Vasco

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS DO KIKE - O ÚLTIMO TRI DO REI

  Perto de uns 15 minutos para as 23 horas. Neste horário, há 44 temoradas, o “Rei Pelé” conquistava o seu último tri do Campeonato Paulista, história iniciada em 1960/61/62. Rolou em noite chuvosa do 21 de dezembro de 1967, no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o chamado Pacaembu, da capital paulistana, diante de 43.627 pagantes, em jogo desempate, pois Santos e São Paulo haviam terminado o Paulistão igualados.

 O “Rei” começou perdendo: no sorteio do uso dos uniformes. Por conta daquilo, os são-paulinos puderam usar a sua tradicional camisa listrada (vermelho, preto e branco), além de calções brancos, sobrando para os santistas fardamento todo em branco, o que significava tornar-se, rapidamente,  marrom, por causa do gramado enlameado. Sem problemas! Em apenas três minutos de pugna, o “10” resolveu a parada. Com dois passes precisos, aos 10 e aos 13 minutos, ajudou Edu Américo e Toninho Guerreiro a colocarem 2 x 0 no placar. O São Paulo só conseguiu descontar, a dois minutos do final da partida, por conta de Babá.      

Não muito depois de o árbitro Armando Marques -esteve auxilado poe Eraldo Gôngora e Wilson Medeiros -  fazer o seu apito final,  Pelé desabafou, diante do microfone de emissora de rádio: “O Santos ainda não está acabado, como andan dizendo”. Em seguida, extravasando, ainda mais, aquele momento, não tomou conhecimento da chuva e tirou a sua camisa 10 para fazer a volta olímpica dos campeões, recebendo muitos aplausos.

O são-paulino Roberto Dias (E), antes do jogo, imaginava que poderia parar o "Rei", mas terminou batido por Pelé - foto reproduzida da Revista do Esporte

  Enquanto Pelé vibrava, do lado são-paulino, um homem exalava muita tristeza pela perda do titulo: o treinador Sylvio Pirillo. Fora ele quem primeiro convocou Pelé para a Seleção Brasileira. Durante a noite de 19 de junho de 1957, ele foi ao Maracanã assistir Combinado Vasco/Santos 6 x 1 Belenenses, de Portugal. Ficou impressionado com um garoto, de 16 de idade, que marcara três gols, e não deu outra: dois meses depois, o convocou para enfrentar a Argentina, pela Copa Roca.

A noite em que Pelé conquistou o seu último tri estadual ele fazia chorar, também, o seu capitão no título mundial de 1958, pela Seleção Brasileira, na Suécia, o veteraníssimo Hideraldo Luís Bellini. E marcou, ainda, uma outra história: após a partida, Zito (José Eli de Miranda, bicampeão mundial-1958/62) abraçou o jovem meio-campista Clodoaldo, que havia feito grande partida, e anunciou que, a partir de então, seria só o supervisor do departamento de futebol do Santos, pois vira que o clube já tinha o cara ideal para substituí-lo - Clodô foi campeão mundial 1970, como titular absoluto da Seleção Brasileira.

O Santos do último tri paulista do “Rei do Futebol” alinhou: Cláudio Mauriz; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Joel Carmargo e Rildo; Cloldoaldo e Buglê; Wilson Tergal, Toninho Guerreiro, Pelé e Edu Américo, treinador por Antoninho, isto é, Antônio Fernandes, que fora auxiliar-técnico de Lula (Luís Alonso Peres). O São Paulo teve: Picasso; Renato, Bellini, Roberto Dias e Edílson; Lourival e Nenê; Válter, Djair, Babá e Paraná. Fora o décimo título santistsa de campeão paulista, este, em 27 jogo, com 17 vitórias, nove empates e só uma excorregada. Maracou 63 e levou 33 gols.    

      

 

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