O mais botafoguense dos botafoguenses, Carlito Rocha, afirmava que praga vascaína durava 20 anos. Durou 21, após os alvinegros mandarem 4 x 0 Vasco, ficando bi carioca, em 9 de junho de 1968, no auge da ditadura que levara os militares ao poder, quatro anos antes.
Passada aquela sapatada no “Almirante”,
a dança dos números fez um filme legal, em preto e branco, “estrelando” as
dezenas 2 e l. Tá no cartaz: o Botafogo voltou a ser campeão carioca 21 anos e
12 dias depois, no 21 de junho, com o atacante Maurício marcando o gol do
título, aos 12 minutos do segundo tempo. O pega teve 56.415 pagantes, o que
significa que a soma desses números é igual a 21.
Quem mais vibrou com a quebra da escrita foi Mário Jorge Lobo Zagallo, ex-atleta e treinador alvinegro e que tem por número de sorte o 13. Naquele dia, o time da estrela solitária conquistou o seu 13º campeonato estadual. Para voltar a ser campeão, o Botafogo precisou contar com a liderança do treinador gaúcho Valdyr Ataualpa Ramirez Espinoza, que encontrou um time tonto e um grupo desencontrado e indisciplinado. Ele colocou a casa em ordem e a rapaziada para defender e atacar, com todo o gás que havia na boca do balão.
Pois bem! Conferindo-se a escalação-base
botafoguense do Estadual-1989, tirando pouquíssimos, aquele era um autêntico
time do “quem?” – Ricardo Cruz; Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e
Marquinho; Carlos Alberto, Luizinho e Vítor; Mauricio, Paulinho Criciúma e
Gustavo.
O Botafogo campeão carioca-1989, tecnicmente,
era inferior ao Vasco da Gama e ao Flamengo, contra o qual disputou a partida
que lhe devolveu taça e faixas. Fazia chorar de saudade quem se lembrava da sua
última rapaziada campeã-1968 – Cao; Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir;
Carflos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César
“Caju”. E o que não dizer de uma turma mais antiga, a campeã-1962? Tinha os
grandes idolos Manga, Nílton Santos, Rildo, Garrincha, Didi, Quarentinha,
Amarildo e Zagallo, quase a Seleção Brasileria que fora bi na Copa do Mundo do
Chile.
O Botafogo quebra jejum, no qual ninguém
apostava, em início de campeonato, foi à luta. Terminou fazendo a alegria de
muito “zé ninguém” e, também, do então prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo
Alencar; do presidente da Academia Brasileira de Letras, Austragésilo de
Atahyde; do escritor Paulo Mendes Campos e da cantora Beth Caravalho, entre
outros ilustres alvinegros.
Grande Botafogo! Brincou com as dezenas
2 e 1. Mais? Pegou as duas últimas do último ano em que fora campeão, 68,
colocou-as de cabeça para baixo e as transformou em 89, as do seu ano mágico.
Confere?
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