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Diante do Flu, rolou uma das jóias raras do pernambucano |
Ele era um atacante rápido e oportunista. Isso viram, logo, as torcidas do
pernambucano Santa Cruz, no inicio da carreira dele, em 1959, e a da paulistana
Portuguesa de Desportos, durante o Campeonato Paulista-1962. Era um nordestino muito arretado, titirrane!
Como o Vasco procurava
por um goleador com características "cabra retrinca", pra infernizar a vida dos goleiros, foi buscá-lo. E, já que a galera
cruzmaltina ansiava por “gols pintosos”,
ele pintou em São
Januário pronto a fazê-los.
Morenão
alegre, sempre portando um sorrido bem aberto, Mário considerava estes, pela ordem da descrição,
os seus gols mais bonitos, com a
jaqueta cruzmaltina. Confira, pela ordem narrada à "Revista do Esporte" Nº 341, de 18 e seembro de 1965:
1
- Campeonato Carioca-1964 – Vasco e
Bangu se pegavam, na Colina, quando ele recebeu um passe, pela extrema direita.
Vendo o zagueiro Joel Felício vindo atrás, caiu para a meia, a fim de permitir
o avanço do lateral. Joel avançou e ele passou-lhe a bola. Em seguida, correu
para dentro da área alvirrubra, enquanto o companheiro fintava, por duas vezes,
o ponta-esquerda deles, o Aladim, para fazer um centro na medida. “Pulei entre
(os zagueiros) Mário Tito, que é muito alto, e Nílton Santos (não é o
‘Enciclopédia”) e joguei a bola, de cabeça, no canto oposto ao que se
encontrava o goleiro Ubirajara (Motta). Parecia até que eu era feito de mola”.
2 - Torneio Rio-São Paulo-1965 – Vasco e Botafogo
faziam jogo duro, quando Mário foi lançado, pela meia-direita. Rapidamente,
serviu o ponteiro Luizinho Goiano, que venceu Rildo e Paulistinha e fez a
devolução da pelota. Zé Carlos foi na cobertura e Mário o driblou. “Joel também
veio e, igualmente, foi vencido. Sozinho diante (do goleiro) Manga, coloquei (a bola), com tanto cuidado, que ela
que não entrava. Ainda tocou na trave direita, antes de se encaminhar para o
fundo da rede”.
3 –
Torneio Rio-São Paulo-1965 – Mario considerou o tento marcado em Vasco 3 x 0
Santos, como uma mostra de inteligência para quem estava no Maracanã. No lance, recuou, e o lateral-direito Joel
Felício o lançou, da metade do gramado. Viu o zagueiro santistas Modesto em seu
encalço e o enganou, ameaçando pular para um cabeceio. O adversário foi na onda
e errou o bote. “Virei o corpo e apanhei a bola na frente, perseguido pelo
Modesto, que tentava...me derrubar, segurar... Consegui...correr mais do que
ele e, mesmo acossado, mandei (a bola) à esquerda do (goleiro) Laércio, que já
vinha ao meu encontro”.
4 –
Torneio Rio-São Paulo-1965 – O adversário era o Palmeiras. Mário viu o lateral
Joel Felício e o atacante Célio Taveira trocando passes à entrada da área
alviverde, à espera da entrada de um companheiro. Então, o primeiro resolveu
arriscar. “Colocado quase dentro da área, interceptei o chute, driblei o
(zagueiro) Djalma Dias, na meia-lua (da grande área) e, virando o corpo,
rapidamente, chutei à meia altura, para o canto direito (defendido pelo goleiro
Valdir Moraes).
5 - Durante
a mesma partida contra o Palmeiras (02.05.1965), Mário marcou um outro gol
considerado dos seus mais bonitos. Aos
64 minutos, tabelou com Célio, que o lançou à frente. “Recebi (a bola) na
corrida..e meti o pé... com tanta vontade que nem o Valdir viu por onde a ‘menina’
entrou, conforme ele ...contou...Arremessei do bico esquerdo da pequena área...e
a bola entrou alta, no ângulo esquerdo”.
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Fotos reproduzidas da Revistado Esporte
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6 –
Taça Guanabara-1965 - O Vasco mandava 3
x 0 pra cima do Fluminense, quando Mário
tabelou com Célio, dentro da área tricolor e marcou o primeiro dos seus gols dos
5 x 0. “Passei pelo (zagueiro) Procópio e, quando (o goleiro) o Edson
(Borracha) saiu (para tentar a defesa),
eu, caindo, empurrei a bola por debaixo do corpo dele”.
7-
Campeonato Carioca-1964 – Em Vasco 3 x 0 Bangu, em São Januário, o ‘Tililco”
marcou um gol que considerou “de muito efeito”. Recebera a bola à entrada da
área banguense, como se fora um meia-esquerda, e lançou o ponteiro Da Silva,
que foi à linha de fundo e centrou, para trás. “Eu, que já havia corrido para
dentro da área, dei um leve toque na pelota, que apanhou efeito e foi entrar
alta, no ângulo esquerdo (defendido pelo goleiro) de Cláudio (Mauriz)”.
8 - O último tento narrado por Mário foi de quando
ele disputou os seus primeiros jogos pela “Turma da Colina”, durante uma excursão
ao México, em 1963. A rapaziada via o Toluca
manter 1 x 0 no placar. Houve um lateral, Mário o cobrou, servindo o meia Viladônega,
que lançou o ponta-direita Joãozinho. “O João centrou para a grande área, onde
eu já estava. A minha cabeçada pegou em cheio na bola...” (empatando a partida
que terminou no 1 x 1).