatamente, a dupla que herdou as
vagas de |Manhã e Danilo Menezes, a aretir de 1968, no time vascapino.
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