Vasco

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sábado, 15 de abril de 2017

20 - O VENENO DO ESCORPIÃO - CURRÍCULO PARA JUDAS

A tradicional malhação do judas, pelo sábado de aleluia, já precisa ser revista. Se a intenção é tripudiar sobre o “homenageado às avessas”, temos  gente com currículo mais do que suficiente para adentar a esta seleta galeria de escroques.  
 Políticos brasileiros à parte, um novo “hall da fama” da escrocagem poderia começar por Judas Aristóbulo II, filho de Alexandre Janeu, Cruel matador de rivais políticos. O “sujeitim” não engoliu ver o irmão mais velho, Hircano II, apoiado por Antípatro, pai de Herodes, O Grande, herdando o posto de sumo sacerdote e, após a mãe deles bater as caçuletas, foi a guerra contra o desafeto que saíra do mesmo bucho. No rolo, provocou o fim da independência política de Jerusalém – estávamos em 63 Antes de Cristo.
Reprodução do cartaz de divulgação do filme.
Briga familiar rolando, o cônsul Cneu Pompeu viu e pensou: “É por aqui! E chamou no canto o seu o general Marco Emílio Escauro, aplicou um sossega nos dois briguenolentos e transformou o palco das porfias  em província romana na Judeia – virou manchete antes de Jesus pintar no pedaço.
 Lançada a candidatura de Judas Aristóbul II, os segundo e terceiro candidatos a malhados no sabadao de aleluia seriam o ex-sumo sacerdote Anás (06 a 15 DC) e o seu genro Caifás (no trono pontifício, de 18 e 36 DC). Um escalpelou Jesus durante o interrogatório e o outro o entregou a Pôncio Pilatos, a quem alguns historiadores deram o cargo de Procurador romano  na Judeia (26 a 36 DC) – novos achados arqueológicos comprovaram que, oficialmente, ele era apenas um prefeitão (praefectus), um funcionário romano, rígido, insensivel e cruel, tornado celebridade pelo Novo Testamento. Terminou demitido, a bem do serviço público, pelo seu superior regional, Vitélio, o governador romano da Síria – equivaleu a Globo lançar a nova novela das oito da noite, sem Jesus subindo-lhe o Ibope. Pilatos já era desnecessário no papel de vilão da nova trama.  
Com a jaqueta quatro desse time de escroques,  ninguém bararia o “serial killer” Herodes, feito Rei da Judeia (40 DC) por Marco Antônio. O carinha era tão mal caráter que chegou a pensar em seduzir e dar” umazinha” com Clópatra, a gata egípcia que tinha furor uterino e levava o glorioso Marcão ao pé da felicidade. Seu plano era tirá-la de cena e reaver o que quase corno Marco (Cleopatra topava) lhe tirara, territorialmente, para presenteá-la.
Herodes era mais vampiro do que um vampiro. Executou sem levar em conta a carteira de identidade de ninguém. Tornou-se um fenomenal “family serial killer” que não livrou a cara nem dos filhos Alexandre e Aristóbulo (07 AC), e do meio-irmão deles, Antípatro; de sua mulher, princesa Mariamna, neta de Hircano II, e de Aristóbulo III, de 17 anos, fiho da sogra Alexandra, a qual também condenou a escafeder-se pela eternidade.

Reproduzido do cartaz de divulgação do filme
Pegaria, também, uma vaguinha nesse time escroquial uma irmã de Herodes, a terrível Salomé, que não deve ser ser confundida com a Salomé que fez João Batista perder a cabeça. Ela armou e o irmãozão mandou matar dois dos seus maridos, um deles José, tio deles. Aliás, foi ela, macomunda com a mãe, Cipro, quem derrubou a princesa Mariamna, inventando que, na ausêncai de Herodes, a moça traçava José e um guardião chamado Soemo. E armou  muito mais.
  Isso tudo acontecia porque Roma, durante muito tempo,  nomeava os seus representantes na Judeia e não tomava mais conhecimento de nada, a não ser de receber os impostos cobrados. Herodes, sob o reinado de quem (já pelo final do fime) Jesus nasceu, bem que poderia ter esperado um pouco mais para “sizpirulitar” pelos confins da eternidade. Com ele ainda no pedaço, muito provavelmente, não haveria Pôncio Pilatos, Anás, Caifás e, quem sabe, tanta importância para pregações de Jesus. Herodes, que caou-se por 10 vezes, só queria saber de chegar junto na caçapa, ver sangue jorrar e puxar o saco dos  donos de Roma, para manter-se no poder na Judeia.
Com Herodes, O Grande – a história terminou com seu o filho Herodes Antipas –,  durando mais do que pilhas “Raio-Vasco”, possivelmente, não se teria o eterno duelo entre Evangelhos e documentos arqueológicos pelos caminhos de Jesus, e nem se confundiria Jesus, filho de Ananias; Jesus, filho de Damneu; Jesus, filho de Gamaliel; Jesus, Filho de Fiabi e  Jesus, filho de See, com Jesus, o mais famoso da série e que você cansou de ver, na TV, em cinemascope colorido, sem cortes, durante 120 minutos, sensacional produção do cinema norte-americano.             

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